ARTIGO PUBLICADO NO "JORNAL PRIMEIRO DE JANEIRO", EM 3 DE OUTUBRO
Aqui deixo o artigo da minha autoria, publicado no Jornal Primeiro de Janeiro, no passado domingo, dia 3 de Outubro de 2004, na coluna "ÁGUA VIVA":
VIOLÊNCIA PROFÉTICA
O Evangelho deste domingo, (Lucas 17, 5-10), escrito por um médico da segunda geração de cristãos, a que a tradição chama de Lucas, é dirigido a Comunidades Paulinas de Antioquia (onde os cristãos foram pela primeira vez conhecidos por este nome), e mesmo seguindo um esquema parecido com o de Mateus, ele selecciona, omite e acrescenta numerosos factos; sendo que as divergências com Paulo, não o impedem de dirigir às suas Comunidades.
Lucas não é, portanto, testemunha ocular de Jesus, que não conheceu, mas um interprete do que foi recolhendo por várias vias, nomeadamente a oral, não é hebreu, e provém do paganismo.
Evangelho conhecido como o de Maria, onde possui um lugar de relevo, valoriza os pobres e marginalizados, e é violento contra as desigualdades sociais injustas.
O texto que hoje se proclama nas Igrejas, corresponde a uma segunda parte do Evangelho, que refere à vida pública de Jesus "a caminho" de Jerusalém, onde terá lugar a paixão, morte e ressurreição do Mestre; daí o chamamento a que os cristãos sejam na Comunidade para que escreve, profetas e fazedores de uma outra sociedade, tal e qual como hoje.
Quando coloca na boca de Jesus, a frase "Somos inúteis servos: fizemos o que devíamos fazer", Lucas assume uma violência inaudita para aquela Comunidade, chama-os ao trabalho da denúncia profética e afirma que essa atitude não é mais que um dever de cada cristão. E se fizerem isso, ainda são "servos inúteis".
No meio de uma Igreja cada vez mais apática, e até duma hierárquica abafadora dos militantes cristãos, a interpelação de Lucas é desafiadora desta postura, e incita à atitude do trabalho transformador da nossa sociedade, cidade ou casa, sabendo bem que bastará ter fé, como "um grão de mostarda", para que tudo se modifique radicalmente.
Quererão os cristãos de hoje, como os de Antioquia, possuir violência profética, e serem os Profetas, sempre incompreendidos, comprometidos com uma Nova Ordem Mundial ?
Joaquim Armindo
Licenciado em Engenharia e Ciências Religiosas
jarmindo@clix.pt
http://bemcomum.blogspot.com
O Evangelho deste domingo, (Lucas 17, 5-10), escrito por um médico da segunda geração de cristãos, a que a tradição chama de Lucas, é dirigido a Comunidades Paulinas de Antioquia (onde os cristãos foram pela primeira vez conhecidos por este nome), e mesmo seguindo um esquema parecido com o de Mateus, ele selecciona, omite e acrescenta numerosos factos; sendo que as divergências com Paulo, não o impedem de dirigir às suas Comunidades.
Lucas não é, portanto, testemunha ocular de Jesus, que não conheceu, mas um interprete do que foi recolhendo por várias vias, nomeadamente a oral, não é hebreu, e provém do paganismo.
Evangelho conhecido como o de Maria, onde possui um lugar de relevo, valoriza os pobres e marginalizados, e é violento contra as desigualdades sociais injustas.
O texto que hoje se proclama nas Igrejas, corresponde a uma segunda parte do Evangelho, que refere à vida pública de Jesus "a caminho" de Jerusalém, onde terá lugar a paixão, morte e ressurreição do Mestre; daí o chamamento a que os cristãos sejam na Comunidade para que escreve, profetas e fazedores de uma outra sociedade, tal e qual como hoje.
Quando coloca na boca de Jesus, a frase "Somos inúteis servos: fizemos o que devíamos fazer", Lucas assume uma violência inaudita para aquela Comunidade, chama-os ao trabalho da denúncia profética e afirma que essa atitude não é mais que um dever de cada cristão. E se fizerem isso, ainda são "servos inúteis".
No meio de uma Igreja cada vez mais apática, e até duma hierárquica abafadora dos militantes cristãos, a interpelação de Lucas é desafiadora desta postura, e incita à atitude do trabalho transformador da nossa sociedade, cidade ou casa, sabendo bem que bastará ter fé, como "um grão de mostarda", para que tudo se modifique radicalmente.
Quererão os cristãos de hoje, como os de Antioquia, possuir violência profética, e serem os Profetas, sempre incompreendidos, comprometidos com uma Nova Ordem Mundial ?
Joaquim Armindo
Licenciado em Engenharia e Ciências Religiosas
jarmindo@clix.pt
http://bemcomum.blogspot.com
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