ARTIGO PUBLICADO NO JORNAL PRIMEIRA MÃO
Artigo publicado no Jornal Primeira Mão, 15/4/2005, um artigo da minha autoria:
UM PEREGRINO NESTE PLANETA
Falar em Karol Wojtyla, o Papa João Paulo II, quando todos os meios de comunicação social, já o fizeram de forma quase espectacular, pode parecer excessivo, mas não o é, sobretudo porque também significa trazer a público, pelo menos, o bom e beatificado João XXIII, Paulo VI e João Paulo I.
O envolvimento que todos eles tiveram nesta terra de peregrinação, a sua vontade de trabalhar pela Paz, o seu Ecumenismo real, traduziram um novo ciclo da Igreja estar e ser Sal e Luz do mundo.
João Paulo II manifestou bem na sua longa agonia, na disposição de estar vivo, sofrendo, o testemunho vivo da fé em que acreditava. De facto, podemos discordar de um certo conservadorismo, em questões teológicas ou mesmo de carácter disciplinar, intransigência que respeitamos, como a ordenação de mulheres ou o fim obrigatório do celibato dos padres, ou mesmo de carácter moral, mas que este Papa impôs uma faceta ecuménica no relacionamento das pessoas e dos povos, não poderemos olvidar. Talvez porque foi trabalhador manual, antes da ordenação, tinha este carácter de ver e sentir os pobres, e por eles lutar, incitando-os à luta contra o fatalismo e pela sua dignidade de pessoa humana.
Lutador incansável pela liberdade, combateu o capitalismo e o liberalismo, e fez frente a sociedades cerceadoras da democracia, como no leste europeu, deixando, fundamentalmente nos jovens, a esperança duma globalização chamada solidariedade, fraternidade e amor, nas antípodas daquela que muitos em nome de teorias economicistas persistem em querer manter.
Uma das frases que mais me entusiasmou, foi a que usou, numa das sua cartas aos cristãos, onde pede “Fica connosco, Senhor!”. Na fragilidade da sua vida física, ainda pediu ao seu Senhor para ficar com o mundo, parafraseando o autor do Evangelho, o que denota, por um lado a sua esperança num mundo outro, e, por outro, a capacidade da sua doação até ao último alento. A sua vida em pontificado, não ficou marcada só pela espiritualidade que raiava do seu rosto, mas, também, pela determinação da intervenção política, às vezes tão arredia da Igreja, santa e ao mesmo tempo pecadora.
Uma das suas últimas corajosas intervenções quando assumiu perante o mundo a condenação da invasão do Iraque, contra o todo poderoso presidente americano, demonstrou a capacidade profética que a Igreja deve assumir, sempre em defesa de cada mulher e homem e dos povos. Esta característica peculiar desde João XXIII, tornou-se muito clara em João Paulo II, na liberdade e pela libertação do ser humano. A diplomacia do Vaticano, uma das mais fortes do mundo, foi colocada ao lado de quem mais sofria, desde Timor à Palestina, passando pelo Iraque, e esta é uma boa nova que anunciamos.
Lembro-me de como se abriu ao diálogo com os outros cristãos, e com todas as religiões não cristãs, defendendo sempre a solidariedade e fraternidade, e respeitando profundamente cada um, dando seguimento às resoluções do Concílio Vaticano II. E todo este labor de irmandade humana, talvez em conflito dorido com o que a própria Cúria gostaria de manter.
Aquele homem, peregrino dos peregrinos, com o qual não concordei tantas vezes, apareceu como um sofredor, mas activo, sem nunca se queixar e fazendo, sem dúvida, uma profissão de fé em todos os minutos da sua vida.
Não podia deixar de referir atitudes de profunda humildade que João Paulo II teve, quando pediu perdão à humanidade de todos os tempos e lugares por erros da Igreja Católica, e referencio-o especialmente quando se referiu à falta da sua Igreja para com Galileu Galilei, atitude corajosa, que se não foi bem interiorizada pelos crentes, foi contudo um pronunciamento dos novos tempos. Tempos a que o novo Papa irá ter de dar continuidade, no cabal cumprimento do Concílio Vaticano II, e, porque não, convocando o Povo de Deus para uma nova atitude frente ao mundo, a nova evangelização de que tanto se fala.
Depois de João Paulo II, e da sua prática peregrina, haverá um tempo de maior maturidade, em que os bispos das Igrejas Particulares (as Dioceses), unidos ao povo, em participação activa, poderão desencadear as acções necessárias a que a Igreja não se volte contra o mundo, mas trabalhando nele, consiga inverter as tendências individualistas, dos povos, e inaugurar o trabalho de fazedores da Paz, e, consequentemente, como diria Paulo VI, da Justiça.
Só assim se dará continuidade, à gratuitidade do amor de João Paulo II, e a sua grandeza não será ofuscada, ou melhor, como certamente ele preferiria, o nome de Deus não será invocado em vão. Dele se cita: “O meu pontificado foi de três anos. Tudo o resto é milagre”. Continue-se pois esse milagre!.
Joaquim Armindo
Deputado Municipal do PS
Falar em Karol Wojtyla, o Papa João Paulo II, quando todos os meios de comunicação social, já o fizeram de forma quase espectacular, pode parecer excessivo, mas não o é, sobretudo porque também significa trazer a público, pelo menos, o bom e beatificado João XXIII, Paulo VI e João Paulo I.
O envolvimento que todos eles tiveram nesta terra de peregrinação, a sua vontade de trabalhar pela Paz, o seu Ecumenismo real, traduziram um novo ciclo da Igreja estar e ser Sal e Luz do mundo.
João Paulo II manifestou bem na sua longa agonia, na disposição de estar vivo, sofrendo, o testemunho vivo da fé em que acreditava. De facto, podemos discordar de um certo conservadorismo, em questões teológicas ou mesmo de carácter disciplinar, intransigência que respeitamos, como a ordenação de mulheres ou o fim obrigatório do celibato dos padres, ou mesmo de carácter moral, mas que este Papa impôs uma faceta ecuménica no relacionamento das pessoas e dos povos, não poderemos olvidar. Talvez porque foi trabalhador manual, antes da ordenação, tinha este carácter de ver e sentir os pobres, e por eles lutar, incitando-os à luta contra o fatalismo e pela sua dignidade de pessoa humana.
Lutador incansável pela liberdade, combateu o capitalismo e o liberalismo, e fez frente a sociedades cerceadoras da democracia, como no leste europeu, deixando, fundamentalmente nos jovens, a esperança duma globalização chamada solidariedade, fraternidade e amor, nas antípodas daquela que muitos em nome de teorias economicistas persistem em querer manter.
Uma das frases que mais me entusiasmou, foi a que usou, numa das sua cartas aos cristãos, onde pede “Fica connosco, Senhor!”. Na fragilidade da sua vida física, ainda pediu ao seu Senhor para ficar com o mundo, parafraseando o autor do Evangelho, o que denota, por um lado a sua esperança num mundo outro, e, por outro, a capacidade da sua doação até ao último alento. A sua vida em pontificado, não ficou marcada só pela espiritualidade que raiava do seu rosto, mas, também, pela determinação da intervenção política, às vezes tão arredia da Igreja, santa e ao mesmo tempo pecadora.
Uma das suas últimas corajosas intervenções quando assumiu perante o mundo a condenação da invasão do Iraque, contra o todo poderoso presidente americano, demonstrou a capacidade profética que a Igreja deve assumir, sempre em defesa de cada mulher e homem e dos povos. Esta característica peculiar desde João XXIII, tornou-se muito clara em João Paulo II, na liberdade e pela libertação do ser humano. A diplomacia do Vaticano, uma das mais fortes do mundo, foi colocada ao lado de quem mais sofria, desde Timor à Palestina, passando pelo Iraque, e esta é uma boa nova que anunciamos.
Lembro-me de como se abriu ao diálogo com os outros cristãos, e com todas as religiões não cristãs, defendendo sempre a solidariedade e fraternidade, e respeitando profundamente cada um, dando seguimento às resoluções do Concílio Vaticano II. E todo este labor de irmandade humana, talvez em conflito dorido com o que a própria Cúria gostaria de manter.
Aquele homem, peregrino dos peregrinos, com o qual não concordei tantas vezes, apareceu como um sofredor, mas activo, sem nunca se queixar e fazendo, sem dúvida, uma profissão de fé em todos os minutos da sua vida.
Não podia deixar de referir atitudes de profunda humildade que João Paulo II teve, quando pediu perdão à humanidade de todos os tempos e lugares por erros da Igreja Católica, e referencio-o especialmente quando se referiu à falta da sua Igreja para com Galileu Galilei, atitude corajosa, que se não foi bem interiorizada pelos crentes, foi contudo um pronunciamento dos novos tempos. Tempos a que o novo Papa irá ter de dar continuidade, no cabal cumprimento do Concílio Vaticano II, e, porque não, convocando o Povo de Deus para uma nova atitude frente ao mundo, a nova evangelização de que tanto se fala.
Depois de João Paulo II, e da sua prática peregrina, haverá um tempo de maior maturidade, em que os bispos das Igrejas Particulares (as Dioceses), unidos ao povo, em participação activa, poderão desencadear as acções necessárias a que a Igreja não se volte contra o mundo, mas trabalhando nele, consiga inverter as tendências individualistas, dos povos, e inaugurar o trabalho de fazedores da Paz, e, consequentemente, como diria Paulo VI, da Justiça.
Só assim se dará continuidade, à gratuitidade do amor de João Paulo II, e a sua grandeza não será ofuscada, ou melhor, como certamente ele preferiria, o nome de Deus não será invocado em vão. Dele se cita: “O meu pontificado foi de três anos. Tudo o resto é milagre”. Continue-se pois esse milagre!.
Joaquim Armindo
Deputado Municipal do PS
3 Comentários:
tb quiria sê papa armindão? cê n sinxerga meixmu. até contro ó papa cê fala? cê n deve ter mm nada qui fazer. vai trabalhar armindão. qui anêdótá cê é meu.
cê afinau é do puorto ou di libôá? mi páreci qui nem dum lado nem doutro. é di todo ladu e di nenhum. pur issu sua cab^cita tá tão confusá.
caulminha aí armindão.... sua cambalhota n deu efeito... qui chatici, comu é qui cê n previu issú? cê é mêmo limitado, porra!
yoaquinis armindis deputadu munipal? eheheheh, by by. já fosti. já eras.êbolada. foste cumidu di cêbolada. podes sp assinar "tripeiro comicu"
Para mim é um previlégio ler todos os seus artigos e comentários.
Quero agradecer-lhe, por partilhar comigo e com o mundo toda a sua vivência, que com grande mestria e sabedoria, descreve neste meio.
Desejo-lhe as maiores felicidades e que Deus o abençoe.
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