E AGORA?
Vereador do PS queixa-se à Distrital
Miguel Ângelo Rodrigues, primeiro vereador do PS na Câmara da Maia, vai,
na próxima semana, apresentar à Distrital do Porto o que diz ser uma
"incompreensível hostilização dos vereadores" por parte da liderança
concelhia. Uma situação que, alega, ganhou nova dimensão na reunião da
Assembleia Municipal, onde a bancada socialista votou contra uma proposta
que ele próprio ajudou a elaborar.
A Câmara abriu um processo de reforma administrativa e alteração da
macroestrutura, criando uma comissão de que fazem parte três vereadores.
Miguel Ângelo Rodrigues pediu para a integrar. O assunto foi, ontem,
levantado na reunião de Câmara, com as divisões no PS a virem ao de cima.
"É incompreensível a forma como votou o PS na Assembleia Municipal",
queixou-se o primeiro eleito pelo partido. Ao JN, adiantou que irá colocar o
assunto à Distrital e acusou os principais dirigentes do Secretariado
concelhio, entre os quais o líder Fernando Ferreira, de "falta de solidariedade
ao Executivo" e de ter influenciado os deputados a votar contra. E prometeu
tomar posição, não excluindo a hipótese de se tornar independente.
"O objectivo era atingir-me a mim", acusou à margem da reunião. Miguel
Ângelo Rodrigues argumenta que o documento em causa havia colhido a
aceitação dos deputados municipais, sem reacções negativas dos
trabalhadores. "Fiquei surpreendido que tenha tido abstenção do BE e da
CDU e os votos contra do PS quando eu até fiz parte da comissão", queixouse
ainda. Confrontado com os argumentos apresentados, de que estaria já
em causa a transformação do SMAS em empresa municipal, sem que tal
tivesse sido discutido internamente, o autarca considerou que não é razão
para chumbar a proposta. Foi já criado um quadro de pessoal a pensar numa
futura transformação do SMAS.
O PS votou contra a proposta, mas houve uma abstenção e um voto a favor.
PS devolve críticas a vereador
Fernando Ferreira, líder do PS/Maia, manifestou-se, ontem, surpreendido
com as críticas lançadas pelo primeiro vereador do partido na Câmara. O
dirigente argumenta não existir qualquer hostilização aos vereadores,
conforme acusou Miguel Rodrigues, e garante que é o autarca quem age à
margem do partido.
Desde logo, Fernando Ferreira diz estar "surpreendido" com o facto do
autarca afirmar que foi ele quem solicitou representação na comissão criada
pela Câmara para rever a macroestrutura. "Mas a que propósito e com
conhecimento de quem?", questiona o líder concelhio, acusando o vereador
de não concertar posições e de "procurar impor" a sua vontade perante o
partido. "Não pode é um vereador querer assumir determinado
posicionamento sem dar conhecimento ao partido e este ser suporte dele. As
orientações saem do partido", argumenta o líder partidário.
Confrontado com a acusação de Miguel Rodrigues de que a Concelhia
influenciou o sentido de voto da bancada socialista contra a proposta da
comissão de que faz parte, o líder nega e diz que "não foi imposta qualquer
disciplina de voto". O vereador, recorde-se, prometeu apresentar o caso à
Federação Distrital do PS, na próxima semana. C.S.
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