O Parlamento Europeu aprovou ontem, por larga maioria, o Relatório da Deputada Edite Estrela sobre o futuro da Estratégia de Lisboa na perspectiva do género. Resultado idêntico obteve uma proposta de Resolução da qual a eurodeputada também foi autora, referente aos resultados da Décima Primeira Conferência da ONU para as Alterações Climáticas (na qual Edite Estrela participou em Montreal, em representação do PE). Ao intervir em plenário no debate do seu Relatório, a eurodeputada socialista lembrou: "a igualdade de género não foi uma prioridade na execução da Estratégia de Lisboa, mas, sem a participação activa das mulheres, a Agenda de Lisboa será um fracasso". Segundo Edite Estrela, "não é aceitável" que no Século XXI as mulheres "continuem a sofrer todo o tipo de discriminações no trabalho, na família, na política e na sociedade, e que a conciliação da vida familiar com a vida profissional seja ainda um objectivo não atingido". Estas são mesmo "questões de modernidade", política e socialmente "relevantes", em face das quais se torna "necessária e urgente a adopção de medidas transitórias de discriminação positiva", já que "a sociedade não se pode dar ao luxo de prescindir do contributo de metade dos seus membros". Edite Estrela propõe, por exemplo, a implementação de políticas adequadas que estimulem a partilha das tarefas domésticas, com o reconhecimento aos pais de um direito inalienável e intransmissível à licença parental, sem perda de quaisquer direitos profissionais, a par de soluções que favoreçam uma maior participação das mulheres nas esferas política, social e económica - verdadeira "condição para o progresso social" - e a integração das mulheres nos processos de decisão - "um elemento decisivo para o reforço da democracia". Edite Estrela considera que o caminho a percorrer nesta matéria "ainda é longo e cheio de escolhos, mas tem de ser percorrido sem mais perdas de tempo". A eurodeputada apelou, por isso, a que a Comissão Europeia e os Estados-Membros tenham em consideração as propostas e recomendações contidas no seu Relatório - o primeiro Relatório de Iniciativa a ser elaborado por um português na actual legislatura do PE - contribuindo assim para alterar "a invisibilidade da dimensão do género" e torná-la "verdadeiramente transversal" no discurso e na prática política da UE, suas instituições e Estados-Membros.
Já no que concerne à Resolução sobre as Alterações Climáticas, Edite Estrela destacou os "esforços" do Comissário responsável pelo Ambiente, Stavros Dimas, e da anterior Presidência britânica da UE para que se chegasse a um acordo aceitável, o qual, "apesar de não ter sido o ideal e não obstante os problemas levantados pela administração dos EUA quanto ao Protocolo de Quioto", acabou por "ser melhor do que o que se chegou a pensar". Edite Estrela sublinhou que o Protocolo de Quioto "não representa um problema para a economia". Pelo contrário, frisou, "as tecnologias e as energias limpas são a nova economia, com novas oportunidades de negócio e de emprego". A eurodeputada apontou ainda algumas soluções "através das quais todos podemos ajudar" a resolver as principais causas que estão na origem de fenómenos como o aquecimento global do planeta, a seca, os furacões, as inundações e tsunamis: a redução do consumo de energia, uma maior utilização dos recursos energéticos renováveis e de transportes não poluentes, a redução da tributação sobre o trabalho e o investimento e a opção por mais impostos sobre a poluição, a atribuição de subsídios que incentivem práticas sustentáveis e tecnologias eficientes e, de um modo geral, a educação das crianças e a informação aos cidadãos para a adopção de boas práticas ambientais.
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