ARTIGO PUBLICADO NO PRIMEIRO DE JANEIRO
Artigo publicado, da minha autoria, no Jornal O Primeiro de Janeiro, de 1/2/2005.
MOSCARDEIRO
O VOTO inÚTIL ?
Sempre foi minha convicção que não existem votos úteis ou inúteis, mas sim votos políticos, aliás nunca votei de outra forma. O meu posicionamento foi sempre de votar segundo a minha consciência, princípios e valores que enformam a minha vida.
Na presente campanha eleitoral alguns partidos clamam pelo voto útil, assim tentando chamar os votantes para o "mal menor", ou o que é lamentável no voto do não a alguma coisa, ficamos perante a negação de uma escolha democrática, no exercício de um direito e dever cívico de cidadania no exercício substantivado e esclarecido de participação activa!
Não vou nesta minha reflexão, dado não querer por ora, enfileirar naquilo que não sou, ater-me aos partidos da direita, neoliberais e populistas, que na sua demagogia, quer aparecem vitimados (até por aquilo que fizeram ou não) aos olhos eleitorais, quer embandeirando pelo que dizem que fizeram (em detrimento de outros),
O Partido Socialista pede aos eleitores uma maioria absoluta, que será a primeira, se a obtiver, para governar de acordo com um programa próprio, e sem ter de negociar as caracterizações fundamentais daquilo que em campanha eleitoral diz aos portugueses irá fazer. E é natural que assim seja, não havendo nenhum mal nisso, se as forças não organizadas em Partidos, as pessoas e até a oposição, forem participativas; exercendo o seu papel de permanentes sentinelas na observação daquilo que este Partido faz ou não pelo bem comum.
Por seu turno as outras forças de esquerda, nomeadamente o Partido Comunista, seu apêndice "Os Verdes", e o Bloco de Esquerda, esperam captar votos de simpatizantes do Partido Socialista, assustando com uma possível viragem a uma esquerda, que afinal afina pelo diapasão da direita. Estes dois partidos, dos quais afirmo para Portugal a necessidade da sua existência, e até admiração, não estão, e é pena, ainda suficientemente capazes de assumir o poder. Até, na sua prática, são forças que reclamam o anti-poder (o que em si não é mau), e, portanto, incapazes de gerir a coisa pública, ou mesmo formar com o PS uma aliança do seu exercício.
Não vejo, infelizmente, que o discurso do Partido Comunista se haja modernizado, no sentido da adopção de estratégias consonantes com a modificação da sociedade portuguesa; estão, como desde sempre, agarrados a uma dissonante voz, que nada tem a ver, na minha perspectiva, com o evoluir da cultura e dos modelos pragmáticos do exercício da recriação de uma outra vida das mulheres e dos homens. Tanto mais que ao assumirem publicamente a possibilidade de não viabilizarem um governo do PS, e não se importarem de nova convocação de eleições, em nome de Marx e Lenine, comprovam uma irresponsabilidade política de total desorganização da vida em Portugal.
O Bloco de Esquerda, como força simpática, talvez convença alguns puristas, mesmo do Partido Socialista, a darem-lhes os seus votos, evitando a maioria absoluta, com receio do exercício autista do poder por parte deste partido, esquecendo porém que é ingovernável um País sem obter essa maioria. O B.E. não está maduro para o exercício do poder, porque ainda alimenta géneses de um "ser contra" e de um iluminismo que não possui. O seu discurso, se bem que se estando a inverter noutro sentido, ainda não é consonante com uma realidade sentida e vivida por todos. Tudo pode prometer, ninguém lhe pedirá contas, dado não ter que decidir. Além de, como sabemos, ainda estar ferido duma ultrapassada visão trotskista, que se pressente em cada um dos seus dirigentes. Porventura o resultado destas eleições poderá ser decisivo para possíveis alianças nas autárquicas, contra a direita, mas nunca o será à custa do PS ou da inviabilidade do Governo que se vier a formar.
O recente apoio do Prof. Freitas do Amaral ao PS, sendo um democrata-cristão, de esquerda, começo a pensar, os numerosos apoios de figuras da esquerda dos meios mais conscientes da sociedade portuguesa, entre eles muitos intelectuais de que não se duvida serem esquerda, o movimento, desde já imparável, que constituem as Novas Fronteiras, poderão ser o garante de que o PS saberá governar para todos, mas tendo como prioridade os que mais necessitam.
Assim não vejo, necessidades do voto útil, mas do político, e este deverá ser o da esquerda, da social-democracia, do socialismo, dos comunistas e de outras forças no Partido Socialista, para o alcance da maioria absoluta. E se o Governo do PS não for digno dessa incumbência, estas forças saberão acabar com ele, até porque outras eleições se seguem, e os cartões vermelhos não acabaram.
Joaquim Armindo
Membro da Comissão Política do PS da Maia
jarmindo@clix.pt
www.bemcomum.blogspot.com
Escreve esta coluna quinzenalmente.
O VOTO inÚTIL ?
Sempre foi minha convicção que não existem votos úteis ou inúteis, mas sim votos políticos, aliás nunca votei de outra forma. O meu posicionamento foi sempre de votar segundo a minha consciência, princípios e valores que enformam a minha vida.
Na presente campanha eleitoral alguns partidos clamam pelo voto útil, assim tentando chamar os votantes para o "mal menor", ou o que é lamentável no voto do não a alguma coisa, ficamos perante a negação de uma escolha democrática, no exercício de um direito e dever cívico de cidadania no exercício substantivado e esclarecido de participação activa!
Não vou nesta minha reflexão, dado não querer por ora, enfileirar naquilo que não sou, ater-me aos partidos da direita, neoliberais e populistas, que na sua demagogia, quer aparecem vitimados (até por aquilo que fizeram ou não) aos olhos eleitorais, quer embandeirando pelo que dizem que fizeram (em detrimento de outros),
O Partido Socialista pede aos eleitores uma maioria absoluta, que será a primeira, se a obtiver, para governar de acordo com um programa próprio, e sem ter de negociar as caracterizações fundamentais daquilo que em campanha eleitoral diz aos portugueses irá fazer. E é natural que assim seja, não havendo nenhum mal nisso, se as forças não organizadas em Partidos, as pessoas e até a oposição, forem participativas; exercendo o seu papel de permanentes sentinelas na observação daquilo que este Partido faz ou não pelo bem comum.
Por seu turno as outras forças de esquerda, nomeadamente o Partido Comunista, seu apêndice "Os Verdes", e o Bloco de Esquerda, esperam captar votos de simpatizantes do Partido Socialista, assustando com uma possível viragem a uma esquerda, que afinal afina pelo diapasão da direita. Estes dois partidos, dos quais afirmo para Portugal a necessidade da sua existência, e até admiração, não estão, e é pena, ainda suficientemente capazes de assumir o poder. Até, na sua prática, são forças que reclamam o anti-poder (o que em si não é mau), e, portanto, incapazes de gerir a coisa pública, ou mesmo formar com o PS uma aliança do seu exercício.
Não vejo, infelizmente, que o discurso do Partido Comunista se haja modernizado, no sentido da adopção de estratégias consonantes com a modificação da sociedade portuguesa; estão, como desde sempre, agarrados a uma dissonante voz, que nada tem a ver, na minha perspectiva, com o evoluir da cultura e dos modelos pragmáticos do exercício da recriação de uma outra vida das mulheres e dos homens. Tanto mais que ao assumirem publicamente a possibilidade de não viabilizarem um governo do PS, e não se importarem de nova convocação de eleições, em nome de Marx e Lenine, comprovam uma irresponsabilidade política de total desorganização da vida em Portugal.
O Bloco de Esquerda, como força simpática, talvez convença alguns puristas, mesmo do Partido Socialista, a darem-lhes os seus votos, evitando a maioria absoluta, com receio do exercício autista do poder por parte deste partido, esquecendo porém que é ingovernável um País sem obter essa maioria. O B.E. não está maduro para o exercício do poder, porque ainda alimenta géneses de um "ser contra" e de um iluminismo que não possui. O seu discurso, se bem que se estando a inverter noutro sentido, ainda não é consonante com uma realidade sentida e vivida por todos. Tudo pode prometer, ninguém lhe pedirá contas, dado não ter que decidir. Além de, como sabemos, ainda estar ferido duma ultrapassada visão trotskista, que se pressente em cada um dos seus dirigentes. Porventura o resultado destas eleições poderá ser decisivo para possíveis alianças nas autárquicas, contra a direita, mas nunca o será à custa do PS ou da inviabilidade do Governo que se vier a formar.
O recente apoio do Prof. Freitas do Amaral ao PS, sendo um democrata-cristão, de esquerda, começo a pensar, os numerosos apoios de figuras da esquerda dos meios mais conscientes da sociedade portuguesa, entre eles muitos intelectuais de que não se duvida serem esquerda, o movimento, desde já imparável, que constituem as Novas Fronteiras, poderão ser o garante de que o PS saberá governar para todos, mas tendo como prioridade os que mais necessitam.
Assim não vejo, necessidades do voto útil, mas do político, e este deverá ser o da esquerda, da social-democracia, do socialismo, dos comunistas e de outras forças no Partido Socialista, para o alcance da maioria absoluta. E se o Governo do PS não for digno dessa incumbência, estas forças saberão acabar com ele, até porque outras eleições se seguem, e os cartões vermelhos não acabaram.
Joaquim Armindo
Membro da Comissão Política do PS da Maia
jarmindo@clix.pt
www.bemcomum.blogspot.com
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