Será que é aqui que devemos apertar o cinto?

Os maiores hospitais públicos portugueses estão a suspender a entrada de novos medicamentos, diz o «Diário Económico». Na base desta medida, está a tentativa de controlo de gastos para que se possa cumprir o orçamento definido pelo Governo.

Os maiores hospitais públicos do país estão a tentar controlar a subida dos gastos para cumprirem o orçamento definido pelo Governo com a suspensão da entrada de novos medicamentos.

Segundo o «Diário Económico», os presidentes dos conselhos de administração dos quatro hospitais que mais gastaram em medicamentos em 2005 (Santa Maria, S. João, Hospitais Universitários de Coimbra e Centro Hospitalar Lisboa Ocidental) salientam que é preciso conter a despesa dentro dos limites definidos pelo ministro da Saúde.

Numa nota interna do Hospital de S. João, no Porto, a que o «Diário Económico» teve acesso, a direcção clínica propôs ao conselho de administração a «suspensão temporária de todas as introduções de novos medicamentos e a definição de tectos orçamentais que asseguram o não aumento de custo», que em 2005, foram de 73,8 milhões de euros.

A este jornal económico, o presidente do conselho de administração do Hospital de S. João, José Eduardo Guimarães, frisou que esta suspensão, que começou em Maio e que se deverá prolongar por dois meses, tem apenas como objectivo «racionalizar o consumo sem que daí advenham consequências negativas para os doentes».

Na origem desta medida está o Orçamento de 2006, que estipula um limite de 880 milhões de euros para os gastos com medicamentos nos hospitais.

O ministro da Saúde adiantou, em 2005, que as administrações que não cumprissem o orçamento poderiam ser demitidas, frisando na altura que os «hospitais teriam de ser mais rigorosos na introdução de medicamentos».