"Estado Estratega", artigo de Jorge Bateira no Público

Não me tenho pronunciado, publicamente, sobre as três candidaturas à liderança do Partido Socialista, porque ainda não me revejo totalmente em cada uma delas.

Discutem-se, neste momento, as Moções de Estratégia, para o PS. Sinceramente já não confio em quaisquer moções, porque estas, depois de serem aprovadas nos respectivos congressos, passam para o museu da história, isto é, ninguém mais liga ao palavreado que as moções indicam. Foi assim, por exemplo, com a moção para a Federação Distrital do Porto, onde o Dr. Francisco Assis, uma vez eleito, rasgou, pura e simplesmente, o que dizia em tal moção. Por isso, as moções têm sido letra morta e só servem para distrair alguns militantes; porque a grande maioria não lê sequer uma linha de qualquer moção. Voltarei a esta questão mais adiante, no tempo.

O candidato José Sócrates subscreve um documento intitulado "Choque Tecnológico", que contém algumas ideias interessantes, ao passo que outras, como por exemplo, que a competitividade das empresas ou dos organismos públicos, passa necessariamente pela certificação dos Sistemas de Gestão da Qualidade, Ambiente, Segurança e Saúde e Responsabilidade Social, tendo como meta a excelência das organizações, são simplesmente ignoradas. Esta omissão é grave porque passa ao lado duma estratégia inovadora, moderna se quiserem, esquecendo a gestão imbuída de carácter social, das organizações.

Por outro lado, enferma dos males que o meu amigo e camarada Jorge Bateira muito bem escreve na página 15 do Público deste domingo: "A transformação de que carecem as nossas empresas não implica conceber um plano e muito menos um «choque», fiscal ou tecnológico, mas identificar e mobilizar os actores relevantes, horizontalmente e por sectores ou regiões."

Bem faria a candidatura de José Sócrates em ler este artigo, e aquela minha ideia, e modificar substancialmente a sua moção no que diz respeito ao tal choque tecnológico.