HOMENAGEM A UM HOMEM DE PAZ E JUSTIÇA
Comunidade Emaús de luto pela morte do abade Pierre
Morreu o "pai" dos sem-abrigo
Enquanto houver pessoas "capazes de amar" a mensagem do abade Pierre vai perdurar. Apesar da consternação, a notícia da morte do criador da comunidade Emaús não esmorece a força dos seus seguidores. Na loja de uma das comunidades portuenses, ontem simbolicamente encerrada, um retrato colocado na montra assinala o luto.
"Somos uma nova alternativa de vida oferecemos trabalho, amizade e casa. Recolhemos e restauramos coisas velhas para depois as vender na loja", é assim que Conceição Gonçalves, caracteriza o movimento a que pertence. O princípio partiu do abade Pierre em 1949, quando rompeu com o conceito tradicional de caridade e criou uma comunidade onde seriam os excluídos a prover as suas próprias necessidades. Até hoje, existem 443 comunidades em 39 países e um delegado nas Nações Unidas.
Conceição Gonçalves é fundadora e uma das orientadoras desta comunidade Emaús no Porto, que nasceu em 1990. Tudo começou quando um padre francês, Henri de Borsicu, "falou na minha paróquia sobre este movimento e a necessidade de criar a comunidade no Porto", relembra. Daí para reuniões de organização do movimento foi um passo grande mas nunca lamentável "Damos gratuitamente aquilo que queremos", assegura.
No início, com poucos recursos tentaram ajudar como que podiam e uma das primeiras actividades foi a organização de uma ceia de Natal em S. Bento. A partir daí, conseguiram adquirir a casa na Rua do Almada, "ainda a estamos a pagar mas já temos a escritura", afirma com orgulho. E sonha com uma casa com jardim e uma carrinha nova, num futuro próximo.
Neste momento, a casa da Rua do Almada tem a lotação esgotada com sete companheiros internos e três externos, com vidas refeitas e casa própria. A loja tem para venda tudo aquilo que possamos imaginar, desde móveis a brinquedos, recolhidos e restaurados pelos trabalhadores da comunidade.
"A solidariedade mora sempre no coração do homem e da mulher e às vezes é necessário que haja um espaço como este". E assim Conceição Gonçalves justifica a idade do voluntário mais novo, com 14 anos "Vem sempre à quinta-feira, das 6 às 8 horas e não traz telemóvel. Está totalmente disponível para nós!" Aposta na juventude e discorda "que eles não se importem com os outros".
O movimento instalou-se em Portugal na década de 80 e actualmente conta com mais duas comunidades outra no Porto e uma em Caneças, Loures, onde reúnem no total cerca de 50 membros. A comunidade do Porto está a organizar um evento para homenagear o fundador no próximo sábado.
O "padre dos pobres ", morreu ontem de manhã, aos 94 anos, no hospital parisiense de Val du Grâce, onde estava internado desde 14 de Janeiro com uma infecção pulmonar. A morte do abade Pierre abalou a França, que perdeu "uma figura grandiosa, uma consciência e encarnação a bondade", como expressou o presidente francês, Jacques Chirac. Outras personalidades manifestaram a homenagem ao homem que, durante 14 anos, foi eleito pelos franceses a figura preferida do país. Durante toda a vida lutou contra a pobreza, defendendo os sem abrigo e os mais desfavorecidos. Henry-Antoine Groue - conhecido como "abbé Pierre" - nasceu a 1912 e aos 18 anos distribuiu a herança recebida dos pais por obras de caridade, ao ingressar na ordem dos frades Capuchinhos. Na Segunda Guerra Mundial adoptou o nome de abade Pierre, apoiando a resistência francesa. Chirac anunciou que as homenagens fúnebres decorrerão sexta-feira na catedral de Notre-Dame, e o corpo será sepultado de seguida, "na mais estrita intimidade", num cemitério da comunidade, na Normandia, segundo o director francês da Ema
"Somos uma nova alternativa de vida oferecemos trabalho, amizade e casa. Recolhemos e restauramos coisas velhas para depois as vender na loja", é assim que Conceição Gonçalves, caracteriza o movimento a que pertence. O princípio partiu do abade Pierre em 1949, quando rompeu com o conceito tradicional de caridade e criou uma comunidade onde seriam os excluídos a prover as suas próprias necessidades. Até hoje, existem 443 comunidades em 39 países e um delegado nas Nações Unidas.
Conceição Gonçalves é fundadora e uma das orientadoras desta comunidade Emaús no Porto, que nasceu em 1990. Tudo começou quando um padre francês, Henri de Borsicu, "falou na minha paróquia sobre este movimento e a necessidade de criar a comunidade no Porto", relembra. Daí para reuniões de organização do movimento foi um passo grande mas nunca lamentável "Damos gratuitamente aquilo que queremos", assegura.
No início, com poucos recursos tentaram ajudar como que podiam e uma das primeiras actividades foi a organização de uma ceia de Natal em S. Bento. A partir daí, conseguiram adquirir a casa na Rua do Almada, "ainda a estamos a pagar mas já temos a escritura", afirma com orgulho. E sonha com uma casa com jardim e uma carrinha nova, num futuro próximo.
Neste momento, a casa da Rua do Almada tem a lotação esgotada com sete companheiros internos e três externos, com vidas refeitas e casa própria. A loja tem para venda tudo aquilo que possamos imaginar, desde móveis a brinquedos, recolhidos e restaurados pelos trabalhadores da comunidade.
"A solidariedade mora sempre no coração do homem e da mulher e às vezes é necessário que haja um espaço como este". E assim Conceição Gonçalves justifica a idade do voluntário mais novo, com 14 anos "Vem sempre à quinta-feira, das 6 às 8 horas e não traz telemóvel. Está totalmente disponível para nós!" Aposta na juventude e discorda "que eles não se importem com os outros".
O movimento instalou-se em Portugal na década de 80 e actualmente conta com mais duas comunidades outra no Porto e uma em Caneças, Loures, onde reúnem no total cerca de 50 membros. A comunidade do Porto está a organizar um evento para homenagear o fundador no próximo sábado.
O "padre dos pobres ", morreu ontem de manhã, aos 94 anos, no hospital parisiense de Val du Grâce, onde estava internado desde 14 de Janeiro com uma infecção pulmonar. A morte do abade Pierre abalou a França, que perdeu "uma figura grandiosa, uma consciência e encarnação a bondade", como expressou o presidente francês, Jacques Chirac. Outras personalidades manifestaram a homenagem ao homem que, durante 14 anos, foi eleito pelos franceses a figura preferida do país. Durante toda a vida lutou contra a pobreza, defendendo os sem abrigo e os mais desfavorecidos. Henry-Antoine Groue - conhecido como "abbé Pierre" - nasceu a 1912 e aos 18 anos distribuiu a herança recebida dos pais por obras de caridade, ao ingressar na ordem dos frades Capuchinhos. Na Segunda Guerra Mundial adoptou o nome de abade Pierre, apoiando a resistência francesa. Chirac anunciou que as homenagens fúnebres decorrerão sexta-feira na catedral de Notre-Dame, e o corpo será sepultado de seguida, "na mais estrita intimidade", num cemitério da comunidade, na Normandia, segundo o director francês da Ema
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