domingo, julho 9

ARTIGO PUBLICADO NO PRIMEIRO DE JANEIRO

Artigo publicado no Jornal O Primeiro de Janeiro, da autoria d Joaquim Armindo, em 2/7/2006.


ÁGUA VIVA


A BELEZA DE DEUS

Uma leitura à excelente revista BÍBLICA, dos Frades Capuchinhos, veio colocar a questão da Beleza de Deus, o que significa a nossa própria Beleza. Temos como cristãs e cristãos, valorizado a Verdade e a Bondade, como características do SER, mas colocamos sempre de lado, a Beleza desse mesmo SER, e isso é um desvio a um cristão lúcido. Vergamo-nos sobre a Verdade, e proibimos, fizemos a inquisição e matamos. Vergamo-nos sobre a Bondade, e criamos a dependência de outros seres humanos, para que a nossa consciência se possa tranquilizar. Tudo fazemos para parecer, que tudo isto é bom, e que somos seguidores da única e imutável palavra.

Esquecemos, ou quisemos esquecer, a Beleza, porque esta significa o que Deus, enquanto criador, tudo fez de belo, os montes, as árvores, os animais e nós próprios, e aqui estava a questão, é que nós não queremos ser Belos, porque é pecado olhar para o corpo, porque é pecado ver as maravilhas de Deus; Ele nada nos escondeu, mas nós inventamos tantas coisas para que isso sucedesse. Consideramos aquilo que está aos nossos olhos e mãos, na Verdade e Bondade de Deus, como alguma coisa de que nos devemos castigar, porque é Belo, ora esta posição é contraditória com o que apresenta o Génesis, “E Deus viu que isto era bom!”.

A Beleza está dentro de cada um de nós, e é para ser dada aos outros, tal como a Verdade e a Bondade, não para ser escondida, e neste mundo marcado pela globalização multicultural, é preciso afirmar o Belo, cultivá-lo, com a alegria de seres criados pelo autor da Vida. Se olharmos as “aves do céu”, ou os “lírios dos campos”, haveremos de perceber que nós somos livres como as aves e belos como os lírios, porque como disse Santo Agostinho, “Tu estavas dentro de mim, e eu estava fora. Tu chamaste, gritaste e rompeste a minha surdez”.

E chega de termos medo dos nossos corpos, das nossas vidas, da humanidade que nos cerca, e pensarmos obcecadamente num pecado que nunca existiu, mas inventamos para esconder, esse sim, o pecado que cometemos contra a nossa Vida, o desconhecimento da Verdade, da Bondade e da Beleza.

Joaquim Armindo

Mestrando em Saúde Ambiental e Licenciado em Ciências Religiosas

jarmindo@clix.pt

http://www.bemcomum.blogspot.com

Escreve no JANEIRO, quinzenalmente, ao domingo

0 Comentários:

Enviar um comentário

Subscrever Enviar feedback [Atom]

<< Página inicial