sexta-feira, outubro 15

"O DESAFIO" - JORNAL DA COMUNIDADE PAROQUIAL DE S. JOÃO DA FOZ DO DOURO

Vai ser amanhã publicado mais um número do jornal "O Desafio", trimestral, da Comunidade Paroquial de S. João da Foz do Douro.



www.jornaldesafio.com

onde é publicado um artigo da minha autoria e de Lurdes Alves, que aqui deixo:

Partilha e Missão


A SAGRADA ESCRITURA NA VIDA DA IGREJA


Começarão em breve as comemorações do 40º. Aniversário da Constituição Dogmática Dei Verbum (A Revelação Divina), promulgada em 18 de Novembro de 1965, e que constituiu um dos passos mais importantes do Concílio do Vaticano II na Acção Pastoral , que deve ser sempre baseada na Palavra de Deus.

A Revelação Divina é dar a conhecer Cristo, facilitar ao Homem o conhecimento das coisas divinas e chegar a Deus. Assim, juntamente com a Tradição e a Razão, constitui o meio com que Deus se dá a conhecer e leva o homem a participar da Natureza Divina.

A Palavra Divina, assente nas Sagradas Escrituras, é o ponto de partida para a acção espiritual e pastoral da comunidade, constituindo, pois, a caminhada fundamental, na formação e acção de cada cristão. Falar em Educação, Formação e Catequese, sem ter por base a leitura e o estudo da Bíblia, como Formação Contínua, é como não procurar os traços da sua própria identidade.

Para não nos tornarmos "pregador vão e superficial da palavra de Deus, por não a ouvir de dentro", como refere o ponto vinte e cinco, da Dei Verbum, é necessária "uma leitura assídua e um estudo aturado", tendo "obrigação de comunicar aos irmãos a grandíssima riqueza da Palavra Divina", por isso deveremos neste ano reflectir o quanto a estudamos e, sobretudo, comunicamos.

Ora se isto não acontecer, "a ignorância das escrituras é ignorância de Cristo", constitui um desafio à nossa Comunidade estas palavras que a Dei Verbum, transcreve de S. Jerónimo. E por isso, não existe Educação, Formação ou Catequese, se não estiver intrinsecamente ligada à Bíblia, como uma oração diária e permanente.

A Palavra de Deus é ponto de referência permanente da comunidade cristã e um livro de oração pessoal e comunitária, pelo que não pode existir substantividade da Fé, e acção criadora do trabalho pastoral, sem esta revisão de vida das comunidades e dos grupos.

Para tal, todos os agentes de pastoral (leitores, catequistas, ministros da comunhão, os membros dos vários grupos, como os dos coros, oração, convivas, conferências e os dos conselhos de pastoral e outros), devem nas suas reuniões ou na sua família e privadamente:

- Ler e estudar a Bíblia, de forma assídua (Actos dos Apóstolos 1,14), e pessoalmente diária, afim de que a possa tornar sua, permanecendo no coração. O Espírito Santo, estará com cada um, desde que, como Maria, perante esta meditação, afirme, "Eis a (o) serva (o) do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra" (Lucas 1,38).

- Proclamar a todos os outros as experiências havidas por esta meditação da Palavra, de tal forma que a riqueza possuída no seu coração por essa prática, seja um espelho de alegria para toda a Comunidade.

- Aprender "a sublime ciência de Jesus Cristo", consubstanciada pela leitura frequente das Divinas Escrituras e muito em especial na leitura comunitária.

- "A leitura da Sagrada Escritura deve ser acompanhada de oração, para que seja possível o diálogo entre Deus e o Homem", isto é, na participação activa e no silêncio, deixar que o Espírito penetre em cada um de nós.

- Tornar acessível a todos os homens de boa–vontade a Palavra de Deus, fazendo-a difundir quer pela proclamação, quer pela nossa prática, talvez a melhor forma de outros sentirem a diferença de atitudes e procedimentos.

No inicio de mais um ano de formação catequética, aos mais vários níveis, e ao mesmo tempo do da comemoração da Dei Verbum, compete-nos a todos escutar os problemas reais – sinais do tempo – do povo e do mundo, escutar a Palavra–chamamento de Deus, e sermos fortalecidos pelo Espírito Santo, no sentido de na nossa história concreta, podermo-nos constituir uma comunidade de partilha e de missão, na cidade, quais profetas, não da desgraça, mas da abertura ao mundo, onde pela nossa humildade, sejamos fazedores de uma humanidade outra.

E isso conseguiremos se a nossa opção for a da doação fraterna, e então não suplicaremos como no Salmo 69, "Salva-me, ó Deus,/porque as águas quase me submergem;/estou a afundar-me num lamaçal profundo,/não tenho ponto de apoio;/entrei no abismo de águas sem fundo/e a corrente está a arrastar-me", para proclamarmos o Salmo 23, "O Senhor é o meu pastor: nada me falta./Em verdes prados me faz descansar/e conduz-me às águas refrescantes".

Lurdes Alves e Joaquim Armindo

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