domingo, fevereiro 18

CRÓNICA PUBLICADA NO PRIMEIRO DE JANEIRO

Crónica publicada no Jornal O Primeiro de Janeiro, de 11 de Fevereiro de 2007


ÁGUA VIVA


A LUZ E A ESPERANÇA

“A Luz de Cristo brilha sobre Todos – Esperança na Renovação e Unidade da Europa”, este irá ser o tema da 3.ª Assembleia Ecuménica Europeia, que se realiza na Roménia, em Setembro do corrente ano. Constituem estas assembleias, onde as grandes igrejas cristãs se encontram, oportunidades de análise e de vivência das várias culturas dos que se confessam de Jesus. São mais um caminho do conhecimento e da oração comuns, sem contudo se sentarem à mesma mesa eucarística, o que os torna incapazes de compreenderem e aceitarem, na humildade, qual a verdadeira dimensão do serviço. Porque quando a Luz de Cristo for aceite por todos, aí não haverá necessidade de mais assembleias deste tipo, mas de um outro, que será a luta pelo Reino, isto é, pela renovação da sociedade e unidade salvífica da humanidade. E aí, as questões serão outras, colocando Cristo no centro, e não na periferia. Porque quando todos encontrarmos Jesus, não existirão mais divisões entre nós, dado que ninguém quererá ser o primeiro, mas o ultimo.

Às vezes penso que o único atropelo à mensagem do evangelho somos nós, aqueles que acreditamos, mas que nos tapamos da Luz, porque se ela nos atinge, como a Moisés, diremos que somos inúteis servos. Estas magnas reuniões só terão o devido significado, quando nela os excluídos estiverem presentes, aqueles que a sociedade rejeita puderem dizer aquilo que sofrem, porque neles está um Jesus crucificado. A grande esperança que possuo nestas reuniões é que os possuidores dos poderes, aqueles que lá vão estar, possam abrir-se à Luz do Senhor, e então encontrarão o Jesus que professam nas vielas e becos, mas também nas grandes avenidas da Europa. A renovação e unidade da Europa, passa pela da humanidade, e, principalmente, pelas atitudes que viermos a possuir sobre os poderes, sejam eles económicos, culturais, religiosos e, até, éticos. Assim esta assembleia não pode ser um acto em si, mas um caminho do agir localmente, na procura da esperança na renovação, porque a unidade será atingida quando todos estivermos ao serviço dos outros, e não num poder estigmatizado por condutas que servem o nosso bem estar, quando aqueles que não têm sequer pão, são esquecidos. Que o esplendor desta reunião, não sufoque o grito dos angustiados.

Joaquim Armindo

Mestrando em Saúde Ambiental e Licenciado em Ciências Religiosas

jarmindo@clix.pt

http://www.bemcomum.blogspot.com

Escreve no JANEIRO quinzenalmente.

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