Alegre: cinco razões para uma escolha
[Carlos Diogo Moreira /Expresso, 05.11.2005]
Só Alegre fará a promoção de uma cidadania crítica e participativa, decisiva para a crise do país.
POR QUE escolho Manuel Alegre para Presidente da República?
Primeiro, porque sou democrata e republicano (embora não socialista).
Assim, desejo como Presidente um homem político, que acredite profundamente na virtude da política, que a sirva mas não se sirva dela e alguém que traga um contributo novo.
Depois, porque Manuel Alegre é um homem que coloca sempre em primeiro lugar valores fundamentais - liberdade, democracia, dignidade humana e sentido de comunidade - e uma Pátria assente nesses valores, essas «estrelas universais» de que falava Pessoa. Pressente-se nele um patriotismo que contribui para a integração plena dos cidadãos, para a criação de uma verdadeira comunidade política. A promoção de uma cidadania, crítica e participativa que, por certo, Manuel Alegre insistirá em fazer, pode ser decisiva para ajudar a resolver a diversidade de conflitos emergentes que reflectem a crise que nos afecta actualmente: exclusões e discriminações mas também corrupção política, apatia e cepticismo cívico. O bom estado das instituições depende muito da capacitação dos cidadãos para a prática responsável, racional e autónoma da sua cidadania. O ideal republicano reclama precisamente a participação não só como estratégia de actuação política ou como procedimento contratual, mas como uma forma de vida com valor em si mesmo, postula uma concepção do cidadão competente, activo, tolerante, solidário.
A cidadania não é uma herança mas uma tarefa desafiante.
Nesse aspecto, não é demais realçar a importância dos símbolos, porque o comportamento político dos cidadãos é fortemente influenciado pelos símbolos da comunidade política a que pertencem. O Presidente da República é justamente um desses símbolos e deve assumir-se como tal. Não é um técnico, um especialista mesmo que competente e mesmo que em domínios importantes. Tem de ser alguém preocupado com princípios políticos fundamentais que regem o Estado e a Nação, acima da governação quotidiana à qual deve ser sensível sem todavia - em nome do respeito institucional - se intrometer ou comprometer.
Terceiro, embora ainda no âmbito da cidadania, porque o Presidente tem de olhar às questões sociais (as quais como sabemos deram novo sentido à cidadania moderna), dando especial atenção aos chamados «direitos de terceira geração» susceptíveis de gerar novas desigualdades (acesso às actuais tecnologias de informação e comunicação, protecção da privacidade dos cidadãos, paridade de géneros, direitos das minorias imigrantes). Isto, claro, sem excluir as desigualdades ditas tradicionais que se descortinam a par e passo num país que continua a praticá-las, num misto de ignorância e arrogância.
Caberá ao Presidente, com a autoridade de que está investido, fazer-se ouvir, e incutir um estímulo para a resolução de tais desigualdades. Como disse Martin Luther King, «as nossas vidas começam a terminar no dia em que guardarmos silêncio sobre as coisas que realmente importam».
Quarto, porque Manuel Alegre é um homem com uma profunda cultura política e ilustrada que o distancia dos demais. Algo que é importante quando pensamos que em Portugal não há grande tradição de debate conceptual. Alegre é alguém que acredita firmemente na força do pensamento e da palavra, na palavra portadora de futuro, para mudar o mundo e para mudar Portugal.
Valéry Giscard d’Éstaing teve um dia a coragem de dizer publicamente: «as pessoas estão incomodadas com a insignificância de muitos dos seus líderes face à enorme importância dos problemas que enfrentam». Com Manuel Alegre não corremos seguramente esse risco.
Em quinto lugar, um Presidente tem de ser íntegro, corajoso, firme nas atitudes (porque símbolo, aqui também, da autoridade do Estado). Manuel Alegre é-o sobejamente. Dele se dirá sempre (corrigindo as palavras de Taine sobre Merimée): eis alguém que nunca temeu ser logrado pela sua confiança.
Primeiro, porque sou democrata e republicano (embora não socialista).
Assim, desejo como Presidente um homem político, que acredite profundamente na virtude da política, que a sirva mas não se sirva dela e alguém que traga um contributo novo.
Depois, porque Manuel Alegre é um homem que coloca sempre em primeiro lugar valores fundamentais - liberdade, democracia, dignidade humana e sentido de comunidade - e uma Pátria assente nesses valores, essas «estrelas universais» de que falava Pessoa. Pressente-se nele um patriotismo que contribui para a integração plena dos cidadãos, para a criação de uma verdadeira comunidade política. A promoção de uma cidadania, crítica e participativa que, por certo, Manuel Alegre insistirá em fazer, pode ser decisiva para ajudar a resolver a diversidade de conflitos emergentes que reflectem a crise que nos afecta actualmente: exclusões e discriminações mas também corrupção política, apatia e cepticismo cívico. O bom estado das instituições depende muito da capacitação dos cidadãos para a prática responsável, racional e autónoma da sua cidadania. O ideal republicano reclama precisamente a participação não só como estratégia de actuação política ou como procedimento contratual, mas como uma forma de vida com valor em si mesmo, postula uma concepção do cidadão competente, activo, tolerante, solidário.
A cidadania não é uma herança mas uma tarefa desafiante.
Nesse aspecto, não é demais realçar a importância dos símbolos, porque o comportamento político dos cidadãos é fortemente influenciado pelos símbolos da comunidade política a que pertencem. O Presidente da República é justamente um desses símbolos e deve assumir-se como tal. Não é um técnico, um especialista mesmo que competente e mesmo que em domínios importantes. Tem de ser alguém preocupado com princípios políticos fundamentais que regem o Estado e a Nação, acima da governação quotidiana à qual deve ser sensível sem todavia - em nome do respeito institucional - se intrometer ou comprometer.
Terceiro, embora ainda no âmbito da cidadania, porque o Presidente tem de olhar às questões sociais (as quais como sabemos deram novo sentido à cidadania moderna), dando especial atenção aos chamados «direitos de terceira geração» susceptíveis de gerar novas desigualdades (acesso às actuais tecnologias de informação e comunicação, protecção da privacidade dos cidadãos, paridade de géneros, direitos das minorias imigrantes). Isto, claro, sem excluir as desigualdades ditas tradicionais que se descortinam a par e passo num país que continua a praticá-las, num misto de ignorância e arrogância.
Caberá ao Presidente, com a autoridade de que está investido, fazer-se ouvir, e incutir um estímulo para a resolução de tais desigualdades. Como disse Martin Luther King, «as nossas vidas começam a terminar no dia em que guardarmos silêncio sobre as coisas que realmente importam».
Quarto, porque Manuel Alegre é um homem com uma profunda cultura política e ilustrada que o distancia dos demais. Algo que é importante quando pensamos que em Portugal não há grande tradição de debate conceptual. Alegre é alguém que acredita firmemente na força do pensamento e da palavra, na palavra portadora de futuro, para mudar o mundo e para mudar Portugal.
Valéry Giscard d’Éstaing teve um dia a coragem de dizer publicamente: «as pessoas estão incomodadas com a insignificância de muitos dos seus líderes face à enorme importância dos problemas que enfrentam». Com Manuel Alegre não corremos seguramente esse risco.
Em quinto lugar, um Presidente tem de ser íntegro, corajoso, firme nas atitudes (porque símbolo, aqui também, da autoridade do Estado). Manuel Alegre é-o sobejamente. Dele se dirá sempre (corrigindo as palavras de Taine sobre Merimée): eis alguém que nunca temeu ser logrado pela sua confiança.
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