terça-feira, novembro 30

A CENSURA NO JORNAL MAIAHOJE

Um artigo de opinião da minha autoria escrito para o Jornal Maiahoje, e enviado no dia 1/11/2004, ainda não foi publicado naquele jornal.
Aprendendo com outras forças de censura do governo agora demitido, este jornal nada me comunicou, nada disse, e desprezou um artigo sobre Constituição Europeia.
Se o artigo não interessava ao jornal, era ético dizer-mo em tempo útil. É uma regra de boa educação.
Chamo a atenção dos jornalistas deste jornal, para a falta de ética e pudor, que é revelador esta posição. Tanto mais que sairam já dois números e nada me foi comunicado.
Deixo aqui o artigo vítima da censura. E vejam, senhores, se existe razão para a censura!
CONSTITUIÇÃO EUROPEIA VERSUS LEGISLAÇÃO PORTUGUESA


AINDA A SEGURANÇA E SAÚDE OCUPACIONAL


Agora que o Tratado da Constituição Europeia foi assinado pelos Estados Membros, e irá ser referendado por muitos dos estados membros, convém referir cada vez mais as circunstâncias em que todos temos que nos mover. Iremos para outros temas futuramente, mas conviria reflectir mais aprofundadamente sobre esta temática, tendo em consideração não só o que o Tratado afirma mas o que é consubstanciado pela Lei n.º 35/2004, de 29 de Julho e que entrou em vigor em 29 de Agosto último.

As empresas devem organizar os seus serviços de segurança, higiene e saúde, tendo em consideração a sua dimensão e actividade; estes serviços podem ser internos, externos ou interempresas. O artº. 224º. da referida Lei, obriga à criação de serviços internos desde que: a empresa seja de "risco elevado" ou que pelo menos trinta trabalhadores estejam expostos a riscos elevados, ou ainda que tenha "pelo menos quatrocentos trabalhadores no mesmo estabelecimento ou no conjunto dos estabelecimentos distanciados até 50 km do de maior dimensão, qualquer que seja a actividade desenvolvida", tendo em consideração as dispensas especiais previstas no artº. 226º..

Convém referir o que se considera "risco elevado", que são os trabalhos em obras de construção, ferrovias e rodovias, as actividades de indústrias extractivas, as de armazenagem de produtos químicos, de explosivos e pirotecnia, indústrias siderúrgica e de construção naval, correntes eléctricas de média e baixa tensão, de gases comprimidos, que impliquem a exposição a radiações ionizantes ou agentes cancerígenos ou biológicos e que envolvam o risco de silicose.

Em qualquer género de organização, a empresa deve assegurar a opinião e participação dos trabalhadores, através da consulta às organizações mais representativas e aos próprios trabalhadores (artº. 214º.), que deverão ser formados, nomeadamente os seus representantes, a expensas da entidade empregadora.

Os serviços internos das empresas que não sejam de risco elevado, podem ser exercidos pelo empregador ou por trabalhador designado, desde que tenham formação adequada e permaneçam habitualmente nos locais de trabalho; esta disposição aplica-se a todas as empresas ou estabelecimento que empregue no máximo dez trabalhadores. Torna-se a referir que se entende por " formação adequada" aquela que for adquirida em empresa de formação devidamente acreditada pelo organismo competente, o IQF (Instituto para a Qualidade da Formação, ex-INOFOR), e validada pelo IDICT.

A organização por Serviços Externos pode ser aplicada, desde que exista um contrato entre o empregador e uma entidade reconhecida pelo IDICT (art.ºs 229º. e 230º.). Esta autorização é concedida desde que as empresas comprovem dispor de recursos humanos suficientes (no mínimo devem possuir dois técnicos superiores de segurança e higiene e médico do trabalho, este no caso do exercício da actividade da saúde), instalações devidamente apetrechadas, equipamentos e utensílios de avaliação das condições de trabalho, qualidade técnica dos procedimentos e que não recorram a subcontratação, excepto em tarefas de elevada complexidade. Para defesa dos empregadores que recorram aos serviços destas entidades, entendemos que deverão ser certificadas, pelo menos pelas Normas ISO 9001 e NP 4397, o que todavia, não constitui uma garantia da sua gestão aos níveis da qualidade e da segurança e saúde ocupacional.

O articulado na legislação depois de descrever as actividades principais dos serviços de segurança, higiene e saúde (artº. 240o.), descreve os deveres dos trabalhadores (artº. 255º.), que por serem de uma importância vital se transcrevem: devem "tomar conhecimento da informação prestada pelo empregador sobre segurança, higiene e saúde no trabalho e comparecer às consultas e exames médicos determinados pelo médico do trabalho". Em especial, " os trabalhadores com funções de direcção e os quadros técnicos devem cooperar (…) com os serviços de segurança, higiene e saúde no trabalho na execução das medidas de prevenção e de vigilância da saúde."

Aconselha-se aos empregadores a colocação de informação, por cartazes, com os deveres a observar pelos trabalhadores. Tudo o que aqui é referido não passa de resumo da legislação, pelo que os técnicos das empresas devem informar-se e formar-se, sobre estas determinações.

Joaquim Armindo
Deputado Municipal do PS


ARTIGO PUBLICADO NO JORNAL "PRIMEIRO DE JANEIRO", DE 23/11/2004

Artigo da minha autoria, publicado no Jornal "O Primeiro de Janeiro"
MOSCARDEIRO



EIS AS AUTÁRQUICAS !



E vede que por estes dias de Novembro do ano da graça de 2004, os contornos das autárquicas são visíveis, até por aqui em terras da Maia!

As iluminações natalícias que se adivinham, serão desde logo abrigo, disfarce para todos aqueles que nunca foram alternativa, e mau grado exercerem a gestão camarária em solidariedade, usarão agora a capa de "oposição devastadora". A partir deste momento tudo serve, até o que não se fez, para ser candidato.

O mapa político está traçado: o da maioria, com ou sem PP, com Bragança Fernandes à frente, a inaugurar até o que já foi inaugurado; o do maior Partido da oposição, o PS, com Jorge Catarino, o que tudo vai arrasar e demolir, vindo de fazer uma gestão “de união de facto” com a maioria; o da CDU, à espera de liderança e certamente a descer nas votações, mercê da próxima guinada de regresso ao conservadorismo mais ortodoxo; e, o do Bloco de Esquerda, que poderá, se aparecer, capturar larguíssimos votos ao PS e à CDU.

A maioria actual, parece que estará por longos anos à frente do Município, e mesmo com os ventos a soprarem de sinal contrário, eis que um aliado surge para lhe oferecer novamente a Câmara: o presidente da Comissão Política do PS, vereador no município e membro do Conselho de Administração do SMAS.

Ninguém desconhece que o PS teria nestas próximas eleições autárquicas o seu ano de ouro para assumir a Câmara Municipal, só que o despreza e candidata a Presidente um seu militante perdedor em todas as eleições anteriores.

O PS, meu Partido, desaproveita assim a possibilidade de uma alternativa vencedora; não o desconhecem os seus militantes, que às claras, como eu, outros na sombra, desaprovam a opção (re)encontrada (negociada?) para a Maia. E tanto é assim que o "corredor" que à partida já perdeu, desdobra-se em comunicados, entrevistas e aparecimentos como seja ele já o designado, até já envia SMS aos militantes adjectivando as sua entrevistas, à laia do finado há trinta anos, Secretariado Nacional da Informação, ou do nado-morto diploma de criação da Central de Censura e Propaganda, perdão, de Comunicação do Governo.

E a verdade é uma! Mesmo sem primárias, sem a Comissão Política discutir o assunto porque há muito tempo, e não é necessária tanta pressa, (há um ano que a Juventude Socialista da Maia, apresentou uma proposta de perfil, e ainda nada foi analisada), dado que Jorge Catarino minou, com a sabedoria e ética dos fracos essa análise, dado ter adquirido a confiança de que é ele mesmo o candidato. E não será de pasmar: assim se fará !

Esta minha posição parece ser um ataque pessoal, mas não é, pois não sou retaliativo (embora não esqueça a queixa que tenho contra aquele médico junto da sua Ordem). Mas sim, é uma posição política, e tem que ser tempestiva, porque após as nomeações oficiais me calarei nesta matéria.

A fotografia que traço do PS-Maia, da sua liderança e dos seus objectivos, é que não existe nenhum programa alternativo, nem na teoria, nem na prática. Até os Gabinetes Sombra, em boa hora lançados por um incansável militante do PS, foram trucidados pela baixa política do presidente da Comissão Política. Ele quer oferecer novamente a condução da Câmara da Maia ao PSD, a troco de algum lugar de vereador pago, essa a verdade evidente, que não pode ser sonegada ao povo maiato.

O candidato a Presidente da Câmara da Maia pelo PS, já exerceu este cargo, por poucos anos é certo, mas a memória do povo não é assim tão curta; exerceu outros cargos, como o de Presidente da ARS Norte, do qual se teve de demitir, por ingenuidade politica – segundo é oficial – ou por outras circunstâncias, que não sei. O que é certo, é que não existe pessoa melhor colocada na Maia, ou fora dela, para perder as eleições autárquicas que não seja este militante do PS, médico de profissão.

Talvez seja o último grito de alerta público que hoje lanço a todos os militantes e dirigentes do meu Partido. Se querem perder então fazem bom negócio, mas para ganhar o poder na Câmara da Maia, e é altura de ser alternativa para mudar a gestão da coisa pública na Maia, nunca poderá ser este o candidato.

Após este artigo ser lido vai aparecer como vítima, dum trucidário, que comparou a Hitler, há um ano neste jornal. Mas quem será a vitima? aquele que denuncia e por isso já está como renegado no Santo Ofício, ou o que continua medrando à custa da política? Aquele que serve, e já sabe não ter lugares, ou o que se serve, e bem, e qual toupeira, há três anos trabalha em segredo – de gato escondido... - para isso ?

PSD sozinho, ou com PP, na Maia, podem estar descansados, com este candidato ganham as eleições autárquicas, assim foi com as anteriores quando o PS perdeu três juntas de freguesia e um deputado municipal e agora, em contranatura de todas as expectativas, tudo ficará quase como dantes.

Joaquim Armindo
Deputado Municipal do PS
jarmindo@clix.pt
http://www.bemcomum.blogspot.com

Escreve nesta coluna quinzenalmente


Nada tenho mais a dizer relativamente à convocação de eleições antecipadas.

Espero que José Sócrates ouça os militantes socialistas, e não se esqueça dos contributos que têm sido esquecidos do PS.

Jorge Catarino já pode ser Secretário de Estado ou quiçá Ministro da Saúde.

Juízo Socialistas. Ainda nada está ganho ! E mesmo se estiver, é preciso governar.

segunda-feira, novembro 29

A RESPONSABILIDADE SOCIAL DAS EMPRESAS

Cada vez mais se fala na Responsabilidade Social das Empresas, e eu digo também ética, existindo mesmo uma Norma a SA 8000, que trata disso. Esperemos em breve que a ISO tome nota desta questão. A par da Qualidade, Ambiente e Segurança e Higiene e Segurança no Trabalho. Aqui ficam duas notícias do Expresso desta semana.



O pesadelo que é o governo de Santana Lopes/Paulo Portas não dá sequer para ter opinião.

É demais o que este (des)governo está para aí a fazer.

Ainda penso que o Presidente da República tenha memória; saiba que ficou de olho no governo, mas até agora nada fez.

Por favor Sr. Presidente, para quem o apoiou sempre. Demita o Governo, assim não !

domingo, novembro 28

PINTURA DE GROSZ

Foi publicado hoje, pelo Jornal Público, o livro de Pintura de Grosz, de Ivo Kranzfelder.



Autómatos Republicanos, 1920



John, o Assassino Sexual, 1918

A FERNANDO VALE

Não digo Adeus, mas até logo camarada, companheiro e amigo !

Lá nos encontraremos, nas lutas do quotidiano.


sábado, novembro 27

O CONGRESSO DO PARTIDO COMUNISTA PORTUGUÊS

Gostaria que Portugal tivesse um Partido Comunista forte. Todos ganhariamos com a capacidade de sacrifício dos elementos do PCP, e com a sua doação.
Infelizmente o PCP do Congresso de hoje irá desaparecer, e eu tenho muita pena.
Não vou comentar o que se passa no Congresso, mas lamento. O PCP e Portugal não merecem isto !

JORNALISTAS CONTRA O DESPEDIMENTO DE RUI DIAS JOSÉ (FEIRA FRANCA)

Profissionais da Comunicação Social contra despedimento de RUI DIAS JOSÉ

NOME /LOCALIDADE

Alípio de Freitas
Jornalista
Alvito
Ana Ferraz Pereira
Jornalista
Alcobaça
Ana Isabel Mesquita
Jornalista
Cartaxo
Ana Maria Ribeiro
Jornalista
Lisboa
Ana Martins
Jornalista
Vila do Conde
André Barbosa
Jornalista
Lisboa
André Gonçalves
Locutor de Rádio
Linda-A-Velha
Andreia Guerreiro
Jornalista
Castro Verde
Angela Caires
Jornalista
Cadaval
Ângelo Peres
Realizador
Porto
António Cardoso Pinto
Jornalista
Tábua
António de Morais Cardoso
Jornalista
Paris
António de Oliveira
Editor jornal “Portugal Sempre"
Paris - França
António Freitas
Jornalista
Lisboa
António Loja Neves
Jornalista
Lisboa
António Manuel Mendes Gil
Jornalista
Ponta Delgada, Açores
António Pedro Ribeiro
Jornalista
Vila do Conde
António Pires Vicente
Jornalista
Alenquer
António Xavier
Jornalista
Lisboa
Antunes Severo
Radialista
Florianópolis, SC Brasil
Appio Sottomayor
Jornalista
Lisboa
Arminda Maria Alves Barata
Regente de Emissão
Lisboa
Arnaldo Ribeiro
Jornalista
Bahia - Brasil
Avelãs Coelho
Jornalista
Linda A Velha
Benjamim Formigo
Jornalista
Portugal / Angola
Bruno Filipe Pires
Jornalista
Faro
Carlos Albino
Jornalista
Lisboa
Carlos Carvalho
Jornalista
Barreiro
Carlos da Silva
produtor de radio
Gotemburgo - Suécia
Carlos Manuel Costa
Jornalista
Rio Maior
Carlos Tomé
Jornalista
Ponta Delgada
Clara Viana
Jornalista
Carcavelos
Cláudio Mendes
Sonoplasta
Lisboa
Chrys Chrystello
Jornalista / Linguista
Sydney - Austrália
David Lopes Ramos
Jornalista, Editor do Suplemento “Fugas”
Lisboa
Diana Andringa
Jornalista
Lisboa
Dina Gusmao
Jornalista
Lisboa
Duarte Gomes
Repórter fotográfico
Madeira
Duarte Ladeiras
Jornalista
Charneca da Caparica
Edgar Nascimento
Jornalista
Charneca de Caparica
Élia Freitas
Jornalista
Madeira
Elsa Andrade
Jornalista
Lisboa
Eunice Vieira
Jornalista
Cadaval
Fernanda Gomes
Jornalista
Porto
Fernanda Leitão
Jornalista
Toronto / Ontario / Canada
Fernanda Ribeiro
Jornalista
Lisboa
Fernando Cabrita Moreira
Realizador de televisão aposentado
Liège (Bélgica)
Fernando Giestas
Jornalista
S. Pedro do Sul
Fernando Paulouro Neves
Jornalista
Fundão
Filipe Silveira
Jornalista
Lisboa
Filomena Lança
Jornalista
Lisboa
Francisco Belard
Jornalista
Lisboa
Francisco Saraiva
Jornalista/Prof. Universitário
Lisboa
Germano Pacheco
Jornalista
Santarém
Guiomar Belo Marques
Jornalista
Lisboa
Gustavo Fernandes
Jornalista
Portimão
Herberto Gomes
Jornalista / Chefe Departamento de Informação
Lagoa, S.Miguel - Açores
Hermano Manuel
Realizador de Programas
Matosinhos
Humberto Salvador Ferreira
Jornalista
Lisboa
NOME
PROF./CARGO
MORADA
Inês Lampreia
Jornalista
Lisboa
Iolanda Nunes
Produtora e Locutora de rádio
Leiria
J. Manuel Andrade
Jornalista
Faro
João Batista
Jornalista
Santarém
João Maltez
Jornalista
Lisboa
João Paulo Cruz
Jornalista
Almada
João Pedro Martins
Realizador / Animador de Rádio
Lisboa
Joaquim Oliveira
Director Rádio Vidigueira
Selmes - Vidigueira
Joel Costa
Jornalista
Marinhais
Joel Pinto
Jornalista
Porto
Jorge Guimarães Silva
Sonorizador
Porto
Jorge Santos
Jornalista
Setúbal
Jorge Van Krieken
Jornalista
Lisboa
José Alberto Magalhães
Jornalista
Leça da Palmeira - Matosinhos
José António Cerejo
Jornalista
Lisboa
José Armando MARTINS MORIM Lopes
Jornalista
Lisboa
José Gonçalves
Jornalista
Porto
José Luiz Fernandes
Jornalista
Lisboa
José Quitério
Jornalista
Lisboa
José Passos Campainha
Jornalista
Viana do Castelo
José Salvador
Jornalista
Funchal
José Vasconcelos
Consultor de Comunicação - Director
Lisboa
Leonor Gonçalves
Jornalista
Alverca
Luís Melo
Jornalista
Costa de Caparica
Luís Rocha
Jornalista
Funchal
Luísa Meireles
Jornalista
Lisboa
Lurdes Nobre
Radialista
Évora
Manuel Jorge Marmelo
Jornalista
Porto
Mari Duarte
Jornalista
Loulé
Maria João Barreto
Jornalista
Estoril
Mário Ferreira
Director Radio
Ferreira do Zêzere
Mário Gonçalves
Jornalista
Samora Correia
Mário Lindolfo
Jornalista
Cadaval
Mário Martins
Jornalista
Coimbra
Marisa Torres da Silva
Jornalista
Lisboa
Miguel Vieira
Jornalista
Lisboa
Novais Granada
Jornalista
Lisboa
Nuno Ferreira
Jornalista
Lisboa
Nuno Jorge
Radialista
Nazaré
Óscar Branco
Jornalista
Funchal
Paulo Almeida
Jornalista
Porto
Paulo Faria
Jornalista
Funchal
Pedro Cordeiro
Locutor / Produtor
Peniche
Pedro Manuel Pereira
Jornalista
Portimão
Pedro Sérgio Xavier
Jornalista
Viana do Castelo
Pedro Xavier
Jornalista
Viana do Castelo
Raquel Martins
Jornalista
Lisboa
Renata Sancho
Realizadora
Lisboa
Ribeiro Cardoso
Jornalista
Lisboa
Ricardo Burgal
Animador / Sonoplasta
Marinhais
Ricardo Chega
Jornalista
Algarve
Rita Montez
Jornalista
Paço de Arcos
Rogério Vidigal
Jornalista
Lisboa
Rosário Quaresma
Jornalista
Açores
Rui Galhardo
Jornalista
Aveiro
Silvério Patrício do Canto
Consultor de Comunicação
Santana - Sesimbra
Sónia Gomes da Silva
Jornalista TI
Lisboa
Teresa Bizarro
Jornalista
Lisboa
Vasco Oswaldo Santos
Jornalista
Toronto (Ontário) - Canadá
Viriato Teles
Jornalista
Lisboa
Xana Baptista
Jornalista
Santarém

É NECESSÁRIO MUITAS MAIS ASSINATURAS E ACÇÕES

sexta-feira, novembro 26

AS PROMOÇÕES NO "PRIMEIRA MÃO" DE HOJE



Quem lê o Jornal "Primeira Mão" de hoje, coloca as suas "promoções" para as eleições autárquicas da Maia
1.- Em primeiro lugar um destaque inusitado, e quase semanal, ao Vereador Mário Nuno Neves, do Partido mais pequeno da Maia, o CDS - PP, que se for a votos não chegará aos mil. Então não é que o Jornal vai começar a publicar uma colecção de livros precisamente com um livro deste Vereador. Neste número a par de uma entrevista de duas páginas, publica a foto institucional daquele que seja pelo CDS, independente, coligação ou pelo PSD, fará sempre parte da lista de Bragança Fernandes. Uma promoção, não de todo inocente !
2.- E há que promover também Sua Excelência Senhor Dr. Jorge Catarino, dignissímo candidato à Câmara Municipal da Maia, pelo PS, meu partido, para que perca as eleições. Diz só asneiras neste número do PM, mas há que promovê-lo, para que tudo fique na mesma.
Outra promoção não de todo inocente !

quinta-feira, novembro 25

in TSF Online

EUAPentágono disposto a vender 50 mísseis ar-ar à Jordânia

O Pentágono está disposto a vender 50 mísseis norte-americanos ar-ar à Jordânia, mau grado a oposição de Israel, de acordo com um comunicado da Secretaria de Estado da Defesa distribuído em Washington.

O documento sublinha que o Congresso foi informado da intenção de vender a Amã 50 mísseis ar-ar de médio alcance (AMRAAM), do tipo AIM-120, por 39 milhões de dólares (29,4 milhões de euros).
«Esta venda vai reforçar a política externa e a segurança nacional norte-americana, contribuindo também para melhorar a segurança de um parceiro considerado chave, que demonstrou ser vital para a paz e estabilidade no Médio Oriente», precisa o texto.O Pentágono adianta que a Jordânia carecia de mísseis para reforçar a capacidade dos seus caças F-16 e a colaboração com as forças dos Estados Unidos.
«A venda prevista do equipamento não vai afectar o equilíbrio militar na região», garante o comunicado.De acordo com informações provenientes de Israel, datadas de Agosto, o governo do primeiro-ministro Ariel Sharon, receando que a Jordânia revenda o sistema AMRAAM ao Egipto, escreveu ao Congresso norte-americano tentando anular o fornecimento dos mísseis.A oposição israelita à venda foi encabeçada pelos ministros da Defesa, Shaul Mofaz, e dos Negócios Estrangeiros, Silvan Shalom, preocupados com a possibilidade de o Egipto vir a dispor do sistema AMRAAM.
Em 1979, o Egipto tornou-se o primeiro país árabe a selar um acordo de paz com Israel, seguido em 1994 pela Jordânia.

quarta-feira, novembro 24

PINTURA DE DUCHAMP

Do livro DUCHAMP, de Janis Mink, publicado pelo Jornal Público, deixo dois trabalhos.


Nu Descendo Uma Escada N.º 2, 1912.
Óleo sobre tela.



Fonte, 1917/1964.
Urinol de porcelana.

MAIA APRESENTA O PLANO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

Todas as pessoas sabem que sou da oposição à Câmara Municipal da Maia. Tem sido claro, claríssimo.
Ser da oposição não significa dizer que tudo está mal. Da facto o Plano de Desenvolvimento Sustentável da Maia, é um documento rigoroso e profissional.
Foi uma boa aposta que o Executivo fez, por isso os meus parabéns. Só é pena que a oposição, nomeadamente o seu chefe, e candidato à Câmara não ter estado presente, porque sempre aprendia alguma coisa com o estudo, da responsabilidade da Faculdade de Engenharia do Porto.
Estarei atento à sua concretização, e denunciarei se este estudo for parar à gavata, mas que tenho de reconhecer um bom rabalho lá isso tenho.

terça-feira, novembro 23

O COMENTÁRIO DE VITAL MOREIRA NO BLOGUE CAUSA NOSSA

Perante os desacatos de ontem já estou a imaginar políticos pusilânimes a pensar nas próximas eleições e a congeminar que o melhor é ceder antes que a coisa se torne mais grave. Errado! Ceder à violência mata a autoridade democrática. Ceder em Canas de Senhorim significaria abrir a porta à demagogia localista em dúzias de casos idênticos.

segunda-feira, novembro 22


Extractos da Imprensa em 2014
( data prevista para a saída do Governo do Sr. Lopes )


A Comissão Europeia divulga estatísticas que comprovam que Portugal é o país europeu que apresenta o maior Astral. Aliás, o Astral passou a ser a principal exportação portuguesa levando a que Portugal apresente pela primeira vez uma balança comercial equilibrada.
A Astróloga Maia aposentou-se como presidente do Instituto Nacional de Estatística.
A PT fez um protocolo com Stanley Ho para utilizar as cabines telefónicas que ficaram obsoletas em máquinas de jogo.
As obras do túnel do Marquês estão a andar a bom ritmo.
Um novo túnel liga a residência oficial do primeiro-ministro à Avenida 24 de Julho.
Os 27 habitantes de Almofala, aldeia do concelho de Figueira de Castelo, vieram a Lisboa manifestar-se junto da residência de férias do primeiro-ministro, no Palácio de São bento, queixando-se que o conselho de ministros reuniu naquela localidade apenas três vezes.
Os astronautas da estação espacial americana foram surpreendidos ao repararem que além da muralha da china, a segunda obra humana visível eram outdoors instalados em Portugal.
Teresa Caeiro depois de ter abandonado o cargo de secretária de estado das Artes e Espectáculos, abandonou a vida civil, ingressando na vida militar como grumete no Grupo de Escolas n.º 1 da Armada, tendo passado à reserva com o posto de Sargento-Ajudante, promoção alcançada graças a uma comissão de serviço num submarino em serviço no Rio Eufrates.
Paulo Portas é presidente da Associação Portuguesa das Famílias Numerosas.
Nobre Guedes anunciará que Portugal está tão limpo que os portugueses até voltaram ao saudável hábito de andarem descalços, excepto nas zonas turísticas onde se mantém ainda uma velha proibição do pé-descalço.
A sede da Organização de Unidade Africana foi instalada no Pavilhão de Portugal, na Feira das Nações.
A barragem de Alqueva vai servir para cenário do Lago dos Cisnes.
A Cinha Jardim é Presidente da Cruz Vermelha Portuguesa, estando a Santa Casa da Misericórdia a cargo de uma ex-jornalista russa.
Rui Gomes da Silva, que se dedicou ao jornalismo, acabou por ganhar o prémio Pulitzer.
Manuel Monteiro regressou ao CDS onde lidera a facção heterossexual.
Acabou de ser operado o último doente que aguardava a sua vez na fila para as cirurgias; a intervenção cirúrgica realizou-se no Instituto de Medicina Legal do Porto.

domingo, novembro 21

AGUARELAS DO PORTO

Em livro publicado pelo Jornal de Notícias, foram publicadas aguarelas de Vasco d,Orey Bobone, de que aqui deixo três:



Aguarela

Muralha Fernandina




Aguarela

Igreja de Santa Clara




Aguarela

Hospital de Santo António





ARTIGO A SER PUBLICADO NO JORNAL "PRIMEIRO DE JANEIRO", DA PRÓXIMA TERÇA-FEIRA

Na próxima 3.ª Feira será publicado o artigo da minha autoria, no Jornal Primeiro de Janeiro, na coluna MOSCARDEIRO:


EIS AS AUTÁRQUICAS !

onde é analisado a candidatura assumida e perdedora do Exmo Senhor Dr. Jorge Catarino, do PS, à Câmara Municipal da Maia.

sábado, novembro 20

Comentário: Já há anos um Deputado do CDS (ou do PP) vociferava que a cópula (enquanto acto sexual entre homem e mulher) só poderia ter lugar com um único fim: a procriação ! E levou resposta de Natália Correia.

Hoje há políticos que, desaprovam a actualização relativa que seja, da legalização , do aborto.
E terão as suas razões. Se há anos atrás, 40, 50 anos, houvesse tal legislação, eles não teriam talvez nascido; assim, são uns abortos vivos, chateando o avô e o bebé !



Aborto volta a dividir PSD e CDS Sociais-democratas admitem viabilizar lei do PCP para suspender julgamentos. O PP não.

Guilherme Silva (PSD) admite viabilizar uma proposta do PCP para suspender julgamentos de casos de aborto. CDS/PP demarca-se desde já .

O aborto volta a dividir os dois partidos da maioria governamental. Guilherme Silva, líder parlamentar do PSD, admitiu ontem ponderar a viabilização do projecto de lei do PCP para suspender investigações e julgamentos pela prática de aborto até à próxima mudança do diploma. Argumento: «não colide» com os compromissos com o CDS nesta matéria.
Nuno Melo, líder parlamentar dos democratas-cristãos, não gostou e, implicitamente, afastou a hipótese de votar a favor, ao lado dos comunistas. E, num recado aos sociais-democratas, chamou a atenção «para o dever de concertação em matérias legislativas», previsto nos acordos de coligação, assinados em 2002. Os mesmos que impedem mudanças na legislação à interrupção voluntária da gravidez até 2006.
Este é mais um foco de tensão entre os dois parceiros do Governo, menos de uma semana depois do congresso do PSD em que foi visível a resistência do partido a uma aliança pré-eleitoral para as legislativas de 2006 com o CDS.Em declarações à Lusa, Guilherme Silva garantia ontem que «o PSD vai estudar e ponderar» a proposta dos comunistas, que o diploma não altera a legislação em vigor e «não colide com os compromissos assumidos com o CDS/PP de não mexer em matérias já objecto de referendo até ao final desta legislatura». «Não se trata de alterar o quadro legal, de despenalizar o aborto», sublinhou o líder parlamentar social-democrata, que recebeu na quinta-feira uma carta de deputados do PSD a sugerir a viabilização do projecto do PCP.
O projecto, justificou, procura «dar respostas humanas a um problema», nomeadamente através da suspensão das investigações de casos de prática de abortos e da suspensão de penas, e que «tem como fim evitar a condenação efectiva das pessoas». Por isso, «o PSD tem margem de abordagem» para estudar e ponderar e «não rejeitar liminarmente» a sua aprovação. Mas Nuno Melo dá sinais de desacordo com o PSD. Embora admita ao DN não ter ainda falado com Guilherme Silva, o líder da bancada do CDS promete que o seu partido «manter-se-á firme na defesa do direito à vida» e da «vontade dos portugueses expressa em referendo» que, em 1998, se pronunciaram contra a mudança da lei. Num aviso claro ao PSD, Nuno Melo lembrou «o dever de concertação em matérias legislativas» previsto no acordo de coligação.
Ontem, à saída de Belém, o primeiro-ministro, Santana Lopes, afirmou que iria ler o projecto do PCP, falar com Guilherme Silva e garantiu que «não haverá votações que alterem o quadro legal» da interrupção voluntária da gravidez. episódios anteriores. Esta já não é a primeira vez que os parceiros da coligação desafinam. Em Dezembro de 2003, o porta-voz do PSD, Pedro Duarte, admitiu, em declarações ao DN, a descriminalização do aborto. Uma posição mais tarde corrigida pelos sociais- -democratas, face à irritação demonstrada pelo partido de Portas. Já este ano, pouco tempo depois de tomar posse, Santana Lopes admitiu reabrir o debate sobre a despenalização do aborto. Novamente o CDS protestou e Santana reafirmou que o PSD continuava vinculado ao compromisso de não mexer na lei até 2006.
(Notícia do Diário de Notícias, excepto o comentário)

sexta-feira, novembro 19

UMA CARTA PARA MEDITAR, DUM JOVEM

Exmo. Sr. Presidente da República Portuguesa,

No passado dia 18 de Novembro de 2004 foi aprovado na especialidade o diploma que estabelece o Regime de Transição para o Novo Regime do Arrendamento Urbano.

Tem este regime, como finalidade principal, e passo a citar o preâmbulo do diploma, “devolver ao Estado a tarefa de assegurar o direito fundamental à habitação, constitucionalmente consagrado, o qual, até hoje, tem sido assegurado, coerciva e indevidamente, pelos proprietários” , assegurar a “correcção das situações que actualmente distorcem o mercado de arrendamento”, e isto procurando sempre “atender às consequências que tais medidas implicarão a nível social”.

Uma das situações sociais que mais protecção merecem neste diploma, é a situação das pessoas com “dificuldades acrescidas de mobilidade”. Assim, prevê o diploma, no seu artigo 24º nº1, que “Se o arrendatário invocar idade superior a 65 anos e rendimento anual bruto corrigido inferior a 5 salários mínimos anuais, ao contrato continua a aplicar-se o Regime do Arrendamento Urbano, sem quaisquer alterações”. E é por este mesmo motivo que lhe envio esta correspondência.

Creio ser esta disposição de constitucionalidade duvidosa, por violação do artigo 13º da Constituição, o Principio da Igualdade.

Este artigo postula várias exigências, entre as quais, que «aquilo que é igual seja tratado igualmente, de acordo com o critério da sua igualdade, e aquilo que é desigual seja tratado desigualmente, segundo o critério da sua desigualdade». O princípio da igualdade, entendido como limite objectivo da discricionaridade legislativa, não veda à lei a realização de distinções. Proíbe-lhe, antes, a adopção de medidas que estabeleçam distinções discriminatórias, ou seja, desigualdades de tratamento materialmente infundadas, sem qualquer fundamento razoável (vernünftiger Grund) ou sem qualquer justificação objectiva e racional. Numa expressão sintética, o princípio da igualdade, enquanto princípio vinculativo da lei, traduz-se na ideia geral de proibição do arbítrio (Willkürverbot) (Ac. 186/90 do Tribunal Constitucional).

Este artigo não é, portanto, incompatível com discriminações em função da idade, desde que esta discriminação não seja “arbitrária, ou seja, se tiver uma justificação razoável”.

Contudo, tal como se encontra o diploma, na sua redacção actual, é criada uma situação profundamente injusta e infudadamente desigual na qual a lei tratará mais favorávelmente um cidadão de 65 anos que receba 5 salários mínimos por ano, do que outro de 64 anos que receba menos de 3 salários mínimos. Isto sem que se vislumbre qualquer justificação plausível para uma maior protecção destes cidadãos.

Da mesma forma, o diploma omite por completo qualquer referência aos reformados por invalidez, que, no meu entender, são os que verdadeiramente merecem a protecção em função dos seus problemas de mobilidade. Trata-se de situações em que muitos deles têm já as suas habitações adaptadas ás suas deficiências, são os que normalmente auferem pensões mais reduzidas, e, também, são os que normalmente mais dependem de uma teia de relações de solidariedade estabelecida com a sua vizinhança. Para estes, um possível despejo causará prejuízos na sua qualidade de vida que a atribuição de uma nova habitação e qualquer indemnização não compensarão.

Alerto-o também para a possibilidade de, em virtude da actual redacção do diploma e da “ratio legis” do mencionado artigo 24º, vir-se a registar um aumento da litigiosidade em função do mais que plausível entendimento de que o artigo 24º deve ser interpretado extensivamente por forma a abranger este tipo de situações, envolvendo em desgastantes batalhas juridicas quem apenas quer terminar os seus dias em paz.

Assim, Exmo. Sr. Presidente da República, venho por este meio humildemente pedir-lhe que actue no sentido de corrigir esta situação, seja no uso do seu poder de pedido de fiscalização preventiva da constitucionalidade do referido artigo ou, então, sugerindo ao orgão competente a substituição da abrangência do artigo aos maiores de 65 anos, passando o mesmo a atender apenas á condição do cidadão que seja pensionista.

Com os melhores cumprimentos,
João Paulo Santos
Estudante de Direito

quinta-feira, novembro 18

9 QUADROS


















quarta-feira, novembro 17

SANTANA LOPES

Santana é bom Santana Lopes é bom, mesmo muito bom, quando larga os discursos escritos efala de improviso do alto do púlpito, muito alto, mas lentamente, para não deixarsaltar saliva como fazia o Eng. Mira Amaral.
Foi isso que aconteceu no congresso do PSD, que o entronizou como líder dos liberais, pretendidos sociais-democratas. Mas por muito bom que seja a falarde improviso, há factos que mesmo o mais inflamado discurso não consegue apagardos registos político-históricos.
Santana Lopes fez a defesa acalorada do Orçamento do Estado para 2005. Disseque há consolidação orçamental, que a despesa baixa, que o défice estruturalse reduz. Tudo isto pode ser dito com maior ou menor convicção. Depende doactor.Mas, infelizmente para Santana, tudo isto mesmo que bem representado, serásó uma meia trite verdade. A verdade toda é que, havendo alguma consolidação orçamental, ela se reduzem relação aos dois anos anteriores e é inferior ao meio ponto de redução do défice estrutural que foi acordado com Bruxelas.
É um dos critérios que não será cumprido em 2005, como até o comissário europeu, Almunia, já deu nota. A verdade toda é que a despesa baixa, mas apenas à custa da insuficiência dedotações para certas áreas (a educação e a saúde são os casos mais flagrantes) e da desorçamentação escandalosa na saúde (600 milhões de euros) e doInstituto de Estradas de Portugal (400 milhões de euros). O mais certo é que terá quehaver e haverá provavelmente um orçamento rectificativo na segunda metade de 2005. A verdade toda é que a dívida pública cresce de 60 para 62%, deixando Portugal de cumprir outro dos critérios que Bruxelas vai impor para avaliação orçamentalno próximo ano.
A verdade toda é que este Orçamento estimula o consumo a acreditar no impacto da(descida do IRS) em detrimento do investimento: congelamento do investimentopúblico, e anulação da única poupança (fim dos PPR, CPH, PPA). A verdade toda, para infelicidade de Pedro Santana Lopes, é que até o circunspectogovernador do Banco de Portugal, Vítor Constâncio, considerou este Orçamentoinsuficiente em matéria de consolidação orçamental (que é a inscrição detodas as rubricas que lá deveriam estar, e pelos vistos não estão).
A verdade toda é que duas agências internacionais anunciaram que descerão o «rating>
da República em 2005, se não houver correcções na política económica e no Orçamento
do Estado para 2005. A verdade toda é que a Confederação da Indústria Portuguesa e a Confederaçãodo Comércio Português consideram este Orçamento como errado e errático e que muitos economistas, das mais diversas áreas (Teodora Cardoso, João Salgueiro, Miguel Beleza, Vítor Bento, João Ferreira do Amaral) se mostraram muito críticos
em relação ao documento.
Mas então não há ninguém que defenda o OE 2005 para além de Santana Lopes e Bagão Félix? Há. Chama-se João César das Neves, que foi assessor de Cavaco Silva e que faz constar de ser um reputado economista e ainda melhor "entertainer".Tal como Miguel Beleza, no tempo do Cavaco.Mas é pouco, poucochinho, porque apenas nos faz lembrar a história daquelamãe que, orgulhosa, ao ver o nabo do filho a marchar com o passo trocado na paradamilitar, diz toda contente para a vizinha:
- «Olha, só o meu Pedrinho é que vai com o passo certo!»

terça-feira, novembro 16

ARTIGO PUBLICADO NO JORNAL "O PRIMEIRO DE JANEIRO"

Artigo, da minha autoria, no Jornal "O Primeiro de Janeiro", em 9 de Novembro de 2004.

MOSCARDEIRO


MOREIRA: DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL ?



Moreira da Maia é uma Vila. Já lá vão uns anos desde que a Assembleia da República tomou essa decisão. Já eu então pertencia à Assembleia de Freguesia, como hoje. Não vi contudo, desde esse acto legislativo de elevação a Vila, que tal haja beneficiado em alguma coisa Moreira da Maia e as pessoas que aqui vivem. Apesar dos esforços do então presidente do executivo da Junta, Sr. David Branco, que, esclareço, não pertence ao meu Partido.

Quando se passa pelas ruas e vielas da Vila, tão mal tratadas, repara-se com preocupação no enorme desfasamento entre o natural crescimento demográfico e o desenvolvimento sustentado, que deveria ter acompanhado aquele.

Um dos exemplos é junto à Ponte de Moreira, onde cresce uma urbanização, que, diga-se, com arquitectura apelativa, mas estragando tudo, os construtores vão erguer duas torres de mais de vinte andares cada. Por toda a freguesia desde o aeroporto, passando pela zona industrial, até Crestins, erguem-se prédios, misturados com fábricas, uma das quais é a Central de Valorização Energética, ou seja, a incineração do lixo.

Isto é, uma freguesia eminentemente rural, está a dar origem a uma outra realidade, onde as infra-estruturas tardam em aparecer. Existem locais onde a par da propaganda da Empresa Municipal Maiaambiente, da recolha selectiva porta a porta, nas zonas "nobres", se vêm enormes lixeiras.

A nova Junta de Freguesia sediada num bom edifício, pago com dinheiro da Central de Incineração, e como contrapartida para a contaminação dos imensos lençóis freáticos, bem junto ao contaminado Rio Leça, Moreira da Maia está a destruir o equilíbrio que deveria existir entre a ruralidade e os espaços urbanos; Moreira da Maia, com fracas estruturas viárias, ambientais e económicas, está a esmagar a qualidade de vida dos seus fregueses, e, de maneira alguma, a valorizar o seu passado. A expansão desordenada do "betão armado" assassina as vivências das populações, e contribui não para um pólo de desenvolvimento harmonioso, mas para a morte inevitável da ruralidade, em detrimento daquele.

Com o metro do Porto a passar sobre os "carris" do antigo caminho de ferro, bem poderia a Vila do Concelho da Maia, ser mais atraente sob o ponto de vista cultural, arquitectónico e sócio-económico. Mas não, a incompetência política e de gestão de quem a governa, em conluio com o poder municipal, tiram-nos todas as veleidades. Moreira da Maia, continuará a ser esquecida pelos decisores da edilidade.

Os esforços de descentralização cultural que tão bem os anteriores presidentes de Junta conseguiram organizar, estão entregues na sua organização à carolice de meia dúzia, quando estes eventos deveriam sair das próprias populações, organizadas em Conselho de Colectividades, que dessem corpo a verdadeiras manifestações culturais de massas. É preciso e é necessário que o poder cultural, saia do Praça Dr. Vieira de Carvalho, seja, dos Paços do Concelho, e desabrochem para as zonas limítrofes, como é o caso de Moreira, e isso que seja profissionalizado e não colidindo com as boas vontades, que têm mérito, mas às vezes não passam disso.

Tendo, por exemplo, em consideração as exposições de pintura, arte sacra e feira do artesanato, perguntar-se-á quantos Moreirenses as visitam e delas usufruem! Uma minoria, e eu vi as salas vazias quando por lá passei, até para fazer umas compras. É preciso mais dinamismo e actuação de pessoas profissionais nestas importantes promoções.

Na última Assembleia de Freguesia foi presente, como sempre, o Balancete das Contas, referido a Setembro, e pasmei, como em outros anos. É que para despesas de investimento a Câmara e o Governo, tinham contribuído exactamente com zero euros. Sei que zero é um número, mas aqui muito amargo !

As promessas são muitas, desde a esquadra da GNR até ao Centro da Juventude, passando pelo disciplinar do trânsito nas Guardeiras e Padrão de Moreira. E as sedes para o Rancho Folclórico e para a Banda de Música ? Nada! o poder esqueceu-se, que em Moreira vivem muitas pessoas imigradas de outros centros, sem se cuidar com o desenvolvimento sustentável. Certamente, que aqueles que aqui nasceram e se mantêm vivendo, vêm morrer a sua etnografia, as suas culturas, e numa ocasião excelente para o casamento da inculturação com os que elegeram esta terra como também sua, e sitio para viverem.

Moreira da Maia, Vila, que te estão a destruir e a obrigar a esqueceres os teus avós, e esquecendo-os vais perdendo as tuas linhas na história; não traças os caminhos do futuro! Acorda minha terra, e reage, que todos nós estaremos na luta.

Joaquim Armindo
Deputado Municipal do PS e da Vila de Moreira
jarmindo@clix.pt
http://www.bemcomum.blogspot.com








segunda-feira, novembro 15

COMENTÁRIO DE VICENTE JORGE SILVA, NO BLOGUE CAUSA NOSSA

Santana ao espelho


Santana Lopes propõe-se ser primeiro-ministro até 2014.
A ambição releva quase da ficção científica, género de que o chefe do Governo deverá ser um fã não assumido.
Mas no congresso do PSD Santana propôs-se separar a «ficção» (alimentada pela oposição, pelos media e pelos comentadores perversos, como o inevitável mas não citável Marcelo) da «realidade» ou a «verdade» (que seriam a obra realizada por si e o seu Governo).
Na obsessão de querer ser amado a todo o custo e ao ver-se permanentemente ao espelho («espelho meu, haverá alguém mais belo do que eu»?), Santana projecta imagens que lhe devolveriam um reflexo enebriante de si mesmo (a «realidade», a «verdade»), rejeitando tudo quanto possa perturbar essa evidência (e que seria, por isso, da ordem da «ficção»).
Ora, Santana só funciona verdadeiramente (e brilhantemente, sublinhe-se) como actor de uma ficção centrada nele próprio.O seu talento de tribuno é insuperável (compare-se a sua espantosa fluência no improviso com o ar postiço e robotizado de Sócrates), mas é um talento que gira no vazio musical das palavras, das palavras reduzidas ao seu estrito poder galvanizador, das palavras como puro factor ficcional (para efeitos de sugestão própria e, suplementarmente, para as audiências que se propõe amestrar).
Santana pode dizer uma coisa e o contrário que, aos seus olhos, isso não tem, rigorosamente, a menor importância. Ele não parece ter consciência das suas contradições ou foge delas como o diabo da cruz. É por isso que lida tão mal com as interpretações das suas palavras que não se enquadram naquilo que gostaria de ver publicado, ou melhor, «espelhado» (o espelho, sempre ele). Daí também, porventura, a sua reacção aos títulos da imprensa sobre o «desafio» que fez a Cavaco para concorrer a Belém (ah! o tempo que ele perde a discutir com os media, esse eterno espelho...).Transportado pela embriaguez do verbo improvisado (já viram como é um actor perfeito nesse género e como soa a falso sempre que lê um texto?), Santana apenas concebe uma «realidade» e uma «verdade» que sejam o reflexo da contemplação narcísica de si mesmo. O mundo começa e acaba nele.
O resto é ficção.
Só que, de facto, a ficção está no espelho onde ele se vê.
Vicente Jorge Silva

domingo, novembro 14

COMENTÁRIO DE VITAL MOREIRA, NO BLOGUE CAUSA NOSSA

Acossamento


No congresso do PSD foram frequentes as queixas sobre a crítica dos "media" -- desde Santana Lopes a Morais Sarmento, entre vários --, sempre sublinhadas com vivos aplausos dos delegados. Só faltou o improvável ministro Gomes da Silva a reincidir na sua original tese da conspiração "objectiva". Mas é evidente que nas hostes do partido governamental reina o ressentimento contra a imprensa (apesar dos comissários governamentais em acção no meio) e que nele medra uma sensação de acossamento. Costuma ser um sinal antecipado de derrota...

sábado, novembro 13

PINTURA DE FALCÃO TRIGOSO

Pinturas de Falcão Trigoso, publicadas em livro, por Sylvia Fragoso, colecção Diário de Notícias



Águas e Palhas de Agosto, 1954




Ribeiro-Maio, 1954

sexta-feira, novembro 12

ARTIGO PUBLICADO NO JORNAL PRIMEIRA MÃO , DE 5 DE NOVEMBRO DE 2004

Foi publicado no Jornal Primeira Mão, o seguinte artigo da minha autoria:
OS ESQUEMAS


Data de 1985, um livro de Clara Pinto Correia, (Edições Rolim), que li e reli com muito prazer. De seu título "Um Esquema" contava a história de duas pessoas, que se conheceram e durante vários meses tiveram "um esquema", para algo que "não vai acontecer nem demora nem consequência. É uma radiação que ainda não foi classificada de forma sistemática." E diga-se então "que teve um esquema".

Esta história, com h ou sem ele, só Clara Pinto Correia saberá, saborosa na sua formulação e de uma escrita escorreita, está longe do que agora nos mais variados meios se entende por "esquema", nomeadamente no que diz respeito à nossa política e aos nossos políticos.

Na nossa vivência política, e objectivamente neste Concelho da Maia, algumas das personalidades políticas, deixaram, até com a cobertura de alguns jornais, de recorrer à estratégia e à táctica, para lhe sobreporem os "esquemas", que algum dia destes os coloquem em lugares onde sejam reconhecidos duplamente, quer por Suas Excelências, quer pelos Euros que lhes entrem pelo bolso adentro, sempre em nome do "serviço à coisa pública" e com grande sacrifício pessoal.

É essencial que um partido político tenha a sua estratégia, possua a sua táctica, para fazer frente, não aos inimigos como na guerra, mas aos adversários, mulheres e homens como eles, com o fim próprio de atingir a sua opção de um determinado bem comum, firmando a sua prática em valores e princípios e usando uma táctica, por vezes parecendo utópica, mas reveladora do esmagamento do solipsismo concomitante. E digo utópica, para sublinhar a estratégia e táctica militar, como na Batalha de Aljubarrota, com a Ala dos Namorados, onde contra todas as previsões Nuno Álvares Pereira fez triunfar a utopia. Já não compreendo que se substituam estes legítimos caminhos, por "esquemas", tão distantes da definição de Clara Pinto Correia.

Existem políticos, bem próximos até das minhas cores, que usam e abusam da montagem de esquemas, que nada abonam a favor da sua honestidade política e visibilidade cultural; seja como for, esses "esquemas" são forjados na mais pura burlice da arte de servir os seus eleitores e de os enganarem, por atalhos ditos democráticos, e até de maiorias de votos, intentados numa clara demagogia pretensiosamente impoluta, logo de inverdade política, métodos herdados dos 99% de votos das eleições à Américo Tomás. Que sempre ganhou, embora perdendo.

No momento em que caminhamos para a definição dos candidatos às autárquicas, começam a desenhar-se os "esquemas", que hão-de conduzir alguns a candidatos, mesmo que para isso tenham que ser, ou parecer, inimigos fidagais do poder instituído ou lambe botas desse mesmo poder. E há-os, para todos os gostos.

Há aqueles, que fazem o sacrifício de serem candidatos, montando ao longo de anos "um esquema", que os leve, quais vítimas, a um poder, à força de aturada e não reconhecida oposição. E para isso usam-se do partido, para esmagar quem, porventura, ouse discordar de "programas", que só fazem sentido nas tertúlias de tais "esquemas". E para que a mentira travestida possa parecer verdade (como diz António Aleixo em "Este livro que vos deixo"), monta-se uma teia, em forma de polvo, denegrindo, acusando e vitimizando-se. Esmagam-se amigos ou inimigos, censura-se, corta-se, (não existe um livro fotocopiado a circular, com intervenções do Mestre, feito pelo próprio, como sendo a intervenção única e exclusiva dum Partido da Maia ?) , depois acusam-se os outros, entenda-se Poder, de censurarem e intervirem no esmagamento das opiniões.

Outros há que, com medo, de não serem candidatos pelo seu Partido, a tudo recorrem para obter a benquerença do Poder. E então pateticamente, quando podiam ficar silenciosos, que nada aconteceria aos seus centros cívicos em construção, fazem o haraquiri das suas convicções, se as têm, e produzem discursos de autênticos acólitos de quem pensam que irá vencer nas urnas eleitorais. Aqui também existem "os esquemas" !

Sem pretender ter o monopólio da verdade, entendo que nem uns, nem outros, serão servidores da polis (cidade), porque "os esquemas" a nada conduzem, e o povo, o povo senhores, esse não esquece quem o não quer adormecido, e dos que lutam pela sua participação activa em todos os momentos comuns, e não unicamente no apelo ao seu voto de tempos a tempos.

Os que hoje denunciam, podem perder, mas logo ganharão na serenidade das suas consciências e mais tarde o reconhecimento da verdade, sem "esquemas".

Joaquim Armindo
Deputado Municipal do PS

quinta-feira, novembro 11

A MINHA HOMENAGEM



Herói, batalhou pelo massacrado Povo Palestiniano, até à morte.

A MINHA MAIS SENTIDA HOMENAGEM

quarta-feira, novembro 10

ATÉ AO FIM DE SEMANA

Por motivos de ordem profissional só retomarei o blogue no próximo sábado.

terça-feira, novembro 9

COMUNICADO DA ASSOCIAÇÃO POLÍTICA REGIONAL E DE INTERVENÇÃO LOCAL

A April, Associação de que sou membro fundador imitiu o seguinte comunicado.

A APRIL E A TRANSFIGURAÇÃO POLÍTICA EM CURSO (2)
15 OUTUBRO 2004
Posição da APRILAssociação Política Regional e de Intervenção Local(Associação Política de Reflexão e Intervenção Livres)

Em escassas semanas, entre o princípio de Junho e o fim de Setembro, Portugal deixou de poder contar para sempre com o contributo luminoso, erecto, empenhado e persistente, de Sousa Franco, José Augusto Seabra, Maria de Lourdes Pintasilgo, Nunes de Almeida, Manuel Baganha. E Sophia.

Portugal vai também, a par destas perdas, deixar de contar com o desempenho político quotidiano de Barroso, Ferro Rodrigues, Carlos Carvalhas, Rebelo de Sousa, Henrique Granadeiro, Silva Peneda, Teresa Patrício Gouveia, Marques Mendes, Pacheco Pereira, Miguel Veiga, Arlindo Cunha, Narana Coissoró e Maria José Nogueira Pinto.

Portugal ainda não deixou, totalmente, de contar com o Presidente Sampaio, cuja actuação parece agora querer disputar ao grilo do Pinóquio o papel de consciência torturada: o P.R. deve ser Presidente de todos os portugueses, incluindo os que votaram nele.

Novos agentes políticos estão já na primeira linha: Santana e Portas, Sócrates, Gama e Vitorino; Miguel Relvas e Gomes da Silva, Luís Delgado, Nuno Cardoso e Manuel Carrilho. Perfilam-se no horizonte ou à frente dele: Jerónimo de Sousa, Filipe Pereira, Bagão, Cardona.Reconhecendo nalguns deles potencial de desempenho democrático, é nossa esperança que esses segurem com firmeza o testemunho passado pelos desaparecidos e pelos, no presente, marginalizados.

Os grupos económicos reorganizaram as suas políticas de alianças e os seus objectivos face ao quadro europeu existente – e têm, a partir das distorções estruturais do país, praticado estratégias de modelo único, debaixo da capa da disciplinarização do défice, do aumento da competitividade, da eficácia de gestão da “coisa pública”, estratégia esta que conduz, rapidamente, ao afunilamento do sistema democrático, da homogeneização das opiniões, da instalação definitiva de um padrão único, de “foleirice” na opinião pública, veiculado pelo “big amigo TV” e pelo jornalismo de encomenda, que têm feito o seu caminho apressado com suficiência quanto baste.

O Presidente Sampaio não tem razão quando, na sessão comemorativa do 5 de Outubro pede o fim das “medidas avulsas” do actual Governo. Do nosso ponto de vista, esta qualificação retira clareza ao discurso e não oferece aos cidadãos que participaram na eleição directa do P.R. como guardião das liberdades, direitos e garantias constitucionais, a informação necessária. As medidas do actual Governo não são avulsas: são coerentes entre si e são emanações de um projecto consistente sobre o País: dominá-lo através da submissão das classes média e popular, tentando prolongar o mais possível a ocupação do poder pelos seus agentes, instalando em profundidade um sistema de comportamentos em que o clientelismo, o nepotismo e a corrupção sejam abertamente tolerados e em que o histerismo ideológico emerge como instrumento manipulador de consciências sempre que convier fazendo sobrepor a realidade televisiva à realidade real: está a instalar-se um processo de “madeirização” do continente.Nalguns destes aspectos, governos anteriores tiveram parcelarmente e em muito menor proporção, práticas similares, deve dizer-se; foi assim que a classe política se foi tornando em Portugal, mais parte dos problemas do que autora das soluções.
O Presidente – e nós também – pode é não gostar desse projecto, pois que este, afundando a democracia, torna o desenvolvimento apenas um vocábulo para usar na retórica das aparições públicas dos agentes do poder.

Tal como referimos no nosso Editorial anterior (15/07/04), dada a situação presente, não achamos condição suficiente que os Partidos, procurando ou não “Novas Fronteiras”, sejam os únicos protagonistas da defesa e sustentação do sistema democrático:a viscosidade que tomou conta da generalidade da sociedade portuguesa exige mais, talvez exija o impossível = a sua transformação em sociedade dinâmica, acordada e participativa. É pois, mais uma vez, que, do ponto de vista da APRIL, é necessário que ganhe cada vez mais expressão e audiência tudo, mas tudo, o que os cidadãos, desde os sindicatos aos ambientalistas tenham a propor ou a criticar (palavras do referido Editorial). É nosso entendimento ter chegado o momento em que seria imperativo promover uma “Plataforma Cidadã”, que reúna periodicamente todas as organizações cívicas não comprometidas partidariamente, e que venha a constituir:

um observatório do país

um lugar de discussão do Orçamento do Estado e das consequências da sua aplicação prática
um ponto de encontro para discussão dos problemas nacionais

uma forma de estabelecer sinergias nas acções das diversas associações. Deixamos aqui expresso um apelo aos orgãos ainda independentes da Comunicação Social para que registem estas vozes. Elas precisam de se ouvir umas às outras.

Aprofundar a Democracia é Defendê-la.

Esta tomada de posição da APRIL sobre a transfiguração política em curso (2) é dedicada à memória do nosso querido associado Prof. Baganha.O seu exemplo de verticalidade, de subtil inteligência e de persistência na participação nos orgãos de democracia representativa e nas associações cívicas, será, perante todos nós, um exemplo claro de um caminho a seguir.
A Comissão Directiva

segunda-feira, novembro 8

PINTURA DE BACON

Do livro BACON, da autoria de Luigi Ficacci, editado pelo Jornal Público, duas pinturas:




Estudo de um Babuíno, 1953
Óleo sobre tela






Pormenor de um tríptico inspirado pela Oresteia de Ésquilo, 1981
Óleo sobre tela

domingo, novembro 7

DÁ PARA RIR - DÁ PARA CHORAR

in SIC online

À "reconquista" do Castelo de S. Jorge
Nuno da Câmara Pereira imita Martim Moniz

O fadista Nuno da Câmara Pereira vai "vestir-se" sábado de Martim Moniz e assaltar o Castelo de S. Jorge para o "restituir aos portugueses" e impedir a instauração da taxa de entrada definida pela Câmara de Lisboa.

O protesto, previsto pelo fadista para o início da tarde, é motivado pela decisão da autarquia de cobrar uma taxa de entrada de três euros para todos os cidadãos não residentes na capital.
"O Castelo de S. Jorge foi conquistado para os portugueses há 800 anos por Martim Moniz, que morreu mesmo entalado nas suas portas.
(Os portugueses) Não podem sentir-se agora entalados por alguém que pretende franquiar a sua entrada", disse hoje à agência Lusa o cantor.
Nuno da Câmara Pereira, que é também vice-presidente do Partido Popular Monárquico e comendador-mor da Ordem de S. Miguel da Ala, fundada por Afonso Henriques durante a conquista de Santarém aos mouros, considerou que um símbolo nacional como o Castelo de S. Jorge, propriedade do Instituto Português do Património Arquitectónico (IPPAR), "tem de estar aberto a todos os portugueses, não apenas aos de Lisboa" .
"Sou alentejano e não me considero um mouro. Tenho direito, como qualquer português, ao acesso livre ao castelo. Não acho lógico, justo ou honesto que 800 anos depois de Martim Moniz ter morrido entalado, agora os portugueses sejam assim tratados", disse. As "novas hostes da reconquista de Lisboa" agrupam-se às 15:00 frente ao castelo, dispostas a invadi-lo e, se necessário, "novamente se entalarem nas suas portas" em defesa do que Nuno da Câmara Pereira considera o património e símbolo "de todos os portugueses, não apenas dos da capital".
"Estamos a falar da Lisboa verdadeiramente antiga e original. Aquilo a que hoje se dá muitas vezes esse nome, a baixa pombalina, eram as hortas da cidade daqueles tempos. Essa Lisboa que foi conquistada aos mouros é património nacional", frisou. Este acto de "reconquista", salientou Nuno da Câmara Pereira, nasceu de "um gesto espontâneo" seu e não tem quaisquer motivações políticas, mas apenas a "indignação" pelo caso.
"Apelo à consciência nacional para que o maior número possível de portugueses compareça no castelo e o invada", acrescentou.

ARTIGO PUBLICADO NO JORNAL "O PRIMEIRO DE JANEIRO", DE 31/10/2004

Foi publicado na coluna "Água Viva", do Jornal "O Primeiro de Janeiro", de domingo passado, 31/10/2004, o artigo da minha autoria "FICA CONNOSCO, SENHOR":

ÁGUA VIVA


FICA CONNOSCO,SENHOR



"Fica connosco, Senhor, pois a noite está caindo" (Lucas 24,29), é a citação do Evangelho, com que João Paulo II inicia a Carta Apostólica "Mane Nobiscum Domine", proclamando o Ano Apostólico de 2004-2005, como o da Eucaristia.

Duas coisas são importantes neste pedido ao Senhor, é "que fique connosco" e "a noite está caindo". A Eucaristia, ou Fracção do Pão, como é conhecida nos textos bíblicos, tem sentido como o centro da vida de cada cristão, pela vivência do sacramento que se faz vida ressurrecta em cada mulher e homem, que vivem na humanidade e em especial no nosso local de vivência.

A Eucaristia, como acto da presença do Senhor vivo e actuante, deve ser entendida como a doação da nossa vida a favor dos demais, em particular dos que sofrem, dos marginalizados e dos mais pobres. O ritual da Missa em si torna-se ineficaz, se o Senhor na " noite que está caindo", não for exaltado fora das paredes dos templos, em todos os lugares, na solidariedade e na fraternidade, esta no sentido lacto de Amor e Urbanidade.

A Ceia do Senhor deve ser sentida, como a força que nos congrega a sermos testemunhas no mundo onde "a noite está caindo". Esta "noite" são os sinais concretos onde nos movemos, desde a guerra à injustiça, passando pelos excomungados da sociedade, onde nós não sabemos, humildemente celebrar o Senhor, porque é muito mais fácil cumprir um preceito dominical, do que ser o sal e o fermento.

Hoje a "noite" tem múltiplas formas de disfarce, onde os défices são palavra de ordem e o economicismo dos vendilhões do templo, passa adiante da Fracção do Pão, este Pão que por repartido se torna vida e basta para todos. É a Ressurreição que acontece em cada desempregado, excluído ou tornado inútil, pela sociedade onde nós os cristãos pontificamos.

O Ano da Eucaristia, ou é Esperança contagiante da nossa proclamação na "noite" da Vida, ou não passará de meras celebrações que nada nem ninguém transformam.

O Senhor está connosco, queiramos ser sentinelas atentas, urbi et orbi.

Joaquim Armindo
Licenciado em Engenharia e Ciências Religiosas
jarmindo@clix.pt
http://bemcomum.blogspot.com

Escreve no primeiro domingo do mês neste jornal

sábado, novembro 6

PINTURA DE ANTÓNIO CARNEIRO

Foi publicado mais um livro de Pintores Portugueses, na colecção do Díário de Notícias, da autoria de Laura Castro, sobre ANTÓNIO CARNEIRO. Aqui ficam algumas das pinturas:



Estudo para Cláudio Compositor
Carvão sobre papel




Mulher costurando
Óleo sobre madeira

sexta-feira, novembro 5

ARTIGO PUBLICADO NO JORNAL "PRIMEIRA MÃO", DE HOJE



O Jornal "Primeira Mão" de hoje, publica um artigo de opinião, da minha autoria:


"OS ESQUEMAS"

sobre os "esquemas" políticos na Maia.

ALGUÉM ESCREVEU.

É bem feito.

Os sinais estavam lá. As novelas.

As intermináveis e desconchavadas novelas em que todas as crianças frequentam colégios da Linha, e são louras e precocemente parolas.

As Lux e as Flash. O telejornal da TVI.

O futebolês e a sua miríade de constelações e estrelas, as maiores, as menores e as anãs, os dirigentes, os agentes, os jogadores, as transferências e os treinadores de bancada e de café.

O 24 Horas e as suas manchetes sanguíneas e colunas rosa-choque. Os três diários desportivos.

Os Big Brother's e as chusmas de indigentes que revelaram, geraram eadularam.

Os caciques locais. Felgueiras. Marco de Canaveses.

A justiça, apoucada e achincalhada. A Alexandra Solnado e as conversas de Jesus com a cabritinha.

As abstenções, galopantes. A política, trauliteira e lapuz.

Os impropérios lançados a esmo, pelos carroceiros e pelas azémolas que habitam o Parlamento e as autarquias deste país, de norte a sul.

Os deputados que o são porque dominam as concelhias.

O triunfo da demagogia, a vitória fácil do populismo.
A farsa da Madeira, esse espectáculo pornográfico instalado há anos na Casa Vigia, onde perora um senhor anti-democrata e fascista, adulado por um dos dois maiores partidos portugueses.

A lenta agonia da Cultura. A asfixia da Ciência.
A sangria, continuada, mortal, dos nossos melhores homens e mulheres, em demanda de melhores países, de outras instituições que os animem, que os reconheçam.
A invasão obscena do betão em tudo o que é Parque Natural, zona protegida, Rede Natura, arriba fóssil, rio selvagem, orla costeira.
As oportunidades perdidas.
O Alqueva.
Os fundos de Coesão.
O Fundo Social Europeu.
Os subsídios à agricultura dados de mão beijada a pessoas que não sabem distinguir um cão de uma ovelha.
Os jipes.
Os condomínios privados.
Os montes no Alentejo.
As férias no Brasil e as festas no Algarve.
Os milhares que provam, provado, o adágio que diz que quem cabritos vende e cabras não tem, de algum lado lhe vem.
Os Ferraris do Vale do Ave.
Os processos que prescreveram.
Os jornais, as rádios, as revistas, as televisões que estão na mão de apenas três grandes grupos económicos.
As campanhas eleitorais, pagas a peso de ouro, a troco não se sabe bem do quê.
As negociatas. As promessas. As mentiras.
Os impostos que iriam descer e afinal sobem.
O emprego que iria subir e afinal desce.
O IVA que já foi a 17% e agora é a 19%.
O Santana Lopes que passou do Sporting para a Figueira, da Figueira para Lisboa e de todas as vezes foi eleito. Democraticamente.
E que foi alçado a número dois do PSD estando, por esse facto, na linha de sucessão para cargo de primeiro-ministro.
E, quando tudo isso aconteceu, onde estávamos nós ?
Na praia ? No café ? Na Ler Devagar, a folhear Heidegger ? Em Londres, a admirar Buckingham Palace ?
Não sei onde estávamos.
Sei, apenas, que estávamos calados.

E é por isso que é bem feito.

Demitimo-nos do dever de falar, de esclarecer, de protestar, de votar.
E, se alguns, poucos, falavam, muitos assobiavam para o ar, como se não fosse nada connosco.
Era sempre com eles, com os políticos.
E estávamos errados: a política é nossa.
A política somos nós que a devemos fazer, participando, votando, reclamando, exigindo.
Abstivemo-nos e as coisas aconteceram.
Os factos surgiram e ficaram impunes.
Os acontecimentos seguiram o seu curso, o barco singrou desgovernado, com os incapazes ao leme e os arrivistas a bater palmas.
Agora que o impensável se acastela no horizonte, assim ficamos, aflitos, o coração nas mãos, a perguntarmo-nos: como foi possível ? Como será possível ?
E mais aflitos ainda ficamos porque sabemos: é possível.
Pode acontecer.

Pode acontecer que Paulo Portas e Santana Lopes, dois parasitas do poder, dois demagogos, dois populistas, se enquistem em São Bento.
Mesmo as eleições antecipadas, a ocorrer, poderão não o impedir.

Mais : as eleições poderão até ser o impulso que necessita essa associação simbiótica contra-natura para se declarar vitoriosa.

Bastam umas fotografias nas revistas do coração, uns beijinhos nalgumas feiras, uns ósculos nalgumas recepções, três ou quatro discursos ocos, cheios de sonoridade e de impacto televisivo, a aura de salvadores da pátria e dos bons costumes, e lá vai o povinho do futebol, dos morangos com açúcar e do 24 horas a correr às urnas, ungir o Sr. Feliz e o Sr. Contente com os louros do poder.
E, mesmo que não aconteçam eleições, a cartilha está igualmente traçada.
Os impostos a cair.
As festas para o povo pagas com o erário público, esse erário minguante que à custa de tanto e de tantos foi custosamente aforrado nos dois últimos anos.
As promoções em catadupa, os Institutos Estatais criados por decreto, para promover os novos boys e criar novos empregos efémeros.
Os gastos à tripa forra para contentar taxistas, sindicatos, peixeiras, comerciantes, função pública.
Os saneamentos.
A ostracização dos críticos, dos descontentes, dos que se manifestam.
Tudo isto pode acontecer.
Não só por dois anos, mas também por quatro.
Ou mais.
Até que o dinheiro se acabe ou até que vague o cargo de Presidente de qualquer coisa.

Que até pode ser o do País, que a malta nem se importa muito...

Afinal, os povos cobardes só têm aquilo que merecem !...





quinta-feira, novembro 4

INTERVENÇÃO DOS LEITORES

Relações afectivas - Parceria - SAWABONA - SHIKOBA

Não é apenas o avanço tecnológico que marcou o inicio deste milénio.

As relações afectivas também estão passando por profundas transformações revolucionando o conceito de amor.

O que se busca hoje é uma relação compatível com os tempos modernos, na qual exista individualidade, respeito, alegria e prazer de estar junto, e não mais uma relação de dependência, em que um responsabiliza o outro pelo seu bem-estar.

A ideia de uma pessoa ser o remédio para nossa felicidade, que nasceu com o romantismo, está fadada a desaparecer neste início de século.

O amor romântico parte da premissa de que somos uma fracção e precisamos encontrar nossa outra metade para nos sentirmos completos.Muitas vezes ocorre até um processo de despersonalização que, historicamente, tem atingido mais a parte mais carente.

Pois que abandona suas características, para se amalgamar ao projecto da outra pessoa.

A teoria da ligação entre opostos também vem dessa raiz: o outro tem de saber fazer o que eu não sei.

Se sou manso, ele deve ser agressivo, e assim por diante.

Uma ideia prática de sobrevivência, e pouco romântica, por sinal.A palavra de ordem deste século é parceria.

Estamos trocando o amor de necessidade, pelo amor de desejo.

Eu gosto e desejo a companhia, mas não preciso, o que é muito diferente.

Com o avanço tecnológico, que exige mais tempo individual, as pessoas estão perdendo o pavor de ficar sozinhas, e aprendendo a conviver melhor consigo mesmas.Elas estão começando a perceber que se sentem fracção, mas são inteiras.O outro, com o qual se estabelece um elo, também se sente uma fracção. Não é príncipe ou salvador de coisa nenhuma. É apenas um companheiro de viagem.

O ser humano é um animal que vai mudando o mundo, e depois tem de ir se reciclando, para se adaptar ao mundo que fabricou.Estamos entrando na era da individualidade, o que não tem nada a ver com egoísmo. O egoísta não tem energia própria; ele se alimenta da energia que vem do outro, seja ela financeira ou moral.

A nova forma de amor, ou mais amor, tem nova feição e significado. Visa a aproximação de dois inteiros, e não a união de duas metades. E ela só é possível para aqueles que conseguirem trabalhar sua individualidade.

Quanto mais o indivíduo for competente para viver sozinho, mais preparado estará para uma boa relação afectiva. A solidão é boa, ficar sozinho não é vergonhoso.Ao contrário, dá dignidade à pessoa.As boas relações afectivas são óptimas, são muito parecidas com o ficar sozinho, ninguém exige nada de ninguém e ambos crescem.Relações de dominação e de concessões exageradas são coisas do século passado.Cada cérebro é único. Nosso modo de pensar e agir não serve de referência para avaliar ninguém.


Muitas vezes, pensamos que o outro é nossa alma gémea e, na verdade, o que fizemos foi inventá-lo ao nosso gosto.Todas as pessoas deveriam ficar sozinhas de vez em quando, para estabelecer um diálogo interno e descobrir sua força pessoal. Na solidão, o indivíduo entende que a harmonia e a paz de espírito só podem ser encontradas dentro dele mesmo, e não a partir do outro.Ao perceber isso, ele se torna menos crítico e mais compreensivo quanto às diferenças, respeitando a maneira de ser de cada um.O amor de duas pessoas inteiras é bem mais saudável.Nesse tipo de ligação, há o aconchego, o prazer da companhia e o respeito pelo ser amado.Nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes você tem de aprender a perdoar a si mesmo...Caso tenha ficado curioso(a) em saber o significado de SAWABONA, é um cumprimento usado no sul da África quer dizer


"EU TE RESPEITO, EU TE VALORIZO, VOCÊ É IMPORTANTE PRA MIM".

Em resposta as pessoas dizem SHIKOBA que é
"ENTÃO EU EXISTO PRA VOCÊ".

(Flávio Gikovate, médico psicoterapeuta).

Colunista semanal do Caderno da Família do Jornal O Globo."

quarta-feira, novembro 3

UM PISTOLEIRO GANHA ELEIÇÕES

Não vou fazer nenhum comentário aos resultados das eleições americanas, só este:

UM PISTOLEIRO GANHOU AS ELEIÇÕES AMERICANAS

. Quem não assina o protocolo de Quioto ?

. Quem invade países, à revelia da ordem internacional ?

. Quem vai dar força ao terrorismo ?

. Qual o país com mais pobreza ?

. O mundo perdeu, a América também, mais uns anos a disparar tiros, e a ser um mal para a democracia e a liberdade !


ARTIGO PUBLICADO NO "PRIMEIRO DE JANEIRO", EM 26 DE OUTUBRO DE 2004

MOSCARDEIRO

A MAIA À DERIVA


Depois de termos assistido na Maia, a um rodopio de ministros tudo nos prometendo, e nada se havendo concretizado, a uma distracção do deputado laranja cá do sítio, ao propor a elevação a cidade da Vila do Castelo da Maia - pensava para mim, que Moreira também poderia sê-lo - verificamos é que o nosso Concelho anda à deriva.

Quem lê o programa político apresentado por Vieira de Carvalho nas últimas eleições autárquicas, aferirá do seu incumprimento, e da delapidação constante do que com o seu esforço quis construir. O actual executivo, e nomeadamente o Presidente da Câmara, com legalidade para assumir o cargo, mas sem a legitimidade política (nunca foi eleito para tal!), parece, ia eu a dizer, mas não, é real, não sabe o que fazer, qual o seu rumo e programa a seguir. E o pior, é que somos nós as Maiatas e os Maiatos, que sofremos agora, e no futuro.

Um dia destes quando passeava por Moreira, na caminhada nocturna, dei comigo a falar com uma Maiata de nascimento. Não fiquei espantado por esta senhora me confidenciar que quando votava não era no CDS ou no PSD, mas no seu “Partido Vieirista”, mas que agora com tantos a desgovernarem, e a espoliarem aquilo que o Mestre (Vieira de Carvalho) deixou, nem sequer votará, porque não existe alternativa. É o desencanto a apossar-se dos meus conterrâneos, insatisfeitos pela gestão camarária, mais interessada em promover pessoas do que a prosseguir o caminho do saudoso timoneiro. E este era só um, por muito que discordemos da sua orientação política !

Cada vez mais encontro nos meus contactos a verdade deste sentir, e quando verifico o completo laxismo do poder na Maia, seguindo o triste espectáculo diário do Governo dos Mares e da Moda de Portugal, mais estou ciente que a governação da nossa autarquia não sabe o que há-de fazer, está num buraco sem saída: são desde as auditorias, as bonomias, os planos megalómanos, para ficarem na gaveta, até à hipoteca dos seus bens. Se não vejamos as engenharias financeiras que estão a ser realizadas, sem pudor, nem honra para quem deixou o poder por falecimento. Acabam, agora, por dar à banca o rendimento de vinte e cinco anos das rendas sociais, unicamente para pagamento de despesas correntes. De facto é tudo a mesma família, Ferreira Leite, Bagão Félix ou Bragança Fernandes !

Mas a coligação tem outro problema a resolver. Será que vai manter os laços, que a maioria social democrata não quer, com um Partido sem expressão na Maia, o chamado CDS/PP ? Ou concorrerá o PPD de Santana sozinho, não deixando cair o vereador da cultura ?

Desenham-se tempos difíceis para os neo-liberais e populares da Maia, e a perpetuação no poder só terá sequência se um tal licenciado, “iluminado” de uma oposição abstracta, decidir fazer mais uma vez "o sacrifício" de perder, ganhando um lugar de vereador.

As decisões ignóbeis de venda de património, e agora de receber antecipadamente as rendas das casas sociais, através da banca, por um período de um quarto de século, isto é, vendê-las a outrem deixando de as receber durante tanto tempo, diminuindo, assim, as receitas mensais, para empregá-las no saneamento financeiro corrente, que sufoca a Câmara, se é uma medida de gestão, não deixa de ser a mais fácil, mas financeiramente desastrosa, quer para a Câmara da Maia, quer para os inquilinos. Tanto mais que, como referi, essas verbas terão que ir direitinhas para as mãos dos credores, que há tanto tempo sofrem o efeito das dívidas (não esquecer o que nunca foi desmentido oficialmente: a nossa Câmara leva, em média, sessenta meses a liquidar esses seus compromissos).

A fotografia da deriva do actual e futuro (?) da Maia está tirada com Bragança Fernandes, Silva Tiago e Mário Nuno - este a próxima aquisição do PSD ? -, com a política que está em voga, de tapa destapa buracos, que qualquer de nós – incompetentes - saberíamos executar: não temos dinheiro? vendemos os bens ou colocamo-los no "prego"; não temos dinheiro? pedimos ao patrão um adiantamento de doze meses, o que virá a seguir, logo se verá. E não se esqueça o executivo camarário da situação da gestão, a tornar-se ruinosa, do SMAS, que poderá por inépcia, tornar-se outro túnel sem luz ao fundo, salvo a lanterna que seria, claro, haver a solução de privatizar a água ou o saneamento.

E já agora, porque não receber como adiantamento todos os nossos impostos; depois pagava-se a qualquer banco, interessado não nos seus lucros, mas no bem das pessoas que vivem na Maia !

Joaquim Armindo
Deputado Municipal do PS
jarmindo@clix.pt
http://bemcomum.blogspot.com

Escreve quinzenalmente neste jornal


terça-feira, novembro 2

EM DOIS MESES 700 VISITANTES

Este blogue iniciou-se em Agosto de 2004, mas a contagem dos visitantes começou em 1 de Outubro.
Assim em 2 meses, visitaram este blogue 700 visitantes, sendo a grande parte de Portugal, seguido pelos Estados Unidos e pelo Brasil e Singapura. Mais de 20 países já visitaram o Blogue.
3185 páginas foram visitadas.
Um obrigado a todos, pela preferência e até pelo envio de textos.

COMUNICADO DA JUVENTUDE SOCIALISTA


Juventude Socialista satisfeita com decisão tomada hoje pela Juíza do Tribunal Criminal de Lisboa, mas critica Lei

A Juventude Socialista congratula-se pela decisão da Juíza Conceição Oliveira, em absolver a jovem que esteve hoje na barra do tribunal, no entanto, continua crítica pelo facto do Governo não alterar a lei que criminaliza as mulheres que cometem abortos. Para o Secretário Geral da JS, Pedro Nuno Santos, “não se percebe como é que a direita em Portugal ao mesmo tempo que diz não estar confortável com o facto de ver mulheres sentadas nos bancos dos réus insiste em não alterar esta lei que obriga a que isso aconteça. Esta contradição só existe porque esta direita é hipócrita, cínica e insensível”.
A Juventude Socialista, que se juntou hoje, mais uma vez, aos protestos, pede à comunidade médica em Portugal para que guarde sigilo sobre o estado clínico destas mulheres e sobre os supostos motivos que a ele conduziram. Para que as mulheres que recorreram clandestinamente ao aborto não percam a confiança na comunidade médica e não deixem de a ela recorrer quando surgem complicações de saúde decorrentes de uma interrupção da gravidez. P’la Juventude Socialista Pedro Vaz Secretariado Nacional

Para mais informações, Visite-nos emwww.juventudesocialista.org

OS CUSTOS DAS ELEIÇÕES AMERICANAS

JORNAL DE NOTICIAS online:

Sintonize a campanhaEleições com custos astronómicos enviado especial a nova iorquemais cara do planetaSe em cidades como Nova Iorque não é fácil deparar com sinais exteriores da campanha eleitoral mais gastadora do Mundo (a galáctica soma de 3,9 mil milhões de dólares) em compensação, se ligarmos a televisão o difícil mesmo é escapar ao confronto com as mensagens de um dos candidatos presidenciais ou das muitas campanhas que decorrem nestas eleições múltiplas.
Anúncios, reportagens dos comícios, debates, apelos ao voto, entrevistas é só (não poder) escolher. Ainda por cima, esta é uma campanha em que as estrelas de Hollywood apareceram em força e se tornou "in" apelar ao voto. "Ufa! Ainda por cima acabaram os World Series, pelo que nem sequer há baseball para ver no fim de semana", queixava-se um apresentador.
Aquilo que mais chocaria um eleitor português são os anúncios publicitários. Habituados a tempos de antena mais ou menos institucionais, o vigor - muitas vezes acintoso - dos spots é violento, principalmente porque muitos deles não enaltecem as qualidades do candidato, antes denigrem o adversário. Mas nada de estranho num país em que a publidade comparada é vulgar. E se a campanha de Bush lembra, com imagens tratadas como um filme "série B", que Kerry afirmou que gostaria que o terrorismo voltasse a ser só "um aborrecimento", os democratas pegam em Bush declarando que um presidente deve ser julgado pelo seu "record" (registo de feitos) e espetam-lhe com o "recorde" no desemprego.Milhões em televisãoMas sentem-se no sofá, porque ainda só vamos no princípio.
É que se nas televisões em Nova Iorque a coisa ainda passa ocasionalmente entre anúncios a automóveis ou sabonetes, em estados indecisos como a Flórida - "campos de batalha" na classificação dos jornalistas locais -, o difícil é ver anúncios que não sejam eleitorais. É que às eleições nacionais há que somar os votos para o Senado, para o Congresso, para a Câmara, para procurador local, para alterações legislativas... E algumas mensagens andam ao nível da canelada, género: "Vamos ver quem consegue tirar mais esqueletos do armário?".
Com tanta televisão, não é de admirar que a edição de 2004 das eleições norte- americanas - Presidencial e Legislativa - vá ser a mais cara da história dos EUA e do Mundo, com um custo mínimo de 3,9 mil milhões de dólares, mais 30 por cento do que em 2000.
Só para a corrida à Casa Branca, as despesas deverão elevar-se a 1,2 mil milhões de dólares, segundo um estudo do Center for Responsive Politics (Centro para a Integridade Política, independente), cujo director, Larry Noble, considera que os números definitivos serão ainda superiores. "Boss" contra "Terminator"Mais barato para os candidatos é a participação de estrelas mediáticas nas campanhas, passaporte ideal para juntar boas multidões nos comícios e piscar o olho às televisões. Nesse campeonato, a vitória vai sem dúvida para Kerry, que entre muitas outras estrelas, como Leonardo Di Caprio, Kristen Dunst ou Susan Sarandon, conta também com a participação crucial do popular Bruce Springsteen ("The Boss"), que tem corrido o país a animar as aparições do senador democrata, com o seu tema "No Surrender" convertido em hino da campanha.Bush pouco mais tem para apresentar do que o "terminator" Arnold Schwarzenegger, que depois de algum tempo de indecisão lá se decidiu a apoiá-lo publicamente, o que, nas palavras do Governador da Califórnia lhe custou "14 dias sem sexo", pois a mulher é o fervorosa democrata.
Mas o grande papel das estrelas na campanha tem sido o apelo à participação eleitoral com a campanha "Rock The Vote". Por estes dias, é vulgar ver a MTV interromper sem aviso um programa para mostar estrelas pop e do cinema envergarem t-shirts com os dizeres "votar ou morrer". Justin Timberlake, Ricky Martin, Samuel L.Jackson, Benicio del Toro, Puff Daddy, são alguns dos que dão a cara pela causa. Imprensa debaixo de fogoEntre tanto ruído mediático, a imprensa tem sofrido ataques de ambas candidaturas de parcialidade.
Já todos se habituaram ao carácter opinativo da republicana cadeia Fox mas, nos últimos dias, os alvos foram a CBS e o New York Times, acusados de terem "desenterrado" a história dos explosivos a poucos dias das eleições. "O 11 de Setembro alterou tudo", afirmou ao JN o especialista em media Jay Rosen."Há muito que não tinhamos este interesse pelas eleições.
Há muito partidarismo e muito ressentimento em relação à imprensa, o que torna muito difícil o seu trabalho. Paralelamente, é todo um mundo dos media que está a mudar, cujo sistema predominante - com um punhado de grandes cadeias e um número limitado de fornecedores de notícias -, se desintegrou por completo. Estamos a meio da transição para um novo sistema dos media. Esta campanha já se ressente disso", explica o professor novaiorquino."As pessoas têm mais fontes de informação, é maior a sua responsabilidade de estarem, ou não, informadas. A internet, que se tornou numa fonte muito mais importante de informação política para os EUA, é também um meio muito mais activo, é preciso ir à procura", afirma Rosen.
A questão é se, com a avalanche a que são sujeitas, ainda terão forças para isso.

segunda-feira, novembro 1

PINTURAS DE VIEIRA DA SILVA

Em livro de Gisela Rosenthal, VIEIRA DA SILVA, e distribuido ontem pelo Público, coloco duas pinturas, daquela pintora portuguesa.



Biblioteca, 1949
Óleo sobre Tela





A libertação de Paris, 1944
Óleo sobre Tela

ARTIGO ESCRITO POR MIGUEL DE SOUSA TAVARES, EM 24/9/2004

Artigo publicado no Jornal Público, para reflexão de como vai este Governo. Vale a pena recordar.
Sinais de Desagregação

1. Se o Estado abriu mão de um bem essencial, como é a energia pública, e a sua privatização representou mais dinheiro para os cofres públicos e tarifas mais caras para os consumidores;
Se o Estado abriu mão das telecomunicações fixas, colocadas, em situação de monopólio de facto, sob a alçada de uma empresa que presta o pior serviço telefónico e pratica os mais altos preços da Europa, fazendo do telefone um produto de luxo e aplicando as mais-valias na construção paulatina de um império mediático que começa a ameaçar a efectiva liberdade de imprensa;
Se o Estado se prepara igualmente para abrir mão das águas, entregando à gestão privada aquele que é o mais essencial dos serviços públicos;
Se o Estado se prepara igualmente para vender a TAP, que tão imprescindíveis serviços presta ao país e para cuja sobrevivência foi exigido um esforço sem precedentes aos contribuintes;
Se o Estado desistiu de administrar justiça, delegando as suas funções nos poderes corporativos judiciais, nada podendo contra o facto de haver quem espere dez ou vinte anos por uma sentença;
Se o Estado vai desistindo de administrar os próprios hospitais públicos, pagando fortunas a quem o faça em seu nome e sem resultados consensualmente melhores;
Se o Estado é incapaz de cobrar impostos a quem os não paga, compensando a sua inépcia com a agravação constante dos impostos dos que pagam;
Se o Estado é incapaz de cobrar os seus próprios créditos, preferindo vendê-los, com substancial desconto, a quem o faça;
Se o Estado é incapaz de modernizar e tornar funcionais os seus serviços administrativos, em cuja manutenção gasta 60 por cento da colecta fiscal;
Se, apesar disso, o Estado não valoriza os que o servem, preferindo o mau funcionalismo mal pago do que o bom funcionalismo bem pago;
Se o Estado não é capaz de exigir responsabilidades aos seus gestores públicos, que enriquecem com ordenados e pensões de luxo, enquanto as empresas definham;
Se o Estado não é capaz de garantir que os doentes sejam operados nos hospitais públicos quando necessitam e não quando há oportunidade;
Se, apesar disso, o Estado, representado pelo actual Governo, se propõe cobrar os serviços de saúde que presta, segundo um critério em que penalizará quem paga impostos e aliviará quem foge a eles;
Se o Estado não consegue garantir o ensino público a tempo e horas, porque, apesar de também ter delegado em empresas privadas a função de colocar os professores nas escolas, acaba a fazer as colocações "à mão", com funcionários recrutados "ad hoc";
Se, apesar de todos os avisos e de um ano inteiro de preparação, numa só semana de calor, o Estado é impotente para evitar que arda mais área do que no ano anterior, dando publicamente um espectáculo de total impotência, descontrolo e irresponsabilização em cadeia;
Se o Estado não consegue impedir que o património natural do país seja continuamente saqueado pelo conúbio de interesses entre construtores e autarcas, comendadores e financiadores dos partidos;
E se, apesar de tudo isto, o Estado gasta todos os anos 55 por cento da riqueza produzida no país, chegou a altura de colocarmos a pergunta óbvia: para que serve o Estado? Para que pagamos impostos? Para que elegemos um chefe de Estado? Para que votamos em eleições?
Se não querem mais o Estado, digam-no, escrevam-no, decretem-no. Terminem com as obrigações do Estado e com as obrigações para com o Estado. Vamos experimentar ser uma nação sem Estado. Com corporações e partidos. Logo se verá o que resta.

2. Li algures que uma das coisas boas levadas já a cabo por este Governo foi a resolução da situação na Caixa Geral de Depósitos. Li e fiquei a pensar se serei eu que sou ingénuo ou eles que já perderam o descaramento. Vejamos.
A Caixa é um banco próspero e, como banco das operações do Estado, só pode sê-lo. É cientificamente impossível perder dinheiro a administrar a Caixa e daí a cobiça que ciclicamente se manifesta em relação a ela, com o eterno canto de sereia da privatização - que significaria um excelente negócio para quem lhe deitasse a mão e para o governo da altura, e simultaneamente uma delapidação do património público e a definitiva abdicação do Estado de ter algum poder regulador no sector bancário. O PSD tinha um presidente seu na Caixa e acrescentou-lhe um vive-presidente, o eng.º Mira Amaral - exemplo perfeito de uma carreira construída na constante alternância entre o governo e a gestão das empresas públicas: enfim, um servidor do Estado. Parece que, ao fim de pouco mais de um ano, eles não conseguiam entender-se um com o outro, e avançou-se então para a solução alternativa: dispensar os serviços de ambos e nomear um novo presidente - obviamente também do PSD - e, desta vez, sem a companhia de um vice-presidente. "Solução brilhante", mandou dizer a central de propaganda do Governo. Eu desconfiei que eles tivessem saído assim, tão de mansinho. Depois, descobriu-se porquê: por pouco mais de um ano de trabalho e, pelos vistos, de desentendimentos, o eng.º Mira Amaral vai receber uma pensão vitalícia de 18.000 euros por mês. O dr. António Sousa ainda não se sabe. Mas é provável que ambos acumulem às pensões vitalícias dignas de administradores do Chase Manhattan com 40 anos de casa os vencimentos até final do contrato, participação nos resultados e, quem sabe até, uma indemnização pela saída. Tudo é possível, desde que se instituiu o hábito de serem os próprios gestores públicos a votarem as suas mordomias. E pedem aos funcionários públicos que aceitem, depois de dois anos de salários congelados, receber um aumento de 1 por cento? Com que cara?

3. Confesso que ultimamente o "Diário de Notícias" anda muito arredado das minhas leituras diárias. Abro, por exemplo, a edição de anteontem na página 9, e ela é inteiramente constituída por três colunas de opinião de três propagandistas do Governo. É um bocado demais para a minha capacidade digestiva. Agora, com Henrique Granadeiro saneado politicamente e todo o grupo Lusomundo entregue a Luís Delgado, temo que a tendência seja para se reviverem os tempos - ideologicamente opostos, mas deontologicamente semelhantes - em que o "Diário de Notícias" era dirigido por Augusto de Castro ou pela dupla Luís de Barros/José Saramago. Desgraçada vocação!
Mas volto à página 9 da edição de anteontem. Chamou-me a atenção um artigo intitulado "Quem comenta os comentadores?". O artigo era assinado por José Bacelar Gouveia, "professor universitário" e, pelos vistos, também ele comentador habitual, visto que a coluna onde escreve até tem nome próprio: "A torto e a direito". Ora, foi isto mesmo que me chamou a atenção: sempre me divertiram os colunistas/comentadores que se insurgem contra o poder dos... colunistas/comentadores. A experiência diz-me que se trata, fundamentalmente, de manifestações de dor de cotovelo: é a inveja dos normalmente ignorados perante a audiência concedida aos outros.
Neste caso concreto, o despeito do professor Jorge Bacelar Gouveia virava-se contra o professor Marcelo Rebelo de Sousa e os seus comentários na TVI. Dizia ele que "é um mau hábito da nossa opinião pública render-se, acriticamente, a tais comentadores, que muitas vezes verberam tudo e nada, apenas com o confessado desejo de cumprir o seu papel, ganhar o seu dinheiro e satisfazer a sua vaidade pessoal". Logo por aqui se depreende que o professor Bacelar Gouveia não tem o desejo de cumprir o seu papel, não satisfaz vaidade alguma e até deve escrever de graça (o que não abona muito do conceito em que o tem o jornal que o acolhe...). Mas, mais importante ainda, é ele achar que "o comentário político tem de obedecer a algumas normas fundamentais", uma das quais "é a isenção dos comentadores, que só podem emitir um juízo seguro se surgirem desprendidos dos interesses ou das questões que pretendem apreciar". Esta, subscrevo-a eu próprio. O problema é perceber o conceito de isenção do professor Bacelar Gouveia. Segundo ele, Marcelo Rebelo de Sousa não o terá - embora não se incomode a concretizar porquê. Já o próprio, presume-se que será pessoa isenta, de outro modo não seria colunista do "Diário de Notícias". Mas o engraçado da história é que o leitor atento, que tivesse fixado, duas páginas atrás, a mesma edição do "DN", daria com nova fotografia do professor Bacelar Gouveia - o mesmíssimo comentador de duas páginas adiante - ilustrando a notícia de que o comentador isento acaba de ser nomeado, por indicação do PSD, presidente do Conselho de Fiscalização dos Serviços de Informações da República, sendo descrito pelo próprio "DN" como "professor associado de direito da Universidade Nova de Lisboa, que já foi membro do conselho de jurisdição do PSD e é, de há muito, politicamente próximo de Santana Lopes".
Bem prega, o professor Gouveia! Cuide-se, meu caro Marcelo, que agora os Serviços de Informação da República têm a supervisioná-los um santanista isento, que o acha, a si, suspeito.