"FILOSOFIA DA INFORMAÇÃO" -CONTINUAÇÃO
"A estrutura da informação, hoje, assenta numa lógica essencialmente tecnológica. O acontecer do mundo, a comunicação e a acção, surge no âmbito do processo de ordenação tecnológica. A informação tecnológica - textos, sons, desenhos, fotografias e vídeos gerados e distribuídos pelos mais diversos instrumentos tecnológicos - está hoje em dia por todo o lado".
Assim começa o segundo capítulo de "Filosofia da Informação", intitulado Informação, Tecnologia e Sociadade, de Fernando Ilharco.
"As tecnologias de Informação são por isso tecnologias caracterizadas pela Informação. de um ponto de vista descritivo, focando o carácter informativo, pode dizer-se que aquelas tecnologias são tecnologias informacionais e o que elas geram ou produzem é informação tecnológica."
(...) " Deve aliás referir-se que grande parte da nossa alimentação tem já um traço artificial, isto é, tecnológico. Quanto ao cheiro, de tempos a tempos surgem notícias de tentativas de produzir filmes, vídeos ou televisões...com cheiro"
E tem razão o autor do livro, lá havemos de chegar. E prossegue mais adiante, sem esquecer sempre o ontológico:
" Ao alterar a forma de equilíbrio e de relação dos sentidos humanos e ao determinar modos específicos de accdermos, de comunicarmos e de mediarmos a nossa acção na relevância do mundo que nos envolve, o mais decisivo na televisão não é o conteúdo das suas emissões mas antes a própria televisão, o media específico nas suas características, na sua essência comunicacional e na comunhão em que junta aqueles que toca. A questão televisiva de fundo não é tanto pensar os conteúdos da televisão mas pensar a televisão ela própria como o media mais poderoso da época, enquanto conteúdo da vida contemporânea."
E afirma, com veemência:
"O que conta, a realidade, o mundo, a vida, a relevância, são hoje o conteúdo da televisão"
e:
"Enquanto elemento constitutivo do modo humano contemporâneo de ser, o que , essencialmente, a televisão apresenta, mostra, possibilita, sugere, facilita, provoca, condiciona e mesmo determina, não é nada de directamente relacionado com as palavras, as cores e os sons que transmite (...)"
Relativamente aos telemóveis, informa:
"Por exemlo, estima-se que a China seja actualmente o País líder mundial en termos absolutos na quantidade de telemóveis em utilização."
Sobre a "Sociedade Organizacional e tecnologia informacional e comunacacional", refere:
"...era a de que a tecnologia por si só traria a mudança desejada em termos de produtividade e de competitividade.
Esta primeira vaga colocou uma quantidade enorme de computadores nas organizações e sobretudo introduziu a linguagem da tecnologia informacional e comunicacional, gerando de facto a mudança embora nem sempre as alterações verificadas fossem positivas para a organização em questão."
E:
"Significa isto que a tecnologia a informação tecnológica, naquilo que neste texto nos interessa, apesar de dever ser correctamente considerada um instrumento das e nas actividades dos homens, pode ser, poderá ser, em termos essenciais, algo de muito diverso."
Termina o capítulo, afirmando:
"De resto o facto da nova tecnologia penetrar e desenvolver-se no campo da linguagem é uma indicação importante dos prováveis contornos ontológicos, do estabelecer aquilo que é, o ser em sim mesmo - o que não será mais do que a essência das próprias tecnologias de informação e de comunicação."
(...)
"Assim, o computador sendo um espelho neutral da realidade faz como que o modelo seja a realidade. Controlar a informação tecnológica é assim controlar a realidade"
Continua, na análise do terceiro capítulo "Para uma fenomelogia da informação".
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