DO JORNAL MAIAHOJE
A "Voz da Maia" ou a "Vergonha da Maia"?
Uma ofensa aos jornalistas!Os maiatos já devem ter reparado que desde Dezembro, nas suas caixas de correio, mensalmente e nas primeiras edições curiosamente ao dia 13, tem aparecido uma publicação que se intitula como um «novo jornal», gratuito e que vai já no quinto mês de edição.Publicação registada no Instituto da Comunicação Social (ICS), o seu proprietário é o candidato do PS à Câmara da Maia, mas por algum motivo que não vislumbro, já que julgo não ser possível tratar-se de alguma manobra para enganar a população, assina "incógnito" como Jorge Costa (Jorge Luís da Costa Catarino).Essa publicação que inicialmente pensávamos ser uma forma de critica e de oposição política legitima à maioria da Câmara da Maia, mostrou e provou ser um atentado à nossa dignidade jornalística.É antes de mais uma clara falta de respeito pela nossa profissão e uma "grande lata" de quem, depois de colocar cá fora a publicação, nos tem procurado para através do nosso trabalho dar a conhecer as suas actividades.Ao receber em minha casa o último número, resolvi dizer chega e desmascarar esta "farsa". Face ao silêncio de outros colegas, tenho a coragem para dizer chega! pois não alimento qualquer esperança, nem quero, ser contemplado com algum "tacho" numa eventual futura Câmara PS ou de outra cor. Mas voltando à publicação, titula esta que «o candidato do PS à Câmara Municipal da Maia, Jorge Catarino propõe medidas concretas para ajudar a resolver o problema (do aumento preocupante da Criminalidade na Maia)». Logo ao lado, o mesmo candidato do PS à Câmara da Maia assina o Editorial com algumas das palavras chave do seu discurso pré-eleitoral (vide «o sufoco é total»; «fechou-se um ciclo»; «a alternância é o sal da democracia» e até um reconhecimento à obra feita que é preciso «não deixar esmorecer». Já agora o que quer dizer com «exige-se... um novo intérprete»? Alguém que nunca esteve na Câmara? É que tanto quanto sei, ambos os candidatos do PS e do PSD já foram presidentes de Câmara da Maia.Mas continua a "farsa" na página dois, com, em primeiro lugar, uma ficha técnica da qual não faz parte nenhum jornalista, uma Sede no Concelho do Porto (nada mau saber que "A voz da Maia" afinal é... no Porto) e por outro lado uma coluna intitulada "Correio dos Leitores", onde o "elogio do umbigo" é tema inicial, passa por um ligeiro "insulto à inteligência" dos votantes e termina com mais um elogio, ao jeito de quem nunca leu as noticias inseridas nos números anteriores, noutras publicações, inclusive a nossa, comparando, em termos de governação, a ilha da Madeira com o concelho da Maia.Na página três, um artigo que é quase uma cópia (eles próprios o afirmam), da declaração de voto efectuada pelos deputados do PS à Assembleia de V.N.Telha, à falta de melhor (ou pior), chega ao ponto de criticar o facto de não se ter realizado um tostão com a venda de sepulturas.Nas páginas seguintes, novamente o número um e dois do PS Maia, escrevem e muito bem (se este fosse um jornal de campanha), sobre mais assuntos de política ao jeito de "se eu for..."; uma entrevista ao outro Vereador do PS e mais um par de artigos, não assinados, onde o principal "trabalho", foi... tirar proveito político (gratuito) do trabalho de verdadeiros jornalistas sérios, fazem o resto do jornal.A pergunta coloca-se: ainda tem a coragem de chamar a "isto" um jornal isento, como se leu no primeiro número? Lembro que no "Estatuto Editorial" desse "brilhante" exemplar afirmam que e cito «o jornal Voz da Maia orientar-se-á por critérios de independência ideológica, seja ela de ordem política ou religiosa. Procurará atingir os seus objectivos no estrito respeito pelos princípios deontológicos que definem a actividade profissional dos jornalistas».Face ao exposto, que percebem estes senhores de deontologia jornalística e da sua actividade profissional? Será que o Dr. Catarino gostava que eu, simples jornalista, com carteira profissional, lá por saber onde ficam os "ossos", fosse dar umas consultas médicas ao seu consultório? Os jornalistas são trabalhadores, dignos, como outros quaisquer, com família e que se recusam a ser "enxovalhados" na sua dignidade, desta ou doutra forma.Perante estas situações, sabendo que estão a "fazer pouco" da nossa profissão, poderá, ao leitor, parecer difícil o nosso trabalho de ser isento nesta "corrida" eleitoral que se avizinha, mas são situações como esta que, apesar deste desabafo, nos levam a ser mais profissionais e a assumir publicamente esta repugna, garantindo, apesar de tudo, o rigor e isenção a que vos habituamos.E eu que estava sossegado no meu "cantinho" a fazer o meu trabalho de jornalista.... afinal custa tão pouco dizer que a publicação não pretende ter critérios jornalísticos..., que não é isenta, ou mesmo que é da responsabilidade de um partido político!
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