domingo, novembro 13

Artigo publicado no jornal O Primeiro de Janeiro, de 6 do corrente, da minha autoria:

ÁGUA VIVA

ATÉ JÁ, PADRE JOAQUIM

Conheci o Padre Joaquim, Pároco da Foz do Douro, na Universidade Católica. Foi meu professor de Fé e Teologia, e desde aí, a sua fé contagiante e esclarecida, cativou-me ao ponto de começar a colaborar na Paróquia de S. João da Foz. Com o seu ar humilde, era de facto um servo ao serviço do seu Senhor.

Quando ali cheguei, vinha da Igreja Anglicana, fui recebido de portas abertas e total amizade, como se fosse um velho conhecido. O Padre Joaquim era assim, quem o procurava ouvia sempre uma voz amiga, fosse para quem fosse; nunca recriminando ninguém, porque segundo dizia, tinha muita alegria em ser padre, desta igreja, ora santa, ora pecadora, mas sal do mundo.

Nas suas célebres homilias era directo, conciso e acertava bem nas suas amigas e amigos, dizia que a vida era para ser vivida em alegria, e pelo S. João apelava sempre a que comessem sardinhas e bebessem melhor, dançando e cantando, e já agora “uma directa” para a missa do padroeiro, e mais, que quem fosse a Fátima, devia ir num bom carro e rezar por ele, “para que Deus lhe desse juízo”. Era assim o Padre Joaquim, e haviam muitas pessoas que só tinham paciência para participar na “missa do Padre Joaquim”.

Defensor da cultura, nunca colocou qualquer questão em que além dos cânticos, houvessem outros cantares, ranchos folclóricos, bandas de música e outros, participando na missa, louvando a Deus. Estudioso das coisas do mundo e de Deus, parte da sua vida passou-a em África, estava sempre pronto a ajudar os outros, porque sabia que era libertando-os, que também se libertava a si. Homem íntegro e ecuménico, nunca permitia que junto dele, alguém ousasse dizer algo pouco abonatório de qualquer outra Igreja, fosse ela cristã ou não.

Finou-se em 5 de Outubro passado, com 65 anos de idade, quando a sua cabeça, lúcida até morrer, estava cheia de projectos para a Paróquia e outros grupos que animava. Morreu em paz, na Paz de Jesus que tanto amava.

Ao prestar-lhe homenagem, digo “até já, Padre Joaquim”, porque sei que agora tenho mais um amigo junto a Deus.

Joaquim Armindo

Licenciado em Engenharia e Ciências Religiosas

jarmindo@clix.pt

http://bemcomum.blogspot.com

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