domingo, junho 25

ARTIGO PUBLICADO NO PRIMEIRO DE JANEIRO

Artigo publicado no Jornal O Primeiro de Janeiro, da autoria de Joaquim Armindo, em 18 de Junho de 2006




ÁGUA VIVA

SEMEAR A FRATERNIDADE GLOBALIZADA


O livro Evangelho Marcos, neste primeiro domingo do Tempo Comum, proclama que o reino de Deus, a humanidade liberta e libertada, é como uma semente: deita-se à terra, germina e amadurece; é preciso paciência para colher os frutos, porque o crescimento é muito lento. O ser humano tem neste processo uma actividade determinante, porque como instrumento de Deus, deve ser um activista deste crescimento, por isso parterner, o que significa ter um comportamento activo, dado que o Criador, não possui outros meios de actuação senão por ele.

O semear tem o significado de caminhar com Jesus, ao seu lado, com Fé esclarecida, daí o acto de espera, enquanto a terra produz; só que o papel do cristão, também de descanso, é de uma actividade construtora, no sentido da descoberta do Reino, aquele onde todos serão felizes, é um cosmos outro, em que perdurará a paz. Neste e só neste contexto, há a felicidade e fraternidade globalizada, e para isso é preciso vivenciar já esse estado, na alegria do trabalho para a causa comum: a proclamação do Evangelho, que é o semear, sem estar preocupado com a colheita, dado que esta vem a todo o momento.

É a felicidade real, não as mascaradas felicidadezinhas, ou aquilo que está adstrito a estas os “divermentozinhos”, quando sem objectivos, que têm os outros por paradigmas, se fecham em casulos, como se a semente lá fortificasse. E o grande desafio de Jesus está aqui, no caminho da felicidade colectiva, na família global, que constitui este nosso planeta. Querer o Reino (“venha a nós o teu reino”), é uma atitude colectiva, mas de adesões individuais, não da luta por o “meu cantinho”, mas pela seara, onde todos semeamos as sementes.

Ninguém é obrigado a semear, mas nós os cristãos deveremos estar na frente da humanidade que nos cerca, e activar, com verdade, esta nossa missão (voluntária, porque ninguém é obrigado a isso), de caminhar, aqui, para uma terra cheia de fraternidade, e isso depende do nosso querer, pois o Espírito não nos deixará. Aceitaremos ser profetas neste país, tão falho de valores?

Joaquim Armindo

Mestrando em Saúde Ambiental e Licenciado em Ciências Religiosas

jarmindo@clix.pt

http://www.bemcomum.blogspot.com

Escreve no JANEIRO quinzenalmente, ao domingo.

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