ARTIGO PUBLICADO NO PRIMEIRO DE JANEIRO
Artigo publicado no Jornal O Primeiro de Janeiro, da minha autoria, em 21/6/2005.
MOSCADEIRO
SER POLITICO
De acordo com a Logos, enciclopédia Luso-Brasileira, SER, desde Parménides a Heidegger, que do ponto de vista ontológico, é a essência da pessoa, e logo aparece como o “verbo substantivado” com o mesmo vocábulo, ser, imbuída de uma visão holística, da pessoa em causa, na sua indivisibilidade e unidade, como única e irrepetível, sendo, portanto, a sua dignidade, enquanto humana, indesprezível e, consecutiva e indissoluvelmente, defendida como a própria vida, marcada pela ética e a moral das acções de cada pessoa.
“A politica é um fazer e é, sobretudo, um agir. Dispondo dos meios em relação aos fins e pensando nos fins em relação aos meios, a politica revela-se como a arte daquilo que, aqui e agora, é possível realizar.”, refere na mesma enciclopédia, M. Antunes.
Então significa que não é possível ser político, sem ética e moral, porque seria indigno, e agir tendo em consideração os fins, numa dialéctica em que os meios não são aqueles que nos “dão mais jeito”, mas os que são profundamente fundados no servir das populações.
Mas vejamos que a ética pessoal e a moral, entrando nesta questão como fundamentais pilares de acompanhamento dos actos políticos da governação, não é possível ser político, e apresentar-se ao eleitorado, este composto por também políticos, sem o acervo histórico que acompanha as pessoas. Aliás aquilo que cada uma é, fica marcado indelevelmente na consciência crítica das massas populares, que não perdoam e têm sabido ser possuidoras dum saber, que só dignifica a polis.
Sendo que a moral pessoal diz respeito às acções praticadas por hábito e aos costumes em geral, a ética trata do fundamento da moral, assim não é possível agir sem ser portador duma moral (não confundir com a moral religiosa), e ética, concernentes à actividade política. Os hábitos e os costumes das sociedades onde produzir aquilo que o povo, e, concretamente, os votantes, que em grande percentagem se demitem de ser políticos, pretendem ao eleger aqueles que os vão gerir.
Não é pois possível tapar o “sol com uma peneira”, nem parar “o vento com a palma da mão” (esta última no dizer de Samora Machel), daí que estes conceitos devem ser considerados em todos os assuntos que dizem respeito à política; tentar com golpes de rins ignorá-los é como o suicídio, às vezes somando vitórias, em determinados ambientes, para perder num âmbito mais lato, porque representativo das consciências que determinam o caminhar comum das mulheres e dos homens que são fazedores das sociedades, e logo da arte de as gerir.
Tudo isto a propósito das próximas eleições autárquicas, e quando começam a aparecer os candidatos aos mais diversos cargos. A primeira pergunta, que, mesmo inconscientemente os votantes fazem, é qual a moral e a ética que têm esses candidatos, qual o seu percurso e as garantias de que vencendo, não só cumprem, mas observam a ética e a moral no seu percurso de gestão do município ou da freguesia.
Não bastará quaisquer promessas, de facto o nosso povo está farto delas e dos políticos que, por meio de atoardas loucas ou megalómanas as enunciam, o que interessa verdadeiramente são as provas dadas, às vezes na própria administração da sua casa, pois aí como microcosmos da sociedade, se poderá ou não sentir a eficiência e a eficácia da coisa pública. Aquilo que dizemos que vamos executar, poderá não sê-lo, pelo que há que garantir a certeza duma verdade que queremos passar, e isso, caros leitores, faz-se com evidências; elas, porém terão de vir provadas pelo quotidiano das nossas vidas.
Todos sabemos que as promessas, outros dizem programas ou medidas mínimas, devem aparecer como ideias, que discutidas parecerão exequíveis, e não com pretensas marcas que dizem ser as “mais sábias”.
A politica é uma arte, e como tal existe uma relação íntima entre a forma e o conteúdo, isto é, não basta apresentar o conteúdo, para que este seja substantivo, mas é necessário saber quem o apresenta, para que a credibilidade exista. E isto às vezes é o maior problema dos projectos e das ideias passarem com objectividade, e vem à baila imediatamente a ética e a moral, dessa embalagem, passe o termo.
É de facto iminente que para qualquer projecto surja como credível, se apresentado por pessoas que tenham dado provas da sua capacidade de condução pelo bem da cidade, consubstancie um conteúdo, logo, apresentado por pessoas suficientemente acreditáveis, pois se o não forem, as ideias perdem-se e deixam de ser substantivas.
Aqui e agora, na Maia, teremos os candidatos com o seu histórico, a apresentar as ideias, mas quem não tiver da política um conceito de arte (forma e conteúdo), com ética e moral, será sempre visto como um ser não político, e é necessário ser-se político, para que os outros – cada cidadão comece a acreditar que ser político é obrigação de todos e de cada um de nós.
Joaquim Armindo
Deputado Municipal do PS
jarmindo@clix.pt
http://www.bemcomum.blogspot.com/
Assina esta coluna quinzenalmente.
SER POLITICO
De acordo com a Logos, enciclopédia Luso-Brasileira, SER, desde Parménides a Heidegger, que do ponto de vista ontológico, é a essência da pessoa, e logo aparece como o “verbo substantivado” com o mesmo vocábulo, ser, imbuída de uma visão holística, da pessoa em causa, na sua indivisibilidade e unidade, como única e irrepetível, sendo, portanto, a sua dignidade, enquanto humana, indesprezível e, consecutiva e indissoluvelmente, defendida como a própria vida, marcada pela ética e a moral das acções de cada pessoa.
“A politica é um fazer e é, sobretudo, um agir. Dispondo dos meios em relação aos fins e pensando nos fins em relação aos meios, a politica revela-se como a arte daquilo que, aqui e agora, é possível realizar.”, refere na mesma enciclopédia, M. Antunes.
Então significa que não é possível ser político, sem ética e moral, porque seria indigno, e agir tendo em consideração os fins, numa dialéctica em que os meios não são aqueles que nos “dão mais jeito”, mas os que são profundamente fundados no servir das populações.
Mas vejamos que a ética pessoal e a moral, entrando nesta questão como fundamentais pilares de acompanhamento dos actos políticos da governação, não é possível ser político, e apresentar-se ao eleitorado, este composto por também políticos, sem o acervo histórico que acompanha as pessoas. Aliás aquilo que cada uma é, fica marcado indelevelmente na consciência crítica das massas populares, que não perdoam e têm sabido ser possuidoras dum saber, que só dignifica a polis.
Sendo que a moral pessoal diz respeito às acções praticadas por hábito e aos costumes em geral, a ética trata do fundamento da moral, assim não é possível agir sem ser portador duma moral (não confundir com a moral religiosa), e ética, concernentes à actividade política. Os hábitos e os costumes das sociedades onde produzir aquilo que o povo, e, concretamente, os votantes, que em grande percentagem se demitem de ser políticos, pretendem ao eleger aqueles que os vão gerir.
Não é pois possível tapar o “sol com uma peneira”, nem parar “o vento com a palma da mão” (esta última no dizer de Samora Machel), daí que estes conceitos devem ser considerados em todos os assuntos que dizem respeito à política; tentar com golpes de rins ignorá-los é como o suicídio, às vezes somando vitórias, em determinados ambientes, para perder num âmbito mais lato, porque representativo das consciências que determinam o caminhar comum das mulheres e dos homens que são fazedores das sociedades, e logo da arte de as gerir.
Tudo isto a propósito das próximas eleições autárquicas, e quando começam a aparecer os candidatos aos mais diversos cargos. A primeira pergunta, que, mesmo inconscientemente os votantes fazem, é qual a moral e a ética que têm esses candidatos, qual o seu percurso e as garantias de que vencendo, não só cumprem, mas observam a ética e a moral no seu percurso de gestão do município ou da freguesia.
Não bastará quaisquer promessas, de facto o nosso povo está farto delas e dos políticos que, por meio de atoardas loucas ou megalómanas as enunciam, o que interessa verdadeiramente são as provas dadas, às vezes na própria administração da sua casa, pois aí como microcosmos da sociedade, se poderá ou não sentir a eficiência e a eficácia da coisa pública. Aquilo que dizemos que vamos executar, poderá não sê-lo, pelo que há que garantir a certeza duma verdade que queremos passar, e isso, caros leitores, faz-se com evidências; elas, porém terão de vir provadas pelo quotidiano das nossas vidas.
Todos sabemos que as promessas, outros dizem programas ou medidas mínimas, devem aparecer como ideias, que discutidas parecerão exequíveis, e não com pretensas marcas que dizem ser as “mais sábias”.
A politica é uma arte, e como tal existe uma relação íntima entre a forma e o conteúdo, isto é, não basta apresentar o conteúdo, para que este seja substantivo, mas é necessário saber quem o apresenta, para que a credibilidade exista. E isto às vezes é o maior problema dos projectos e das ideias passarem com objectividade, e vem à baila imediatamente a ética e a moral, dessa embalagem, passe o termo.
É de facto iminente que para qualquer projecto surja como credível, se apresentado por pessoas que tenham dado provas da sua capacidade de condução pelo bem da cidade, consubstancie um conteúdo, logo, apresentado por pessoas suficientemente acreditáveis, pois se o não forem, as ideias perdem-se e deixam de ser substantivas.
Aqui e agora, na Maia, teremos os candidatos com o seu histórico, a apresentar as ideias, mas quem não tiver da política um conceito de arte (forma e conteúdo), com ética e moral, será sempre visto como um ser não político, e é necessário ser-se político, para que os outros – cada cidadão comece a acreditar que ser político é obrigação de todos e de cada um de nós.
Joaquim Armindo
Deputado Municipal do PS
jarmindo@clix.pt
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