terça-feira, maio 31

A CANDIDATURA INDEPENDENTE À CAMARA DA MAIA

Confirmo as movimentações para o aparecimento duma candidatura independente, à Câmara Municipal da Maia, um grupo de independentes, alguns muito próximos de Vieira de Carvalho, e que vai do centro - direita ao centro - esquerda, atravesando todos os partidos, vai concorrer às eleições autárquicas.
Já faço contas:
- PSD desce, fica pelos 5/4 vereadores;
- Independentes, ficam pelos 2/3 vereadores;
- PS, continuará a descer e fica pelos 2 vereadores.
Quanto ao Bloco, 3.ª força política na Maia, não tem candidato, e se concorrer ficará com um pardo lugar.

ARTIGO PUBLICADO NO PRIMEIRO DE JANEIRO

No dia 24 de Maio, foi publicado no Jornal O Primeiro de Janeiro, o seguinte artigo da minha autoria:

MOSCADEIRO


COLECTIVIDADES DA MAIA




Aprendi desde muito novo, talvez pelos meus 13 ou 14 anos, o valor das colectividades, de bem fazer, de recreio, desporto e cultura; nessa altura, lembro-me, que em Vila Nova de Gaia, onde vivia, por todo o lado existiam os espaços das mulheres e dos homens que tudo faziam para se encontrar e voluntariamente darem as mãos, e enfrentarem aquilo que a sociedade de então não permitia, desconfiava e o governo atacava. Só uma referência para as Sociedades Columbófilas, que às dezenas existiam, o que achava de muito bom augúrio.

Não estamos hoje nesse período, certamente muitas esvaziaram, por muitos motivos, entre os quais o galopante solipsismo de que a sociedade é pródiga, mas reconheço não faltam ainda aqueles que com prejuízo do seu descanso, colocando dinheiro do seu bolso são capazes ainda de servir a comunidade onde se inserem, só pelo facto de sentirem a necessidade do serviço, compaginado, é evidente, pelas relações de amizade e companheirismo que se forjam ao serviço das colectividades, e consequentemente dos cidadãos, mesmo que muitos andem afastados, como que distraídos.

Quando vim residir para Terras da Maia, apercebi-me que também aqui as colectividades borbulhavam como em Gaia, e centenas de cidadãos orgulhavam-se de o fazer; aparte uma ou outra freguesia, como o caso de Barca (onde nada existe), há um movimento inusitado de clubes desportivos, culturais, lazer, bem fazer, que sempre que sou convidado, visito e inteirando-me das suas actividades. Sabem bem os seus dirigentes que é assim, orgulhando-me de ter na minha terra o acervo que elas nos prodigalizam. E digo, bem hajam mulheres e homens de fé, por ainda acreditarem que é com a união de esforços que se consegue dar alento à fraternidade, tão arredia do nosso quotidiano, feito agora não com o trabalho gracioso e doado, mas à frente do “trabalho” do que a televisão nos vai trazendo, nos requintados sofás do nosso (desa)sossego.

Vem tudo isto à baila nesta crónica, pelo apego do poder político ao público, que estas colectividades conseguem gerar, e na ânsia de colectar uns tantos votos, há que usar os movimentos sociais como arma cativante, e, porventura, não destruir aquilo que existe mais de belo, os ideais nobres que os enformam.

O poder político, também na Maia, “dá” às colectividades subsídios para a sua sobrevivência, oferece sedes, faz obras nas suas instalações. E digo “dá”, porque efectivamente o verbo aqui não é correcto, dado que o que o poder municipal faz não é mais do que devolver os impostos que recebe, dos próprios cidadãos, em forma de multas, coimas ou impostos.

A questão que se coloca na Maia, a par duma homenagem aos dirigentes das colectividades, por parte da maioria que governa a Câmara, não é, do meu ponto de vista, a centralidade da discussão ao nível do político, mas sim ao de como se distribuem os tais subsídios, envolvendo esta situação o “favor” (que não é favor), do político desenvolver as suas actuações, com a tentação de imposição dum paradigma ideário partidário, de “ou me apoias, ou não levas nada”. Aqui reside toda a questão, a que a oposição deverá dar a sequência de abertura de como irá fazer no futuro (se o tiver!), quando for poder; ou então porque até agora não colocou como epicentro desta matéria, as suas desconfianças.

Sempre tenho referido que a questão não se resolve por subsídios, que podem, é verdade, levar ao beija-mão aos “coronéis”, mas por práticas de transparência, consubstanciadas em contratos – programa e Planos de Actividades devidamente fundamentados, e que seriam cumpridos por ambas as partes. Sem dependência, nem favor, mas antes colaborando, naquilo que às vezes pertence ao poder político fazer, mas que não faz.

Urgente seria que todas as colectividades da Maia, tivessem um Fórum, onde se discutisse e analisassem os seus programas para o ano seguinte, se definissem prioridades, e após isto, perante a existência dos dinheiros, se distribuíssem anualmente, em tempo útil, e que os maiatos o soubessem com clareza, quais os projectos apoiados, o montante e os objectivos, afim de ser medida a sua eficácia, e corrigidos os contratos – programas, não como subsidodependência , mas colaborando para o bem comum..

Enquanto esta forma de proceder não se enraizar nas mentes duns e doutros, mais dos políticos, teremos desconfianças, corridas a votos, frases infelizes e tentações nada democráticas.

E quanto à homenagem aos dirigentes das colectividades, deixá-la realizar, não será por isso, que o povo da Maia, se vai deixar influenciar no dia do voto. Ou não confiamos na sabedoria popular, que, nesse dia, pune sem agravo, por mais promessas que se façam, e ousa, na participação activa, colocar aqueles em quem tem mais confiança ?

Por mim, confio, sempre, nessa sabedoria!

Joaquim Armindo
Deputado Municipal do PS
jarmindo@clix.pt
http://blogspot.bemcomum.pt/

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DO PÚBLICO

Reunião extraordinária do Conselho de MinistrosMinistro das Finanças admite reduzir número de funcionários públicos 30.05.2005 - 15h40 PUBLICO.PT

O ministro de Estado e das Finanças, Luís Campos e Cunha, não exclui a possibilidade de emagrecer a Administração Pública através de uma política de redução do número de funcionários públicos.

No final da reunião extraordinária do Conselho de Ministros, Campos e Cunha disse aos jornalistas que, para já, "não está previsto" o recurso "à rescisão amigável de contratos" com os funcionários públicos, mas que "isso não está posto de lado".O ministro sublinhou que primeiro irá aguardar a conclusão da avaliação sobre o dimensionamento, os recursos e a eficácia dos ministérios - um processo que deverá estar concluído no final de 2006 - e só depois chegará a fase seguinte, que consiste em dotar os ministérios dos recursos humanos e logísticos necessários para um funcionamento eficaz."Em alguns casos até haverá necessidade de aumentar os funcionários e noutros será preciso reduzir", referiu o ministro. "Se é reestruturação" dos ministérios, "pode haver reforço ou diminuição" dos recursos humanos dos ministérios, sublinhou.O encontro de hoje do Governo foi dedicado à elaboração do Programa de Estabilidade e Crescimento que será entregue nos próximos dias à Comissão Europeia e que prevê a aplicação de medidas de combate ao défice público que a comissão Constâncio avaliou em 6,8 por cento do Produto Interno Bruto este ano.Entre estas medidas, apresentadas, no essencial, no último debate mensal do Governo no Parlamento, Luís Campos e Cunha destacou o combate à fraude e à evasão fiscais, a equidade fiscal e a sustentabilidade das finanças públicas. No primeiro caso, mereceram a atenção do ministro a chamada “lavagem de dividendos”, situação que será incluída no Orçamento rectificativo que será aprovado nas próximas semanas.
Uma outra medida prevê a divulgação pública da lista de empresas que devem ao Estado, bem como aquelas que mais impostos pagam, com o objectivo de tornar visíveis os bons e os maus pagadores. Nessa linha de transparência, Campos e Cunha disse que pretende, até final de 2005, divulgar os rendimentos ilíquidos das pessoas singulares.Este ano, será também elaborado um relatório sobre a eficácia da informação bancária para efeitos fiscais e será fomentado o cruzamento de dados entre as diversas administrações públicas.No que toca à equidade fiscal, será criado um novo escalão de IRS, com uma taxa de 42 por cento, para os contribuintes com rendimentos superiores a 60 mil euros anuais, tal como anunciou na quarta-feira o primeiro-ministro no Parlamento.
Está em curso a avaliação dos benefícios fiscais em vigor e que o Governo pretende mexer já em 2006. Em matéria de poupança, Luís Campos e Cunha mostrou-se disponível a repor alguns benefícios à poupança, retirados pelo anterior Governo de Santana Lopes.A reunião de hoje serviu para calendarizar a aprovação destas e de outras medidas já anunciadas pelo Governo e que constam da entrevista do ministro das Finanças ao PÚBLICO de hoje.
O congelamento das progressões e suplementos dos funcionários públicos e o aumento da flexibilização dos funcionários da Administração Pública, designadamente com a criação da bolsa de funcionários disponíveis da função pública, foram outros dos assuntos tratados pelo Governo.“Estas medidas procuram aplicar equidade e justiça social entre os diversos sectores e não apenas a um grupo específico” que irá suportar o esforço que é agora pedido aos portugueses, acrescentou o ministro.

segunda-feira, maio 30

NOVA SONDAGEM NA MAIA

De acordo com o conhecimento de uma nova sondagem na Maia:

- Bragança Fernandes sobe até aos 55%

- Jorge Catarino, desce um ponto e fica nos 19%

- Indecisos ficam pelos 13%

Ao que dizem esta sondagem, colocou os dois candidatos frente a frente. Não teve em consideração o candidato da CDU, nem o potencial candidato independente, que a aparecer irá retirar votos a Jorge Catarino.

É de repensar, PS!

PENSAMENTO DO DIA

"Sucesso representa 1% do seu trabalho, que resulta de 99% do que chamam de fracasso"

domingo, maio 29

DO BLOGUE INDEPENDÊNCIAS

Para assinalar a data fatídica do 28 de Maio.



(O Triunvirato: Gomes da Costa, Mendes Cabeçadas e Óscar Carmona)
Em 28 de Maio de 1926, um golpe de estado de características ideológicas pouco definidas põe fim à Primeira República e instaura em Portugal uma ditadura. O «Movimento de 28 de Maio» depõe o Governo de António Maria da Silva e o Almirante Mendes Cabeçadas assume o poder. Salazar é nomeado ministro das Finanças. Pouco tempo depois, outro golpe militar do próprio General Gomes da Costa destitui o Almirante Mendes Cabeçadas e Salazar regressa a Coimbra. Mais tarde, Salazar toma o poder das mãos do General Gomes da Costa, em condições ainda não esclarecidas pela «história oficial».O 28 de Maio morre a 25 de Abril, a quase meio século de prazo.

DOS POEMAS DA MINHA VIDA - FREITAS DO AMARAL



[AI EU COITADA!]

Ai eu coitada!
como vivo en gran cuidado
por meu amigo
que ei alongado!
Muito me tarda
o meu amigo na Guarda!



Ai eu coitada!
Como vivo em gran desejo
por meu amigo
que tarda e non vejo!
Muito me tarda
O meu amigo na Guarda!

(d. Sancho I - 1154-1211)

sábado, maio 28

E SÓCRATES VAI FAZENDO

LÁ VÃO OS POLÍTICOS PERDER AS REFORMAS
(do Diário de Notícias)
Quanto, na última quarta-feira José Sócrates desfiava no hemiciclo as medidas para dar combate ao défice das contas públicas, os deputados do PS iam pontuando o discurso com palmas. Mas quando se ouviu o primeiro-ministro prometer acabar com os "privilégios injustificados" da classe política, nomeadamente em termos de reformas, o embaraço durou uns segundos. A oposição nunca aplaudiu, mas também os socialistas hesitaram por momentos. E só quando alguns deputados da oposição lançaram apartes sobre o embaraço da maioria, se ouviram aplausos pouco convictos do PS.A resposta está nos números a proposta de lei que o Governo deverá aprovar já no Conselho de Ministros da próxima quinta-feira vai impedir que cerca de 200 dos 230 deputados possam, no dia em que deixarem o Parlamento, aceder à "subvenção mensal" que a lei prevê desde 1985.De acordo com o que diversas fontes do Executivo de Sócrates disseram ao DN nos últimos dias, a proposta de lei vai "respeitar os direitos adquiridos". Assim sendo, todos aqueles deputados que actualmente já tenham completado 12 anos na Assembleia da República terão direito, caso o requeiram, a receber a subvenção. Que é calculada à razão de 4 por cento do vencimento por cada ano de exercício do mandato, até ao limite de 80 por cento do salário de deputado (ver caixa nesta página). Estão nessa situação pouco mais de trinta parlamentares, sobretudo do PS e PSD.Os azarados. Menos sorte têm outras três dezenas, vinte dos quais do PS, que já em 2009 teriam direito à subvenção vitalícia e que assim vêm a sua expectativa morrer na praia. São sobretudo os parlamentares socialistas que foram eleitos pela primeira vez em 1995, na Nova Maioria de Guterres, e que contariam, no fim desta legislatura, com o direito à reforma dourada.Seguindo a lógica de respeito pelos direitos adquiridos, não serão afectados os titulares de cargos políticos que acumulem esse vencimento com pensões de reforma relativas a organismos ou empresas públicas. É o caso do ministro das Finanças segundo a sua última declaração de IRS, Campos e Cunha, que se reformou dos quadros do Banco de Portugal, recebeu 114 mil euros de pensões, mais do que os rendimentos do trabalho.

DIOGO FREITAS DE AMARAL, POEMAS DA MINHA VIDA

Em livro editado pelo Público, Diogo Freitas do Amaral, deixa alguns poemas da sua vida, publicado hoje.

"Não teve qualquer preocupação em seleccionar “os melhores poemas, ou os mais representativos, ou os mais louvados pelos especialistas”. O actual ministro dos Negócios Estrangeiros interpretou à letra o mote desta colecção e procurou escolher apenas as poesias de que mais gosta, aquelas que o fazem pensar, sentir ou vibrar. Neste “livro antológico de poemas alheios”, pode assim conhecerse a intimidade de Freitas do Amaral nos versos de escritores tão diferentes como Camões, Sá de Miranda, Florbela Espanca, Alexandre O’Neill, Walt Whitman ou Paul Géraldy. "

sexta-feira, maio 27

ARTIGO PUBLICADO NO JORNAL PRIMEIRA MÃO

No dia 20 de Maio, foi publicado no Jornal Primeira Mão, o artigo da minha autoria, que aqui deixo:

DR. MÁRIO NUNO, ESTÁ ENGANADO!


O Dr. Mário Nuno Neves, vereador da Câmara Municipal da Maia, -pelo CDS/PP-, é de facto um dos poucos vereadores que tem estado presente nas sessões da Assembleia Municipal da Maia, ao contrário de muitos dos seus pares da maioria e de um da oposição, que nunca lá puseram os pés. De facto, como diz, é um desprestígio, para eles políticos que não se respeitam a si próprios, não sendo capazes de ouvir os deputados eleitos, por quem também os elegeu; como ele próprio sabe, disso tenho sido eco em todas as reuniões daquela Assembleia.

Agora que o autor do único livro publicado por este jornal, “Uma Ideia para a Maia”, que hei-de comentar em próxima oportunidade, já estará fora da razão, é sobre o “controleirismo” que diz existir sobre o meu grupo parlamentar. Por muita consideração e amizade que tenha para com o Dr. Mário Nuno, e pelo meu camarada visado por “ele”, no artigo publicado na anterior edição deste jornal, sempre lhe digo, que este artigo de opinião, não tem a mão deste, e todas as minhas intervenções na Assembleia Municipal também não. Não tendo nenhum mandato, “dele”, nem do meu partido, para lhe responder que está redondamente enganado.

O Partido Socialista, e o da Maia, em particular, não tem açaimes, dado não possuir cães de guarda, nem de estimação, e tanto eu, como os meus camaradas, e o senhor vereador bem sabe disso, falam daquilo que querem falar, colocam as suas questões livremente, às vezes mesmo contra o parecer de outros, sofrendo os ditames de outras consciências, mas nunca tendo sobre as suas cabeças a espada de Dámocles, com processos disciplinares e até suspensões e expulsões. Ao contrário, meu caro amigo Dr. Mário Nuno, no seu partido isso existe, como pode ser comprovado pelo processo do queijo.

As suas observações a respeito da minha bancada, são simplesmente um disparate, e digo-lhe além de desatino, uma observação só atendível ao facto de estarmos perante um ano eleitoral, se não fora assim, o senhor vereador, já deveria ter vindo a terreiro defender a sua dama. Só assim se percebe esta intromissão na bancada do meu partido, e não na do seu próprio, que com todo o respeito, é duma pobreza franciscana. E diga lá, senhor vereador, em coerência, se tenho ou não razão.

O Dr. Mário Nuno Neves ofendeu-me, na minha consciência e atitude de ser e estar, parecendo que pertenço a um grupo de pacóvios, á espera do assobio do treinador, como se as posições não fossem consonantes com os princípios e valores, que, felizmente, o Partido Socialista possui. Não me ofendeu só a mim, mas ao próprio líder do grupo parlamentar e a todos os meus camaradas. É com humildade, mas sentido ético, que lhe digo isto, e não comento, porque não quero, nem devo, as passadas políticas que o senhor vereador dá, para defesa dos interesses dos partidos, da sua coligação e maioria, e digo coligação, porque se assim não fosse, talvez o senhor vereador Dr. Mário Nuno, não fosse vereador.

Aliás, nestas mesmas páginas já desafiei o seu partido a concorrer sozinho, nas autárquicas, pois claro!, não sei em que lugar ficaria, mas seguramente atrás quer do Bloco, quer da CDU; tenham coragem e vejamos o que representam, por si próprios e sem muletas.

É que o Dr. Mário Nuno está mesmo enganado, ou pensa que alguma vez as minhas tomadas de posição, quer nos jornais, quer na Assembleia, foram escritas pelo meu camarada visado, no seu artigo? Ao contrário, certamente, muitos dos dados da maioria, não nos são fornecidos, e, de facto, aí tem razão, as suas intervenções não passam de cumprimentos e beija-mão, sem terem sequer uma única posição interventiva, que não venha já cozinhada dos executivos camarário e partidário, ao nível das cúpulas.

E já agora, que tão observador é, delicie-se com as tiradas hermenêuticas da bancada que o defende, essas sim merecedoras dos encómios de quem o sustenta, e do tédio que provocam, e, tem razão, do cansaço de ouvir sempre as mesmas coisas, as mesmas defesas sem consistência, dos cumprimentos de Excelências.

Veja Dr. Mário Nuno, se tem outra ideia, desta vez para a Assembleia Municipal da Maia, mas nunca menospreze os ditames de consciência, dos que se batem pelas gentes do Concelho, mesmo que não tenham a grandiloquência das suas “ideias”.

Joaquim Armindo
Deputado Municipal do PS
jarmindo@clix.pt


quinta-feira, maio 26

INTERVENÇÕES DOS LEITORES

Um leitor, sob o anonimato, decidiu opinar sobre duas informações aqui publicadas, e disse:
"SERÁ VERDADE? PARECE QUE SIM! PSD VENCE NA MAIA Parece que se consolida a vitória autárquica do PSD/CDS na Maia.De acordo com sondagens que correm por aí:- Bragança Fernandes, ultrapassa os 50%- Jorge Catarino, anda pelos 20%- Indecisos, pelos 20%- Não se conhecem os números relativos ao BE e CDU, embora o BE esteja em boa posição para ultrapassar a CDU."Se o autor se refere a este seu "post" do dia 19 de Maio, aproveito para escrever agora aquilo que já na altura pensei mas não deixei registado: devia ser mais criterioso na selecção informação que partilha com todos os leitores!Mas que sondagem é esta? Quem a encomendou? Quem a realizou? Constituição da amostra?Sem isso, a informação que dá nesse post de 19 de Maio vale zero! E não merece qualquer credibilidade!Não pretendo ser mal interpretado, mas todos os portugueses sabem que à medida que nos vamos aproximando de datas de eleições somos confrontados com dúzias de sondagens demonstrando intenções de voto antagónicas por parte dos eleitores!Estarão os portugueses loucos? Penso que não!Poderá então verificar-se a situação de esses resultados serem manipulados pelos próprios partidos?Deixo a resposta à consideração dos leitores...
E sobre o casamento de pessoas do mesmo sexo:
Repudio veementemente o texto anterior! Assim como penso o farão todas as pessoas sérias e com princípios!Realize-se um referendo sobre isso, que tal?E daí talvez não, seria dar importância a um assunto que não o merece.Aproveito para manifestar o meu descontentamento relativamente à escolha do autor do blog ao decidir colocar este texto na sua página, dado o elevadíssimo número de problemas e preocupações com que os portugueses se confrontam por estes dias, e que não se prevê que diminuam!
MEU COMENTÁRIO:
As duas questões são importantes, e merecem ser analisadas.
Parece que o Anónimo se sentiu mal, mas olhe que:
1) As duas sondagens em que me baseio são de diferentes Partidos, que certamente o leitor, saberá que são verdadeiras. É verdade porém que estamos longe do acto eleitoral, e valem o que valem. Mas olhe que não são inventadas. Tem outras ? Coloque-as no blogue, que serão publicadas.
2) A segunda questão: um dirigente do PS/Maia, da sua Comissão Política, achou por bem, que esta reflexão deveria ser feita. Não sei se o mesmo quer dar a cara, se o fizer, este blogue não está interdito. E repudie o que quiser, certamente as suas opiniões são repudiadas por outros. Até pode ser que esta questão apareça em algum jornal da Maia.

Um leitor, jovem estudante, devidamente identificado, e dirigente do PS/Maia, enviou a seguinte reflexão, que não sei se será publicada em algum jornal da Maia.
Polémico, não quererei, porém, de deixar de lhe dar voz:
Reflexão acerca do casamento entre pessoas do mesmo sexo

O art. 1628º al e) do Código Civil determina que os casamentos entre pessoas do mesmo sexo é considerado inexistente. Já a Constituição da República determina, no seu art. 13º nº2, que “ninguém pode ser privilegiado, beneficiado, prejudicado, privado de qualquer direito ou isento de qualquer dever em razão de ascendência, sexo, raça, língua, território de origem, religião, convicções políticas ou ideológicas, instrução, situação económica, condição social ou orientação sexual.”
Sendo o casamento um direito de qualquer cidadão que não sofra de qualquer das incapacidades previstas na lei, dizendo mesmo a Constituição, no seu art. 36, que “todos têm o direito de constituir família e de contrair casamento em condições de plena igualdade”, sendo que a lei apenas pode restringir os direitos, liberdades e garantias nos casos expressamente previstos na Constituição, não prevendo o art. 36 qualquer restrição, e sendo ainda que as restrições a direitos, liberdades e garantias têm de ser sempre justificadas pela salvaguarda de outros direitos, liberdades e garantias que possam eventualmente entrar em colisão (por exemplo, colisão entre o direito à reserva da intimidade da vida privada com o direito à liberdade de imprensa), que dizer relativamente ao art. 1628º al e) do Código Civil? Haverá qualquer motivo plausível do ponto de vista constitucional que possa justificar esta clara discriminação em função da orientação sexual? Qual o direito, liberdade ou garantia dos heterossexuais que é violado pela existência de casamentos entre homossexuais? Por muitas voltas que se tente dar, esta norma é patentemente inconstitucional, e creio que seria muito interessante forçar o Tribunal Constitucional a pronunciar-se sobre a matéria. É mais uma das contradições de um Estado, que, não obstante dizer-se laico e amoral, insiste em manter esta perversa tentação de tutelar moralmente a sua sociedade, mesmo que para isso tenha que violar o contrato social estabelecido a 25 de Abril de 1974!
Muitos dirão que a sociedade não está preparada para tal mudança. Cabe-me dizer, quanto a isso, que a lei não tem como função única organizar as relações entre seres humanos. O direito tem também uma função conformadora. Uma função educativa. Não se deve preocupar só com aquilo que o Homem é, mas também com aquilo que o Homem deve ser. Creio que a legalização do casamento homossexual, é, por si só, um passo muito importante para a sua aceitação social. O receio da novidade e da evolução é transversal a toda a Humanidade, e disso há vários exemplos na História Universal. Contudo, com o tempo, aquilo que é novidade acaba por se banalizar, especialmente no que a direitos humanos diz respeito. Basta lembrar a enorme resistência que o sufrágio universal encontrou nos seus primórdios, especialmente no que dizia respeito ao voto dos mais desfavorecidos e das mulheres. Hoje, são já factos consolidados e consensuais.
Estou convencido que em relação ao casamento homossexual o mesmo acabará por acontecer. Cabe-nos a todos travar essa luta. Para que o Homem deixe de ser obstáculo à felicidade do seu semelhante!


NO PRIMEIRA MÃO DE AMANHÃ

O Jornal Primeira Mão de amanhã, para além da discussão sobre a Praça Maior, em que a maioria e o PS estão em desacordo, coloca um problema que atravessa a coligação PSD/CDS na Maia.
Ao que afirma a coligação estará por um fio, existirá mesmo um ultimato do CDS, que pretenderá concorrer sózinho. Seria muito interessante, até para verificar qualé o eleitorado do CDS/PP, na Maia, que é mesmo resídual.
E como ficaria o vereador Mário Nuno? Será que se converteria à social democracia liberal, do PSD? Deserção no CDS/PP?
Estas interrogações de que o Primeira Mão se fará eco amanhã, são importantes, até porque tendo o candidato do PS, pelo que corre, uma mínima percentagem de votos, que não lhe dará a vitória, seria uma situação que o bem senso mandaria repensar.

quarta-feira, maio 25

NÃO PERCEBI!



Do Público, destaco:

Destaques do discurso de José Sócrates na Assembleia da República

25.05.2005 - 17h28

"As conclusões do Relatório são claras: a situação das contas públicas é bastante mais grave do que se pensava. Segundo a Comissão, com os erros do Orçamento aprovado para 2005 e se nada for feito para corrigir a trajectória traçada, Portugal chegará ao final do ano com um défice orçamental de pelo menos 6,83%. 6,83."

Aumentar alguns impostos para obter resultados imediatos na redução do défice"Vamos, assim, ter de aumentar a taxa normal do IVA em 2 pontos percentuais, de 19 para 21%, consignando a sua receita - e isto é muito importante - à segurança social. Procederemos, também, ao aumento dos impostos sobre o tabaco e sobre os produtos petrolíferos.
E para que o esforço seja proporcional às possibilidades de cada um, no Orçamento para 2006 introduziremos um novo escalão de 42% destinado às pessoas com rendimentos mais altos, a partir de 60 mil Euros por ano."Combater a fraude e a evasão fiscal, promover a justiça e a equidade fiscais"- Intensificação do cruzamento de dados entre o Fisco e a Segurança Social e seu alargamento a outros organismos públicos; - Utilização do levantamento do sigilo bancário para efeitos fiscais, em especial nas situações de particular risco; - Implementação de um plano de acção para evitar a prescrição de dívidas fiscais;- Agravamento significativo das sanções por incumprimento de obrigações fiscais; - Compensação dos reembolsos com dívidas fiscais de outros impostos; - Criação de mecanismos efectivos que evitem a «lavagem» de dividendos;- Revisão da isenção de IVA no contexto da reestruturação de grupos do sector financeiro;- Reposição da tributação em Imposto de Selo das doações de valores monetários."Racionalizar e modernizar a Administração, promover a justiça e a equidade"Uma área particularmente crítica é a área da saúde.
Segundo os últimos dados, os custos de exploração dos Hospitais SA cresceram 13% no primeiro trimestre deste ano. Para travar esta tendência, e para além de outras medidas de controlo da gestão, vamos cativar de imediato 5% das verbas afectas aos hospitais e que não respeitem ao pagamento de salários. Vamos também adoptar um pacote de medidas em matéria de comparticipação de medicamentos, por forma a, por um lado, prevenir fraudes e abusos e, por outro, proteger os interesses do Estado face às margens de lucro dos agentes económicos no circuito de produção-distribuição."
"Vamos também proceder à revisão do actual sistema de carreiras e remunerações na função pública. Um novo regime, mais justo e racional, deverá entrar em vigor, após negociação, até ao final de 2006. Até lá, e ainda por imperativos de contenção da despesa, o Governo vê-se forçado a decretar, temporariamente e a título excepcional, a suspensão das progressões automáticas e das actualizações de suplementos remuneratórios na função pública, sem prejuízo da continuação dos mecanismos de progressão pelo mérito."
"Ainda para a contenção da despesa, o Governo decidiu limitar as regalias dos administradores de empresas de capitais maioritariamente públicos. No próximo ano não serão actualizados os vencimentos dos administradores; serão limitados os prémios anuais de gestão; será restringido o direito de opção de aquisição de viatura de serviço e será limitada a faculdade de acumulação de vencimentos quando o administrador exerça funções em diversas empresas participadas.
"Promover a sustentabilidade e a equidade na protecção social"Em primeiro lugar: todos os trabalhadores que entrem a partir de agora para o sector público serão integrados no Regime Geral da Segurança Social e terão exactamente o mesmo regime de segurança social dos restantes trabalhadores, com os mesmos direitos e os mesmos deveres.""Em segundo lugar, vamos iniciar em 2006 um processo de aproximação gradual da idade legal de reforma na função pública com a idade legal de reforma dos trabalhadores em geral."
"Em terceiro lugar, e salvaguardando sempre os direitos adquiridos, vamos, em nome do princípio da equidade aproximar progressivamente o regime de cálculo das pensões aplicável aos funcionários que entraram na função pública antes de 1993, com aquele que se aplica aos funcionários que foram admitidos depois daquela data."
"Em quarto lugar, vamos tornar idênticos os sistemas público e privado de protecção na doença. Mesmo considerando algumas diferenças no tratamento fiscal, não é aceitável esta diferença: que no sector privado uma baixa por doença seja paga ao trabalhador em apenas 55%, enquanto que no sector público é paga, na generalidade dos casos, a 100%. A nossa solução é eliminar estas desigualdades e fixar o ponto de equilíbrio em 65%, que passará a ser a prestação devida a todos os trabalhadores, sejam eles do sector público ou do sector privado."
"Em quinto lugar, vamos apresentar legislação para contrariar a actual tendência para a antecipação real da idade de reforma no Regime Geral de Segurança Social. Não é compreensível que, numa altura em que a esperança de vida subiu de forma significativa, o Estado incentive a saída prematura do mercado de trabalho."
"Em sexto lugar, é altura de pôr cobro a um conjunto de regimes de excepção que proliferam na nossa administração pública e que são, em muitos casos, absolutamente injustificados, constituindo privilégios de alguns grupos particulares - quer no que respeita à idade de reforma, quer no que respeita à fórmula de cálculo das pensões, quer no que respeita a prestações excepcionais.
Vamos apresentar propostas no sentido da moralização e da justiça, em nome do princípio da igualdade. (...) Quero por isso anunciar-vos que ontem mesmo o Conselho de Ministros decidiu apresentar uma proposta legislativa que acaba com os privilégios injustificados do actual regime especial de subvenções vitalícias dos titulares de cargos políticos."
FRANCAMENTE AINDA NÃO PERCEBI ! HÁ ALGUM LEITOR QUE EXPLIQUE?

terça-feira, maio 24


Hoje cheguei tarde a casa, tenho uma outra coisa a fazer, não posso, deter-me em opiniões do momento político; as tão afamadas medidas para conter o défice.
Por isso, hoje só deixo:
OS MEUS PARABÉNS A ANTÓNIO GUTERRES
E registo a baixeza política das declarações de Marques Mendes, sobre esta matéria. Puramente lamentável!

ARTIGO A PUBLICAR NO PRIMEIRO DE JANEIRO

Hoje O Jornal O Primeiro de Janeiro, publica um artigo da minha autoria:


"COLECTIVIDADES DA MAIA"

a questão é a homenagem da Câmara a dirigentes das colectividades

segunda-feira, maio 23

ACABOU DE SE IMPRIMIR EM 12/6/1943




LIVRO DO ESTADO NOVO

"A MULHER DONA DE CASA"


Voltarei a esta obra prima de Mária Lucia

domingo, maio 22

EIS OS ACTOS GOVERNATIVOS! É ISTO?

Governo prepara-se para eliminar taxa intermédia do IVA

O Governo prepara-se para eliminar a taxa intermédia do IVA (12%), passando os produtos abrangidos por essa tributação a pagar uma taxa normal de 19%, adianta a edição deste domingo do Correio da Manhã (CM).
De acordo com o jornal, esta será uma das decisões a serem inscritas no Orçamento Rectificativo a apresentar no próximo mês de Junho. A restauração e o sector alimentar deverão ser os mais prejudicados com esta medida.
Ainda segundo a publicação, outra decisão deverá ser a cativação de verbas em vários ministérios, uma realidade já interiorizada por diversos ministros que já refizeram as contas até ao fim do ano.
A passagem ou eliminação da taxa intermédia do IVA de 12% é defendida por muitos especialistas que consideram que o Governo deverá dar sinais muito claros do que considera ser essencial para as pessoas mais carenciadas.
Em declarações ao CM, Avelino Antão, professor da Universidade de Aveiro, defendeu a existência de apenas duas taxas de IVA - a taxa reduzida de 5% e a taxa normal de 19%.
«Não se justifica que as flores e plantas ornamentais ou os aperitivos gozem de uma taxa intermédia de 12%», afirmou aquele responsável, dando ainda como exemplo os bilhetes para espectáculos e manifestações desportivas, que têm um IVA reduzido de 5%.
O Correio da Manhã avança ainda o Conselho de Ministros de terça-feira será integralmente dedicado à aprovação das medidas de combate ao défice, pois este deverá ser o tema que o primeiro-minitro, José Sócrates, levará para o debate mensal marcado para quarta-feira.

POEMAS DA MINHA VIDA - MIGUEL DA VEIGA


Mais um livro da colecção do Público, desta vez Manuel da Veiga.

Escolho um poema de luís de camões:

[PEDE O DESEJO, DAMA,QUE VOS VEJA]

Pede o desejo, Dama, que vos veja,
Não entendo o que pede; está enganado.
É este amor tão fino e tão delgado,
Que quem o em não sabe o que deseja.

Não há cousa a qual natural seja
Que não queira perpétuo o seu estado;
Não quer logo o desejo o desejado,
Porque não falte nunca onde sobeja.

Mas este puro afecto em mim se dana;
Que, como a grave pedra tem por arte
O centro desejar da natureza,

Assim o pensamento (pela parte
Que vai tomar de mim, terrestre [e] humana)
Foi, Senhora, pedir esta baixeza.

PESAMENTO DO DIA

O que ganha, ao atingir o seu objetivo, não é tão importante quanto o que se torna ao atingir o seu objetivo."



A frase acima é de Zig Ziglar.

sábado, maio 21

MULHERES SEM DIREITO A VOTO

O último Courrier Internacional, de hoje, cita Hassan Ali Karam, do Al-Waton, do Kuwait,
com o título:
KUWAIT
MULHERES SEM DIREITO A VOTO
E onde se refere que o Parlamento não quer as mulheres a participar nas eleições municipais.
Vamos ver se os "os polícias do mundo", os americanos, consideram ser este um país democrático.
Ou a não participação das mulheres, é assim tão problemático?

OS POEMAS DE MÁRIO SOARES








Começou a ser publicada uma colecção, em que algumas personalidades, indicam os poemas da sua vida.
Começou por Mário Soares, que no prefácio, refere que "a poesia é, com efeito, o veio mais rico, original e fecundo da literatura portuguesa".
Deixo um dos indicados de mário de sá-carneiro:
[EU NÃO SOU EU NEM SOU O OUTRO]
Eu não sou eu nem sou o outro,
Sou qualquer coisa de intermédio:
Pilar da ponte de tédio
Que vai de mim para o outro

sexta-feira, maio 20

DUAS QUESTÕES

1.- O primeiro - ministro José Sócrates, por quem dei a minha cara, parece que quer dar o dito, por não dito. Sócrates, quando se candidatou a primeiro - ministro, sabia, certamente, como estava o País, tanto que até disse que nunca falaria no governo anterior.
Agora, já não é assim?
Assim, não meu caro camarada!
2.- Não sei o que passa no PSD, mas que Marques Mendes está a tomar atitudes corajosas, lá isso está. Contra as centrais de interesses.

É o que hoje quero deixar.

quinta-feira, maio 19

CORUCHE

TVI continua a agir como principal motor da chamada das populações de Coruche para a rua. É lamentável, que um orgão de comunicação social assim proceda.

A Comunicação Social não está impune, e a TVI presta ao País um serviço lamentável.

SERÁ VERDADE? PARECE QUE SIM! PSD VENCE NA MAIA

Parece que se consolida a vitória autárquica do PSD/CDS na Maia.

De acordo com sondagens que correm por aí:

- Bragança Fernandes, ultrapassa os 50%

- Jorge Catarino, anda pelos 20%

- Indecisos, pelos 20%

- Não se conhecem os números relativos ao BE e CDU, embora o BE esteja em boa posição para ultrapassar a CDU.

É necessário actuar, tudo também dependerá das listas a apresentar. Veremos, mas para já poderá ser uma derrota do PS e pesada.

MANUELA MOURA GUEDES, TEM SOLUÇÃO PARA TUDO

Estou a ouvir a TVI, e conclui que o melhor primeiro - ministro é Manuela Moura Guedes, soluções para tudo. Normalmente a ignorância é assim!
Já outra coisa é o que se está a passar em Coruche, agressões, entre população cigana e não cigana.
O poder não está a actuar, e é pena. As forças policiais três guardas, fazem o que podem.
A TVI incita.
Incita os ânimos, em vez de actuar pedagógicamente, incita. É um mau serviço da TVI.
Vou estar atento.

quarta-feira, maio 18

DE PABLO NERUDA, OFEREÇO À LENA, QUE FEZ ANOS EM 8 DE MAIO

En torno a mí estoy viendo tu cintura de niebla
y tu silencio acosa mis horas perseguidas,
y eres tú con brazos de piedra transparente
donde mis besos anclan y mi húmeda ansia anida.

Ah tu voz misteriosa que el amor tiñe y dobla
en el atardecer resonante y muriendo!
Así en horas profundas sobre los campos he visto
doblarse las espigas en la boca del viento.

(De Pablo Neruda)

E A MINHA AMIGA LENA, DISSE:

Sabes, amigo, acho que tens razão: que interessam discussões académicas e teóricas sobre o papel de Maria? No mundo em que vivemos, tão pobre de tantas coisas, o que interessa mesmo é que cada um de nós seja capaz de ser o sal e o fermento , a lanterna que alumia, o portador da esperança, da diferença de um amor que se preocupa e ocupa com os outros.
Se Maria ajuda as almas de muitos a encontrar um sentido de fé e uma razão de esperança, será ela mais uma vez bem-aventurada!Um beijo grande para ti, meu companheiro de tantas horas.

terça-feira, maio 17


Breve descripción de la obra:

Destinada especialmente a catequistas, animadores de comunidades y celebradores de la Palabra, y, en general, a todas aquellas personas interesadas en profundizar en el estudio de la Biblia.Conserva las características que han hecho de la Biblia Pastoral una herramienta de gran valor, pero añade una serie de novedades que la hacen más práctica para sus destinatarios.
Novedades de esta nueva Biblia:- Comentario específico de versículos, de doctrina, etc.- Comentario general de contexto.- Notas de reflexión y de teología bíblica- Documentos para el estudioTodos estos nuevos elementos, sumados a los ya conocidos y reconocidos de la Biblia Pastoral, hacen de la Biblia Latinoamérica Formadores un valioso instrumento para el estudio de la Biblia y, en definitiva, para facilitar la difusión y mejor conocimiento de la Palabra de Dios.

ARTIGO A PUBLICAR NO PRIMEIRA MÃO

Foi enviado para o Jornal Primeira Mão, da Maia, um artigo de opinião, com o pedido de publicação, na próxima 6.ª feira, da minha autoria, sob o título:
"DR. MÁRIO NUNO, ESTÁ ENGANADO!"
de resposta a um outro que aquele vereador da maioria, e meu amigo, publicou na passada 6.ª feira.

ARTIGO PUBLICADO NO PRIMEIRO DE JANEIRO

Em 10 do corrente mês, foi publicado o seguinte artigo no Jornal O Primeiro de Janeiro:

MOSCADEIRO


OS RELATÓRIOS DE GESTÃO



Na última sessão da Assembleia Municipal da Maia, foram apresentados vários relatórios, entre os quais a “Prestação de Contas e Relatório de Gestão”, da Câmara Municipal e os “Documentos finais obrigatórios de prestação de contas 2004”, dos Serviços Municipalizados de Águas e Saneamento, que também é um Relatório de Gestão. Para além destes documentos nada dizerem aos accionistas e ao mesmo tempo clientes, os cidadãos, são um amontoado de números, obrigatórios sem dúvida, mas com a única eficácia de traduzirem uma discussão, que ninguém entende, de passivos e activos, e só estes, deixando de fora a gestão estratégica, que qualquer empresa possui, e de que obrigatoriamente dá contas.

Tomemos, por exemplo, o discurso sobre um documento que apareceu na Assembleia (será apócrifo?), nas mãos dum camarada meu, intitulado “Balanço Social 2004”, e que tem feito correr alguma tinta. Afirmava o meu camarada que dos mais de 1 200 trabalhadores da Câmara, uma média de 211 faltaria diariamente. Que não, viria a dizer o Sr. Presidente da Câmara, pois naqueles números constatavam as férias, a doença, a maternidade e paternidade e outras, concluindo com uma taxa de absentismo de quase 16%. Esta questão, para além do documento obrigatório Balanço Social (cujo novo modelo ainda não foi publicado em Portaria), deveria fazer parte da análise de um relatório de gestão, até porque é claro que existe uma confusão na discussão sobre ausências do posto de trabalho e absentismo, que não é a mesma coisa, afirmações levianas sobre esta matéria, só existem, porque, de facto, não foi produzido um relatório de gestão.

Ainda outro exemplo, do que não é gestão, nos documentos dos SMAS, logo na Nota Introdutória, se afirma do cumprimento dos objectivos, sem referir quais são, como se monitorizaram, ficando os deputados sem saber afinal o que foi cumprido, e com que eficácia (este documento viria a ser aprovado, unicamente com a minha abstenção, dado não compreender, estas graves falhas, para além de não estarem identificadas as causas, que levam o SMAS a passar de um saldo positivo de 250 000 contos, em 2002, para 150 000, em 2004).

A literatura internacionalmente reconhecida refere, que gerir uma organização de “forma sistemática e visível” parte da implementação e manutenção de um sistema de gestão “que seja concebido para melhorar continuamente a eficácia e eficiência do desempenho da organização ao ter em consideração as necessidades das partes interessadas” e que “convém que a gestão de topo (neste caso o poder politico) estabeleça uma organização orientada para o cliente”, o que pressupõe naturalmente uma politica de gestão clara, com objectivos mensuráveis. E então teríamos um relatório de gestão, que não serviria para a masturbação da discussão entre políticos, mas de intervenção cívica de todos. Ora, isto não se passou nos relatórios que nos foram presentes.

De facto fiquei perplexo com o aparecimento do documento a que chamei apócrifo, por este não ser de distribuição universal, mas mais pelo esquecimento (ou ignorância?), de outros documentos obrigatórios, como os relatórios anuais sobre formação profissional e de segurança, higiene e saúde, não estarem nas nossas mãos, e da passividade com que são encarados (lembro do acidente, que poderia ser muito grave, da responsabilidade do SMAS, na Urbanização do Lidador, que denota uma incompetência da gestão, no concernente à segurança – fiz muito bem em me abster).

No momento em que os partidos políticos, definem os seus legítimos programas, normalmente para esquecer depois das eleições, ou mesmo deturpar, seria corajoso da sua parte que definissem as linhas estratégicas da sua gestão, e se comprometessem na definição dos correspondentes objectivos para cada ano, que de decomporiam em objectivos por pelouros, departamentos e até de cada pessoa que trabalha na organização, e depois os medissem, porque talvez assim poderíamos saber, nós os cidadãos, da boa ou má gestão, do desempenho de cada um, e da co-responsabilidade de cada trabalhador, e talvez soubéssemos das causas do absentismo e de outras, que andam camufladas.

Um sistema de gestão não permitiria a existência de obras concluídas, e depois a abertura de concursos, e que a oposição, que também gere a câmara, viesse reclamar inquéritos, àquilo que deviam saber (ou são cegos quando lhe convém?).

É preciso que a gestão não elimine o político, mas que este não sufoque aquela. Na generalidade confundem-se as coisas, e numa linha neoliberal da coisa pública, apresentam-se relatórios de gestão que não o são, servindo unicamente para cumprir preceitos “legais”, mas que as partes interessadas (trabalhadores, fornecedores, sociedade e clientes), não entendem, e, por isso, colocam o ser político, como a fantochada dos “tachos”, dos compadrios e das centrais de interesses.

Servir as populações, significa “dar contas”, os Relatórios de Gestão, e estes têm que ser evidentes e perceptíveis, numa democracia que se quer participativa. Ou então, é servir-se e não servir!

Joaquim Armindo
Deputado Municipal do PS
jarmindo@clix.pt
http://www.blogspot.bemcomum.com

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segunda-feira, maio 16

E A LENA RESPONDEU

Diz a minha muito amiga Lena:

Como mulher, agrada-me saber que Maria é redescoberta em igrejas de tradição protestante. Como mulher anglicana, senti sempre o respeito e o especial lugar que a Igreja reserva a Maria- nunca a senti como um "perigo" para a pureza do culto ou a entrega à figura central de Jesus.Temo, no entanto, os excessos- a fronteira pode ser perigosamente ténue entre a valorização do seu especialíssimo papel de mãe do Salvador e a mariolatria , excessiva e perversa nos seus contornos.
Caberá às diferentes igrejas a gestão sensata desta realidade: Maria como objecto do nosso respeito e veneração e não como intermediária entre Deus e os homens. Maria como mulher especial, escolhida e corajosa, e não como objecto de um culto que distorce a realidade bíblica de que Jesus é o único Senhor e Salvador, único caminho para o Pai ("ninguém vem a o Pai senão por mim").
Por último, uma brevíssima nota de reflexão: para quando o reconhecimento na Igreja Católica da igual dignidade da mulher face ao homem, no exercício dos diferentes ministérios? Sempre me causou confusão por um lado um culto tão exacerbado a Maria e por outro uma permanente (teimosa, persistente...) falta de abertura à participação plena da mulher na vida e no exercício de todos os ministérios - incluindo, claro está, o ministério ordenado...Nesta caminhada ecuménica que as Igrejas vêm fazendo, suponho que a Igreja Católica-Romana terá neste aspecto muito a aprender com a tradição e prática anglicanas!
E agora Lena, digo eu:
Gostei que tivesses com a tua clareza dito o que pensas. Afinal tantos anos juntos a "fazer" um jornal, deu-nos a liberdade de pensar, e de mais do que isso sermos mesmo muito amigos. É uma gratificação ímpar, que agradeço.
A última parte sabes bem que comungo contigo, afinal ainda tenho a Igreja Lusitana (anglicana) no coração, mas penso que a IL e a ICR, têm sobretudo a aprender com Jesus. Ninguém é detentor da verdade, porque só Ele é o caminho, a verdade e a vida. Não creio que a ICR tenha a aprender com a IL, mas que as duas têm a aprender uma com a outra. Não vou entrar em pormenores, pois essa não é a matéria que está em discussão.
Afinal tu baseias o teu comentário, numa simples expressão só Jesus é o único intermediário entre os homens (e mulheres, Lena) e Deus. Só que Jesus é Deus ! É o intermediário entre si próprio, mas isso pouco importa.
O importante Lena, é todos nós somos intermediários, todos nós pedimos a Deus uns pelos outros, nós os vivos, e aqueles Lena que já não estão connosco, tens de acreditar, olha o que dizes no Credo "a comunhão dos santos".
Sabes que estas coisas, que são interessantes, são mais académicas, que práticas. É verdade que a piedade popular faz de Maria, talvez por ser mulher, uma quase co - redentora, e dou comigo a pensar, se nós todos também co - redentores, afinal mulheres e homens que se disponibilizam de corpo inteiro, como tu Lena, pela humanidade. sabes, que penso, como António Marto, afinal nós somos todos con - criadores do mundo, porque este ainda está em criação. Deus está connosco, para sermos com ele partners na criação.
Por isso Lena, as análises sobre Maria, ou outras, às vezes servem para entreter uns quantos teólogos, mais nada.
Que importância tem que tenhamos um farol, que pode ser Maria, bem - aventurada és tu entre as mulheres, ao que respondeu, eis-me aqui, estou pronta.
O que interessa é que estejamos prontos a lutar com Maria, uma das discípulas de Jesus, com os doze, número meramente simbólico, por uma humanidade em que tu e eu acreditamos.
Cá espero a tua resposta, e mais pessoas que queiram entrar. Um beijo de muita saudade, do teu amigo, daquele amor de amizade.

domingo, maio 15

PENSAMENTO DO DIA

Senhor! Dai-me sabedoria para aceitar as coisas que não posso modificar. coragem para modificar as que posso e sabedoria para distingüí-las.

São Francisco

sábado, maio 14

BÍBLICA DE MAIO-JUNHO


Foi publicado o número de Maio-Junho, da Bíblica, Revista
dos Capuchinhos.

Com boa apresentação, saliento um artigo da Professora de Ética, na Universidade Católica de Luanda, intitulado:

"MICAL DO AMOR APAIXONADO À DESILUSÃO"

"É uma história de amor e desamor registada na Bíblia"

Conta a história de Mical, uma linda princesa, filha do primeiro Rei de Israel - Saul. Refere que Mical tinha sido prometida em casamento, mas conheceu David, um tocador de harpa, e de amor, em traição de David, polígamo.

A autora acaba, por perguntar:

"Hoje, nas nossas famílias os sentimentos das mulheres são mais tidos em conta? Ou continua a haver desilusões, sofrimentos e indiferenças? Como ajudar as mulheres que estão em situação díficel?"

Todo o texto merece ser lido e meditado.

A revista com 50 páginas, custo de 1,20€, pode ser adquirida em www.difusorabiblica.com

A NÃO PERDER!

SOBRE A NOTÍCIA DO PADRE DOMINGOS

Leitor devidamente identificado, intervem e diz:

Joaquim Armindo

Admira que o BEM COMUM silencie estas bestiliedades !

Será por estas bestas humanas terem sido ordenados padres,
e ficarem automaticamente habilitados a profanar a Bíblia, que
adulteram conforme suas conveniências ?

Houvesse hierarquia responsável seriam obrigados a despir o
hábito e ir trabalhar para as 'obras' das que deixam calos nas mãos.

Que nojo dá cada vez mais de si, a pretensa Igreja de Cristo...

O BEM COMUM NÃO TOMOU AINDA QUALQUER POSIÇÃO, DADO PENSAR QUE OS SEUS LEITORES DEVEM TOMAR A INICIATIVA.

sexta-feira, maio 13

Sem qualquer comentário, da minha parte, por ora, deixo esta notícia; não há confusão?
Fazer um aborto é mais grave do que matar uma criança»

Afirmou padre do Porto durante missa de sétimo dia da Vanessa.

Ao PortugalDiário explicou que ambos «são crimes horrendos», mas uma criança pode «defender-se, chorar e queixar-se»

«Fazer um aborto é mais grave do que matar uma criança que já nasceu», afirmou Domingos Oliveira, padre da paróquia de Lordelo do Ouro, no Porto. Esta posição foi expressa pela primeira vez durante a homilia da missa de sétimo dia da Vanessa, uma menina de cinco anos encontrada morta, alegadamente assassinada pelo pai e pela avó.
Ao PortugalDiário, Domingos Oliveira reiterou a sua posição e explica que ambas as situações são «crimes horrendos», contudo, o padre considera que «uma criança no ventre materno não se pode defender», enquanto que «uma criança de cinco anos pode reagir, pode chorar e queixar-se, fica com marcas no corpo».
Domingos Oliveira frisa que não pretende desculpabilizar a morte da Vanessa, apenas «alertar para a gravidade do aborto». No que diz respeito à interrupção voluntária da gravidez, o pároco reconhece que «pode haver atenuantes, mas em principio não se deve fazer». Embora reconheça que pode haver atenuantes, para o pároco, «o aborto é muito mais grave do que qualquer inconveniente que possa trazer uma gravidez».
A opinião em relação ao aborto é sustentada em base científica, já que por repetidas vezes realçou «segundo dizem os cientistas, [os fetos] já são seres humanos».
O PortugalDiário contactou a Diocese do Porto, que já teve conhecimento das declarações de Domingos Oliveira mas aguarda a volta do Bispo, que se encontra em Fátima, para se pronunciar sobre a questão.

quinta-feira, maio 12

ARTIGO PUBLICADO NO PRIMEIRO DE JANEIRO

No passado domingo, foi publicado, o seguinte artigo da minha autoria, no Jornal O Primeiro de Janeiro.
AGUA VIVA


A ALEGRIA NA CIDADE



A leitura de hoje do Livro dos Actos dos Apóstolos, descreve um pormenor curioso, um dos amigos de Jesus, de nome Filipe, desceu a uma cidade muito conhecida, Samaria, habitada por “hereges”, segundo os judeus, e com quem estavam em guerra aberta, e começou a agir, nas palavras e nos actos.

Diz o livro, que se pressupõe coligido por Lucas, que as multidões entusiasmadas aderiram facilmente ao discurso, porque “numerosos paralíticos e coxos foram curados”, e a cidade ficou feliz, a alegria era tónica dominante.

Hoje, como então, a cidade necessita de ouvir a palavra para que os paralíticos e coxos, andem. E isso passa pelo entendimento destes sinais, e de saber quem na nossa cidade é paralítico e coxo, isto é, não possui a plenitude de ser cidadão, por factos não imputáveis aos mesmos, mas a uma sociedade descaracterizada, sem rumo, porque os cristãos não possuem, de facto, o Espírito. Caso contrário, a cidade seria outra, onde pontificaria a fraternidade.

E então, os desempregados, marginalizados, desumanizados, pobres, os “coxos e paralíticos” de hoje, andariam pelos seus pés; mas não, nós os cristãos, continuamos a fomentar o individualismo e a dar mau testemunho da ressurreição. A cidade, precisa de alegria, mas ao contrário dos actos de Filipe, na Samaria, aparecemos sisudos perante a sociedade. Aliás, mesmo dentro dos Templos respira-se, não a reverência, mas a atitude da má disposição, veja-se a cara de cada pessoa depois de receber Jesus, na missa.

Estamos numa Igreja que precisa de actos, do não ter medo, como referia João Paulo II, de receber a água da Samaritana, inimiga figadal de qualquer judeu, para nos tornarmos numa unidade plural, o que significa interventivos, ao nível da compreensão dos sinais do mundo de hoje e de resposta eficaz e política, tal como Jesus o fez.

A Igreja, necessita de alegria, de estar nos locais, e aí ser testemunho da cidadania, o que pressupõe um ir, tal como Filipe, principalmente aos ambientes hostis, fazendo a diferença, a tal ponto que sejamos reconhecidos como cristãos, mesmo sem o afirmar.

E a começar, é já pelo Porto, e todas as cidades que o rodeiam. Ontem era tarde, para sermos caminhantes, em nome da alegria de viver na cidade.

Joaquim Armindo
Licenciado em Engenharia e Ciências Religiosas.
jarmindo@clix.pt
http://www.bemcomum.blogspot.pt/

Assina esta coluna, ao primeiro domingo de cada mês

quarta-feira, maio 11

ARTIGO DA ALÉM MAR


Este artigo publicado na Além Mar, reproduzo-o aqui, especialmente para uma amiga muito especial. Lena, é para ti.
Diálogo ecuménico
A mediação de Maria
Cada vez mais protestantes estão a descobrir Maria, o que até há algum tempo era absolutamente impensável. O reencontro com a Mãe de Jesus foi fruto do diálogo ecuménico, mas também da cada vez maior influência nos EUA da comunidade latino-americana.
E poderá vir a abrir novos caminhos de entendimento.
JOAQUIM CARREIRA DAS NEVES, Professor da Universidade Católica de Lisboa

A revista americana Time – a de maior audiência em todo o mundo – publicou no dia 21 de Março passado um longo artigo intitulado Hail, Mary, «Ave, Maria». São as iniciais da visita do anjo Gabriel a Maria (Lucas 1, 28). Nesse longo artigo – também ilustrado – os autores apresentam o estado presente da devoção mariana de muitos protestantes da América do Norte. Contrariamente à tradição protestante – com a excepção dos anglicanos da «High Church» – os protestantes, depois de Lutero e, sobretudo, de Calvino e Melanchton, puseram Nossa Senhora na prateleira.
Hoje em dia, sobretudo nos Estados Unidos, as coisas estão mudando.Os autores deste artigo começam por falar com Brian Maguire, pastor presbiteriano de Xenia, no Estado americano de Ohio, que começou a apresentar Maria à sua «congregação» (igreja) partindo do princípio teológico e mariano de que se «Jesus entrou neste mundo e dele saiu» foi por obra e graça da sua Mãe. Maria foi «a primeira e a última discípula do seu próprio Filho. Semelhante posição doutrinal vai contra toda a tradição de 300 anos. É como que quebrar o jejum de há séculos da devoção a Maria, que os protestantes classificavam de «Mariolatria».
A professora protestante de Literatura do Novo Testamento da Universidade de Princeton Beverly Gaventa queixa-se dos protestantes, citando uma outra autora protestante, Kathleen Norris: «Como protestantes fomos educados a tirar a imagem da Mãe de Jesus da caixa dos embrulhos, pelo Natal, para, depois, a embrulharmos novamente até ao próximo Natal.»Estes dois exemplos são, de facto, significativos – as coisas estão mudando no reino protestante dos Estados Unidos da América do Norte.
A mudança deve-se especialmente a dois factores: o movimento ecuménico entre católicos e protestantes e, em alguns Estados, a influência dos latinos católicos, sobretudo mexicanos, com a sua devoção a Nossa Senhora. Eu próprio, na Califórnia, tive oportunidade de ver a reacção positiva de muitos protestantes à devoção dos mexicanos à Virgem de Guadalupe.A dignidade da mulherContinuando com os exemplos apresentados no artigo supracitado, para a protestante Corinne Whitesell, de 74 anos, não são os rosários de «Ave Marias» que lhe interessam, mas a submissão total de Maria a Deus.
Para Gloria Wolff, de 78 anos, Maria, mãe do Salvador, representa a dignidade da mulher na Igreja. É costume, nos protestantes, nunca se falar no feminino, mas só no masculino, pelo facto de Jesus ser homem, mas há que mudar de registo. Significa tudo isto que o muro do silêncio do mundo protestante em relação a Maria está ruindo pouco a pouco.O Credo protestante tem como temas centrais «solus Christus, sola fides, sola Scriptura» (apenas Jesus Cristo, a salvação pela fé e a Escritura). Nossa Senhora fica totalmente de fora. É como se uma mãe desse à luz o seu filho, o entregasse ao mundo, e nunca mais fizesse caso dele. Mas a própria Bíblia tem por Maria um encanto «divino»: o anjo saúda-a como a «agraciada de Deus» e a sua prima Isabel diz dela: «Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre.
E donde me é dado que venha ter comigo a mãe do meu Senhor?» (Lucas 1, 42-43). Reparemos que Isabel afirma que tanto é bendito o Filho como a Mãe. É através desta redescoberta bíblica que muitos protestantes regressam ao culto de Maria, como, aliás foi apanágio da Igreja de todos os tempos até Lutero. Se durante 1500 anos o povo cristão prestou a Maria um culto, porque é que não deve continuar no protestantismo, pergunta o teólogo protestante Robert Jenson, autor da obra Systematic Theology («Teologia Sistemática»)?Estas posições «pró-marianas» estão a fraccionar o mundo fechado protestante «antimariano». Muitos pastores e teólogos protestantes começam a preocupar-se com este movimento.
É o caso do pastor Albert Mohler, presidente da Convenção Baptista do Sul da América, que reúne vários milhões de protestantes das igrejas baptistas. Outro tanto se diga do teólogo luterano Carl Braaten que considera o movimento «pró-mariano» como imparável, mas deseja que tal não signifique regressar ao Catolicismo.
Segundo ele, neste movimento «há coisas boas e más», mas o movimento é, de facto, imparável («it’s going to happen»).Idolatria abominávelRegressando aos pais do protestantismo, Lutero, mesmo depois da Reforma, continuou com a devoção a Maria: «Maria amamentou Deus, pô-lo a dormir, preparou-lhe a comida…»; mas, depois, com Calvino e Melanchton, a devoção a Maria tornou-se uma «idolatria abominável».
Só Jesus é Salvador, e não pode haver intermediários entre Ele e nós, sejam os Santos, seja a sua própria Mãe. Os anátemas contra Maria, partindo sobretudo dos calvinistas presbiterianos e baptistas, que exaltam os Patriarcas, as Matriarcas, os Profetas e os Apóstolos, não têm sentido. Como é que se exaltam todas essas grandes figuras bíblicas, simplesmente por serem bíblicas, e se põe de lado a própria Mãe do Salvador? O teólogo Braaten pergunta: «Porventura Maria não está acima dos Apóstolos?»
Não pertence, também ela à Sagrada Escritura? É por tudo isto – e com toda a lógica bíblica – que muitos protestantes estão a «redescobrir» o papel de Maria na história da salvação. Scot McKnight, evangélico moderado, dedica um capítulo ao «Magnificat» no seu livro The Jesus Creed («O Credo de Jesus»), já que no «Magnificat» de Maria (Lucas 1, 46-55) «estão presentes, virtualmente, todos os temas sobre Jesus».O pastor metodista Donald Charles Lacy, de 72 anos, está atento ao novo movimento protestante «pró-mariano», mas considera que o Concílio Vaticano II fez muito bem em chamar a atenção dos católicos para os «exageros» na devoção católica a Maria. Neste sentido não concorda com o «Totus Tuus» do falecido Papa João Paulo II. Só Jesus é o «Tudo» e os cristãos, inclusivamente o Papa, «todos» de Jesus e não de Maria. Sem dúvida que pode haver «mariolatria» na devoção popular dos católicos. Maria é «mãe», «amor», «coração», «doçura», como todas as mães. E no coração de todos os homens e não apenas de todas as mulheres existe esta referência e vivência psicológica.
No Papa João Paulo II, o «Totus Tuus» não substitui Jesus; é apenas um caminho seguro – um regaço de Mãe – para se amar ainda mais o Filho. Mas nem todos somos João Paulo II. Assim sendo, não há dúvida que a devoção a Maria tem que ser bem canalizada e orientada para não descambar em «mariolatria». E é desta forma que Donald Charles Lacy fundou um grupo metodista, juntamente com católicos, intitulado «Sociedade Ecuménica da Bem-Aventurada Virgem Maria», com publicações «marianas» próprias, nem sempre bem recebidas pelos demais metodistas.É este o panorama do protestantismo americano em relação à devoção a Nossa Senhora.
Os autores do artigo da Times não referem os milhões de neopentecostais, aparecidos nos anos 60, espalhados por todo o mundo. Para estes não há qualquer entendimento entre católicos e neopentecostais. O movimento ecuménico, segundo eles, é antievangélico, fomentado pelo Papa e Igreja Católica, representantes do Anticristo, do Dragão e das Bestas do Apocalipse. Mas é do conhecimento geral que o movimento ecuménico começou dentro das igrejas clássicas protestantes e não dentro da Igreja Católica. Esta só apanhou o comboio mais tarde.
Se quiseres podes comentar.
[01-05-2005 11:32:48] [Em Foco] [7329 caracteres] [Grátis] [ JOAQUIM CARREIRA DAS NEVES, Professor da Universidade Católica de Lisboa ]

terça-feira, maio 10

Através de grande publicidade, o Dr. Jorge Catarino enviou SMS a muitas pessoas, foi publicado ontem um artigo de opinião no Jornal O Comércio do Porto, sobre ele próprio.
Nada rigoroso, e esquecendo o percurso do Dr. Jorge Catarino, é de facto uma fraude à história, e como tal ficará.
Eu não tinha dinheiro para pagar tantos SMS...
Mais comentários, para quê?

COMMUNIO DE JANEIRO A MARÇO DE 2005

Foi publicado o número da Communio, de Janeiro a Março, de 2005. Edição da Universidade Católica Portuguesa.

Destaco o artigo de Acácio Catarino:

DO CÓDIGO DO TRABALHO AO TRABALHO A DESCODIFICAR...E A DESARMADILHAR
"A opção governamental foi considerada com símbolo e expressão da mudança na correlação de forças, a favor do patronato e do liberalismo económico, no seguimento de um processo bastante longo e profundo".
O licenciado em Sociologia e diplomado em Política Social, faz um interessante estudo sobre as razões do Código do Trabalho, que merece ser lido.
Este número da Communio dedicado à "Família e famílias", tem o custo de 9,80€, e 126 páginas.
À venda em várias livrarias, entre as quais a Barata (Lisboa) e Telos (Porto), pode ainda ser adquirido na Universidade Católica Portuguesa.

segunda-feira, maio 9

DE CARLOS OLIVEIRA

que um pouco
de fulgor impele
para dizer
como o último sol
as acompanha
e o inverno
se dirige
às micro-cidades
silenciosas,às páginas
quase vazias]
nuvens,
sombras
que entristecem
Orfeu:

do livro "Micropaisagem" - Publicações D. Quixote

ARTIGO A PUBLICAR AMANHÃ NO PRIMEIRO DE JANEIRO

Amanhã será publicado no Jornal O Primeiro de Janeiro, o artigo da minha autoria:


"RELATÓRIOS DE GESTÃO"

domingo, maio 8


Acaba de ser publicado mais um livro do Padre Mário de Oliveira:

"O OUTRO EVANGELHO SEGUNDO JESUS CRISTO"
Trata-se de uma versão do Evangelho de São Marcos, o mais antigo, com notas do autor, que consultou vária bibliografia.
Na Introdução, o autor comenta:
"Aliás, foi sobretudo para que fôssemos mulheres, homens, bem ao seu jeito, nos múltiplos e diversificados aqui e agora de cada uma, cada um de nós, que Jesus, o o de Nazaré, crucificado pelo ano 30 da nossa era, nasceu uns trinta e tantos anos antes em Nazaré da Galileia e que, desde então para cá, nunca mais deixou de viver entre nós e connosco, como Primogénito de miríades e miríades de irmãs e irmãos em que a sua misteriosa condição de Ressuscitado o constituiu para sempre."
O Padre Mário que refere ser o livro dirigido a cristãos e agnósticos, consegue neste seu livro, actualizar o Evangelho de S. Marcos.

ARTIGO PUBLICADO NO PRIMEIRO DE JANEIRO

Por circunstâncias excepcionais, o artigo que deveria ter sido publicado no domingo passado,só o foi hoje.
Algumas pessoas contactaram-me, pois compraram o jornal, e nele não viram a inserção do artigo, esclareço que embora não se deva a não o ter escrito, também não foi nenhuma censura. Até porque, diga-se, nunca senti da parte do Primeiro de Janeiro, a mais leve pressão sobre os meus escritos e têm sido sempre correctos quando a mim se referem.
O artigo está publicado na última página.
Aqui fica a necessária explicação.

sábado, maio 7

BLOGUE BEM COMUM CHEGA A ÁFRICA

O Brazil é o 2.º país, de visitas ao blogue, logo seguido dos Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, França, Espanha, Uruguai, Bélgica, Singapura, Noruega, Alemanha, Holanda e mais 76 países, tendo sido significativo que países africanos como Angola e Moçambique, tenham começado a visitar este blogue.
A todos o meu obrigado!

JORNAL PRIMEIRA MÃO

O Jornal Primeira Mão de ontem, jornal da Maia, insere um artigo, da autoria de Luís Mamede, que deveria ser lido com atenção.

PELO MENOS PELOS RESPONSÁVEIS DO PS/MAIA.

É O MEU COMENTÁRIO!

REVISTA AUDÁCIA DE MAIO


Acaba de ser publicado mais um número da Revista Audácia, óptima como sempre, aqui deixo duas das suas notícias, para reflexão.
Armas ligeiras no Brasil
Redacção

Mais de 17 milhões de armas de fogo circulam no Brasil. Mais de metade estão na posse de criminosos ou de particulares sem licença de porte de arma.
Neste país, todos os dias, duas crianças são hospitalizadas por causa de ferimentos provocados por armas e, cada ano, as balas matam mais de 30 mil pessoas.
Para pôr termo a esta «guerra civil», desde Julho de 2004, decorre em todo o território uma campanha de desarmamento, que já recolheu 300 mil armas.
O palácio assombrado
Redacção

O presidente de Malawi, Bingu wa Mutharika dorme fora do palácio presidencial de Lilongwe, a capital do país da África Austral. Ele diz que o edifício está assombrado, porque sentia roedores a percorrer-lhe o corpo, mas quando acendia as luzes não via nada.
Mutharika pediu a sacerdotes de vários cultos cristãos que rezassem para livrar o palácio dos espíritos malignos. Enquanto espera o resultado do exorcismo, vive noutro palácio a 100 quilómetros da capital. Mas vai ao «palácio assombrado» todos os dias para trabalhar.
O palácio presidencial tem 300 quartos. Foi construído durante 20 anos pelo primeiro presidente de Malawi, Kamazu Banda. Custou perto de 80 milhões de euros, uma extravagância num país onde 55 por cento da população vive na miséria.
Preço: 1,00€, 68 páginas

sexta-feira, maio 6

MAIS UM NÚMERO DA EXCELENTE REVISTA ALÉM MAR


Mais um número da Além Mar, dos Missionários Combonianos, de Maio, e como sempre muito bem concebida.

Dentro dos excelentos artigos, aqui, com a devida vénia, deixo um, sobre o encerramento de rádios no Brasil, por lutarem contra as injustiças.

A rádio contra as injustiças
Aos 83 anos, Alfredo Bellini embarcou numa nova aventura: a criação de uma rádio em Balsas, no Sul do Estado brasileiro do Maranhão. Porquê? Explica o missionário comboniano, veterano de muitas outras lutas em prol dos direitos dos mais pobres: «Os pequenos produtores e a população estão sendo expulsos de suas terras para a implantação de grandes projectos de monocultura. Foi para denunciar essa realidade que criámos a Boa Notícia.»
PAULO LIMA, Jornalista

Balsas, no Sul do Estado do Maranhão, tem uma área de 12.564 quilómetros quadrados e uma população de mais de 60 mil habitantes, muitos vindos de outros Estados do Nordeste e do Sul do país. Nos últimos anos, vem-se tornando a melhor opção de investimento no sector agrícola do país e uma das melhores do mundo. A colheita de 2003 movimentou, do plantio até a comercialização, recursos da ordem dos 700 milhões de dólares. O cultivo de soja é a grande locomotiva que puxa a economia de Balsas à velocidade de 8,5 por cento ao ano de taxa de crescimento.Acontece que os pequenos produtores e a população pobre estão a ficar de fora desse comboio a que chamam «progresso». «Aliás, estão sendo expulsos de suas terras para a implantação de grandes projectos de monocultura, como a da soja», diz o padre missionário Alfredo Bellini, de 83 anos, há 13 na região. «Foi para denunciar essa realidade que criámos a rádio Boa Notícia», explica o comboniano italiano, que trabalhou dez anos em Moçambique no período da luta pela independência.
O padre Alfredo chegou ao Brasil em 1976. «Trabalhei em Vitória e aprendi muito com o bispo de então, Dom Luís Fernandes, que incentivava muito o nascimento das comunidades eclesiais de base e a prática de uma Igreja libertadora», lembra. Dez anos depois, o padre Bellini transferiu-se para São Luís do Maranhão, onde viveu durante oito anos. Foi lá que começou o seu interesse pelos meios de comunicação social. Ficou entusiasmado com a experiência da rádio da arquidiocese, a Educadora, que, durante e logo depois do final do regime militar, ajudou as comunidades rurais e da periferia a lutarem pela democracia e a defender os valores do Evangelho.
Em Balsas, o padre Alfredo e sua equipa, formada por profissionais de comunicação e voluntários, tenta fazer a mesma coisa: ajudar a população do interior da diocese, guiada por outro missionário comboniano, o bispo Franco Masserdotti, a receber formação religiosa, mas também a «abrir os olhos e a conhecer as verdadeiras causas das injustiças sociais da região».
Inaugurada oficialmente em Setembro de 2004, a Rádio Boa Notícia tem uma programação variada, e é ouvida não só na região de Balsas. «Temos conhecimento de que a rádio atinge até cidades da Bahia e do Pará», diz o padre Alfredo.
Formar e consciencializar
?O que o levou a criar a Boa Notícia
Quando eu trabalhava em São Luís do Maranhão, vi que a rádio da arquidiocese de lá, a Educadora, tinha ajudado muito a população a fazer valer os seus direitos junto dos poderes públicos. Estávamos saindo da ditadura militar e todo o Estado do Maranhão era praticamente dominado por famílias poderosas, como a do ex-governador do Estado e ex-presidente José Sarney. A rádio Educadora era e continua sendo muito bem organizada, com uma equipa de profissionais muito bem preparados e uma boa audiência. Em 1992, quando cheguei a Balsas para trabalhar na formação dos leigos, percebemos que era preciso também criar um meio de comunicação que ajudasse as comunidades na formação e também na consciencialização. Era preciso trabalhar também as questões sociais e políticas com os leigos e com a população em geral. Não bastavam os cursos de formação que dávamos. Na época contámos com o apoio do bispo Dom Rino Carlesi.
Surgiram dificuldades?
Foram muitas. A gente notou que os governos anteriores não queriam dar a concessão de uma rádio a uma Igreja comprometida com os pobres, que denunciava as mazelas e as injustiças. Os governantes só davam autorização aos amigos. No tempo do ex-presidente Sarney, por exemplo, essa política virou até moeda de troca. Para conseguir aumentar o seu mandato e obter o apoio dos deputados e senadores no Congresso, concedeu várias concessões de rádio e TV em troca de votos.
Os anos foram passando e levantaram um monte de problemas, mas a gente fez tudo o que eles pediram. No entanto, não deram a autorização. Com o governo Lula, a coisa mudou. Estive em Brasília pessoalmente para seguir o nosso processo, até que conseguimos e no final de Setembro inaugurámos a rádio.
Qual foi a participação da comunidade?
Desde o início, há nove anos, tentámos envolver as comunidades. Mas tivemos muitas dificuldades, porque os missionários acostumaram a população a receber tudo de mão beijada, sem muitos esforços. Foi difícil e, então, recorri a benfeitores italianos para a primeira fase, quando produzíamos programas religiosos e os veiculávamos numa rádio local, a Rio Balsas. Essa fase durou quatro anos. Porém, o dono da rádio de vez em quando não os colocava no ar, alegando que eram «ideológicos». Por isso, decidimos criar a nossa própria rádio.
Mas com que dinheiro?
Mais uma vez recorri à Itália. Desta vez a uma organização não-governamental, a Gao, que já tinha ajudado outras organizações a montarem uma rádio com as mesmas finalidades educativas. Através dessa ONG conseguimos um financiamento do governo italiano. Eles financiam 50 por cento da montagem dos aparelhos e 50 por cento das despesas de manutenção durante três anos. Agora, estamos trabalhando para que as comunidades locais também ajudem com ofertas.
Que tipo de programação a rádio oferece aos ouvintes?
É preciso ter presente a finalidade da rádio, que é promover uma evangelização que tem em conta a promoção e a formação humana integral. A nossa programação não se restringe a temas religiosos, mas empenha-se em ajudar os ouvintes a entender as causas dos problemas que enfrentam. Ajuda a compreender quais são as causas de tanta miséria. Queremos auxiliar as populações do sertão, que não têm outros meios de comunicação, a abrir os olhos e, também, a discutir soluções para os seus problemas. Por meio de entrevistas, músicas, debates e notícias da cidade, do Estado, do Brasil e do mundo, falamos um pouco de tudo, desde assuntos ligados à catequese e à defesa dos direitos do cidadão a dicas de como preparar um remédio caseiro e de como reivindicar melhorias na educação.
As pastorais sociais também têm espaço na programação?
Têm, sim. Só que muitas vezes é preciso incentivar muito para que possam intervir e usar a rádio para divulgar as suas campanhas e ajudar o povo a mobilizar-se e a organizar-se. A nossa região está sofrendo muito com o avanço da monocultura da soja. São grandes projectos que estão sendo desenvolvidos aqui, mas que só beneficiam as multinacionais ou as empresas nacionais. Nunca o povo. Nunca os pequenos produtores. Nunca os sem-terra.
Muitos lavradores estão sendo despejados de suas terras. Até há pouco tempo eram agredidos por uma milícia armada formada pelos próprios fazendeiros, e as autoridades, sabendo de tudo isso, não faziam nada.
Além da rádio, também recorrem a outros meios de comunicação?
Também estamos a investir na televisão. Com o apoio de Dom Franco Masserdotti, montámos uma retransmissora da Rede Vida, a emissora católica com cobertura a nível nacional, e conseguimos transmitir alguns programas produzidos aqui mesmo em Balsas.
O vosso trabalho é alvo de críticas?
Os poderes públicos locais são contra, sentem-se agredidos por nós. Mas não é agressão nenhuma. Na verdade, são eles que agridem o povo com as suas políticas de opressão. Eles percebem que a rádio tem um poder muito grande de consciencialização do povo, e estão com medo. Uma vez por outra a gente ouve comentar que a rádio não está fazendo «bem ao povo, ao país».
Como avalia a política para os meios de comunicação do governo Lula?
O presidente Lula encontrou o que os outros semearam: ou seja, um cenário espantoso em que a economia, a política e os grandes meios de comunicação estão nas mãos de poucas famílias.
Como costuma dizer Frei Betto, temos de fazer como quando a gente tem feijão duro – para cozinhá-lo, é preciso usar a panela de pressão. Não só no Brasil, mas também na Europa, as coisas só mudam com pressão popular.
De que forma as comunidades participam na rádio?
Estamos oferecendo cursos de formação para comunicadores populares, para que os líderes comunitários possam participar: já montámos 15 centros de formação; e a própria ONG italiana nos pediu que o fizéssemos. Claro, estamos ainda no começo de uma caminhada nada fácil. Face à situação de sujeição e opressão em que as autoridades impuseram ao povo, é difícil conseguir organizar rapidamente as pessoas para que se exprimam, usem a rádio como instrumento de libertação. Estamos caminhando com o povo, mas trata-se de uma caminhada lenta.
Quatro mil rádios fechadas em 2004
Durante o Fórum Social Mundial, em Porto Alegre, representantes das rádios comunitárias queixaram-se de que estavam a ser perseguidas pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e pela Polícia Federal. Em 2004, foram fechadas mais de quatro mil emissoras – praticamente o dobro das que foram encerradas pelo governo de Fernando Henrique Cardoso. Essas rádios serviam associações de moradores, projectos sociais e movimentos sociais. Resultado: mais de 10 mil pessoas foram processadas. Regra geral, o encerramento faz-se de uma forma «musculada»: dezenas de polícias armados de fuzis e metralhadoras invadem casas, estúdios, constrangendo e humilhando crianças e adultos. Os responsáveis consideram que «a repressão se faz por motivos políticos e não por razões técnicas ou legais», e que «não há liberdade de expressão no Brasil».

[01-05-2005 11:53:23] [Gente solidária] [9514 caracteres] [Grátis] [ PAULO LIMA, Jornalista ]
Custo da Além Mar 1,20 €, 60 páginas