domingo, abril 1

CRÓNICA PUBLICADA NO PRIMEIRO DE JANEIRO

Crónica publicada no Jornal O Primeiro de Janeiro, da autoria d Joaquim Armindo, em 25/3/2007

ÁGUA VIVA

SACRAMENTUM CARITATIS


A exortação apostólica Sacramemtum Caritatis, publicada há dias, não deixa de ser uma profunda desilusão para a humanidade, e não constitui qualquer sentido de estar alerta para os sinais dos tempos, mas antes pelo contrário regredir relativamente à abertura do Concílio do Vaticano II, quando afinal nesta Quaresma se esperava uma Igreja atenta e interveniente, naquilo que é fundamental, e não em questões acessórias. Quem lê a exortação apostólica fica com um travo de amargura, porque os principais problemas das pessoas não são enfrentados, antes ficamos com uma série de regras, a lembrar o Antigo Testamento; se lermos os textos de Jesus, o que, na generalidade, e especialidade, se afirma nesta exortação, não são questões com que Ele se preocuparia, antes estão nas antípodas da sua prática. Jesus, o de Nazaré, pede água à samaritana, inimiga e mulher, contra os costumes do tempo, não conhece regras, excepto a do Amor às pessoas, a todas. Ora esta exortação apostólica, por mais que me custe afirmar, não é o sacramento do Amor, nem da caridade, mas um recuo bastante significativo relativamente ao pulsar duma Igreja Católica que estava a descobrir o quanto Jesus ama.

O facto das referências aos recasados e á obrigatoriedade dos padres latinos serem obrigados a permanecerem solteiros, se bem que ocupe uma pequena parte do texto, é paradigmático do quanto esta Igreja, que amo e pertenço, é humana, mas que o sopro do Espírito Santo há-de atingir, porque não são os homens que hoje assim se pronunciam “donos” da verdade, nem eu tão pouco, mas Jesus, que, creio, nunca faria declarações deste teor. Todos sabem quantas e quantos recasados vão à mesa eucarística, e hão-de continuar a ir, não crendo que alguma vez qualquer hierarquia o impeça. É aquilo que se chama não dar ouvidos a Roma, e isto é mau, porque os cristãos deveriam ser parte activa em todas as decisões, porque nós, os que discordamos, também somos Igreja, por força do Amor de Deus em cada um.

Joaquim Armindo

Mestrando em Saúde Ambiental e Licenciado em Ciências Religiosas

jarmindo@clix.pt

http://www.bemcomum.blogspot.com

Escreve no JANEIRO quinzenalmente

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3 Comentários:

Às 12:43 da manhã , Anonymous Anónimo disse...

Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

 
Às 8:53 da tarde , Anonymous Anónimo disse...

Armindo, filho, não te vi na procissão, ai, ai ,ai!

 
Às 9:32 da tarde , Blogger Joaquim Armindo disse...

Não esteve atento, o "senhor dos passos" ia no andor...

 

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