quarta-feira, março 1

ARTIGO PUBLICADO NO PRIMEIRA MÃO

Artigo publicado no Jornal Primeira Mão, em 17/2/2006, da autoria de Joaquim Armindo
E VILA NOVA DA TELHA ?



Foi há mais de doze anos, aquando da minha candidatura à Junta de Freguesia de Moreira, que o PS da Maia, no seguimento de anteriores tentativas, propôs que a Vila de Moreira, fosse chamada de Vila de Pedras Rubras, composta de duas freguesias (Moreira e Vila Nova da Telha), reforçando, assim o poder autárquico local conquistando um poder reivindicativo mais forte, para o bem das suas gentes, junto aos poderes centrais, chamem-se Terreiro do Paço ou Praça Dr. José Vieira de Carvalho. Assim, porém, não foi o entendimento da maioria dos que governavam Moreira e a Câmara, a mesma afinal, de hoje.
Na sequência dessas eleições, que perdi, assumi na Assembleia de Moreira uma constante e activa oposição a um presidente (parece, que para mal da democracia, os de agora – representantes do PS – não são assim, quedam-se pela mudez), assumi, dizia, essa atitude de persistente trabalho em prol das pessoas desta freguesia que sempre admirei, defendendo os valores e as causas em que acreditava. Fui brusco, às vezes insolente, mas creio ter dado alma à democracia. Esse presidente, Sr. David Branco, viria a declinar qualquer tentativa de recondução, ele bem sabe porquê, assim como eu.

Não vou debruçar-me sobre este processo, ficará para outras crónicas, mas ao que tem acontecido à freguesia onde vivo: Vila Nova da Telha, que creio, teria lucrado, com a Vila de Pedras Rubras. Mas adiante, porque nunca se sabe quando o processo reabrirá, agora que o governo, entendo que bem, quer estudar, juntamente com as populações, um novo ordenamento do território, conjugando as melhores sinergias geográfico e sociais de cada zona, e óbvio eventual reformulação dos marcos delimitadores das actuais zonas de gestão autárquica, desde o órgão que gere as juntas de freguesia.

Vila Nova da Telha, e, consequentemente os seus habitantes, tem sido uma terra ignorada pelo poder reinante no Concelho, e por isso mesmo esse poder perde aqui consecutivamente as eleições autárquicas, nunca sendo a oposição capaz de constituir uma alternativa, tendo mesmo relegado os seus militantes mais activos, a ponto de se desvincularem do PS, para concorrerem como independentes e ganharem. Esta foi evidentemente uma perseguição, mais pessoal, que politica, da ainda actual direcção do PS da Maia. E só agora, com a mudança de protagonistas, consegue estabelecer acordos de bom senso, mesmo contra os ditames do presidente concelhio, e que parece estarem a conseguir bons frutos. Resta-nos a esperança que estes esforços não sejam coarctados, pelas dezenas de militantes admitidos ao longo de meses, numa operação devidamente calculada, e milimetricamente conduzida, para que determinada personagem suceda, num sistema oligárquico, dentro de um poder familiar, que tem contribuído para que o PS perca sucessivamente as eleições na Maia, isto é, não saiba interpretar os seus sentimentos e expectativas; tendo na e da política um sentimento vingativo e perseguidor.

Com cerca de cinco mil votantes, Vila Nova da Telha conhece um crescimento invulgar quer ao nível da habitação, do comércio e da indústria, mas carente de infra-estruturas, e não é um estádio de futebol inacabado, que traduz o progresso sustentado desta freguesia, contaminada com poluição acima dos valores admissíveis, como é fácil de verificar pela estação de monitorização, mas difícil de transmitir e alertar a população. Já no referente a outras actividades, o esforço de Pinho Gonçalves não tem surtido efeito, dada a escassez de verbas, como a cultura, desporto e outros, devido a que, pelo menos a parte nova, é um dormitório, e não aparecem colectividades agregadoras das vontades de quererem aqui viver.

Uma caricata situação, devido à irresponsabilidade de quem manda, é o caso do edifício da Junta e Centro Cívico e das obras na Urbanização do Lidador. São dois casos paradigmáticos, do esquecimento consciente e inadmissível deles (de quem mais manda – que não é o povo, neste caso). O novo edifício da Junta de Freguesia de que se fala há mais de doze anos, e que desde 1997 está emperrada, é a constatação mais evidente de agir politicamente contra uma Junta só porque não é a da cor da Câmara, dado não se perceber que outras freguesias muito mais pequenas, começando o processo depois, já possuam novos edifícios. Parece que só agora vai ter seguimento, mas não há como estar de olhos abertos! O outro das obras nesta Urbanização, é de uma desatenção, para não escrever outra coisa, que o SMAS e Câmara têm para com a freguesia. Obras começadas, não acabadas e paradas, sobre o pretexto que o empreiteiro não reunia condições, como se estas não devessem ser apuradas em tempo certo. Creio mesmo ser isto verdade, dado que na fuga de gás resultante de escavações, um dos seus trabalhadores cometer a proeza, que está documentada, de com uma enxada tapar o buraco da fuga. Mas é assim que trabalham os serviços dos SMAS, desde que expurgaram do seu seio um bom técnico de segurança, com o beneplácito de um destacado dirigente do PS/Maia, só porque ele é militante deste partido.

Com tudo isto só resta à população de Vila Nova da Telha movimentar-se e perguntar afinal como é, na certeza que o executivo da Junta, com os corajosos elementos do PS, que desobedeceram às instruções do “chefe”, tudo farão para que esta freguesia não continue esquecida em gavetas da Câmara Municipal da Maia.

Joaquim Armindo

Membro da Comissão Política do PS/Maia

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