sábado, setembro 2

Estudos cientificos podem ser manipulados






Um especialista português em Bioestatística, da Faculdade de Ciências Médicas, da Universidade Nova de Lisboa, participou numa conferência dirigida a mais de 50 médicos internos de 20 países, e pretendeu «chamar a atenção dos médicos de que utilizando métodos estatísticos que exploram a variabilidade dos dados e fenómenos de amostragem é possível fazer surgir resultados errados».

«Com estatística pode-se mostrar tudo. Isto é rigorosamente verdade», acrescentando que «aos clínicos que não têm os necessários conhecimentos de estatística, é fácil apresentar o que parece evidência quando na realidade é gerado».

Contudo, a este tipo de manipulação que conduz a resultados errados não se pode chamar fraude, porque os resultados não são inventados.

O que acontece é que o processo é conduzido de forma a concluir aquilo que se pretende.

«Se num estudo em que 15 ensaios clínicos não mostram resultado nenhum e apenas um mostra, posso pegar apenas nesse e apresentar as conclusões, ocultando que fiz os outros», exemplificou.

Durante a conferência, este especialista vai precisamente demonstrar como um medicamento totalmente ineficaz pode passar a ser considerado o melhor para o tratamento de uma patologia, com resultados comprovados cientificamente através de ensaios clínicos.

O especialista explicou ainda que se pegar numa substância e a comparar com uma outra de pouca eficácia ou com um placebo, obtém bons resultados, mas a verdade é que não a comparou com medicamentos altamente eficazes, porque desse modo não obteria os resultados pretendidos.

Segundo o médico, estes casos são tão correntes, que apenas as melhores revistas científicas seguem determinadas normas para evitar a publicação deste tipo de estudos.

O problema é que a grande maioria das publicações médicas e científicas não o fazem.

Por detrás desta manipulação de resultados está sempre o dinheiro.

Por um lado, há os laboratórios farmacêuticos com interesse em vender os seus medicamentos, por outro há os investigadores, que apresentando resultados têm mais probabilidade de receber financiamento.


E CLARO, O PREJUDICADO É SEMPRE O DOENTE...

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