quinta-feira, dezembro 2

Noticia piblica no "Noticias de Castelo de Vide" de Novembro de 2004.

JC

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MATARAM O "FEIRA FRANCA"?

«(...) e para mim domingo não era domingo
era a marcha Almadanim!»

In Fonseca, Manuel – Mataram a Tuna


Ao longo de uns curtos anos, cerca de quatrocentos programas, Rui Dias José, cavalgando as ondas da rádio, entrou-nos pela casa dentro. Trazia-nos a "Feira"! Mostrou costumes esquecidos, recuperou afectos transviados, revelou caminhos desconhecidos, construiu amizades... Aos domingos de manhã o Feira Franca enchia-nos a casa de sons autênticos. Mas eles não descansaram, e tal como à Tuna do Zé Jacinto, mataram-na!

Onde estão os domingos amarelos verdes azuis encarnados vibrantes tangidos bandolins fitas violas gritos da heróica[1] Feira Franca?!

Inebriado e inebriando-nos, incansável, Rui Dias José realizou ao longo destes anos "sem rede" (em directo) e ao vivo a partir de "uma qualquer terra de língua portuguesa" o "Feira Franca". Na "Feira" divulgou e promoveu usos e costumes, cultivou afeições e amizades, franqueou culturas. Incomodou! Incomodou fazendo na rádio pública, Serviço Publico.

Foi neste contexto de Serviço Público que a nossa Páscoa de 2003, e antes desse outros eventos, chegou aos quatro cantos do mundo através do "Feira Franca" e de Rui Dias José. Incansável, soube superar com sucesso as dificuldades decorrentes das condições climatéricas, e o programa fez-se e a Páscoa, cartaz turístico por excelência do nosso concelho, chegou mais além. Revelou-se!

Rui Dias José que à mais de vinte anos nos revela o país real, que criou a "festa da rádio", que passeia rostos, musicas e paisagens, que desencantou memórias, artesanato, gastronomia, que descobriu caminhos e desafiou limites, que fez partilhas e confidências, que fez Serviço Público na Radio Publica, corre agora o risco de ser despedido!

É isso mesmo, Rui Dias José enfrenta um processo disciplinar que pode culminar no despedimento.

No fundo querem calar o "Feira Franca". Primeiro empurraram o programa para horas impróprias [Tiveram que recuar - lê-se na página do Grupo de Amigos do Feira Franca - em virtude da mobilização e protesto dos ouvintes dos mais variados sectores da vida portuguesa, em defesa da festa e do direito a que nos contem este país e este povo.] depois transformaram a luta em defesa do "Feira Franca" e do Serviço Público de Rádio em deslealdade para com a RDP.

O Grupo de Amigos do Feira Franca ( http://www.grupos.com.br/grupos/feirafranca/ ) desde a primeira hora que se insurgiu contra o fim do programa e contra as sanções ao seu responsável máximo. Nesse sentido colocou uma petição on-line, pelo que os leitores interessados, os amigos que Rui Dias José fez em Castelo de Vide e todos os que de uma maneira geral entendem que o Serviço Público de Rádio é necessário, bem como todos os que entendem a cultura e a língua como algo a preservar, podem e devem assinar a petição. Para assinar a petição faça uma visita ao site do GAFF ou digite o seguinte endereço: http://www.petitiononline.com/FFranca2/petition.html.
Faça seu o protesto dos Amigos do Feira Franca, contribua para que a cultura não fique enclausurada e possa sair à rua.

Para quem gosta e aprecia este tipo de programas fica o alerta no que confere ao "Lugar ao Sul", fotografias de sons, de Rafael Correia. Outro programa de qualidade na rádio publica, especializado na divulgação dos usos e costumes das gentes do sul - gente da nossa gente enquanto região - por onde já passou o Ti Cartaxinho e a sua flauta, foi recambiado para os sábados de manhã entre as 7 e as 9 horas. A julgar pelo "Feira Franca"... Oxalá esteja enganado mas é um mau pronuncio.

José Carrilho

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