segunda-feira, novembro 20

Alterações climáticas, efeitos



2005 FOI O ANO MAIS QUENTE

Desde 1861, os cinco anos mais quentes foram 2005, 1998, 2003 e 2004, por esta ordem. Os efeitos globais das alterações climáticas são variados e de consequências terríveis para a humanidade. As cheias são o desastre natural mais comum na Europa que, entre 1995 e 2004, sofreu 20 grandes inundações que mataram quase mil pessoas. Os prejuízos económicos associados aos desastres naturais atingiram o valor recorde de 160 milhões de euros em 2005, quase duplicando o anterior máximo de 1998. Três dos 10 maiores furacões de sempre aconteceram em 2005.
Efeitos globais das alterações climáticas

- Temperatura:

A temperatura média global da atmosfera à superfície aumentou, no século XX, entre 0.6ºC a 1ºC. Mais de metade deste aquecimento aconteceu nos últimos 30 anos, o que indica que a tendência de subida da temperatura está a acelerar.

A temperatura terrestre atingiu nos últimos 30 anos o seu nível mais alto em quase 12 mil anos, à razão de 0.2ºC por década, um fenómeno que já está a afectar a fauna e a flora. Em 2001 estimou-se que, até 2100, a temperatura do planeta vai aumentar entre 1.4ºC a 5.8º, e na Europa entre 2 a 6.3ºC.

Desde 1861, os cinco anos mais quentes foram 2005, 1998, 2003 e 2004, por esta ordem.

- Degelo:

Os cientistas salientam que os primeiros indícios de mudanças climáticas registam-se nos glaciares de montanha. Por exemplo, o Kilimanjaro fundiu, no último século, 82% da massa de gelo.

A cobertura de neve mundial regrediu 10% desde o fim dos anos 60 e a espessura do Árctico cerca de 40%.

A camada de gelo que cobre a Gronelândia está a diminuir a um ritmo sem precedentes: medições nos últimos anos evidenciaram a aceleração do degelo. A Gronelândia está a perder cerca de 248 km3 de gelo por ano (medições entre Abril de 2002 a Abril de 2006), o valor mais elevado de sempre até agora observado. De Abril de 2004 a Abril de 2006 a taxa de degelo cresceu 250%, calculando-se que isso significa um aumento do NMM de 5 mm por ano.

Cientistas da Agência Espacial Europeia descobriram uma alarmante fractura nos gelos que cobrem o Pólo Norte. Imagens de satélite entre 23 e 25 Agosto 2006 mostram uma enorme falha, de extensão comparável às das Ilhas Britânicas, na camada de gelo permanente no Árctico. Nos últimos 25 anos a observação por satélite tem mostrado uma redução progressiva e contínua da cobertura de gelo. Os 8 milhões de km2 de gelo que cobriam o Pólo Norte no princípio dos anos 80 estavam reduzidos a menos de 5.5 milhões em 2005.

- Nível Médio do Mar (NMM):

Este aquecimento tem acompanhado a fusão de glaciares sobre os mares, tendo já provocado nos últimos 50 anos uma subida do nível médio do mar (NMM) de 10-20 cm. Estima-se que até 2100 o NMM estará entre 0.5-1 metro acima do actual, causado pelo degelo e expansão térmica das águas do mar.

Caso isso aconteça, só no Egipto serão directamente afectadas 6 milhões de pessoas e perder-se-ão 15% dos terrenos agrícolas, enquanto que no Bangladesh, a população afectada será de 13 milhões, com perda de 16% da produção nacional de arroz. Algumas das ilhas do Pacífico quase desaparecerão, como é o caso das ilhas Marshall, em que mais de 80% do território será inundado. Também grande parte das planícies costeiras, como terrenos agrícolas de excepcional qualidade, será inundada, com consequente elevação dos níveis freáticos e salinização dos aquíferos, o que poderá ser catastrófico para a produção de alimentos.

As áreas mais afectadas pela subida do NMM serão as zonas ribeirinhas e costeiras. Haverá erosão intensificada nas praias, com recuo da linha da costa, pondo em risco grande parte das edificações que se encontrem na sua proximidade, o que irá afectar muitos dos destinos turísticos actuais.

- Fenómenos Climáticos Extremos/Desastres Naturais:

A frequência de condições climáticas extremas tem aumentado: mais tempestades severas e inundações nos países do Norte durante o Inverno; períodos prolongados de seca, ondas de calor e reduzidos períodos de chuva que têm como consequência incêndios florestais, nos países do Sul.

Um estudo divulgado pela revista Nature (Setembro 2006) afirma que os fenómenos climáticos extremos ocorridos nos últimos verões na Europa continental poderão ser cada vez mais frequentes até ao fim do século. Paralelamente, o clima quente e seco dos países ribeirinhos do Mediterrâneo poderá chegar até ao Norte da Europa.

Furacões:

Os furacões de categoria 4 e 5 duplicaram nos últimos 30 anos. Ex. Katrina

Cheias:

As cheias são consideradas, por um relatório da OMS, como o desastre natural mais comum na Europa que, entre 1995 e 2004, sofreu 20 grandes inundações que mataram quase mil pessoas e afectaram 2.5 milhões.

Mortes:

Estima-se que as mortes resultantes do aquecimento global vão duplicar nos próximos 25 anos, atingindo as 300000 pessoas por ano.

Prejuízos económicos:

Os prejuízos económicos associados aos desastres naturais atingiram o valor recorde de 160 milhões de euros em 2005, quase duplicando o anterior máximo de 1998. Três dos 10 maiores furacões de sempre aconteceram em 2005, incluindo o Katrina, que causou estragos avaliados em 98 milhões.

Doenças:

A propagação de doenças e a sua transmissão, será também facilitada pelas alterações climáticas, devido à alteração da incidência geográfica dos vectores que as provocam, das taxas de reprodução, da diminuição do período de incubação, entre outros.

A malária, doença das zonas baixas e já contida em muitos países, já se espalhou para maiores altitudes em sítios com os Andes colombianos (OMS).

Fauna e Flora:

Mais de um terço das espécies de aves europeias poderão desaparecer se a temperatura do planeta aumentar mais de 1,2 graus, alertou recentemente o Fundo Mundial para a Vida Selvagem (WWF). Muitas espécies não resistirão caso os seus habitats se tornem mais secos, frios, húmidos ou mais quentes: pelo menos 279 espécies de plantas e animais já estão a responder ao aquecimento global, deslocando-se para mais perto dos pólos, afirma a revista Nature. Algumas espécies de plantas da região dos Alpes estão a deslocar-se para altitudes superiores a um ritmo de 1 a 4 m por década e outras, que sobrevivem apenas no topo das montanhas, já desapareceram. Foram observadas alterações nas migrações de aves, no rescimento de colheitas e no movimento de insectos sensíveis ao frio para latitudes superiores. Estima-se que mais de 1 milhão de espécies podem ser extintas até 2050 (Time Magazine, 2006).

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