terça-feira, dezembro 28

ARTIGO PUBLICADO NO JORNAL PRIMEIRO DE JANEIRO

Artigo da minha autoria publicado no Jornal Primeiro de Janeiro, de 21/12/2004, na coluna MOSCARDEIRO.
MOSCARDEIRO



ÁGUAS AGITADAS porque TURVAS



È verdade que estamos em plena época de Natal, mas mesmo assim, nesta terra da Maia, as águas estão cada vez mais turvas e agitadas. Aqueles que da política pretendem fazer segunda profissão, ou quase, ainda não repararam que a cidadania se aprende, e do seu inerente civismo dela se deve dar bom exemplo aos seus concidadãos, pela ética, quer pessoal, quer comum.

Um destes dias ninguém vai mesmo votar, a não ser aqueles que querem o exercício do poder, para dele mesmo beneficiar. Estamos em época de eleições para uma nova legislatura e a pensar, e a empreender acções preparatórias para as autárquicas. Umas são diferentes de outras, por isso nunca compreendi que António Guterres tirasse as ilações que o levaram a uma demissão. Mas as claques andam, sem dó, nem piedade, a inventar tudo, para chegarem ao poder de decisão do dinheiro, da ganância, nas antípodas dum Natal cristão que opta pela solidariedade e fraternidade. Aliás, não pretendo fazer do Natal, tal qual o vivemos hoje, uma coutada dos cristãos, ele é livre e fecundo para quem, mulheres e homens de boa vontade, pretende fazer dele o Maranatha das suas vidas, porque o Senhor, não tem rosto, nem tempo, nem espaço, mas é presente em cada vida que nasce ou renasce.

Pois é neste Natal de 2004, que aqui pela Maia algumas surpresas se avolumam e nos inquietam, e sem querer julgar, muito me entristecem, pela arrogância, falta de ética e de serviço aos outros, quase me atirando para os braços dos "vencidos da vida", que também começam a pensar que a defesa da coisa pública são balelas, para uns e para outros. Para quem lutou, em tempos muito difíceis, pelo direito ao voto universal e aos dezoito anos de idade, para a eleição dos mais capazes, sem nenhuma "central de interesses", mas que nunca perdeu a esperança de um outro mundo, a luta vai continuar, nem que seja pela denúncia, às vezes profética (vai sendo difícil, concordo, porque salvo várias excepções os meios de comunicação, vão fazendo a sua autodefesa económica, usando a censura).

Na caixa de correio chega-me um novo jornal local – VOZ DA MAIA – cujo proprietário, não é mais, nem menos, aquele que se apresenta como figura singular, com grande propaganda, fotografias de corpo inteiro, como o Político, Médico e Cidadão, nas páginas centrais; só que usa um subterfúgio, no nome do proprietário coloca o seu primeiro e terceiro nomes, e na sua divulgação pessoal, o primeiro e último nomes. Ora isto, não é transparência, mas uma autêntica face delirante de quem quer a todo o custo, ser Presidente da Câmara da Maia, e nem sequer tem o pudor e sensatez de poder estar a prejudicar o Partido, do qual se intitula representante enquanto oposição na Maia! Atacando correligionários seus, pela voz do seu filho, tem o desplante de surgir agora, quando sempre tem estado (... e continua) ao lado do actual poder na Maia.

Por outro lado, muitos militantes do seu Partido receberam, em sobrescritos dos SMAS (de cujo Conselho de Administração faz parte), um extenso volume, de fotocópias, reproduzindo as suas entrevistas e posições públicas. Uns pelo correio, "porte pago" (por quem?), outros em mão, mas tudo realizado por um "funcionário", que se presume seja dos mesmos SMAS. O Presidente da Câmara diz que mandou instaurar inquérito, aguardemos... Seria, neste caso, curial, aliás seguindo o exemplo de António Vitorino, que de imediato suspendesse, pelo menos, a sua participação no Conselho de Administração e como vereador da Câmara, enquanto não se apurassem responsabilidades. Até porque não será líquido, que o Ministério Público, não actue. Se verdade, existir abuso de poder, e de uso de coisa pública, compromete o Partido, que diz defender.

Mas após tais desregramentos, ainda manda afixar cartazes, junto de outros da Câmara Municipal, considerados como propaganda política desta, mas afirmando que aqueles, que davam as Boas Festas aos maiatos, não eram pagos pelos dinheiros públicos, como o que estava ao lado. O executivo camarário deu ordens para os retirar, dado não possuírem a respectiva licença, facto que não é singular, dado que numa campanha eleitoral foram retirados cartazes da JS – Maia, por pretensamente ofenderem pessoas.

E outra grande questão será saber onde está a moral de uns atacarem, e depois virem fazer aquilo que criticam !

Assim não, é a democracia que está em causa! Por isso mesmo esperamos, que nesta quadra festiva, impere o bom senso e que o vereador em causa seja capaz de suspender o mandato, enquanto decorre o inquérito, e o Ministério Público actue em conformidade.

Todos serão beneficiados: a democracia, a Maia e o PS. E se assim não acontecer, que o presidente da Federação Distrital do PS do Porto intervenha, com a firmeza que se lhe conheceu em Felgueiras.
Teríamos um PS vigoroso, transparente e sem rabos de palha, para as legislativas e as autárquicas.

Joaquim Armindo
Deputado Municipal do PS
jarmindo@clix.pt
http://www.bemcomum.blogspot.com/
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