CRÓNICA PUBLICADA NO JORNAL PRIMEIRA MÃO
Crónica publicada no Jornal Primeira Mão, da autoria de Joaquim Armindo, em 22/12/2006
EDUCAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Dentro da década, entre 2005-2014, “ Un decade of education for sustentable development”, existe um importante documento, a ser levado em consideração
O grande desafio deste documento, a que o governo português já respondeu aprovando o Plano de Implementação da Estratégia Nacional do Desenvolvimento Sustentável, é centralizar as actuações dos governantes, também ao nível da câmaras municipais, como a da Maia, como refere “os principais actores incluem os poderes públicos e as autoridades locais, os sectores do ensino e da ciência (…)”, que passa por uma reorientação do alvo dos conhecimentos para a abordagem dos problemas e identificação das soluções possíveis, sendo recomendado que todas as escolas desde a primeira infância ao universitário, devem estar centradas nestas questões, ao nível da participação activa. Dando ênfase à necessidade dos poderes políticos apoiarem, sem reservas, o desenvolvimento sustentável, o documento conjunto, é muito firme na sua opção de promover este, através da aprendizagem formal, não formal ou informal, para que constitua uma pedra basilar das comunidades, porque só aquele desenvolvimento corresponde às necessidades imperiosas das várias comunidades. Curioso é que não desconhece o papel importante da comunicação social e das organizações não governamentais, responsabilizando-os pelo sucesso deste trabalho.
Ora, quem verifica os planos de actividades e macroestruturas das câmaras municipais, ou mesmo das cartas educativas, como é o caso da Maia, fica quedo, perante o desconhecimento generalizado destas questões, dado que nem comportam nos seus planos o Desenvolvimento Sustentável, como primeiro desígnio das suas políticas. A aplicação dos valores mais altos para a humanidade, traduzidos ao nível local por actuações consistentes (Agenda 21, por exemplo), anda arredia das opções estratégicas dos nossos governantes locais, muito preocupados com os “chafarizes”, mas não tanto com o que é substantivo para a vida presente e futura das populações. Uma política virada para as pessoas deve ser traduzida por preocupações do seu bem – estar, pela defesa da vida quotidiana, por assegurar o futuro e aplicação de valores que não passem por verborreias enaltecedoras de “obras” sem coragem e decisão, tendo como substrato a participação dos cidadãos, o que é feito no documento
Pois que, este documento da União Europeia e das Nações Unidas, sirva para despertar a esperança de mudanças de atitudes e de programas, e aquilo que é fundamental, criar espaços para o desenvolvimento sustentável se faça, numa democracia participativa, e onde as Assembleias Municipais, não sejam eco das suas próprias vozes, e satisfação de egos pessoais, mas determinantes para o governo da comunidade local, neste caso a Maia.
Joaquim Armindo
Membro da Comissão Política do PS da Maia
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