ARTIGO PUBLICADO NO PRIMEIRO DE JANEIRO
Artigo publicado no Jornal O Primeiro de Janeiro, da autoria de Joaquim Armindo, em 7 de Maio de 2206
ÁGUA VIVA
A IGREJA NO FEMININO
“Bem ao gosto feminino, repensemos a Igreja. Daremos origem a uma Igreja na sua plenitude, uma Igreja que acolha homens e mulheres, que potencie capacidades e características femininas e masculinas. Possamos nós desaprender em conjunto as práticas do passado, para juntos e juntas aprendermos, em espírito aberto, a ser Igreja na plenitude do ser humano a caminho do divino!”, estas lúcidas palavras encontram-se no Editorial, do último número do “Portugal Evangélico”, jornal das Igrejas Metodista Portuguesa e Presbiteriana, e da autoria da respectiva directora.
Em todo este número trespassa um ar novo, uma respiração do que é Igreja, e ao dedicá-lo à Igreja no Feminino, aquele jornal contribui para um debate franco e ecuménico do que deve ser o papel de cada pessoa (masculina ou feminina), na Igreja. Um dos artigos coloca, por duas teólogas, as fases que atravessam as várias Igrejas neste domínio, a da “descoberta da mulher como sujeito histórico oprimido”, outra a da “feminização dos conceitos teológicos” e, finalmente, “o repensar as questões da identidade feminina, da antropologia, da cosmologia e da teologia que sustentam o discurso patriarcal”, um conteúdo actual e de urgente análise, para passar a uma prática consistente.
No mês de Maio, considerado o mês de Maria, em que uma grande parte dos cristãos portugueses, reflectem sobre a “mensagem de Fátima”, e a Senhora de Fátima, nome que dão a Maria, mãe de Jesus, o aparecimento deste contributo, fará com que todos, cristãs e cristãos, coloquemos uma interrogação muito pragmática, sobre se as nossas práticas em relação às mulheres, impedindo por questões não teológicas, nem bíblicas, nem, creio, pastorais, mas mais disciplinares e de tradição, que possam estar em Igreja nos locais, e com os carismas, para que Deus as chama.(e os seus desígnios são insondáveis!).
Impedir as mulheres do sacerdócio, por exemplo, não será uma violência arrogante, de que nos teremos de penitenciar e pedir perdão, daqui a uns anos?
Joaquim Armindo
Licenciado em Engenharia e Ciências Religiosas
http://www.bemcomum.blogspot.com
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3 Comentários:
Desconfiai dos falsos profetas.
É útil em todos os tempos essa recomendação, mas,
sobretudo, nos momentos de transição em que, como no atual, se elabora uma transformação
da Humanidade, porque, então, uma multidão de ambiciosos e intrigantes se arvoram em
reformadores e messias. E contra esses impostores que se deve estar em guarda, correndo a
todo homem honesto o dever de os desmascarar. Perguntareis, sem dúvida, como reconhecêlos.
Aqui tendes o que os assinala:
Somente a um hábil general, capaz de o dirigir, se confia o comando de um exército.
Julgais que Deus seja menos prudente do que os homens? Ficai certos de que só confia
missões importantes aos que ele sabe capazes de as cumprir, porquanto as grandes missões
são fardos pesados que esmagariam o homem carente de forças para carregá-los. Em todas as
coisas, o mestre há de sempre saber mais do que o discípulo; para fazer que a Humanidade
avance moralmente e intelectualmente, são precisos homens superiores em inteligência e em moralidade. Por isso, para essas missões são sempre escolhidos Espíritos já adiantados, que fizeram suas provas noutras existências, visto que, se não fossem superiores ao meio em que têm da atuar, nula lhes resultaria a ação.
Isto posto, haveis de concluir que o verdadeiro missionário de Deus tem de justificar,pela sua superioridade, pelas suas virtudes, pela grandeza, pelo resultado e pela influência
moralizadora de suas obras, a missão de que se diz portador. Tirai também esta outra
conseqüência: se, pelo seu caráter, pelas suas virtudes, pela sua inteligência, ele se mostra
abaixo do papel com que se apresente, ou da personagem sob cujo nome se coloca, mais não
é do que um histrião de baixo estofo, que nem sequer sabe imitar o modelo que escolheu.
Outra consideração: os verdadeiros missionários de Deus ignoram-se a si mesmos, em sua maior parte; desempenham a missão a que foram chamados pela força do gênio que
possuem, secundado pelo poder oculto que os inspira e dirige a seu mau grado, mas sem desígnio premeditado. Numa palavra: os verdadeiros profetas se revelam por seus actos, são adivinhados, ao passo que os falsos profetas se dão, eles próprios, como enviados de Deus.
O primeiro é humilde e modesto; o segundo, orgulhoso e cheio de si, fala com altivez e, como
todos os mendazes, parece sempre temeroso de que não lhe dêem crédito.
Alguns desses impostores têm havido, pretendendo passar por apóstolos do Cristo,
outros pelo próprio Cristo, e, para vergonha da Humanidade, hão encontrado pessoas assaz
crédulas que lhes crêem nas torpezas. Entretanto, uma ponderação bem simples seria bastante a abrir os olhos do mais cego, a de que se o Cristo reencarnasse na Terra, viria com todo o seu poder e todas as suas virtudes, a menos se admitisse, o que fora absurdo, que houvesse
degenerado. Ora, do mesmo modo que, se tirardes a Deus um só de seus atributos, já não tereis Deus, se tirardes uma só de suas virtudes ao Cristo, já não mais o tereis. Possuem todas
as suas virtudes os que se dão como sendo o Cristo? Essa a questão. Observai-os, perscrutailhes as idéias e os actos e reconhecereis que, acima de tudo, lhes faltam as qualidades
distintivas do Cristo; a humildade e a caridade, sobejando-lhes as que o Cristo não tinha: a
cupidez e o orgulho. Notai, ao demais, que neste momento há, em vários países, muitos pretensos Cristos, como há muitos pretensos Elias, muitos S. João ou S. Pedro e que não é absolutamente possível sejam verdadeiros todos, Tende como certo que são apenas criaturas
que exploram a credulidade dos outros e acham cômodo viver à custa dos que lhes prestam
ouvidos.
Desconfiai, pois, dos falsos profetas, máxime numa época de renovação, qual a presente, porque muitos impostores se dirão enviados de Deus. Eles procuram satisfazer na Terra à sua vaidade; mas uma terrível justiça os espera, podeis estar certos.
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