Beirute, 09 out (RV) - O patriarca da Igreja Maronita, Nasrallah Pierre Sfeir, advertiu, neste domingo, 8, durante uma missa celebrada em Bkerké, sobre "a necessidade de virar a página em relação ao passad, e de enfrentar seriamente as novas situações em que nos encontramos". O Cardeal Sfeir busca não envolver-se na polêmica de quem critica os bispos maronitas pelo apoio indireto dado ao governo Siniora.

A posição de defesa do atual governo libanês foi assumida pelos bispos, numa reunião realizada na última quarta-feira, e foi motivada pelo temor que uma eventual queda do Executivo levasse a um adiamento, por tempo indeterminado, do processo internacional pelo assassinato do ex-primeiro ministro, Rafic Hariri. Os prelados, assim, criticam aqueles que desejam a queda do governo, para servir a interesses de outros países.

O prelado comparou o Líbano a uma grande família, advertindo que "o distanciamento entre seus filhos, por razões que não são segredo para ninguém, terá como resultado a ruína e a destruição". Ele exortou o povo libanês a "virar a página de um passado de ódio, e enfrentar seriamente e de forma solidária, as novas circunstâncias, e adotar medidas eficazes, capazes de fazer o Líbano sair do torpor e frear a emigração dos jovens, que representam o futuro do país".

Ao final da celebração, o Cardeal Sfeir recebeu os deputados Boutros Harb e Georges Adwan, que defenderam a tomada de posição do Episcopado maronita. Harb destacou que a atitude dos bispos representa a "vontade nacional" e acrescentou que "sem o apelo dos bispos do Líbano no ano 2000, a "revolução dos cedros" não teria acontecido. Assim _ concluiu Harb _ quando o Patriarcado toma uma posição é para advertir sobre um perigo". (JK)