terça-feira, novembro 30

ARTIGO PUBLICADO NO JORNAL "PRIMEIRO DE JANEIRO", DE 23/11/2004

Artigo da minha autoria, publicado no Jornal "O Primeiro de Janeiro"
MOSCARDEIRO



EIS AS AUTÁRQUICAS !



E vede que por estes dias de Novembro do ano da graça de 2004, os contornos das autárquicas são visíveis, até por aqui em terras da Maia!

As iluminações natalícias que se adivinham, serão desde logo abrigo, disfarce para todos aqueles que nunca foram alternativa, e mau grado exercerem a gestão camarária em solidariedade, usarão agora a capa de "oposição devastadora". A partir deste momento tudo serve, até o que não se fez, para ser candidato.

O mapa político está traçado: o da maioria, com ou sem PP, com Bragança Fernandes à frente, a inaugurar até o que já foi inaugurado; o do maior Partido da oposição, o PS, com Jorge Catarino, o que tudo vai arrasar e demolir, vindo de fazer uma gestão “de união de facto” com a maioria; o da CDU, à espera de liderança e certamente a descer nas votações, mercê da próxima guinada de regresso ao conservadorismo mais ortodoxo; e, o do Bloco de Esquerda, que poderá, se aparecer, capturar larguíssimos votos ao PS e à CDU.

A maioria actual, parece que estará por longos anos à frente do Município, e mesmo com os ventos a soprarem de sinal contrário, eis que um aliado surge para lhe oferecer novamente a Câmara: o presidente da Comissão Política do PS, vereador no município e membro do Conselho de Administração do SMAS.

Ninguém desconhece que o PS teria nestas próximas eleições autárquicas o seu ano de ouro para assumir a Câmara Municipal, só que o despreza e candidata a Presidente um seu militante perdedor em todas as eleições anteriores.

O PS, meu Partido, desaproveita assim a possibilidade de uma alternativa vencedora; não o desconhecem os seus militantes, que às claras, como eu, outros na sombra, desaprovam a opção (re)encontrada (negociada?) para a Maia. E tanto é assim que o "corredor" que à partida já perdeu, desdobra-se em comunicados, entrevistas e aparecimentos como seja ele já o designado, até já envia SMS aos militantes adjectivando as sua entrevistas, à laia do finado há trinta anos, Secretariado Nacional da Informação, ou do nado-morto diploma de criação da Central de Censura e Propaganda, perdão, de Comunicação do Governo.

E a verdade é uma! Mesmo sem primárias, sem a Comissão Política discutir o assunto porque há muito tempo, e não é necessária tanta pressa, (há um ano que a Juventude Socialista da Maia, apresentou uma proposta de perfil, e ainda nada foi analisada), dado que Jorge Catarino minou, com a sabedoria e ética dos fracos essa análise, dado ter adquirido a confiança de que é ele mesmo o candidato. E não será de pasmar: assim se fará !

Esta minha posição parece ser um ataque pessoal, mas não é, pois não sou retaliativo (embora não esqueça a queixa que tenho contra aquele médico junto da sua Ordem). Mas sim, é uma posição política, e tem que ser tempestiva, porque após as nomeações oficiais me calarei nesta matéria.

A fotografia que traço do PS-Maia, da sua liderança e dos seus objectivos, é que não existe nenhum programa alternativo, nem na teoria, nem na prática. Até os Gabinetes Sombra, em boa hora lançados por um incansável militante do PS, foram trucidados pela baixa política do presidente da Comissão Política. Ele quer oferecer novamente a condução da Câmara da Maia ao PSD, a troco de algum lugar de vereador pago, essa a verdade evidente, que não pode ser sonegada ao povo maiato.

O candidato a Presidente da Câmara da Maia pelo PS, já exerceu este cargo, por poucos anos é certo, mas a memória do povo não é assim tão curta; exerceu outros cargos, como o de Presidente da ARS Norte, do qual se teve de demitir, por ingenuidade politica – segundo é oficial – ou por outras circunstâncias, que não sei. O que é certo, é que não existe pessoa melhor colocada na Maia, ou fora dela, para perder as eleições autárquicas que não seja este militante do PS, médico de profissão.

Talvez seja o último grito de alerta público que hoje lanço a todos os militantes e dirigentes do meu Partido. Se querem perder então fazem bom negócio, mas para ganhar o poder na Câmara da Maia, e é altura de ser alternativa para mudar a gestão da coisa pública na Maia, nunca poderá ser este o candidato.

Após este artigo ser lido vai aparecer como vítima, dum trucidário, que comparou a Hitler, há um ano neste jornal. Mas quem será a vitima? aquele que denuncia e por isso já está como renegado no Santo Ofício, ou o que continua medrando à custa da política? Aquele que serve, e já sabe não ter lugares, ou o que se serve, e bem, e qual toupeira, há três anos trabalha em segredo – de gato escondido... - para isso ?

PSD sozinho, ou com PP, na Maia, podem estar descansados, com este candidato ganham as eleições autárquicas, assim foi com as anteriores quando o PS perdeu três juntas de freguesia e um deputado municipal e agora, em contranatura de todas as expectativas, tudo ficará quase como dantes.

Joaquim Armindo
Deputado Municipal do PS
jarmindo@clix.pt
http://www.bemcomum.blogspot.com

Escreve nesta coluna quinzenalmente


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