quinta-feira, maio 12

ARTIGO PUBLICADO NO PRIMEIRO DE JANEIRO

No passado domingo, foi publicado, o seguinte artigo da minha autoria, no Jornal O Primeiro de Janeiro.
AGUA VIVA


A ALEGRIA NA CIDADE



A leitura de hoje do Livro dos Actos dos Apóstolos, descreve um pormenor curioso, um dos amigos de Jesus, de nome Filipe, desceu a uma cidade muito conhecida, Samaria, habitada por “hereges”, segundo os judeus, e com quem estavam em guerra aberta, e começou a agir, nas palavras e nos actos.

Diz o livro, que se pressupõe coligido por Lucas, que as multidões entusiasmadas aderiram facilmente ao discurso, porque “numerosos paralíticos e coxos foram curados”, e a cidade ficou feliz, a alegria era tónica dominante.

Hoje, como então, a cidade necessita de ouvir a palavra para que os paralíticos e coxos, andem. E isso passa pelo entendimento destes sinais, e de saber quem na nossa cidade é paralítico e coxo, isto é, não possui a plenitude de ser cidadão, por factos não imputáveis aos mesmos, mas a uma sociedade descaracterizada, sem rumo, porque os cristãos não possuem, de facto, o Espírito. Caso contrário, a cidade seria outra, onde pontificaria a fraternidade.

E então, os desempregados, marginalizados, desumanizados, pobres, os “coxos e paralíticos” de hoje, andariam pelos seus pés; mas não, nós os cristãos, continuamos a fomentar o individualismo e a dar mau testemunho da ressurreição. A cidade, precisa de alegria, mas ao contrário dos actos de Filipe, na Samaria, aparecemos sisudos perante a sociedade. Aliás, mesmo dentro dos Templos respira-se, não a reverência, mas a atitude da má disposição, veja-se a cara de cada pessoa depois de receber Jesus, na missa.

Estamos numa Igreja que precisa de actos, do não ter medo, como referia João Paulo II, de receber a água da Samaritana, inimiga figadal de qualquer judeu, para nos tornarmos numa unidade plural, o que significa interventivos, ao nível da compreensão dos sinais do mundo de hoje e de resposta eficaz e política, tal como Jesus o fez.

A Igreja, necessita de alegria, de estar nos locais, e aí ser testemunho da cidadania, o que pressupõe um ir, tal como Filipe, principalmente aos ambientes hostis, fazendo a diferença, a tal ponto que sejamos reconhecidos como cristãos, mesmo sem o afirmar.

E a começar, é já pelo Porto, e todas as cidades que o rodeiam. Ontem era tarde, para sermos caminhantes, em nome da alegria de viver na cidade.

Joaquim Armindo
Licenciado em Engenharia e Ciências Religiosas.
jarmindo@clix.pt
http://www.bemcomum.blogspot.pt/

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