domingo, agosto 14

ARTIGO PUBLICADO NO PRIMEIRO DE JANEIRO

Artigo publicado no O Primeiro de Janeiro, de 7 de Agosto, da minha autoria


ÁGUA VIVA

A EUCARISTIA DE FÉRIAS

Nesta altura em que os templos se despovoam, porque os cristãos partem para férias, (aqueles, como é óbvio, que as têm e podem), é de toda a pertinência perguntar se a Eucaristia, também, vai a férias. O sacramento central da vida do cristão, deixa de o ser durante um determinado período de tempo, porque, talvez, para nada sirva.

Neste ano proclamado como Ano Internacional da Eucaristia, faz jus a reflexão sobre este procedimento de um número muito significativo de cristãos; alguns abandonam a Igreja (o conjunto dos crentes), em todas as actividades para passarem uns meses de férias da Eucaristia.

Penso ser importante que o alimento eucarístico, este abraço com Jesus, seja efectuado sempre e todos os dias da vida, porque se trata de um alimento, que nem as férias devem deixar escapar. A questão está mais em saber se a Eucaristia é a vida, ou não, entendendo-a como epicentro da vida cristã, e qual a sua real dimensão. Jesus, dá o exemplo, em numerosas acções, descritas nos livros que contam a sua vida, da sua retirada, para o cimo de montes, afim de reflectir.

A Eucaristia, como disse, é um alimento, e como tal que deve ser tomado no quotidiano; acontece que nós nos alimentamos até nas férias, às vezes com mais lautos almoços e jantares, sem os quais não passaríamos, porque morreríamos. Assim, também, se passa com a Eucaristia, sinal visível, duma graça invisível, mas o que temos de entender é o próprio acto eucarístico, enquanto sacramento de vida. E se o é, então significa que a nossa preocupação nas férias, estará sempre centrada neste ser dos outros, nesta reflexão mais aprofundada do nosso relacionamento com Deus, e, logo, com o mundo, nomeadamente o mais necessitado da nossa actuação. É que se assim fizermos, independentemente do irmos ou não ao templo, estamos no tempo eucarístico, e este não irá de férias. Se não o entendermos assim, então, talvez, durante todo os restantes dias do ano, onde cumprimos a “lei” e comemos a hóstia, não passaremos disso mesmo, uns papa-hóstias!

Joaquim Armindo

Licenciado em Ciências Religiosas

jarmindo@clix.pt

www.bemcomum.blogspot.com


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