domingo, janeiro 21

E AGORA?

Vereador do PS queixa-se à Distrital

Miguel Ângelo Rodrigues, primeiro vereador do PS na Câmara da Maia, vai,

na próxima semana, apresentar à Distrital do Porto o que diz ser uma

"incompreensível hostilização dos vereadores" por parte da liderança

concelhia. Uma situação que, alega, ganhou nova dimensão na reunião da

Assembleia Municipal, onde a bancada socialista votou contra uma proposta

que ele próprio ajudou a elaborar.

A Câmara abriu um processo de reforma administrativa e alteração da

macroestrutura, criando uma comissão de que fazem parte três vereadores.

Miguel Ângelo Rodrigues pediu para a integrar. O assunto foi, ontem,

levantado na reunião de Câmara, com as divisões no PS a virem ao de cima.

"É incompreensível a forma como votou o PS na Assembleia Municipal",

queixou-se o primeiro eleito pelo partido. Ao JN, adiantou que irá colocar o

assunto à Distrital e acusou os principais dirigentes do Secretariado

concelhio, entre os quais o líder Fernando Ferreira, de "falta de solidariedade

ao Executivo" e de ter influenciado os deputados a votar contra. E prometeu

tomar posição, não excluindo a hipótese de se tornar independente.

"O objectivo era atingir-me a mim", acusou à margem da reunião. Miguel

Ângelo Rodrigues argumenta que o documento em causa havia colhido a

aceitação dos deputados municipais, sem reacções negativas dos

trabalhadores. "Fiquei surpreendido que tenha tido abstenção do BE e da

CDU e os votos contra do PS quando eu até fiz parte da comissão", queixouse

ainda. Confrontado com os argumentos apresentados, de que estaria já

em causa a transformação do SMAS em empresa municipal, sem que tal

tivesse sido discutido internamente, o autarca considerou que não é razão

para chumbar a proposta. Foi já criado um quadro de pessoal a pensar numa

futura transformação do SMAS.

O PS votou contra a proposta, mas houve uma abstenção e um voto a favor.


PS devolve críticas a vereador

Fernando Ferreira, líder do PS/Maia, manifestou-se, ontem, surpreendido

com as críticas lançadas pelo primeiro vereador do partido na Câmara. O

dirigente argumenta não existir qualquer hostilização aos vereadores,

conforme acusou Miguel Rodrigues, e garante que é o autarca quem age à

margem do partido.

Desde logo, Fernando Ferreira diz estar "surpreendido" com o facto do

autarca afirmar que foi ele quem solicitou representação na comissão criada

pela Câmara para rever a macroestrutura. "Mas a que propósito e com

conhecimento de quem?", questiona o líder concelhio, acusando o vereador

de não concertar posições e de "procurar impor" a sua vontade perante o

partido. "Não pode é um vereador querer assumir determinado

posicionamento sem dar conhecimento ao partido e este ser suporte dele. As

orientações saem do partido", argumenta o líder partidário.

Confrontado com a acusação de Miguel Rodrigues de que a Concelhia

influenciou o sentido de voto da bancada socialista contra a proposta da

comissão de que faz parte, o líder nega e diz que "não foi imposta qualquer

disciplina de voto". O vereador, recorde-se, prometeu apresentar o caso à

Federação Distrital do PS, na próxima semana. C.S.

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