UMA MÃO CHEIA DE NADA - ARTIGO PUBLICADO NO JORNAL PRIMEIRA MÃO DE 20/8/2004
As quatro páginas da entrevista que o presidente da Câmara da Maia / presidente do PP(D), concedeu a este jornal e publicada em 30/7/2004, é isto mesmo: "uma mão cheia de nada". Não se vislumbra uma única ideia de desenvolvimento sustentado para a Maia, e foge-se à grave crise financeira e económica do Município e do SMAS.
O edil explica, confundindo os dois cargos, o que quer para o PP(D) e para a Maia, não se esquecendo de afirmar que "Uma das acções em que me destaco é precisamente em fazer política nas freguesias e resolver problemas do PSD", isto é, os problemas do PSD são os das maiatas e dos maiatos. Não deixa de ser curiosa esta maneira de confundir o Partido com a População. Se não conhecesse o Eng.º Bragança Fernandes diria que estávamos a cair na União Nacional, no entanto sei que é democrata e não era por aí que queria seguir, só que foi uma gaff daquelas que um candidato a presidente de Câmara não deve cair, mas...
A sua entrevista inúmera uma série de realizações que se propõe efectuar no futuro mandato, com uma equipa remodelada, e dá como certo uma série de projectos, alguns vindos dos Programas Eleitorais do seu antecessor, e outros, como o Campo de Golfe ou o Hipódromo, que entende serem essenciais para a Maia, esquecendo-se, por exemplo, de tapar os buracos e iluminar o túnel que atravessa o Aeroporto. São opções, com que não concordamos, e certamente os Maiatos também não. Não deixa de ser curioso que ao longo de todos estes anos o actual presidente da Câmara, e antigo vice-presidente, venha apresentando consecutivamente as mesmas obras nos Planos de Actividades anuais, e agora as reapresente como estandarte da sua governação futura.
De notar mais duas posições deste senhor: a aliança com o CDS/PP e o posicionamento dos vereadores do Partido Socialista.
Sobre a primeira, e fugindo a perguntas concretas do jornalista, Bragança Fernandes, creio que falando como presidente da Comissão Política do PPD/PSD, não deixa de referir as qualidades do vereador do PP, e a continuidade da coligação em toda a Maia. Refugiando-se na panaceia de que os dois partidos têm votos, o presidente não quer saber o que vale o PSD e o PP se concorressem isolados, porque sabe que se assim acontecesse o nosso Povo veria que está a ser governado por um pequeno partido, o PP, que tem medo de ir a votos; e ao PSD também dá jeito dado que mesmo que o candidato fosse o anterior muitas juntas passariam para o PS. Assim a democracia fica mais pobre, e não se consegue verificar quem são "os eleitores" do presidente, porque nunca foi eleito enquanto tal.
Quanto aos pelouros que os vereadores do PS detêm, Bragança Fernandes, é conclusivo: deixará que eles estejam até ao fim, por seu beneplácito, mas com a condição que sempre colocou, "Tudo depende como o Partido Socialista se portar. As nossas reuniões são conclusivas e democráticas, para aprovarmos as propostas que impulsionem o progresso da Maia", isto é, se eles se continuarem a portar bem ficarão, até porque dá um certo jeito, na campanha poderá referir-se que estiveram na gestão corrente. Será um Bloco Central, Direita volver !
Não revelando, mesmo com o jornalista insistindo, que grandes propostas tem para a Maia, "senão a oposição ficaria a conhecer os meus trunfos", como se eles não fossem já exibidos até à saciedade, prometidos e reprometidos esquecendo o que já foi dito; a Câmara Municipal está a atravessar um período complexo ao nível económico e não vai ter dinheiro para realizar o que quer que seja, devido à incúria da sua gestão. Mas como se dá "bem com Pedro Santana Lopes" e já agendou a sua vinda à Maia, poderá ser que os seus Ministros não se esqueçam dessas amizades.
Uma entrevista para verificar que o Eng.º Bragança Fernandes , como hoje se diz, "não apresenta uma única ideia nova", a não ser as já marteladas sucessivamente; embora reconheça que a questão do aeródromo e da sua gestão, colocada por mim neste jornal, é referida como possível e até desejável. Assim, verifica o Sr. Presidente que não guardo trunfos, e que as minhas opiniões não são para dizer "mal" do Presidente, mas para na Praça Pública, na transparência, dizer livremente o que penso.
Joaquim Armindo
Deputado Municipal do PS
jarmindo@clix.pt
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