domingo, setembro 17

ARTIGO PUBLICADO NO PRIMEIRO DE JANEIRO

Crónica escrita por Joaquim Armindo, no Jornal O Primeiro de Janeiro, em 10/9/2006


ÁGUA VIVA


IGREJA E SEXUALIDADE

As Igrejas Metodista e Presbiteriana não param de surpreender com a linha editorial do “novo” Portugal Evangélico, o seu jornal oficial, pela frontalidade com que coloca as questões, mesmo as mais “religiosamente incorrectas”. Agora no seu número de Agosto aquele jornal, estuda, com diferentes abordagens, a questão da igreja e a sexualidade, sem medos, nem tabus, colocando ao nível da discussão desta matéria uma arrojada capacidade de não fugir às questões, mesmo aquelas que porventura podem trazer dissabores a vários níveis, quer interna, quer externamente. Pode discordar-se deste ou daquele ponto, mas não da liberdade de analisar à luz dos ensinamentos de Jesus os problemas que se colocam nos dias de hoje a todos nós.

Um dos artigos tem um curioso título, “Creio num Deus para quem a orientação sexual não tem importância”, de um Pastor Presbiteriano, mas é um outro da autoria do teólogo protestante Dimas de Almeida, professor universitário, que mais interrogação coloca. De título “Dez tópicos para uma reflexão cristã sobre a sexualidade”, ele, também Pastor Presbiteriano, afirma: “O cristianismo, no ensino do seu magistério, tem visto a instituição casamento como o lugar onde a sexualidade se esgota na procriação. Há, porém, que contestar essa perspectiva na medida em que pensar uma ética da ternura implica incluir a procriação na sexualidade e não a sexualidade na procriação” e sobre o pecado original, “Adão e Eva são, desde o princípio, seres sexuados, e o texto não fala de nenhum pecado que tenha surgido das relações sexuais. Nesse extraordinário mito das origens, Adão e Eva não cometem nenhum “pecado original” que seria um pecado sexual”, por isso “A sexualidade não é, pois, o sinal da decadência humana: ela é dom de Deus”.

Todas estas reflexões são para nós cristãs e cristãos um desafio para a análise serena e ponderada, por isso mesmo temas para (re)vermos as nossas limitações na discussão livre, por isso será muito importante lermos último número do jornal daquelas igrejas, com espírito aberto e crítico.

Joaquim Armindo

Mestrando em Saúde Ambiental e Licenciado em Ciências Religiosas

jarmindo@clix.pt

http://www.bemcomum.blogspot.com

Escreve no JANEIRO quinzenalmente.

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