quarta-feira, outubro 19

CUIDADO PS, É JOGAR CONTRA TUDO, E ISSO É MAU

O PS advertiu terça-feira à noite os apoiantes da candidatura de Manuel Alegre que estão proibidos de usar meios do partido na campanha presidencial e que deverão abster-se de participar em reuniões internas de apoio a Mário Soares.

Os avisos aos "alegristas" foram feitos terça-feira à noite pelos dirigentes Capoulas Santos, José Lello, Pedro Silva Pereira e Alberto Costa na reunião da Comissão Política Nacional do PS, que teve entre os seus pontos da ordem de trabalhos a discussão da estratégia de apoio à candidatura presidencial de Mário Soares.

Manuel Alegre esteve ausente da Comissão Política do PS, mas na reunião participou a bastonária da Ordem dos Arquitectos, Helena Roseta - uma das principais apoiantes da candidatura presidencial do vice-presidente da Assembleia da República.

O primeiro a levantar a questão da presença de apoiantes de Manuel Alegre em reuniões do PS, quando dedicadas à discussão da estratégia presidencial do partido, foi o eurodeputado socialista Capoulas Santos.

Sem se referir directamente à presença de Helena Roseta na sala da reunião, Capoulas Santos considerou "inadmissível, do ponto de vista ético, que elementos que não apoiam a candidatura do partido assistam às suas reuniões para a definição da estratégia dessa candidatura", dizendo, depois, que essa situação já ocorreu em Évora.

Logo a seguir, o secretário nacional do PS para as Relações Internacionais, José Lello, lembrou "o exemplo de Salgado Zenha, que se candidatou contra o candidato oficial do partido (também nessa altura Mário Soares), mas optou por se desvincular do partido".

José Lello aludiu mesmo a situações em que apoiantes de Alegre poderão "parasitar as estruturas do partido, como as suas sedes", para desenvolverem actividades contra o candidato oficial dos socialistas, Mário Soares.

De acordo com fontes da Comissão Política do PS, Helena Roseta abandono u a reunião quando José Lello falava e, interrogada pela Agência Lusa, recusou-se a reagir às críticas feitas por dirigentes socialistas aos apoiantes de Manuel Alegre.

Segundo fontes da Comissão Política do PS, Helena Roseta frisou que "a candidatura presidencial de Manuel Alegre tinha plena legitimidade constitucional" e sugeriu que, se o entendimento de alguns dirigentes socialistas fosse outro s, poderiam recorrer "aos mecanismos estatutários do partido".

No final da reunião da Comissão Política do PS, o dirigente socialista Jorge Coelho frisou que "não foi tomada qualquer deliberação" sobre a forma de o partido actuar em relação a militantes que apoiem Manuel Alegre e participem em encontros de definição estratégica da candidatura de Mário Soares.

"Essas matérias não são alvo de decisões, mas é importante chamar a atenção para os valores éticos das pessoas", advertiu, no entanto, Jorge Coelho.

O dirigente socialista frisou depois que os "meios do PS, como as suas instalações, só devem ser utilizados para apoiar o candidato do partido: Mário Soares".

"Não quero acreditar que as instalações do partido possam servir para outros fins", acrescentou, dizendo que os militantes do partido "são adultos e pessoas com valores".

No entanto, o coordenador da Comissão Permanente do PS reiterou a recusa da direcção do partido em abrir procedimentos disciplinares contra militantes que apoiem outras candidaturas presidenciais que não a de Mário Soares.

"Ninguém vai ter processos nenhuns. Não vamos fazer esse favor a ninguém", disse Coelho, antes de sugerir que os militantes que "apoiam outros candidat os deverão reflectir sobre a melhor forma de não colocar em causa as decisões do partido".

Tal como fizera o secretário-geral do PS, José Sócrates, na intervenção de abertura da reunião da Comissão Política, também Jorge Coelho frisou que o candidato presidencial dos socialistas "é só um, Mário Soares".

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