sexta-feira, fevereiro 17

Coimbra: Estudo revela que população de Souselas tem o dobro das doenças respiratórias da região Centro

A população de Souselas, em Coimbra, apresenta uma "prevalência padronizada das doenças respiratórias" duas vezes superior à média da região Centro, revelou ontem um estudo da Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC).
Designado por Saúde Centro 2005, o estudo incidiu sobre a população adulta da região, inscrita nos 109 Centros de Saúde que integram a ARSC, tendo como objectivo a sua caracterização relativamente a patologias, comportamentos e estilo de vida.De acordo com a investigação, 12,9 por cento da população de Souselas apresenta "prevalência padronizada das doenças respiratórias", contra 5,8 por cento da média da região centro.O mesmo estudo concluiu que os habitantes daquela freguesia apresentam uma percentagem quase três vezes superiores à média da região no que respeita a "bronquite crónica, doenças pulmonares crónicas obstrutivas".Quanto à prevalência de doenças tumorais, a população de Souselas tem uma taxa de 6,1 por centro, mais do dobro dos 2,8 por cento registados no resto da região centro.Relativamente às patologias endócrinas, os souselenses voltam a estar na frente com 14,2 por centro, contra 10,1 por cento da média regional."Este estudo vem demonstrar que a população está doente e provar que existe em Souselas défice de qualidade ambiental", disse o biólogo João Pardal, presidente da Junta de Freguesia.Na localidade labora uma cimenteira da Cimpor desde 1973, que, segundo o autarca e presidente da Associação de Defesa do Ambiente de Souselas, "é o principal foco de poluição".A realização de um estudo epidemiológico era reclamado pela população desde 1998, altura em que o então secretário de Estado do Ambiente, José Sócrates, actual primeiro-ministro, iniciou o processo para instalar na cimenteira de Souselas o processo de co-incineração dos Resíduos Industriais Perigosos (RIP).Segundo João Pardal, o estudo vem também revelar que o rácio de nascimentos entre rapazes e raparigas está invertido devido "à má qualidade de vida e à existência de substâncias que alteram o funcionamento hormonal das mulheres"."Queremos respostas concretas, objectivas e rápidas das autoridades de saúde. Vamos exigir um plano de intervenção ao nível da saúde e em complementaridade um processo de requalificação ambiental", afirmou o autarca.

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