SAIU O JORNAL DESAFIO (PARÓQUIA DA FOZ)
No passado domingo saiu mais um número do Jornal Desafio, da Comunidade Paroquial da Foz do Douro.
Dedicada parte deste número ao falecimento do pároco Padre Joaquim (de quem falarei no próximo domingo no Jornal O Primeiro de Janeiro), publica um artigo da minha autoria, em parceria com Lurdes Gomes, que aqui deixo:
NO CAMINHO DA PALAVRA
Após a abertura aos exegetas e ao estudo bíblico, o Concílio Vaticano II, aprovou, por larga maioria, a constituição dogmática Dei Verbum, que no próximo dia 18 de Novembro comemora quarenta anos, que abre a possibilidade do estudo cientifico e pastoral da Bíblia, como um sacramento vivo e actuante para todos os que fazem deste livro, o de todos os dias.
Foi afirmado o primado da Palavra de Deus na Igreja, e que esta é a sua interprete, e, sobretudo sua serva. As afirmações do Concílio sobre a Bíblia constituíram um marco importante, porque de uma atitude de pouca confiança passou-se a considerá-la como um centro de vida espiritual de capital importância. Na vida da Igreja, a Dei Verbum, passou a considerar algumas coisas importantes, como os cristãos terem direito a possuir a Bíblia na sua língua, a consideração pelos exegetas, como meio de um trabalho pastoral mais aprofundado, a Palavra de Deus como um caminho substantivo para a afirmação da teologia e que a vida espiritual sofre necessariamente um novo impulso com a sua leitura e estudo.
Passados que estão quarenta anos da publicação de tão importante documento, o caminho a percorrer ainda é muito, porque não estão realizados os objectivos da leitura e estudo por todo o Povo de Deus da Palavra, enquanto fonte de Revelação, e torna-se necessária uma conversão da Igreja à Palavra de Deus, que os estudiosos (exegetas) não assumam uma ruptura com os fiéis e que as acções de Pastoral Bíblica sejam intensificadas em todas as comunidades da Igreja.
A conversão da Igreja à Palavra significa que tem de ser possuída por ela, evangelizada, no sentido de uma conversão plena a Cristo, Senhor Nosso. E isso terá que assentar numa substantividade da parte de cada um de nós, em deixarmo-nos ser possuídos pelo Espírito e duma forma quotidiana fazermos da leitura da Bíblia um sacramento vivo do nosso viver, é pelo nosso querer que podemos ser evangelizados por esta prática.
No entanto todo este movimento do estudo dos exegetas à proclamação pastoral da Bíblia, pode conduzir a possíveis rupturas dos estudiosos com o Povo, porque o estudo cientifico é demasiado teórico e desinserido das realidades de quem até agora desconhece um livro que estava fechado e, muitas vezes, ainda é ignorado como o verdadeiro catecismo. O exegeta deve aprender com o povo, fazer o seu estudo científico e dá-lo a conhecer através de formas pastorais, de que os agentes de pastoral são os melhores interpretes. Assim se conduzirá um movimento de estudo da Palavra credível e estruturado fazedor duma outra cultura bíblica, que se traduza no seu conhecimento, para um melhor entendimento e proclamação das verdades bíblicas.
Muitos e muitos cristãos católicos rendem-se a uma leitura literalista e superficial da Palavra, trazida por inúmeros grupos, e abandonaram o sentido crítico, porque lhes foi negada a possibilidade de se instruírem e terem contacto com a Bíblia. Os exegetas eram proibidos, e os fiéis não tinham a Bíblia nas suas próprias línguas. Várias correntes de livres-pensadores iletrados no estudo bíblico tomaram a seu cargo interpretações erróneas da mensagem de Deus aos homens que a Bíblia contem. De facto, certas leituras devem ser corrigidas pelos atropelos à história, dado que não são lidas de ponto de vista teológico e da fé. Uma leitura que é possível, é a que chamamos de moralista, uma leitura pré-concebida, e que proclama o medo e o castigo, quando tudo na Bíblia é liberdade e libertação; não se explica o sentido do texto de modo que se saibam muito claramente em que situações se deram os factos. Uma outra, redutora, reduz o texto a uma compreensão literal, que não respeita as diferentes formas de linguagem, nem as características dos tempos em que eles foram escritos. Esta forma é usada por muitas Igrejas que por aí proliferam, levando os católicos a descrer da sua Igreja, pelo que é necessário sempre formação e estudo. Ainda uma terceira, alienante, que reduz a leitura a uma forma individualista, fora do contacto com os outros, o que traduz vivências duma piedade desinserida do contexto da Igreja, e só em Igreja é que os crentes podem encontrar o caminho capacitador duma leitura devidamente enformada pelo Espírito; é evidente que não estamos a defender unicamente leituras colectivas da Bíblia, até porque somos favoráveis á leitura e oração diárias, porque também sabemos que o Espírito do Senhor, actua quando quer, e como quer, e que os tempos e modos de Deus não são os nossos.
A DV citando S. Jerónimo refere,”Desconhecer a Bíblia é desconhecer a Cristo”, e fá-lo muito bem. Ainda hoje são poucos os que se alfabetizam nestas coisas da Bíblia, e, portanto, a maioria distorce o discurso de Deus aos Homens. Estaremos neste lote, de homens de pouca fé e pouco confiantes no Espírito?
Lurdes Gomes e Joaquim Armindo
ÚLTIMA HORA
pela 1ª vez PS à frente. sondagem encomendada por BF e MNN dá o PS à frente para a Câmara por escassos votos e maioria na assembleia.
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muda de partido folgosa e gueifães