Primeiro-ministro saudou chegada dos portugueses
Militares da GNR recebidos em Baucau com banho de multidão
04.06.2006 - 08h12 Lusa
Questionado sobre a pretensão da Austrália de comandar as forças da GNR, Mari Alkatiri explicou que Camberra defende que, à semelhança de outras operações idênticas, seria necessário "haver um comando único".
"Eles baseiam-se na sua experiência de outras situações, mas há outras formas de coordenação que podem ser positivas", afirmou, contextualizando a tese portuguesa de comandos distintos entre as tropas australianas e a GNR.
O governante comentou igualmente as declarações de hoje do chefe da diplomacia australiana, Alexander Downer, que numa entrevista em Camberra admitiu que a crise em Timor-Leste se poderia agravar significativamente se o primeiro-ministro timorense fosse obrigado a demitir-se.
"O partido do primeiro-ministro, a Fretilin, tem uma clara maioria no Parlamento", disse ao canal australiano Seven Network. "Se fosse, de alguma forma, obrigado a demitir-se e, especialmente por forças exteriores, estimo que isso destabilizaria ainda mais o país", considerou.
Para Alkatiri estas declarações sugerem que o governo australiano está a começar a "reconhecer a realidade", relembrando que ele próprio já tinha explicado o possível impacte da sua demissão na estabilidade política do país, em especial uma eventual reacção de militantes da Fretilin.
Durante a crise das últimas semanas, o governo australiano questionou directamente a governação timorense, numa altura em que a imprensa do país ecoava fortes críticas ao governo liderado por Mari Alkatiri.
Num outro sinal de algum ajustamento na política australiana, e depois de críticas sobre a falta de segurança australiana ao próprio primeiro-ministro, Mari Alkatiri viajou hoje acompanhado por uma equipa de soldados armados.
A própria sede do Comité Central da Fretilin, no bairro de Comoro, na zona ocidental de Díli, é hoje um dos locais mais seguros de Díli, com oito tanques dentro e fora do complexo.
Usando detectores de metais, soldados australianos revistam detalhadamente todos os que entram no local, incluindo membros do governo e deputados.
Nos últimos meses, Timor-Leste tem vivido os seus piores momentos de tensão, instabilidade e violência desde que se tornou independente, há quatro anos, na sequência da eclosão de uma crise político-militar que tem sido marcada por divisões no seio das Forças Armadas e da Polícia Nacional, e elevada tensão política.
Pelo menos 21 pessoas morreram e mais de 120 outras ficaram feridas na sequência dos confrontos marcados pela destruição de propriedade pública e privada e pelo saque de casas e edifícios públicos.
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