domingo, fevereiro 4

CRÓNICA PUBLICADA NO PRIMEIRO DE JANEIRO

Crónica publicada no Jornal O Primeiro de Janeiro, de 28/1/2007


ÁGUA VIVA


OS SURDOS OUVEM E OS MUDOS FALAM


A semana de unidade dos cristãos (católicos, anglicanos, protestantes e evangélicos) terminou. O tema desta semana foi “Ele faz os surdos ouvirem e os mudos falarem”, muito boa afirmação no mundo de hoje, onde os cristãos, baseados em análises teológicas profundas, podem chegar à conclusão que são “surdos” e “mudos” à mensagem de Jesus. De facto, passada esta semana o que fica? O desejo de mais, mas não o de na diversidade, encontrarem a unidade de anunciarem a Boa Nova, que hoje nada mais é do que proclamar uma nova ordem internacional, baseada na Paz e na Justiça. Estamos fartos de consumirmos as nossas energias em procuráramos saber as diferenças, se uns rezam, outros oram, e o caricato se uns têm velas ou não, ou se celebram o Natal ou não. As pequenas coisas da divisão, com o escândalo de não estarmos todos sentados à mesa eucarística, não valem nada, porque aquilo que é substantivo é o bem da humanidade, pela qual Jesus morreu. Os hierarcas das várias denominações certamente se preocupam mais, se estão do lado direito ou esquerdo, do que com o Evangelho de Jesus.

O Evangelho que proclamamos, independentemente de vestir uma alva ou não, é a prática eucarística de os surdos ouvirem e os mudos falarem. Podem os teólogos discutirem muitas coisas, sobre a Virgem Maria, ou o Baptismo, por exemplo, mas isso não é o fundamental para fazerem os surdos ouvirem e os mudos falarem, e esta é que é a mensagem católica e universal, estes são os sinais a que deveremos estar atentos, e esta é a ousadia de sermos sentinelas na cidade. Os templos são necessários para reunirem a Igreja, nas suas diversidades, mas muito mais é necessária a escuta da humanidade e a nossa actuação nela, aí não haverá diferenças de actuação e talvez até vençamos as diferenças, muitas delas inventadas, e quantas para assegurar mordomias, que não, certamente, proclamarem uma Terra outra, onde o amor seja o primado. Assim, quando todas as Igrejas estiverem na verdade de Jesus, não existirão diferenças, porque o grande problema é que nenhuma delas ainda se encontrou com o Mestre. Porque querem substitui-lo! Os surdos ouvirão e os mudos falarão, na medida do nosso empenhamento em encontrar Jesus. Ou não seremos nós os surdos e os mudos?

Joaquim Armindo

Mestrando em Saúde Ambiental e Licenciado em Ciências Religiosas

jarmindo@clix.pt

http://www.bemcomum.blogspot.com

Escreve no JANEIRO quinzenalmente

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