segunda-feira, dezembro 5

ARTIGO PUBLICADO NO PRIMEIRO DE JANEIRO

No passado dia 29/10, foi publicado o seguinte artigo da minha autoria, no Jornal O Primeiro de Janeiro:

MOSCADEIRO

FORMAS TOTALITÁRIAS DE PODER

Quem estiver atento aos últimos desenvolvimentos da política maiata, dar-se-á conta que o poder autárquico, da maioria, está tentado a desenvolver formas ignóbeis e totalitárias de poder, preferindo tornar-se algo parecido como um partido único, desprezando os contributos que uma oposição seja capaz de dar. E o poder quando assume essas proposições, torna-se realmente, nefasto e possuidor em si duma clareza da assumpção de características ditatoriais, que negarão o desenvolvimento do concelho. É inquestionável que quem ganha nas urnas, governe; mas sem autismos, nem acedendo às mordomias que os seus apaniguados exigem, pelo facto de trazerem no bolso o aparelhismo do cartão partidário. Nunca fui adepto de que a oposição assumisse cargos remunerados, esta há que saber assumir o seu papel, sem benesses, mas sim o carácter positivo da colaboração, nem que seja com criticas ao poder executivo, assim tenha a pertinência moral, de considerar que o actual poder autárquico na Maia, é possuidor dum desprezo da oposição, e caracterizável por uma prática politica muito próxima de totalitarismos tolos e bafientos.

Quem assistiu ao que se passou na última sessão da Assembleia Municipal da Maia, pôde constatar uma forma outra de ser realizada politica na Maia, por parte dos titulares do poder, demonstrando um desprezo pela oposição e dum apetite voraz de satisfazer a sua clientela, de oportunismo, com qualquer número de cargos. E entendo que não foi esta a política sufragada nas urnas; há que ser educado, ou aprender a ter respeito, por mais de trinta por cento do eleitorado maiato.

Para além da estupefacção advinda da coligação CDU, curiosamente votando ao lado do poder, que me lembre pela primeira vez, em nome duma responsabilidade que espero inconsciente, no caso do Imposto Municipal de Imóveis (IMP), podendo assim destruir algumas pontes que se poderiam lançar entre a oposição, actuando como um só corpo, pelo menos no essencial dos interesses da Maia. A posição assumida pela coligação PPD/CDS sobre a composição dos representantes da Assembleia à Comissão de Protecção de Menores, liquidando como se fosse mera veleidade que as quatro forças políticas ali estivessem representadas (como propôs o PS e o Bloco de Esquerda) é revelador de maus presságios, do que virá a acontecer daqui para diante. Há que ser justo, e admitir que o discurso e posicionamento do PS nesta Assembleia mudou para melhor, mas que a retórica da maioria se mantém, com uma arquitectura do passado, a não convencer ninguém, mas isso são contas de outro rosário que o futuro cantará.

Fui aqui, nesta coluna, defensor da concretização de Pactos em questões de natureza urgente e critica, como o caso do desenvolvimento económico do concelho, logo da luta contra o desemprego e envolvendo todas as forças sociais, políticas e patronais e sindicais, modelo que está ao nível concelhio a ser seguido em alguns países, nomeadamente a Espanha. Assim, estou em posição de criticar acerrimamente a posição da maioria, de que para aquela Comissão só aprovar pessoas da sua cor política. É que urge o bom senso, e que em questões melindrosas e técnicas, se aproveitasse o que de melhor existe em cada uma das bancadas. Mas não, desta vez o sectarismo serôdio e populista foi longe de mais, e desprezou a colaboração das forças politicas representadas, numa magna questão como é a protecção de crianças e menores. É uma birra, um infantilizar político a funcionar; agora que o único vereador do CDS no executivo deixou este partido e que o seu dirigente máximo resignou do seu cargo na Assembleia Municipal, já não se pode falar em coligação, mas no miopismo da construção de uma espécie de democracia a funcionar.

Esperemos bem que a sanha que orientou os critérios da maioria na Assembleia Municipal, seja ultrapassada, para que em assuntos primordiais seja possível chegar a consensos, porque se assim não for, quem sofre são as maiatas e os maiatos, que depois do voto deixam de ter interesse para uma coligação que, plagiando o PS, disse que primeiro estavam as pessoas. Pelo que vimos e ouvimos, primeiro estão as pessoas, mas e apenas as apaniguadas de quem exerce o poder na Maia.

Joaquim Armindo

Membro da Comissão Política do PS/Maia

jarmindo@clix.pt

http://bemcomum.blogspot,com

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1 Comentários:

Às 6:54 da tarde , Anonymous Anónimo disse...

Caro amigo Joaquim Armindo:

Primeiro que tudo quero dar-lhe os parabéns pela qualidade e pela clareza do artigo que escreveu. Quanto ao conteúdo, parece-me evidente que do que se trata é de uma evidente dificuldade da maioria em lidar com uma nova forma de o PS Maia fazer oposição, mais agressiva, mais clara, com menos dificuldade em assumir divergências, que em política são salutares, mas a que o poder instituído na Maia não estava habituado.
Um grande abraço.
Andrade Ferreira

 

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