ARTIGO PUBLICADO NO PRIMEIRO DE JANEIRO
Artigo publicado no Jornal O Primeiro de Janeiro, de 30/7/2006, da autoria de Joaquim Armindo
ÁGUA VIVA
OS DA “MALINHA NA MÃO”
Aí estão eles, dia sim, dia sim, de gravata, eles, de vestido, elas, cada um com uma malinha, todos os dias, andam de baixo para cima, e de cima para baixo, de vez em quando param e falam com alguém. Já me lembrei que o andar todos os dias nas ruas, era bem um preceito de marketing, para que todos os outros os vissem, e até é capaz de ser, mas o facto é dois a dois (tal como no preceito bíblico, levado à letra) lá vão espalhar aquilo em que acreditam e sem medo de dar a cara. São cristãos como outros quaisquer, com as suas crenças da verdade e que lutam e dão testemunho do que acreditam assim, e sem quaisquer receios de serem maltratados (e há quem o faça!). Por isso, se chamam Testemunhas de Jeová.
Sem querer aqui aduzir naquilo que dizem ser a sentinela e a única verdade, porque não é para isso que esta crónica é escrita, é curioso que enquanto estes andam nas ruas a proclamar as “verdades bíblicas”, os outros cristãos como se nada fosse com eles vão à missa, cumprindo os seus deveres dominicais, sabiamente descritos nas cartilhas em que aprenderam, e isso do mundo não lhes diz respeito, por isso não são sentinelas, nem proclamam a sua Fé por sobre os telhados, fecham-se nas suas conchas e não querem incomodar os outros, como se o Evangelho não fosse, já por si, um incómodo para a humanidade. Porque o é, ou os cristãos são uns desinstalados e proféticos, ou então vivenciam a sua Fé.
Com todos devemos aprender, mesmo com aqueles que andam de “malinha na mão”, e sem pretender seguir o mesmo caminho, sermos nos locais de emprego, nas ruas e vielas da cidade, na política e na cultura, aqueles que caminhamos, sem medos, nem receios, testemunhando no que acreditamos, dando a cara pelas causas da humanidade, sabendo bem que só é divino, quem verdadeiramente é humano. Então seremos a Igreja Viva, que parte das Igrejas para o mundo, sem medo de se sujar, porque só quando o fizermos seremos dignos de ser chamados “os do caminho”, em linguagem de hoje, cristãos.
Joaquim Armindo
Mestrando
http://www.bemcomum.blogspot.com
Escreve no JANEIRO, quinzenalmente.
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