sábado, outubro 21





PS Montijo
Discutiu o Desenvolvimento Sustentável

A Comissão Política Concelhia do Montijo do Partido Socialista, promoveu, a primeira reunião denominada - “Reuniões da Comissão Política Concelhia – Abertas”, tendo como tema “O desenvolvimento sustentável”.

Refere a nota enviada para a nossa redacção que a sala da Assembleia Municipal do Montijo se encontrava “completamente cheia e com ocupação da galeria, com a presença de militantes, simpatizantes e pessoas que apoiam os projectos do PS no concelho de Montijo”.
José Bastos, Presidente da Comissão Política Concelhia do PS Montijo, informou os presentes que as próximas reuniões temáticas terão como temas : a educação, o desporto, o urbanismo e a revisão do Plano Director Municipal, temas que vão ser apresentados pelos vereadores Clara Silva e Renato Gonçalves e pela Presidente da Câmara do Montijo, Maria Amélia Antunes.

“Desenvolvimento Sustentável intervenção de Nuno Canta

“A Terra é um sistema termodinâmico que recebe energia do Sol (com alta qualidade) e perde energia na forma de calor (com baixa qualidade) para o espaço. Esta energia é utilizada por todos os sistemas existentes na terra formando um todo global. À semelhança, todas as actividades humanas encontram-se intimamente relacionadas com os outros sistemas terrestres, muito mais do que possamos pensar. Por exemplo, o aquecimento global do planeta afecta todos os países, quer tenham ou não emissão de gases com efeito de estufa.

A visão de que a sociedade é um subsistema da natureza, é muito recente, a humanidade sempre viu a natureza como fonte de recursos e como depósito dos nossos resíduos. Contudo, a visão unitária conduz a um modelo mais poderoso sobre a nossa relação com a natureza.
É com base nesta visão que surge o conceito de desenvolvimento sustentável, proposto, em 1987, pela comissão mundial sobre ambiente e desenvolvimento, presidida pela Sr.ª Brundtland.

O desenvolvimento sustentável como outras formas de funcionalidade é uma qualidade com vários níveis. Algumas dessas qualidades são mais fundamentais do que outras. Quando uma qualidade básica não é cumprida, não é conseguido o cumprimento das qualidades superiores. Outro problema do desenvolvimento sustentável é de que grande parte destas qualidades não são susceptíveis de definição, apenas podemos defini-las de forma negativa, pela sua ausência. Como muitas outras teorias científicas, o desenvolvimento sustentável é mais simples de testar com a ajuda da hipótese zero.

Uma das qualidades básicas do desenvolvimento sustentável é independência de reservas. Uma sociedade que é dependente de uma reserva básica à sua sobrevivência por definição não pode existir para além dessa reserva. Portanto, não é sustentável.

A nossa sociedade actual tornou-se nos últimos 200 anos totalmente dependente das reservas de combustíveis fósseis. O declínio dessa fonte coloca uma ameaça séria à sociedade tal como a conhecemos. Vamos ver em detalhe um problema básico de sustentabilidade; o abastecimento de comida. A agricultura industrializada é profundamente dependente do petróleo.

Há meio século atrás, ainda era comum nas explorações agrícolas do Montijo sistemas de produção de alimentos para os animais e a manutenção de uma grande variedade, como galinhas, carneiros, vacas de leite e porcos. Hoje, essas situações são raras. Os agricultores são forçados pelo aumento dos custos de produção e pela diminuição dos preços dos produtos agrícolas a seguirem o caminho da produção de grandes quantidades ao mais baixo custo por unidade. O baixo custo dos combustíveis fósseis, intensificou a especialização e a monocultura. Nesta situação a importância do sistema de distribuição aumenta, agravando o consumo de combustíveis fósseis, o que faz aumentar a vulnerabilidade do sistema de produção agrícola.

Nos países desenvolvidos, o petróleo consumido na agricultura iguala, ou ultrapassa, a energia recolhida nos alimentos produzidos. O melhoramento de plantas e animais com utilização agrícola tem sido no sentido de criar agentes eficientes na conversão de combustíveis fósseis em produtos edíveis. Por exemplo, o trigo selvagem estava dependente de uma larga fatia da energia captada para funções necessárias á sua sobrevivência: defesa de pragas; aquisição de nutrientes; competição com outras plantas; etc. Apenas a energia remanescente é utilizada para a produção de sementes.

A planta de trigo melhorada não necessita de desperdiçar energia nas funções de sobrevivência. As funções de suporte à vida são realizadas pelo agricultor utilizando a energia dos combustíveis fósseis (tractores, pesticidas, etc.). Portanto, a maioria da energia captada pela planta pode ser reconvertida em sementes, elevada produção agrícola.

Uma parte crescente da população vive em cidades, existem necessidades de abastecimento crescentes, o que tem conduzido a sistemas de transporte a cada vez maiores distancias. Os sistemas de transporte a longa distância aumentam a vulnerabilidade aos preços da energia. Em termos energéticos uma família média europeia (4 elementos) pode reduzir significativamente o consumo de energia anual, se consumir alimentos produzidos nas zonas adjacentes à sua cidade. Com a opção de uma produção de alimentos mais local reduzimos a vulnerabilidade do sistema e diminuímos a dependência dos combustíveis fósseis, mesmo mantendo uma agricultura industrializada, tornamos o sistema mais sustentável. Parece óbvio que uma das formas para manter a sociedade em funcionamento numa situação de esgotamento de combustíveis fósseis e de recursos será diminuir a dependência, isto é, a sua vulnerabilidade.

A escassez de energia devido ao pico de produção do petróleo e aos problemas de esgotamento de recursos exigidos pela industrialização da paisagem, não podem ser resolvidos pelos paradigmas vigentes. São necessárias adaptações sociais. Muitos dos problemas ambientais que hoje presenciamos podem ser minimizados com uma estratégia de desenvolvimento sustentável. Alguns exemplos são: encurtar as linhas de abastecimento de alimentos; aumentar a utilização da energia solar; introdução de infra-estruturas que suportem a reciclagem de nutrientes; integração da produção agrícola e do espaço urbano.”.

Debate participado

Após a intervenção de Nuno Canta, iniciou-se um período de discussão, sendo muitas as pessoas que se inscreveram, colocando problemas sobre a matéria apresentada que Nuno Canta.


Para finalizar esta iniciativa, usou da palavra a Presidente da Câmara e dirigente do PS, Maria Amélia Antunes, que informou os presentes da situação financeira da Câmara e dos investimentos feitos no concelho no primeiro ano deste mandato.

Rostos


Comentário:

Fez bem o PS do Montijo ao analisar esta matéria do Desenvolvimento Sustentável. Porque é que o PS da Maia não o faz? Só porque a minha dissertação na Univesidade Católica Portuguesa é sobre este tema?

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