Em resposta às críticas da ministra
17.11.2006 - 14h25
À saída de um debate com agentes culturais do Porto, organizado pelo Movimento Juntos pelo Rivoli, realizado na passada segunda-feira, Isabel Pires de Lima defendeu que as autarquias devem apoiar a criação artística, de forma a aproximá-la dos cidadãos.
A ministra defendeu ainda que, "nas artes, o conceito de serviço público não deve reger-se unicamente por critérios de rentabilidade".
Orçamento do Ministério da Cultura "leva uma pancada gigantesca"
Rui Rio aconselhou hoje a ministra "a estudar os números antes de falar", por considerar que as críticas de Isabel Pires de Lima não fazem sentido, uma vez que "o seu orçamento leva uma pancada gigantesca".
"O governo vai baixar a dotação para a cultura em 9,13 por cento, dedicando apenas 0,43 por cento da sua despesa a esta área", frisou Rui Rio.
Por sua vez, a câmara do Porto "baixa a dotação para a cultura em oito por cento, mas dedica 4,8 por cento do total da despesa ao sector", acrescentou.
"O corte de oito por cento da câmara deve-se à redução líquida da despesa com o Rivoli, que já se vai conseguir em 2007. Em 2008 aparecerá já reflectida a poupança total decorrente da privatização da gestão do teatro", especificou o autarca.
Segundo explicou, em 2007 o grosso do investimento da autarquia na área da cultura será canalizado para a Culturporto, Divisão Municipal da Cultura (bibliotecas, arquivo histórico, museus, entre outras instituições), Serralves, Casa da Música e Coliseu, despesas com o pessoal e ao Teatro do Campo Alegre.
Questionado pelos jornalistas, Rio não especificou quais os investimentos estratégicos culturais que pretende desenvolver no próximo ano, insistindo na ideia de que "a política cultural da autarquia valoriza as bibliotecas, os museus e as parcerias com instituições estratégicas para a cidade, como Serralves, Casa da Música e Coliseu".
"Viu alguma vez as bibliotecas queixarem-se de falta de apoio?", questionou o autarca, acrescentando que, do ponto de vista estratégico, "não é a financiar espectáculos sem público" que valoriza a cidade.
Segundo Rui Rio, "não é correcto dar dinheiro dos contribuintes para financiar actividades que não despertam interesse público mínimo", embora não exclua a possibilidade de dar "apoios em espécie". "Subsídios em dinheiro, sou contra, na cultura e em tudo", frisou.
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