sexta-feira, dezembro 29

MEU CARO AMIGO BANDEIRA, A MINHA HOMENAGEM

Morreu o jornalista José Gomes Bandeira
arquivo jn
Jornalista iniciou-se na profissão em 1969, no "O Comércio do Porto"


Vítima de um acidente vascular cerebral, o jornalista José Gomes Bandeira faleceu ontem, no Hospital de São João, no Porto, aos 69 anos.

Durante 17 anos, José Gomes Bandeira integrou os quadros do "Jornal de Notícias", período em que integrou as secções de Economia e Cultura, de que foi coordenador.

Foi nesta secção que publicou, em 1995, a reportagem que denunciava os riscos de destruição das gravuras rupestres de Foz Côa, devido à construção de uma barragem no local. Na sequência da peça, foi criado um movimento de defesa das gravuras, o que viria a resultar na suspensão das obras e na criação de um parque natural.

"Profissional meticuloso"

A carreira de José Gomes Bandeira iniciou-se em 1969, ao serviço de "O Comércio do Porto", e incluiu também uma passagem pelo "Diário de Lisboa". Foi no já extinto periódico que seria distinguido, em 1978, com o Prémio Bento de Jesus Caraça.

O jornalista e historiador Germano Silva, que trabalhou com José Gomes Bandeira durante mais de uma década, destaca "o excelente camarada, o profissional meticuloso e o homem culto" "Tratava os dossiês com extremo rigor e regia a sua conduta por princípios éticos muito rigorosos. Daí que tivesse um receio extremo dos desmentidos, embora, segundo creio, isso nunca tenha acontecido".

Reformado desde 2002, nem por isso se manteve afastado do mundo dos jornais. Nos últimos anos, assinou uma rubrica semanal sobre vinhos nas páginas do JN, que manteve até ao fim.

Paixão pelo cinema

O cinema era a sua verdadeira área de eleição. Além de ter sido director do Cineclube do Porto antes do 25 de Abril - no período áureo do movimento, quando eram exibidos filmes censurados pelo regime -, publicou o livro "Rivoli 1913-1998", que sintetizava a rica história do teatro municipal portuense.

Directora do Rivoli até há poucos meses, Isabel Alves Costa recorda a "amizade profunda" que ligava o antigo jornalista do JN ao seu pai, o crítico e cineclubista Henrique Alves Costa, lamentando igualmente "a enorme perda que a sua morte representa para a cultura do Porto".

O corpo do jornalista encontra-se até ao início da tarde na capela da igreja de Santo António das Antas, no Porto. O funeral realiza-se às 15.30 horas no mosteiro de Fráguas, em Tondela, localidade de onde era natural.

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