quinta-feira, janeiro 25

BISPO DE VISEU PRONUNCIA-SE SOBRE O REFERENDO

O bispo de Viseu admitiu, ontem, que votaria "sim" no referendo de 11 de Fevereiro caso a questão posta a votação falasse exclusivamente na "despenalização da mulher" e não em três questões que considera "independentes entre si".

D.Ilídio Leandro, defensor do "não" no referendo, tinha declarado anteontem, num debate realizado na Escola Superior de Educação de Viseu, que votaria "sim" se o que estivesse em causa fosse a despenalização da mulher que pratica o aborto.

Ontem, esclareceu que considera a pergunta do referendo "falaciosa e enganadora", pois engloba mais duas ideias além da despenalização da mulher, como "o aborto livre até às dez semanas" e "o aborto feito em circunstâncias em que o Estado assume toda a responsabilidade, na despesa e condições, naturalmente com o dinheiro dos cidadãos" .

"É uma pergunta que engloba três realidades autónomas e independentes, mas depois, na má-fé, os movimentos pelo 'sim' apenas carregam numa tónica, que é a despenalização da mulher", argumentou o prelado, citado pela agência Lusa.

Críticas a ministro

D. Ilídio Leandro afirmou, assim, que se apenas estivesse em causa a despenalização da mulher votaria "sim", pois discorda da lei actual, defendendo que, antes da mulher, deveriam ser penalizados o Estado, os seus companheiros e os profissionais de saúde.

"A mulher é a última, é a vítima de toda a situação do aborto", disse, convicto de que o Estado deveria ser o primeiro a ser criminalizado, pela "lei que tem em relação à natalidade, à promoção da natalidade, à defesa da mulher".

O bispo de Viseu lançou, depois, críticas ao ministro da Saúde, Correia de Campos, por ter dito que se prevêem "23 mil abortos por ano". "Então mas nós não precisamos em Portugal de 23 mil crianças a mais por ano?", questionou.

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