NÃO SR. MINISTRO!
Figueira sem bloco de partos
A partir da meia-noite de hoje, sexta-feira, os partos actualmente realizados no Hospital Distrital da Figueira da Foz (HDFF) serão concentrados nos blocos de partos dos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC), do Centro Hospitalar de Coimbra (CHC) e do Hospital Santo André (Leiria), segundo informa a Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC).
Nessa data, cessa também a urgência na valência de Obstetrícia/Ginecologia do Hospital Distrital da Figueira da Foz, passando as utentes a ser orientadas para os HUC (Maternidade Dr. Daniel de Matos), CHC (Maternidade Bissaya Barreto) e Hospital Santo An-dré.
Segundo a ARSC, as alterações funcionais que agora se anunciam constam de uma deliberação da Administração Regional de Saúde do Centro, tomada no âmbito do despacho nº. 7495/2006 do Ministro da Saúde, e respeita à requalificação do serviço de urgência perinatal do Hospital Distrital da Figueira da Foz.
Segundo a ARSC, “foram estabelecidas as condições de segurança do processo, através de mútuo entendimento entre os conselhos de administração da ARSC e hospitais envolvidos” e que “foi igualmente confirmada pela ARSC junto do Instituto Nacional de Emergência Médica a existência de disponibilidade de transporte para as possíveis solicitações de grávidas em trabalho de parto eminente”.
Contestação
O Movimento Cívico Nascer na Figueira promoveu uma vigília, na Praça 8 de Maio, contestando a resolução ministerial, juntando perto de uma centena de pessoas que empunhavam velas acesas.
Teresa Machado (vereadora da Câmara Municipal da Figueira da Foz), Marta Carvalho (líder concelhia do CDS/PP), Vítor Coelho (presidente da Junta de Freguesia de S. Julião, eleito como independente numa lista do PS) e Nelson Fernandes (dirigente local do PCP) foram algumas das presenças na vigília, em que participaram igualmente dirigentes de várias colectividades e membros da Assembleia Municipal.
Esta requalificação do Serviço de Urgência Perinatal do Hospital Distrital apanhou os presentes de surpresa, uma vez que o encerramento do bloco de partos estava anunciado num prazo compreendido até final deste ano.
Silvina Queiroz, perante o anunciado fim da obstetrícia/ginecologia no Hospital da Figueira, questiona agora a ARSC qual será o papel do Hospital da Figueira no acompanhamento à grávida e pós-parto. “Se a grávida tiver uma hemorragia interna, o que faz? Para onde vai? Chegará a tempo?”, questiona a porta-voz do Movimento.
Silvina Queiroz adianta ainda que a rede de diferenciação hospitalar que caracteriza esta unidade médico-cirúrgica “é e será débil enquanto não houver uma unidade de cuidados intensivos polivalente”. Por tudo isto, garante que “a luta vai continuar”. Já na próxima segunda-feira o movimento participa, no Entroncamento, num encontro de Utentes do Serviço Público. Para a vereadora Teresa Machado, “este é um momento triste. Tudo isto é prejudicial e traz problemas acrescidos aos mais cadenciados”.
Refira-se que este movimento cívico recentemente já havia entregue na ARSC um abaixo-assinado com mais de 8.500 assinaturas reclamando a continuidade da maternidade do Hospital Distrital da Figueira da Foz.
Os especialistas podem ser transferidos para Coimbra ou serão integrados noutros serviços do Hospital da Figueira, segundo apurou O Figueirense.
À nossa reportagem foi-nos dito que os serviços equacionam já hoje enviar as grávidas para Coimbra.
Andreia Gouveia com Jorge Lemos
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