sábado, abril 30

LIVRO RECOMENDÁVEL



Espiritualidad - Método - Praxis Zevini, Giorgio Palabra y Vida
(070309)84-8169-606-4Precio: 7,02 €

Breve descripción de la obra:

Giorgio Zevini aborda aquí el método y las diferentes fases de la lectio divina y pretende poner de manifiesto esta forma de espiritualidad concreta y actual, anclada en la Tradición de la Iglesia. La práctica de la lectio divina es una experiencia de oración que nos ayuda a vivir la esencia del cristianismo y nos permite sentir a Dios.

sexta-feira, abril 29

DE EGITO GONÇALVES

Vejo passar os barcos
sob a chuva

Sentado sobre a ausência

Nenhuma boca
pronuncia
o nome

De mãos vazias
vejo passar
os barcos

ARTIGO A PUBLICAR NO PRIMEIRO DE JANEIRO

No próximo domingo será publicado no Jornal O Primeiro de Janeiro, um artigo da minha autoria:



"A ALEGRIA NA CIDADE"

quinta-feira, abril 28

LEMBRANDO ALEXANDRE O, NEILL

Vós que trabalhais só duas horas
a ver trabalhar a cibernética,
que não deixais o átomo a desoras
na gandaia, pois tendes uma ética;

que do amor sabeis o ponto e a vírgula
e vos engalfinhais livres de medo,
sem preçários, calendários, Pílula,
jaculatórias fora, tarde ou cedo;

computai, computai a nossa falha
sem perfurar demais vossa memória,
que nós fomos pràqui uma gentalha
a fazer passamanes com a história;

que nós fomos (fatal necessidade!)
quadrúmanos da vossa humanidade.

DE UM AMIGO, SEM NOME

Um dos leitores deixou a seguinte mensagem, que muito agradeço:


Para mim é um previlégio ler todos os seus artigos e comentários.
Quero agradecer-lhe, por partilhar comigo e com o mundo toda a sua vivência, que com grande mestria e sabedoria, descreve neste meio.
Desejo-lhe as maiores felicidades e que Deus o abençoe.

quarta-feira, abril 27

DE CARLOS OLIVEIRA

Espaço
para caírem
gotas de água
ou pedra
levadas
pelo seu peso,
suaves acidentes
da colina
silenciosa para
a cal
florir
nesta caligrafia
de pétalas
e letras.

terça-feira, abril 26

AFINAL O QUE ACONTECEU NO CONCLAVE DOS CARDEAIS?

Apesar do voto de silêncio, saíram da Capela Sistina, alguns desabafos:
Na 1ª votação, estabeleceram-se dois grupos cada um com o seu candidato: por um lado os cardeais daAmérica Latina que apoiavam monsenhor Bergoglio,cardeal de Buenos Aires;
por outro lado os cardeais europeus que apoiavam monsenhor Ratzinger, perfeito da Congregação para a Doutrina daFé.
Na 1ª e 2ª votação os 2 lados pareciam bem defenidos. Os cardeais sul-americanos terão, então, tomado uma decisão: se na 3ª votação tudo se mantivesse, então eles abdicariam do seu candidato e apresentariam um candidato de compromisso.
Para tal escolheram um cardeal europeu mas que fizesse a ponte entre a Europa e a América Latina e fosse um cardeal residente no Vaticano: monsenhor Saraiva Martins, um dos dois cardeaisportugueses.
Na 3ª votação tudo ficou definido e não houve necessidade do compromisso latino-americana.
E foi pena, muita pena, talvez a Igreja tivesse mais capacidade de compreender as pessoas.

segunda-feira, abril 25



Com a devida vénia, do blogue Independências, retiro a foto da chegada de Humberto Delgado ao Porto. Neste 25 de Abril a minha homenagem ao General sem medo.

ARTIGO A PUBLICAR NO PRIMEIRO DE JANEIRO

Amanhã no Jornal Primeiro de Janeiro, será publicado um artigo da minha autoria:




"FUTURO COERENTE PASSA PELA NECESSIDADE DE PACTOS"

EM 25 DE ABRIL DE 2005. A LEMBRANÇA DE HUMBERTO DELGADO

A minha primeira campanha eleitoral, ainda criança.



cortesia do blogue independêcias

domingo, abril 24

"VIVA O 25 DE ABRIL!" VIVA A LIBERDADE DE PENSAMENTO !

NENHUMA FORÇA CONSEGUIRÁ CALAR A FORÇA DO PENSAMENTO,

PORQUE É LIVRE COMO O VENTO !

NO 25 DE ABRIL DE 2005, AINDA SE DEVE CANTAR

Trova do vento que passa

Pergunto ao vento que passa
notícias do meu país
e o vento cala a desgraça
o vento nada me diz.
Pergunto aos rios que levam
tanto sonho à flor das águas
e os rios não me sossegam
levam sonhos deixam mágoas.
Levam sonhos deixam mágoas
ai rios do meu país
minha pátria à flor das águas
para onde vais? Ninguém diz.
Se o verde trevo desfolhas
pede notícias e diz
ao trevo de quatro folhas
que morro por meu país.
Pergunto à gente que passa
por que vai de olhos no chão.
Silêncio -- é tudo o que tem
quem vive na servidão.
Vi florir os verdes ramos
direitos e ao céu voltados.
E a quem gosta de ter amos
vi sempre os ombros curvados.
E o vento não me diz nada
ninguém diz nada de novo.
Vi minha pátria pregada
nos braços em cruz do povo.
Vi minha pátria na margem
dos rios que vão pró mar
como quem ama a viagem
mas tem sempre de ficar.
Vi navios a partir
(minha pátria à flor das águas)
vi minha pátria florir
(verdes folhas verdes mágoas).
Há quem te queira ignorada
e fale pátria em teu nome.
Eu vi-te crucificada
nos braços negros da fome.
E o vento não me diz nada
só o silêncio persiste.
Vi minha pátria parada
à beira de um rio triste.
Ninguém diz nada de novo
se notícias vou pedindo
nas mãos vazias do povo
vi minha pátria florindo.
E a noite cresce por dentro
dos homens do meu país.
Peço notícias ao vento
e o vento nada me diz.
Quatro folhas tem o trevo
liberdade quatro sílabas.
Não sabem ler é verdade
aqueles pra quem eu escrevo.
Mas há sempre uma candeia
dentro da própria desgraça
há sempre alguém que semeia
canções no vento que passa.
Mesmo na noite mais triste
em tempo de sevidão
há sempre alguém que resiste
há sempre alguém que diz não.


Manuel Alegre


Acaba de ser publicado o n.º 7, Inverno 2004, portanto com algum atraso desta importante revista.

Salientaria, os seguintes artigos:

"Justiça e cidadania sexual no pós Euro 2004", de Ana Cristina Santos

"O trabalho decente, seguro e sem riscos", de Teresa Maneca Lima

"A justiça em Portugal:diagnósticos e terapêuticas", de Boaventura Sousa Santos

"Maria de Lourdes Pintasilgo, o sentido de uma responsabilidade fundadora", de Isabel Allegro de Magalhães

Com uma tiragem de 4 000 exemplares, custo de 6 €.

www.manifesto.com.pt

sábado, abril 23

AINDA NO EXPRESSO DE HOJE

- Leia-se in Expresso de hoje:


pág 6, com chamada em caixa de primeira página:

- D. Januário Torgal Ferreira:
'Conclave votou por medo'


João Paulo II disse: não tenhais medo.

Sob o título "FIM DA DISCRIMINAÇÃO DAS MULHERES", o teólogo e professor de filosofia Padre Anselmo Borges, reflete esta semanna no Expresso, desafiando Bento XVI a:
1.- Descentralização, a ter um pontificado de colegialidade, primu inter pares, com estruturas participativas e democráticas a todos os níveis;
2.- Promoção dos direitos humanos, também dentro da Igreja, pondo termo à descriminação da mulher;
3.- Uma nova atitude moral: a contrapção, o preservativo, o aborto, a situação dos divorciados;
4.- O reconhecimento mútuo dos ministérios entre as Igrejas cristãs;
5.- Fortalecimento do diálogo inter-religioso;
6.- A discussão sobre a bioética, globalização, a natureza e o ambiente, a economia;
7.- Diálogo com a ciência;
8.- A transparência das finanças da Igreja, ao serviço dos mais pobres;
9.- Fundamentação dos últimos valores.
Vale a pena ler este depoimento deste Padre doutorado em Roma e professor da Universidade de Coimbra.

ATENÇÃO, A TODOS OS LEITORES

Tem existido uma polémica entre dois dos meus leitores, tendo por base de fundo as minhas posições. Já disse e repito que não responderei, jámais!
Há um Mouro Cómico, perfeitamente identificado, e um outro Anónimo, este tomou o pseudónimo de Mouro Cómico, e escreveu como se fosse o verdadeiro.
Para além das disposições legais que poderão ou não ser tomadas, repito:
1.- Não responderei mais a esse senhor(a);
2.- O que escreve não passa de mentiras, sem qualquer base;
3.- Desafio-o a aparecer à luz do dia, e a debater comigo todas as questões e principalmente aquelas do foro pessoal, em qualquer lado e a qualquer hora, desde que seja local público;
4.- A minha solidariedade com o verdadeiro Mouro Cómico;
5.- Serão, a partir de hoje, retiradas do blogue quaisquer intervenções, desse senhor(a), que ofendam a dignidade de qualquer pessoa. Pode cívicamente e com respeito, no entanto, continuar as suas opiniões.

sexta-feira, abril 22

A EDGAR CORREIA

Conheci Edgar Correia e a Helena Medina, nas Reuniões Inter - Associações do Porto, a que pertenci.

Homem muito correcto e inteligente, não sabia, na altura que pertencia ao PCP, nem me interessava, mas sempre vi nele um lutador vigoroso contra a ditadura.

Faleceu, com 60 anos, aqui lhe presto a minha homenagem, e o sentimento da perda de um amigo.

Bem hajas, Edgar Correia !

Como os leitores têm lido neste blogue, existe uma pessoa, que sob o nome de Anónimo, me está consequtivamente a maltratar.
Como é óbvio, neste blogue não haverá lugar a censuras, pelo que essa perssonagem poderá continuar a escrever, uma coisa é certa terá sempre o meu silêncio.
E que tenho a minha consciência tranquila, lá isso tenho; mais: um carro carbonizado, uma entrevista a um jornal, ignóbil, ameaças telefónicas, e outras coisas mais.
O Senhor(a) que escreve poderia ser mais educado.
Não mais falarei sobre este assunto.

quinta-feira, abril 21

ARTIGO PUBLICADO NO JORNAL PRIMEIRA MÃO

Artigo publicado no Jornal Primeira Mão, 15/4/2005, um artigo da minha autoria:
UM PEREGRINO NESTE PLANETA


Falar em Karol Wojtyla, o Papa João Paulo II, quando todos os meios de comunicação social, já o fizeram de forma quase espectacular, pode parecer excessivo, mas não o é, sobretudo porque também significa trazer a público, pelo menos, o bom e beatificado João XXIII, Paulo VI e João Paulo I.

O envolvimento que todos eles tiveram nesta terra de peregrinação, a sua vontade de trabalhar pela Paz, o seu Ecumenismo real, traduziram um novo ciclo da Igreja estar e ser Sal e Luz do mundo.

João Paulo II manifestou bem na sua longa agonia, na disposição de estar vivo, sofrendo, o testemunho vivo da fé em que acreditava. De facto, podemos discordar de um certo conservadorismo, em questões teológicas ou mesmo de carácter disciplinar, intransigência que respeitamos, como a ordenação de mulheres ou o fim obrigatório do celibato dos padres, ou mesmo de carácter moral, mas que este Papa impôs uma faceta ecuménica no relacionamento das pessoas e dos povos, não poderemos olvidar. Talvez porque foi trabalhador manual, antes da ordenação, tinha este carácter de ver e sentir os pobres, e por eles lutar, incitando-os à luta contra o fatalismo e pela sua dignidade de pessoa humana.

Lutador incansável pela liberdade, combateu o capitalismo e o liberalismo, e fez frente a sociedades cerceadoras da democracia, como no leste europeu, deixando, fundamentalmente nos jovens, a esperança duma globalização chamada solidariedade, fraternidade e amor, nas antípodas daquela que muitos em nome de teorias economicistas persistem em querer manter.

Uma das frases que mais me entusiasmou, foi a que usou, numa das sua cartas aos cristãos, onde pede “Fica connosco, Senhor!”. Na fragilidade da sua vida física, ainda pediu ao seu Senhor para ficar com o mundo, parafraseando o autor do Evangelho, o que denota, por um lado a sua esperança num mundo outro, e, por outro, a capacidade da sua doação até ao último alento. A sua vida em pontificado, não ficou marcada só pela espiritualidade que raiava do seu rosto, mas, também, pela determinação da intervenção política, às vezes tão arredia da Igreja, santa e ao mesmo tempo pecadora.

Uma das suas últimas corajosas intervenções quando assumiu perante o mundo a condenação da invasão do Iraque, contra o todo poderoso presidente americano, demonstrou a capacidade profética que a Igreja deve assumir, sempre em defesa de cada mulher e homem e dos povos. Esta característica peculiar desde João XXIII, tornou-se muito clara em João Paulo II, na liberdade e pela libertação do ser humano. A diplomacia do Vaticano, uma das mais fortes do mundo, foi colocada ao lado de quem mais sofria, desde Timor à Palestina, passando pelo Iraque, e esta é uma boa nova que anunciamos.

Lembro-me de como se abriu ao diálogo com os outros cristãos, e com todas as religiões não cristãs, defendendo sempre a solidariedade e fraternidade, e respeitando profundamente cada um, dando seguimento às resoluções do Concílio Vaticano II. E todo este labor de irmandade humana, talvez em conflito dorido com o que a própria Cúria gostaria de manter.

Aquele homem, peregrino dos peregrinos, com o qual não concordei tantas vezes, apareceu como um sofredor, mas activo, sem nunca se queixar e fazendo, sem dúvida, uma profissão de fé em todos os minutos da sua vida.

Não podia deixar de referir atitudes de profunda humildade que João Paulo II teve, quando pediu perdão à humanidade de todos os tempos e lugares por erros da Igreja Católica, e referencio-o especialmente quando se referiu à falta da sua Igreja para com Galileu Galilei, atitude corajosa, que se não foi bem interiorizada pelos crentes, foi contudo um pronunciamento dos novos tempos. Tempos a que o novo Papa irá ter de dar continuidade, no cabal cumprimento do Concílio Vaticano II, e, porque não, convocando o Povo de Deus para uma nova atitude frente ao mundo, a nova evangelização de que tanto se fala.

Depois de João Paulo II, e da sua prática peregrina, haverá um tempo de maior maturidade, em que os bispos das Igrejas Particulares (as Dioceses), unidos ao povo, em participação activa, poderão desencadear as acções necessárias a que a Igreja não se volte contra o mundo, mas trabalhando nele, consiga inverter as tendências individualistas, dos povos, e inaugurar o trabalho de fazedores da Paz, e, consequentemente, como diria Paulo VI, da Justiça.

Só assim se dará continuidade, à gratuitidade do amor de João Paulo II, e a sua grandeza não será ofuscada, ou melhor, como certamente ele preferiria, o nome de Deus não será invocado em vão. Dele se cita: “O meu pontificado foi de três anos. Tudo o resto é milagre”. Continue-se pois esse milagre!.

Joaquim Armindo
Deputado Municipal do PS

quarta-feira, abril 20

E sobre a política na Maia, olhem...

...é falta, é falta, ....é falta de tudo. Haja decência !

Pronto. Senão vomito !

Boa Noite, que amanhã vou à Capital, tenho de dormir.

OPINIÃO NO BLOGUE CAUSA NOSSA - BENTO XVI

Papa de quem?

Sou um simples ímpio, sem qualquer autoridade religiosa para opinar sobre os assuntos da gestão transcendental. Mas já que os media públicos e privados nos sufocaram com a eleição pontifícia, todos temos o direito cidadão de exprimir opiniões sobre os destinos da organização mais influente do mundo ocidental.
O cardeal Ratzinger, agora denominado Bento XVI, representa o que de mais retrógrado a igreja católica contém, não augurando nada de bom para o progresso, o diálogo e a solidariedade entre povos, convicções e costumes.

Inserido por LN 19.4.05


O ideólogo que chegou a Papa



Inteligente, frio, muito culto. Toca piano com algum talento, tem uma preferência pelas sonatas de Beethoven e pensou em jovem dedicar-se à pintura. Joseph Ratzinger, 78 anos, desde ontem o oitavo Sumo Pontífice germânico, é um teólogo brilhante desde a juventude, visto como rebelde nos anos 60, assumido guardião da fé mais conservador a partir da década de 80.
"Tenho medo dele", soltou há uns anos João Paulo II, com quem falava sempre em alemão e que não o chamava para rezar na intimidade. Ratzinger, à época, não se impressionou "Talvez Sua Santidade tenha dito isso por graça", comentou com um sorriso perfeito.Sonhou, desde adolescente, ser cardeal - é ele que o conta no seu livro-entrevista O Sal da Terra - O Cristianismo e a Igreja Católica no Limiar do III Milénio. Conseguiu-o aos 50 anos e, quatro anos depois, foi nomeado prefeito da Doutrina da Fé "Seria dizer de mais admitir que estava predestinado ao lugar", referiu no livro.
Agora, há semanas, depois de Karol Wojtyla ter expirado, não se pôs de fora da ascensão do trono de Pedro: "Estou disponível para as tarefas que o Senhor quiser pôr sobre os meus ombros", disse.Joseph Ratzinger, o ideólogo do Vaticano durante o pontificado de João Paulo II, iniciou uma viragem ideológica num sentido mais conservador e severo, contrariando uma linha que considerou demasiado racional e sistemática e defendendo o regresso aos "padres da Igreja", os filósofos/teólogos dos primeiros séculos do catolicismo, como Santo Agostinho. A escolha desse paradigma católico-romano da Idade Média foi associada a uma recusa intransigente de realidades actuais "Ir contra a corrente e resistir aos ídolos da sociedade contemporânea faz parte da missão da Igreja", afirmou numa missa da última Páscoa.
Ratzinger é um Papa contra a Teologia da Libertação e o envolvimento na Igreja na luta política contra pobreza. É contra a integração na União Europeia de um país muçulmano como a Turquia. É contra a homossexualidade. Contra o preservativo e os anticoncepcionais em geral. É muito contra a possibilidade de divórcio e absolutamente contra o aborto, a que chama "cultura da morte. É contra a adopção por homossexuais.
No que à Igreja diz respeito, é contra o casamento dos sacerdotes. E contra a ordenação das mulheres. Duas frases, para dar o tom "A homossexualidade é uma depravação e uma ameaça à família e à estabilidade da sociedade", afirmou em 2003. "O matrimónio é santo, enquanto que as relações homossexuais contrastam com a lei moral natural."A infância e a guerra.
Joseph Ratzinger nasceu num Sábado de Aleluia em Marktl am Inn, na Baviera, em 16 de Abril de 1927, e foi batizado no mesmo dia. Filho de uma doméstica e de um comissário da polícia, viveu em várias cidades alemãs ao ritmo dos destacamentos frequentes do seu pai.
Ratzinger começou a estudar latim e grego ainda criança e em 1939, aos 12 anos, entra para o seminário de Traunstein - tendo pertencido à Juventude Hitleriana, o que era obrigatório no sistema de ensino. Quatro anos mais tarde, em plena II Guerra Mundial, é convocado com outros colegas de seminário para o destacamento antiaéreo Flak, responsável pela proteção de uma fábrica da BMW em Munique.
No meio dessas tarefas, e do caos em que a Alemanha de Hitler se ia transformando, continua a frequentar as aulas em Munique, no Maximilians-Gymnasium, três vezes por semana.Em 1944, quando atingiu a idade militar, o jovem Joseph é dispensado da Flak e alista-se na infantaria alemã. Na Primavera de 1945, porém, com a aproximação dos exércitos aliados, deserta do exército e foge para a casa de família em Traunstein.
É vítima das ironias da guerra um destacamento americano ocupa a vila e resolve instalar o quartel-general na casa dos Ratzinger. Joseph é identificado como soldado alemão e, em seguida, enviado para um campo de prisioneiros de guerra. Libertado meses depois, regressa ao seminário acompanhado pelo irmão.Um "teenager" da teologia. Em 1947 Ratzinger entra no Herzogliches Georgianum, um instituto teológico associado à Universidade de Munique, e, paralelamente, estuda Filosofia na Escola Superior de Freising.
No dia 29 de Junho de 1951, aos 24 anos, é ordenado padre.As qualidades intelectuais do jovem padre são rapidamente visíveis e, dois anos depois, a sua tese de doutoramento em Teologia é largamente aplaudida. Pouco depois publica o seu primeiro trabalho importante, "O povo e a Casa de Deus na doutrina de Santo Agostinho para a Igreja", e dedica a tese de pós- -doutoramento à história da teologia.
Em 1959 começa a lecionar como professor titular de Teologia na Universidade de Bona, onde permaneceu até 1969, e na Universidade de Münster (de 1963 a 1966).Tornou-se bastante conhecido e, em 1966, consegue uma cadeira em Teologia Dogmática na Universidade de Tübingen, tendo a sua indicação sido fortemente apoiada pelo teólogo progressista suíço Hans Küng. Este, décadas mais tarde, seria um dos principais críticos da guinada conservadora que Ratzinger imprimiu a partir dos anos 80 à doutrina da Igreja - tendo sido por isto suspenso pelo Vaticano da sua cátedra de Teologia. Naquela altura, porém, o jovem Joseph era uma espécie de "estrela" da teologia, lutando pela "abertura da Igreja" e, ao mesmo tempo, combatendo o ateísmo e o marxismo que se popularizavam entre os jovens. Nas palavras do teólogo Michael Schmanz (à época muito importante), que criticou a sua passagem pelo Concílio Vaticano II como perito convidado, era um irritante "teenager da teologia".
Essa imagem rebelde, todavia, passa depressa. Em 1969, Joseph regressa à Baviera e vai leccionar Teologia Dogmática e História do Dogma na Universidade de Regensburg, onde chega a reitor. No início dos anos 70 Ratzinger é já o principal conselheiro teológico dos bispos alemães. O seu prestígio, aliás, é reforçado pela direcção que imprime ao jornal trimestral teológico Communio, que se transforma num dos mais influentes jornais católicos do mundo. Em 1977, pela primeira vez, a influência ideológica de Ratzinger concretiza-se na hierarquia Paulo VI investe-o arcebispo de Munique e Freising e, meses depois, é-lhe atribuído o Ministério Pastoral da Grande Diocese da Baviera.Em 1977 Joseph Ratzinguer ascende, pela mão do Papa Paulo VI, à púrpura cardinalícia - tem 50 anos.
E as mudanças de pontífice que se seguem favorecem a sua carreira em 1981, um ano depois de ter sido eleito Papa, João Paulo II nomeia-o prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé. E dedicam-se ambos a contrariar com tenacidade, nos fundamentos básicos, a modernização da Igreja iniciada no Concílio Vaticano II.O ideólogo conservador. "Com o Concílio Vaticano II passou-se da autocrítica à autodestruição", afirmou em 1984 o cardeal Ratzinger numa entrevista à revista italiana Jesus em que aprecia negativamente o concílio, os teólogos, o ecumenismo e a colegialidade episcopal. "O balanço parece negativo", disse sobre o Vaticano II. "Este período foi desfavorável para a Igreja Católica", conclui, "entre as tarefas do cristão está recuperar a capacidade de se opor a muitas tendência da cultura ambiente, renunciando à solidariedade demasiado eufórica pós-conciliar". Ao longo dos anos - e, mais recentemente, na missa que deu início ao conclave que o elegeu - recuperou esta trave mestra do pensamento político.

Para Joseph Ratzinger há quatro grandes heresias modernas que urge combater.
Primeira pouca importância dada a Deus, primeira pessoa da Trindade - "Está demasiado sublinhada a natureza humana de Jesus porque não se aceita a ideia de Deus a quem há que dirigir-se de joelhos", afirma.
Segunda não considerar a Igreja como mistério - "A Igreja para muitos é uma sociedade, uma organização puramente humana, cujos membros seriam livres de a estruturar a seu bel-prazer".
Terceira a fé no momento - "Cai a fé na fundação divina".
Quarta a forma como a Escritura é lida - "Todo o católico deve saber que a sua fé supera todo o novo magistério dos peritos, dos intelectuais".
Ratzinger, o novo Papa, tem um programa. "Combater o cansaço da fé", disse há anos em Fátima. "As pessoas esqueceram-se de que a Igreja serve para conhecer a Deus".

terça-feira, abril 19

ELEIÇÃO DO NOVO PAPA

Estudei Ciências Religiosas na Universidade Católica, e desde então conheci o pensamento do Papa Bento VI.
O que tenho a dizer ? Estou triste e não contava.
Para mim o actual Papa, não é conservador, mas reaccionário. Isso incomada-me!
Só tenho a dizer isto, para já.
Boa Noite.

ARTIGO PUBLICADO NO PRIMEIRO DE JANEIRO

Artigo publicado no Jornal Primeiro de Janeiro, em 12/4/2005, da minha autoria:
UNIDADE E CONSENSO


Desconfio sempre quando numa organização, e nomeadamente política, os seus dirigentes obtêm a seu favor eleições quase por unanimidade; é mau sinal, são líderes fracos, e normalmente sem características de forjarem programas encorajadores de dinâmicas que se apoiem em discussão política séria. Normalmente geram-se essas votações em nome de unidades e consensos frágeis e tácticos, portadores da anulação das oposições, que como se sabe em democracia, são o baluarte de actos de governação fortes, dialogantes e operativos.

O dicionário Houaiss, da Língua Portuguesa, refere unidade como sendo uma “ harmonização de esforços entre duas ou mais pessoas; aliança, coesão, união”, e consenso, como “concordância ou uniformidade de opiniões, pensamentos, sentimentos”. Assim, num órgão político onde impera a unidade e o consenso, significa que apesar de algumas divergências naturais entre pessoas, se gera um esforço de uma capacidade de compreender os variados pontos de vista, não os ignorando, mas com vigor analisá-los e superá-los. Não há unidade e consenso, assim, pela simples disposição de esmagar umas opiniões em detrimento de outras, ou mesmo marginalizar e, consequentemente, imolar alguém. Outrossim, uma vítima é sempre o calcanhar de Aquiles em todo o processo que conduz a uma unidade e consenso, e é perigoso mantê-las.

Aliás, todo o processo que conduz a uma vivência democrática, - para que não seja a sua negação - não pode ser obtido pelo ignorar de posições contrárias, nem muito menos em tempos ínfimos, que se tornam incapazes de promover uma visão séria dos outros, sem antes as pessoas, porque é de pessoas que se trata, reverem os seus passados históricos, não os olvidarem, e então partirem para um futuro de relacionamentos, que podem conduzir a uma boa educação, assente em princípios e objectivos claros. Muito menos quando esses passados, traduzem não só a divergência política, mas também de ética, moral, cultural, e, sobretudo, de comportamentos e atitudes.

Viu-se isso na África do Sul onde para se caminhar para o futuro, foi necessária a constituição uma Comissão de Reconciliação e Justiça, para que todo aquele povo não esquecesse, mas justamente se reconciliasse. Não ter em consideração os passados, a história, seria acender em breve prazo uma colisão entre os contendores. Neste País não foi assim, e ainda bem.

À escala do nosso microcosmos político maito, as coisas passam-se na mesma óptica, as reconciliações são analisadas, a justiça impera, e os programas traduzem um sentimento de unidade e consenso; proceder de outra forma é como reduzir o amanhã a lutas que colocarão a nu a fragilidade de acordos, que mais parecem posicionamentos de avanços de outros para o poder. Querer este, e em nome deste, forjar as ditas unidades e consensos, com vítimas à mistura, não é mais que hipotecar um futuro, bem mais perto do que o que é pensável. O poder por si, e em torno de uma pessoa, é fragilizador, quando a equipa se mostra à partida hipotecada. Não se decretam unidades, nem consensos, mas discutem-se, principalmente com aqueles que mais se opuseram, e se não for assim as estratégias estão votadas a um fracasso rotundo. O poder, ou o querer o exercício do poder, substantivado na falsidade de actos, mesmo que eles pareçam unos, sem a multiplicidade dos factores intrínsecos inerentes às várias opiniões, é frágil, incompetente e desonesto politicamente, logo não será exercido em nome das pessoas, e muito menos com a sua participação activa.

Podem existir votações a raiar a unanimidade, veja-se a eleição do Dr. Santana Lopes, no Congresso do PSD que o elegeu, e a sua depois, caída vertiginosa, e às vezes raiando a injustiça. Todos os líderes e dirigentes dos Partidos, nacionais ou locais, que pensam serem os iluminados verão as suas luzes se apagarem a breve prazo, mesmo com as unidades e os consensos, com que à pressa, e sem aparente oposição, são eleitos para os vários cargos. É pobre e roedora a sustentabilidade em que se movem, não conseguindo a adesão do eleitorado, porque este não pode compreender que várias posições, às vezes diametralmente opostas, se concertem em duas ou três semanas. Não é possível, só a fraqueza de uns e outros, pode ditar tais posições.

E aqui não se trata do apoio ou não a quem é eleito, mas o ditame do próprio desenvolver das opiniões, às vezes convergentes, porque violentamente violadas. As consciências não se vendem, e logo a sua liberdade fará brotar as insanáveis divergências, que nem um poder conquistado fará demover.

E é este recado, em forma de crónica, que gostaria de enviar ao Partido Socialista da Maia, porventura tão próximo de um poder, e, talvez, tão longe da ética política que deve enformar as relações entre pessoas, e, concomitantemente, longe do exercício harmonioso, unido e consensual desse poder.

Joaquim Armindo
Deputado Municipal do PS
jarmindo@clix.pt
http://www.bemcomum.blogspot.com

Escreve este coluna quinzenalmente

segunda-feira, abril 18

DESENGANEM-SE !

Desenganem-se todos os que pensam que vou ser oposição à candidatura de Jorge Catarino, à Câmara Municipal da Maia.
Mas também desenganem-se todos os que pensam, que vou deixar de pensar.
E desemganem-se todos os que pensam, que por um lugar, vou deixar de ser quem era.
A minha posição é a mesma. Se até aqui votei contra os Planos de Actividades ou os Relatórios de Actividades da Câmara Municipal, continuarei a fazê-lo, em coerência. Outros, não, começam agora a votar contra !
Isto não é ser contra a candidatura de Jorge Catarino, mas chama-se ética política; mas não é Voz da Maia !

domingo, abril 17

Regressei !

A partir deste momento retomo o blogue.

É porém com alguma armagura que li um dos comentários que me fizeram. Não sabe a pessoa, quem eu sou.

Não sabe, por exemplo, que foi necessária a minha cabeça, para que existisse acordo.

Para outra vez, pelo menos seja educado.

sábado, abril 9

De 10 a 17 de Abril, por motivo de deslocação ao estrangeiro este blogue estará sem quaisquer informações.

NO PRÓXIMO DIA 13, 3.ª FEIRA, SERÁ PUBLICADO NO JORNAL PRIMEIRO DE JANEIRO O ARTIGO DA MINHA AUTORIA:

" UNIDADE E CONSENSO"

NA PRÓXIMA 6.ª FEIRA, NO PRIMEIRA MÃO:

"UM PEREGRINO NESTE PLANETA"

ATÉ DOMINGO DIA 17 .

ARTIGO PUBLICADO NO PRIMEIRO DE JANEIRO

Artigo publicado no Jornal Primeiro de Janeiro, em 3 de Abril, da minha autoria:
ÁGUA VIVA

A COMUNHÃO FRATERNA



A leitura do livro Actos dos Apóstolos, deste segundo domingo da Páscoa, é particularmente violenta para os dias de hoje, quando o presumível autor do livro, Lucas, aquele que se separou de Paulo, por divergências entre si, caracteriza a comunidade cristã, como sendo gente que era sinal para a sociedade de então.

Tinham tudo em comum, distribuíam o dinheiro por todos, conforme as necessidades, e partiam o pão em suas casas. Se na altura era uma revolução esta forma de viver, de acordo com o que Jesus tinha ensinado, hoje ainda será mais uma espada para cada um de nós, e uma chamada ao verdadeiro sentido de ser cristão.

O partir do pão, na Igreja primitiva, a Eucaristia que hoje vivemos, é de um Senhor que soube encarnar a libertação no seu tempo, e transmitir a catolicidade do seu gesto profundo do viver a humanidade em todos os tempos e lugares. Partir o pão, significa a realidade de uma utopia se concretizar na realidade profunda de sermos comunhão fraterna, e isto é o viver com e em Cristo, e de sermos convicção de que este pão é a fraternidade vivida numa cidade hoje, de como os antigos livros diziam, “mana leite e mel”.

A profundidade do texto do livro dos Actos dos Apóstolos, só pode ser compreendida e vivida à luz, de quem não quer poder, mas serviço. Viver em comum e partir o pão, é o sinal acabado de que o Senhor ressuscitou, e aí está para dar-se na plenitude dos tempos.

Por isso, perante a instalação egoísta da sociedade, e particularmente dos cristãos, que a chamada é violenta porque ameaçadora da correcção política, social e moral, que fere profundamente os nossos hábitos, mas que instala a sororidade e libertação de todos nós.

A fracção do pão, era uma atitude do ritual judeu, durante uma refeição normal, nada de anormal, nem inventado por Jesus, mas a partir da Páscoa, torna-se uma subversiva postura, de quem sofre a morte, para que a comunhão fraterna seja uma constante. Essa constante, não é mais, nem menos, que a nossa propositura de actores intervenientes, na mudança da sociedade, e, no concreto, nos locais onde estamos.

Eucaristia faz-se, mais que no interior das Igrejas, na vida quotidiana, que nos faz ou não construtores da comunhão fraterna. Seremos isso?

Joaquim Armindo
Licenciado em Engenharia e Ciências Religiosas
jarmindo@clix.pt
http://bemcomum.blogspot.com

Escreve esta coluna no primeiro domingo, de cada mês

sexta-feira, abril 8

COMENTÁRIO POLÍTICO DE HOJE

Não menosprezar o adversário, não entrar em euforias, porque:

Podem existir AGUADEIROS profissão nobre que dava de beber água ao povo.

Mas também existem lambe - botas profissão nada nobre, que à ordem do chefe, atraiçoam o povo


Os Missionários Combonianos editaram outra excelente revista, do mês de Abril.

Custo 1,00 €

www.audacia.org

Deixo uma excelente notícia:

Prisioneiro de consciênciaA Amnistia Internacional denuncia as injustiças dos governos e defende os direitos das vítimas inocentes.
Redacção
Peter Benenson nasceu em Londres, Inglaterra, em 1921. Começou muito jovem a denunciar as injustiças e a defender os direitos das pessoas. No colégio Eton, onde estudou, escreveu ao director a criticar a comida. Aos 16 anos angariou apoio para o Comité de Ajuda a Espanha, que auxiliava os órfãos da guerra civil espanhola.
Ele próprio financiou a alimentação de um bebé. Durante a Segunda Guerra Mundial juntou fundos para levar dois jovens judeus alemães para a Grã-Bretanha, e salvou-lhes a vida. Quando deixou Eton, ajudou a mãe a procurar casas em vários países para as crianças refugiadas que chegavam a Londres.Licenciou-se em História e em Direito. Na década de 50, em Espanha e Chipre defendeu pessoas condenadas à partida pelo autoritarismo do Estado e mandou advogados à Hungria e África do Sul com essa missão. Destas iniciativas nasceu a Justice, uma organização que velou pela prática da justiça por mais de 30 anos.
Em 1960 soube de dois estudantes portugueses condenados a sete anos de prisão por terem feito um brinde à liberdade. Ficou indignado e publicou no jornal «The Observer» um apelo aos direitos dos prisioneiros esquecidos. O texto foi transcrito em jornais de 12 países. Em resposta, governos de todo o mundo receberam milhares de cartas a denunciar violações de direitos humanos. Nasceu assim a Amnistia Internacional (AI) em 1961.Fundou também uma sociedade para pessoas que, como ele, sofriam da doença celíaca.No vigésimo quinto aniversário da AI, Benenson acendeu uma vela com arame farpado enrolado nela, evocando os prisioneiros por salvar. Este símbolo converteu-se na marca da organização.Peter Benenson faleceu em Fevereiro passado, com 83 anos.A AI actua em 64 países. Recebeu o Nobel da Paz em 1977 e o Prémio dos Direitos Humanos da ONU no ano seguinte.
NÃO PERCA

quinta-feira, abril 7

EDITORIAL DA REVISTA ALÉM MAR

Excelente Editorial da Revista Além Mar, vale a pena ler:


Por um comércio mais justoHá que reformular as regras do comércio mundial.

Só assim haverá uma distribuição mais justa da riqueza.

JOSÉ VIEIRA

Espera-se que mais de dez milhões de pessoas tomem parte nas diversas actividades da Semana de Acção Global, que decorre em setenta países de 10 a 16 de Abril. A ideia surgiu em 2003 durante a Conferência Internacional de Campanhas de Comércio para que ricos e pobres partilhem dos benefícios do comércio global.A campanha assenta em dois pontos igualmente importantes: dizer «não à imposição aos pobres dos acordos comerciais injustos, da liberalização indiscriminada e da privatização generalizada»; e dizer «sim ao direito de todos à alimentação, a uma fonte de receita, à água, à saúde e à educação».
Vai fazê-lo através de acções várias. Sublinho três: uma celebração religiosa no dia 10 – promovida pelo Conselho Mundial das Igrejas –, uma jornada de jejum em memória dos 850 milhões que passam fome (dia 11) e manifestações de rua (15 e 16).A Semana de Acção Global é uma chamada de atenção para as regras que regem o comércio internacional. Instituições como a Organização Mundial do Comércio (OMC), Fundo Monetário Internacional (FMI) e Banco Mundial (BM) têm defendido que a solução para a pobreza, que afecta um quarto da população do planeta, passa pela liberalização da economia dos países pobres.
Ou seja, pela abertura dos mercados, suspensão de ajudas à indústria e agricultura, remoção das barreiras alfandegárias e privatização de serviços.Os países pobres, em troca de ajudas económicas e da redução da dívida externa, são obrigados a adoptar a receira neoliberal. Através de cortes nos apoios à produção e ao comércio, da privatização de serviços essenciais como o abastecimento de água, saúde ou a educação.
Era suposto que estas medidas gerassem mais riqueza e, consequentemente, reduzissem a pobreza. O que se passa, de facto, é que abrem novos mercados para os produtores ricos e empobrecem ainda mais os pobres. Vejamos o caso das Honduras. No início dos anos 90 os agricultores hondurenhos produziam cerca de 50 mil toneladas de arroz por ano. Entretanto, o FMI e o BM obrigaram o Governo a suspender a política de controlo do preço do arroz . Dez anos depois, a produção caiu para as sete mil toneladas.
Os produtores hondurenhos não têm recursos para competir com os preços altamente subsidiados do arroz americano. O mesmo se passa com a produção de açúcar, de algodão, de cereais e de gado na União Europeia e nos Estados Unidos.O combate contra a pobreza – que mata diariamente cerca de 30 mil crianças e mantém na miséria mais 250 milhões, das quais 8,4 milhões presas nas malhas da escravatura e da prostituição infantil – passa pela reforma das regras do comércio internacional. Este, para ser justo, não pode privilegiar os parceiros ricos e tem que permitir aos pobres medidas de excepção que os ajudem a quebrar o círculo vicioso da miséria e da fome. Isto para que os produtos dos países em desenvolvimento tenham hipótese de competir no mercado internacional. Cabe à opinião pública pressionar os decisores políticos e económicos para que reformulem as regras do comércio mundial.
Só assim poderá haver uma distribuição mais justa da riqueza gerada através das trocas comerciais.

JOSÉ VIEIRA


quarta-feira, abril 6

UMA BOA REVISTA, A ALÉM - MAR

Esta Revista é uma lufada de ar fresco. Este número contém bons artigos. Sobre a Angola: Mais riqueza num país de pobres, América Latina: A democracia em risco, Rússia: Desencontro de Irmãos e um belíssimo artigo sobre Por Um Comércio mais Justo.

Este número de Abril, pode ser adquirido por 1,20 €,deixo o endereço:

www.alem-mar.org

Do Editorial:

" Há que reformular as regras do comércio mundial. Só assim haverá uma distribuição mais justa na riqueza"

A LER.



terça-feira, abril 5

PARA UM LEITOR, NÃO IDENTIFICADO

Um leitor não identificado, disse:

A julgar por este texto, as politiquices socialistas aí no "nuorte" devem andar mesmo em maré baixa!! Então não é que, neste blog, podemos observar que o autor dá uma no cravo outra na ferradura?!?!O senhor não parece ter ainda a sua posição política bem definida, ou então tenta remar sozinho contra os tais 90% que falou anteriormente... Temos revolucionário? Ou apenas dificuldade em lidar com as tais novas fronteiras?
Neste blogue pode-se dizer tudo, até isto ! Gostava de saber o cravo e a ferradura.
O que eu disse, e reafirmo, é que não há qualquer dúvida que Jorge Catarino, obteve o apoio de mais de 90% da Comissão Política da Maia, e um "consensso e unidade" entre pessoas muito diferentes, e disso não saio.
Falta porém saber se este "consensso e unidade" perdurará, se é realizado partindo de pressupostos reais.
Não lhe respondo ao revolucionário, e quanto ao novo a minha abertura é total, só que há novo que não é mais que velho.
Veremos em Outubro, e depois de Outubro: e repare é de uma humildade democrática aceitar que perdi, não a dignidade, mas as posições sempre claras que tive até hoje!
Perder é tão digno como ganhar, reconhecer isso mais digno é, sou socialista e de esquerda, e disso não saio.
Pode rir-se, até faz bem, mas olhe que diz o povo que quem ri no fim, ri melhor, e não gostaria de me rir no fim.
Fim total de resposta.

Sinos das igrejas portuguesas vão tocar à hora do funeral de João Paulo II
Portugal cumpre a partir de amanhã e até sexta-feira três dias de luto nacional decretados pelo Governo pela morte do Papa.

ARTIGO PUBLICADO NO PRIMEIRO DE JANEIRO

Artigo da minha autoria publicado no Jornal Primeiro de Janeiro, 3.ª Feira, 29/3/2005
MOSCADEIRO


AS AMÊNDOAS, AS AMÊNDOAS, SENHORES!


E eis instalada a guerra nas Terras do Lidador. Estão aí as autárquicas, e há que fazer guerra, por causa das amêndoas, sim senhor, mas se pensavam que os senhores da guerra estavam dispostos a analisar outras matérias, desenganem-se, são as amêndoas, o fulcro da questão na Maia.

A estória, que não passará à história, conta-se em duas penadas. Como sempre os Presidentes das Câmaras, tanto mais que estamos em ano de eleições, oferecem cabazes de Natal, e neste caso as Amêndoas da Páscoa, um pouco por todo o lado, isso se faz. É propaganda política, pois é, o seu aproveitamento, mas toda a actividade política é propaganda, para o bem, ou para o mal. Talvez, às vezes, se existisse dádiva de serviço aos outros com pudor, a actividade política fosse mais nobre, mais capacitada para o amor à terra e às pessoas, mas as mais das vezes não é mais que um aproveitamento ignóbil. Pois este ano o Presidente da Câmara da Maia, foi entregar as amêndoas da Páscoa, às velhinhas e aos velhinhos, aos idosos, como se diz. Eis a sua prática.

A seguir, vem a “oposição” e o próximo candidato à Câmara duma parte da oposição, protestar, afirmar, ridículo do ridículo, que as amêndoas deveriam ser entregues às criancinhas e não aos velhinhos, porque a estes fariam mal. Não se lembra o médico em exercício e reformado, que às criancinhas também poderiam fazer mal, aos dentinhos.

O líder da “oposição”, que tem tanta falta de pudor como o actual Presidente da Câmara, até refere que o Orçamento em que se absteve, só dedica à infância e à terceira idade, 225 mil euros, dum total de 114 milhões de euros. Então na altura da aprovação não viu isto, ou deixou passar, para agora fazer o seu aproveitamento político? Ou foram os gabinetes sombra do PS/Maia, que ele liquidou à nascença, que não funcionaram?

Não vi ao longo destes últimos anos, do consulado do candidato à Câmara pelo PS/Maia, a confirmar-se a golpada, uma atitude de rigor e de oposição; o que verifico é exactamente o contrário. Durante estes quase quatro anos, governou-se em perfeita sintonia, aqui e ali com tomadas de posição, para na acta ficarem. E quem ousasse votar contra a maioria PSD/CDS, era proscrito, e passível de sanção disciplinar. Sou testemunha disso, quando me colocaram de lado na Assembleia Municipal.

O que fez o Presidente do PS/Maia, no Natal, quando de rebarbadora na mão, á ordem do Presidente da Câmara, uma empresa municipal, deitou abaixo os votos de boas festas do PS? Um acordo com o PSD, este esquecia o uso indevido de envelopes e correio do SMAS, e o PS nada faria, judicialmente contra a atitude ilegal da Câmara da Maia. Inquérito solicitado pela Assembleia Municipal, sobre o assunto: esquecido!

Muitas outras coisas poderiam ser referenciadas, para mostrar à saciedade o conluio entre os dois poderes, que só se enfrentam por causa das Amêndoas da Páscoa. Só no Reino do Lidador!

Se escrevo sobre esta questão é para demonstrar até que ponto a política pode raiar o ridículo, até que ponto o poder pode rir-se duma oposição oca e sem substância, ou vamos ter um Programa Eleitoral, com alíneas específicas, dizendo se se pode ou não distribuir cabazes de natal ou amêndoas da Páscoa. Pobres políticos estes, que perdem as energias a discutir o acessório, porque se não querem defrontar as questões fundamentais. Isto da política não é uma feira, senhores, com todo o respeito e admiração que nutro para com as feiras.

Lamento, e também digo pobres maiatos, que não têm por onde escolher para a gestão dos seus destinos. A guerra das amêndoas de 2005, ficará como uma razoável anedota, de como se vão tratando os assuntos da Maia; de como não existe poder, nem oposição, de como não se faz política. E isto é dramático, quando se trata dum Concelho com cerca de cem mil eleitores, a crescer desordenadamente, e a precisar de uma alternativa urgente. Às vezes pergunto a mim mesmo, o que pensarão os quadros da Câmara Municipal sobre o teor duma oposição descaracterizada, e sem oferecer o mínimo de credibilidade, para o seu trabalho futuro, e o que pensam os maiatos destes políticos, que em vez de questionar e tentar resolver os reais problemas, se preocupam com as amêndoas. Até porque, se a oposição não falasse neste “acto de governação”, talvez ninguém se apercebesse da sua realização.

A guerra das amêndoas ficará, para a história, do anedotário da Maia. Ao menos vai ter uma utilidade. Ria-se, está na Maia, já é um facto consumado.

Joaquim Armindo
Deputado Municipal do PS
jarmindo@clix.pt

http://www.bemcomum.blagspot.pt

Escreve quinzenalmente esta coluna.

domingo, abril 3

HOJE CUMPRI O MEU MUITO OBRIGADO A DEUS, POR JOÃO PAULO II


HOJE NÃO HÁ BLOGUE


BOA NOITE

sábado, abril 2


João Paulo II, não morreu ressuscitou.

Tenho mais amigo junto a Cristo.

As palmas da Praça de S.Pedro, são de agradecimento.

João Paulo II, foi sempre claro no seu pensamento, nem sempre concordei.

Hoje não se trata de fazer história,

trata-se de dizer que estamos na Comunhão dos Santos, com ele.

Jesus, o filho de Maria e José, teve neste homem,
como João XIII, Paulo VI e João Paulo I,
grandes homens de testemunho e de fé.

Obrigado, meu Deus, por todos estes homens,
num mundo que bem precisa deles.

DE OUTRO LEITOR

em 6:42 PM, mouro comico disse...

Quando chegar sua hora: R.I.P. !Deste Papa, Homem do Mundo de tantos humanos risíveis, foi enquanto conseguiu um peregrino pela Paz, na sua Fé.Irá finar-se como Homem de Deus, e sabemos quanto nos dizem sofrer. Pena que de seu antecessor, João Paulo I, a Igreja nunca tenha permitido que o Mundo exterior ao Vaticano, soubesse como, porquê (ou pelas mãos, acção de quem) terminou seus 33 dias de pontificado. Fez-se Mistério..., mais um na esteira dos dogmas retrógrados, entorpecidos do Estado do Vaticano.

DE UM LEITOR

Dá-lhe o repouso, Senhor
Cleide Canton


Dá-lhe, Senhor,
o repouso que merece.
A alma transborda
num corpo que padece.
O teu Pastor
está cansado, Senhor!
Tantas sandálias gastou
nas terras que beijou!
Mensageiro da Paz
entre povos, nações,
quantas provações!
Dá-lhe, Senhor,
o repouso que merece!
Permite que teu servo
ascenda a tua presença
e que nos deixe a fé e a crença,
um pouco do perfume
que sempre brotou de suas mãos
e o amor que doou a seus irmãos.

Dá-lhe, Senhor,
o repouso que merece!
Que o paraíso o receba
e que se deixe nos anais da História
as marcas divinas das suas memórias.

Adeus,Wojtyla!
Possam os anjos beijarem-lhe as mãos
como gostariam de fazê-lo
todos os cristãos.

Dá-lhe, Senhor,
o repouso que merece!




A cara de um Papa sofredor, pelos caminhos tortuosos
de um mundo, que quiz outro.


O silêncio.

sexta-feira, abril 1

CURVO-ME PERANTE JOÃO PAULO II

Não desejo deixar de dizer, que tinha bastantes reticências sobre João Paulo II.
Uma coisa é certa, João Paulo II é uma personalidade, e um Homem de Deus, de Fé e de uma exemplar conduta.
Os seus últimos tempos foram de profundo sofrimento, mas de uma admirável vontade de dedicar a sua vida, na plenitude a Deus e a Jesus Cristo.
Fez o quase ímpossivel, lutador incansável pela Paz, tendo sempre em sua frente Jesus, de Nazaré.
Ecuménico, deu um profundo contributo para a paz entre os crentes, de que religião forem.
Obrigado, meu Deus, pelo Papa João Paulo II. Obrigado Papa, até nos encontrarmos novamente.
Até hoje e amanhã, querido João Paulo II.