DO DIÁRIO DE NOTÍCIAS
Mochilas, manuais, estojos, lápis, tesoura, cola... A lista de compras é desenrolada à medida que percorre as prateleiras do hipermercado. Já é a segunda vez que Manuela Machado vai comprar material escolar e não vai ser, certamente, a última. Como as aulas ainda não começaram, falta a lista que todos os anos a professora pede: cadernos pautados, quadriculados, plasticina, cartolina. Enfim, "uma despesona" explica esta mãe, de 37 anos, moradora na Maia. E também um "trabalhão", porque antes de comprar - aprendeu agora - é preciso comparar preços.
Com dois filhos em idade escolar, a mais nova a entrar este ano para a primeira classe, Manuela Machado já começou a preparar as aulas. O primeiro passo foram os manuais escolares, cujos títulos estavam afixados há algum tempo. Para os dois filhos, desembolsou logo 66,14 euros em oito livros pedidos pela escola.
Depois foi a vez das mochilas. Os filhos, conta, "andavam ansiosos". Foram ao hipermercado pela manhã e viram as novidades. "Tivemos de regressar à tarde", conta. E quem escolhe? "É ao gosto deles", afirma.
Mas é logo contrariada pela Daniela, de seis anos, que até tinha escolhido outro modelo. "Bem, também temos de ver o preço e a qualidade da mochila", ressalva Manuela. É que a primeira escolha de Daniela tinha dois problemas: a cor - rosa, muito susceptível a sujidades - e o tamanho, demasiado pequena para caber tudo o que há para meter lá dentro. Vistas as outras opções, lá se consegue o acordo da menina de seis anos para um outro modelo, maior e de uma cor mais escura.
Para o Pedro, de oito anos e prestes a entrar na terceira classe, é que não há contemplações. É a mochila dos Power Rangers, sem qualquer discussão. As duas outras anteriores, explica a mãe, também já tinham imagens dos heróis infantis e não há volta a dar. Pelo menos, diz, "têm reforço nas costas e isso é bom porque o peso a carregar é muito".
Mas, comprada a mochila para o filho, numa ida a um outro hipermercado, não é que Manuela é confrontada com uma diferença de preços de nove euros? "Paguei 23, 95 euros e no outro sítio está a 14,89", explica. Solução? Ir ao primeiro lugar da compra - que até tem uma campanha de devolução da diferença para quem encontrar o mesmo produto mais barato - e reclamar. "Deram-me o dinheiro que tinha pago a mais", adianta, e também um conselho: não comprar logo de início, porque a concorrência tem, normalmente, um efeito no reajustamento dos preços.
Manuela Machado ainda não tinha feito as contas. Pôs-se a pensar, interpelada pelo DN, para chegar à conclusão de que o ano escolar ainda não começou, ainda não foi afixada a lista do material a comprar pela escola, e ela já gastou mais de 130 euros. "E aproveitei algumas coisas do ano passado do Pedro", explica. "Se formos ver o preço de uma tesoura, três ou quatro euros, não é muito. Mas tudo junto acaba por ser muito dinheiro e eles ainda só andam na primária!", reflecte. Por isso, até prefere nem comprar tudo de uma vez, para ir repartindo despesas por meses diferentes.
Certo é que, para além do material que a professora vai depois pedir, ainda é preciso tratar dos fatos de treino e dos ténis. "O ano passado, a câmara municipal pagava a um professor de Educação Física para ir à escola. Se este ano for igual, ainda tenho de comprar o equipamento de ginástica para eles", prevê Manuela. E faltam as aulas de Inglês, que o Pedro vai ter pela primeira vez. "Não sei se vai ser preciso algum manual e mais material..."
Mas o que Manuela já sabe é que esta não foi ainda a última vez que foi ao hipermercado aviar material escolar. É que "os lápis gastam-se ou partem-se, os cadernos acabam, a cola é gasta e há sempre qualquer coisa que se perde..."
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