domingo, setembro 12

ARTIGO NA COLUNA "ÁGUA VIVA", PRIMEIRO DE JANEIRO "O CRISTÃO É SEMPRE POLÍTICO"

Artigo publicado no Jornal "O Primeiro de Janeiro", em 5/9/2004, na coluna "água viva", da minha autoria.

O CRISTÃO É SEMPRE POLÍTICO

Aquando da realização do Concílio Vaticano II, foi publicada a "Constituição pastoral sobre a Igreja no mundo actual", (Gaudium et Spes), que juntamente com outros documentos conciliares incita os cristãos a terem "consciência da sua vocação especial e própria na comunidade política", que "reconheçam as legítimas opiniões, divergentes entre si, acerca da organização da ordem temporal" e que "os partidos políticos devem promover o que julgam ser exigido pelo bem comum, sem que jamais seja lícito antepor o próprio interesse ao bem comum".

O Concílio ao chamar os cristãos à praxis política, reproduz em tudo o que Jesus de Nazaré, proclamou como claras, diríamos hoje, bases programáticas do nosso agir comum, e impele todos os Cristãos (os do Caminho, como eram designados os da seita de Jesus, no seu tempo), à intervenção activa nas questões políticas. A nenhum cristão é lícito demitir-se, das funções participativas na vida política. Não significa, porém, que tenham de filiar-se em Partidos, mas que actuem no meio deles, neles seria melhor, para que a sua posição seja incisiva e proclamadora da dignidade das pessoas.

No Sermão da Montanha, as tais linhas programáticas, ao chamar os cristãos a serem o sal e o fermento, proclama que ditosos são aqueles que se elegem por pobres de "espírito", isto é, que têm força e actividade vital (espírito = anawim/aniyim) e os que são perseguidos, porque elegem Deus, o Amor, por único Caminho.

E por isso o Cristão só pode ser um ente político, porque Jesus o chama a ter fome e sede de Justiça, a prestar ajuda, a trabalhar pela Paz , porque ao lutar pela libertação holística , estarão a ser felizes, dado que cada um só o é, se todos o forem.

Não defendo a criação de Partidos cristãos (caso da democracia – cristã), mas que cada cristão esteja bem metido na política; só assim daremos consistência ao mandato de Jesus, pois, como disse Madre Teresa de Calcutá, Deus não tem outras mãos, pés, olhos, cabeça, senão os nossos.

Joaquim Armindo
Licenciado em Engenharia e Ciências Religiosas
jarmindo@clix.pt
http://bemcomum.blogspot.com


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