PARA O CAMINHO DE CIDADES SAUDAVEIS
A segunda versão da Tabela (TACO) poderá ajudar população a optar por alimentos mais saudáveis
Especialistas afirmam que a saúde está associada, em parte, à prática orientada e regular de atividades físicas e a uma alimentação que priorize o consumo de frutas, legumes e verduras. Por conta da importância dos alimentos para uma vida saudável, o Ministério da Saúde e o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, em parceria com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), acabam de lançar a segunda versão da Tabela Brasileira de Composição de Alimentos (TACO).
A publicação servirá para orientar o trabalho de profissionais de saúde e poderá auxiliar os consumidores na hora de comprar produtos alimentícios. Na primeira tiragem, 40 mil tabelas serão distribuídas para a sociedade científica e organizações ligadas à saúde.
Segundo o Ministério da Saúde, a identidade brasileira da tabela é uma de suas grandes vantagens. Até antes da elaboração da primeira versão do material, os parâmetros utilizados para a análise da composição nutricional dos alimentos tinham como base padrões norte-americanos e europeus.
“É essencial que um país tenha esse tipo de informação, muito útil para profissionais como o nutricionista ou outros que trabalhem com alimentação e saúde”, diz a técnica da área de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde, Janine Coutinho. Segundo ela, o profissional utilizará esse banco de dados para calcular dietas e desenvolver ações para a promoção da alimentação saudável.
A publicação também fornece subsídios a pesquisadores de estudos epidemiológicos que relacionam a alimentação com os riscos de doenças. As informações poderão orientar o setor agrícola e as indústrias de alimentos durante o processo de rotulagem, pois fábricas e empresas alimentícias devem colocar a informação nutricional com valores nutricionais de oito itens obrigatórios (valor energético, carboidratos, proteínas, gorduras totais, gorduras saturadas, gorduras trans, fibras alimentares e sódio). Com isso, o consumidor tem condições de escolher o alimento mais adequado para a sua saúde e de sua família.
Amostras
A tabela foi elaborada pelo Núcleo de Estudos e Pesquisas em Alimentação (NEPA) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e contou com financiamento dos Ministérios da Saúde e do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. O documento contém informações sobre 454 alimentos consumidos nacional ou regionalmente. Essas amostras foram coletadas em nove cidades das cinco regiões brasileiras.
Umidade, energia (kcal), proteína, lipídeos, colesterol, carboidratos, fibra alimentar, cinzas, cálcio, magnésio, manganês, fósforo, ferro, sódio, potássio, cobre, zinco, vitamina C estão entre os 24 componentes analisados nos alimentos. As quantidades de gorduras totais e de gorduras trans também foram avaliadas.
A segunda versão da tabela descreve produtos como carnes, pescados, frutas, legumes, verduras, arroz, feijão, macarrão, pão, torrada, biscoitos e manteiga, além de outros alimentos tipicamente nacionais como acarajé, carne seca, pitanga e pequi. Essa versão considera a interação entre ingredientes e condições de preparo, fatores que determinam a variação da composição dos pratos.
De acordo com uma das pesquisadoras do NEPA/Unicamp, Delia Rodriguez, a tabela também leva em consideração que os alimentos de origem vegetal variam em composição, de acordo com cultivo, maturação da colheita, clima e tipo de solo, entre outros pontos. Os produtos de procedência animal se relacionam à idade e às técnicas de criação, por exemplo.
A partir dessas informações, as pessoas terão mais detalhes sobre os produtos que consomem. “É importante conhecer o valor nutricional dos alimentos para começar a rever as nossas práticas. A tabela é um meio que nos ajudará a escolher alimentos que nos garantam todas as vantagens em termos nutricionais”, observa Jaime Amaya, pesquisador do NEPA.
A distribuição dos 40 mil exemplares da tabela caberá do Ministério do Desenvolvimento Social e ao Ministério da Saúde. Vão ganhar a publicação universidades, conselhos de profissionais de saúde, bibliotecas municipais e associações, entre outros. Para facilitar o acesso da população em geral à tabela, os dados dela estão disponíveis no portal do Ministério da Saúde (www.saude.gov.br/nutricao) e nas páginas da Unicamp (www.unicamp.br) e Ministério do Desenvolvimento Social (www.mds.gov.br) na Internet.
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