quinta-feira, agosto 31

A GUERRA NUNCA VAI ACABAR!






O Presidente iraniano, Mahmud Ahmadinejad, afirmou hoje à noite que as grandes potências se enganavam se pensavam poder obrigar o Irão a recuar sobre o que já alcançou no domínio do nuclear.


Ahmadinejad intervinha pouco depois da publicação do relatório da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), constatando que o Irão não suspendera o enriquecimento de urânio apesar da resolução do Conselho de Segurança da ONU que exige essa suspensão antes de 31 de Agosto.


QUANDO É QUE TUDO ISTO VAI ACABAR?


Alterações climáticas ameaçam um quarto dos programas de desenvolvimento


Aproximadamente um quarto dos programas de desenvolvimento do Banco Mundial está em risco devido ao fenómeno das alterações climáticas, alertou ontem a organização, na cerimónia de abertura da terceira edição do Fundo Mundial para o Ambiente (GEF, sigla em inglês), que termina hoje na Cidade do Cabo (África do Sul).

De acordo com um relatório lançado no evento sobre a gestão e integração dos riscos das alterações climatéricas nas operações do grupo do Banco Mundial, «os impactos em investimentos, através do aumento de custos ou de significantes redireccionamentos, estimam-se em um a dois por cento do portfólio de investimentos, ou seja entre cerca de 200 milhões de dólares (156,3 milhões de euros) e 400 milhões de dólares (312,5 milhões de euros) por ano no seio do grupo do Banco Mundial, e em pelo menos mil milhões de dólares (781,1 milhões de euros) para todas as operações de assistência ao desenvolvimento oficiais e empréstimos concedidos».

Em causa estão ameaças directas ao investimento, como sejam os efeitos em infra-estruturas em resultado de eventos climáticos extremos, más performances dos investimentos e má-adaptação – quando o desenvolvimento económico despoleta maior vulnerabilidade em zonas de alto risco.

«É preciso que a adaptação às alterações climáticas sejam tratadas como a maior ameaça económica e social para as economias nacionais, e não apenas como um problema a longo-termo», disse Warren Evans, director do Ambiente do Banco Mundial. Mais de um quarto dos programas podem estar em risco.

O Fundo Mundial para o Ambiente (GEF), o maior mecanismo de financiamento ambiental do mundo, foi criado em 1991 e ajuda os países em desenvolvimento a promover programas para conservar a biodiversidade, combater as alterações do clima e degradação dos solos.

Dos 32 governos membros do GEF - incluindo Portugal – aprovaram uma contribuição de 3,3 mil milhões de dólares (2,5 mil milhões de euros) para os projectos do Fundo durante os próximos quatro anos. Portugal foi um dos 20 países que decidiram aumentar a sua contribuição.

PARA LER ATENTAMENTE!




Publicada em 30-08-2006

Campanha eleitoral como enganação

Leonardo Boff /

Quem escuta o que dizem e mostram os candidatos na televisão tem que fechar os olhos e se perguntar: em que país essa gente de fato vive? É um Brasil tirado da Utopia de Thomas Morus: haverá altos níveis de crescimento, inclusão social, redistribuição da riqueza, reforma agrária completa, superação da violência endêmica, revolução educacional e por ai vai. Este cenário é um embuste e não tem nada a ver com o Brasil real, carente de toda ética, com um povo cada vez mais cansado de promessas não cumpridas, refém de uma classe política atrasada e irremediavelmente drogada em corrupção.

Como sair desta situação permanente de crise? Não sei mas desconfio. O que sei é a severa advertência de nosso economista-humanista, Celso Furtado, em seu livro "Brasil: a construção interrompida"(1992):"O tempo histórico se acelera e a contagem desse tempo se faz contra nós. Trata-se de saber se temos um futuro como nação que conta na construção do devenir humano. Ou se prevalecerão as forças que se empenham em interromper o nosso processo histórico de formação de um Estado-nação".

Desde o momento em que a economia colonizou a política e a submeteu à sua lógica de acumulação a qualquer custo, social e ambiental, criando uma profunda discrepância entre a racionalidade dos mercados e o interesse social, se interrompeu a constução de um pais com futuro para o seu povo. Dentro do quadro atual da política e da forma como o Estado se organizou, dando centralidade ao Banco Central e às agências reguladoras que mantém manietadas as mãos do Executivo, não há salvação para o Brasil. Quem detém o poder real é o sistema financeiro e seus órgãos de atuação. A fala do Presidente se esvaziou. O que conta mesmo e todos ficam à espera e atentos são as decisões do Banco Central e do COPOM.

Assim é também nos EUA. Bush pode dizer as muitas bobagens que diz, geralmente, num inglês muito ruim, e não conta muito. Mas quando fala o Presidente do FED a nação e o mundo, páram: é ele que decide os destinos da economia, os níveis de juros, o aumento ou a diminuição da dívida externa de todos os paises. A ser isso verdade, nem deveríamos eleger um presidente, mas um presidente do Banco Central. Não é ele que, de fato, decide? Ou então obrigar o candidato à Presidência, já em sua campanha, dizer quem vai ocupar o cargo de Presidente do Branco Central. Ai sim o voto popular contaria e saberíamos, mais ou menos, os rumos do pais.

O que nos falta para sairmos da crise? Celso Furtado nos dá uma sugestão no livro acima citado:"falta-nos a experiência de provas cruciais como as que conheceram outros povos cuja sobrevivência chegou a ser ameaçada". Qual seria nossa prova crucial? Tiremos o exemplo de nosso pais vizinho, a Argentina. Seu Presidente Kirchner não disse ao sistema financeiro mundial e ao Presidente Bush:"não vou pagar a dívida". Seria negar o sistema em sua essência o que o alijaria do mundo. Mas inteligentemente disse: "vou pagar a dívida; mas para cada dolar, pago apenas dez centavos". E não retirou a palavra. E todos, mesmo recalcitrando, tiveram que aceitar. Ele enfrentou a prova crucial e passou. Hoje a Argentina cresce três vezes mais que o Brasil.

Por que nosso futuro Presidente não enfrenta a mesma prova crucial face aos rentistas nacionais? Liberaria fundos para um crescimento real para o povo. Essa seria a verdadeira política que colocaria a economia a serviço do bem comum.

* Leonardo Boff é teólogo, autor dos livros "Que Brasil queremos?", "Paixão de Cristo-paixão do mundo" e "A água e a galinha".

quarta-feira, agosto 30

ONDE PÁRA ESTE SENHOR!



O PS da Maia anda fugido:

Não são convocadas Reuniões da Comissão Política, desde a chamada "tomada de posse", e deviam ser de 2 em 2 meses;


Na Secção de Pedras Rubras certamente não será convocado o Plenário da Secção, que tem de ser de seis em seis meses!


QUEREM ADORMECER OS MILITANTES, PARA CANDIDATAREM NOVAMENTE O ETERNO PERDEDOR: JORGE CATARINO (PAI OU FILHO)?

QUE DIZ A ISTO RENATO SAMPAIO? NADA ?

QUANDO AS RAÍZES FALAM MAIS ALTO






250 anos da Região Demarcada do Douro


Há 250 anos nascia a Região Demarcada do Douro que haveria de se tornar famosa através da excelência dos seus vinhos. Amanhã, começa a celebrar-se condignamente este aniversário, que faz do Douro a mais antiga região vinícola do mundo.


As comemorações dos 250 anos da Região Demarcada do Douro, a primeira do mundo, arrancam amanhã, no Peso da Régua, e prolongam-se até 14 de Dezembro, com eventos nos 21 concelhos abrangidos e ainda em Lisboa, Porto, Londres e Bruxelas.

Em finais de Agosto de 1756, no reinado de D. José I, o Estado português assinou o primeiro documento que dias mais tarde, a 10 de Setembro, criaria a “Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro”.

Nesse mesmo ano, o Marquês de Pombal criou por Lei a Região Demarcada do Douro. Dois séculos e meio depois, a 10 de Setembro, terá lugar a cerimónia solene dos 250 anos da Região Demarcada do Douro.

Nesse mesmo dia decorre uma missa de acção de graças na Sé Catedral de Lamego, com a participação de oito bispos, e termina uma prova náutica com 10 barcos rabelos, que vai realizar-se entre a Régua e o Pinhão.

As comemorações terminam a 14 de Dezembro com a exposição “Marcos da Demarcação”, nas instalações provisórias do Museu do Douro, no Peso da Régua, e que vai resultar do levantamento dos marcos pombalinos e dos trabalhos desenvolvidos pelas escolas da região para o concurso “À descoberta dos marcos pombalinos”.

O concerto de música antiga pela Orquestra Barroca “Norte do Sul”, que marca o encerramento das comemorações, realiza-se na Casa da Música, no Porto.

Durante os quatro meses de comemorações realiza-se também o Festival Internacional “Douro Jazz”, provas de vinhos, conferências, congressos e diversas exposições.

Vai também ocorrer um ciclo de cinema sobre o Douro, com exibição de obras de Manoel de Oliveira, Paulo Rocha, João Botelho e Vítor Bilhete.

O evento internacionaliza-se, entre 7 e 20 de Outubro, com a realização de exposições, conferências, provas de vinhos e um jantar duriense na cidade inglesa de Londres, e entre 10 de Novembro e 1 de Dezembro, com acções idênticas em Bruxelas.

A não perder...

terça-feira, agosto 29




2006-08-28 12:01:27

Câmara da Maia aprova continuação de valores do IMI e Derrama
Oposição discorda do valor do Imposto Municipal sobre Imóveis

A Câmara Municipal da Maia aprovou a continuação dos valores referentes ao Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) e à Derrama (imposto que incide sobre os lucros das empresas). A decisão foi tomada na semana passada em reunião pública do executivo camarário.


Segundo adianta o site Maia Hoje, o valor máximo de 10% sobre o IRC para a Derrama foi aprovado por unanimidade, com a oposição socialista a reconhecer a «necessidade de verbas que a autarquia tem (…)».

Em relação ao IMI, os valores apresentados continuam a corresponder às taxas máximas permitidas (0,8% para edifícios posteriores a 2003 e 0,5% para as construções em reavaliação, que correspondem ao período anterior a 2003).

O presidente da autarquia maiata, Bragança Fernandes, explica que as verbas recebidas pela autarquia estão muito abaixo do que recebia aquando da entrada em vigor do novo sistema, pelo que «só quando as verbas estiverem ao mesmo nível» é que se pensará «em diminuir a taxa».

Os socialistas, por sua vez, segundo cita o Maia Hoje, votaram contra o valor do IMI, alegando que, «numa política de atracção em muitos munícipes e de desenvolvimento, deveria ser aplicado um valor intermédio tal como em muitos municípios da Área Metropolitana» do Porto.

MEU COMENTÁRIO:

Errou o Presidente da Câmara da Maia, certo está Miguel Ângelo Rodrigues, sempre atento, e única figura do PS Maia ainda em actuação, quando vota contra. É preciso destacar que não foram os "socialistas da Maia", que esses andam em descanso desde Março, mas um militante do PS da Maia, que dá a cara; os outros têm vergonha!


PÉ DE VENTO, A NÃO PERDER. VÁ AO TEATRO DA VILARINHA (PORTO)





Eclipse Arte apresenta a terceira edição do certame no Teatro da Vilarinha, no Porto. :: 28-08-2006

O Teatro da Vilarinha, no Porto, abriu novamente as portas à associação cultural Eclipse Arte para o Festival de Artes do Palco, que arrancou ontem e termina no dia 3 de Setembro.

Este ano o certame inclui a estreia de Fausto/Faust, Evangelho segundo Mefisto, marcada para 1 de Setembro, às 21h30, subindo ainda à cena nos dias 2 e 3 à mesma hora.

De acordo com a organização do evento, Fausto/Faust, Evangelho segundo Mefisto, de António M. Rodrigues, é um produto de anteriores performances «à volta do mito de Fausto», concretizadas pela Eclipse Arte, «nos trabalhos Fausto, de Pessoa, e de Fausto, de Goethe, uma tragédia em versão de trio dramático, uma leitura encenada e espectáculo em progresso desenvolvido durante os quatro primeiros meses de 2006 e que passou por Lisboa, Vouzela, Vila Real e Porto».

Neste espectáculo parte-se em busca da desmistificação da figura de Mefisto «naquilo que possa ter de indesejável». Mefisto revela-se um auxiliar de Fausto «na sua ascensão a um mundo mais elevado e perfeito». «Fausto subirá aos céus, como no texto de Goethe, e Mefisto permanecerá na Terra, revelando a sua missão planetária: contribuir para a salvação de todos os homens, nem que para isso tenha de “purificar” as suas almas pelo fogo», refere a organização.

Integrada no Festival está também a reposição de As Catorze Portas, que estreou no dia 7 de Julho no Teatro da Vilarinha. Tal como ontem, o espectáculo estará em cena hoje, às 21h30. Esta comédia teatral de António M. Rodrigues é dedicada ao escritor Jorge Luís Borges e centra-se no conflito entre o palhaço Anton e a sua personagem Asterion, «um mensageiro presente na obra O Aleph, de Jorge Luís Borges».

O terceiro grande atractivo deste Festival é o 4º Estágio Internacional de Jovens Actores, que se inicia hoje e decorre até 2 de Setembro, das 10h00 às 16h00.

O estágio vai ser desenvolvido ao longo de 36 horas de formação e convivência com os princípios técnicos e vivenciais de três referências inspiradoras do trabalho da Eclipse Arte: Grotowski, Mikchael Chekcov e Living Theatre.

O preço de inscrição varia entre 25 euros e 60 euros. O preço dos bilhetes para os espectáculos varia entre 9 euros, 4,50 euros (estudantes e menores de 25 anos) e 3,50 euros (grupos).

Mais informações no blog da Eclipse Arte ou através de contacto para a Eclipse Arte, para os telemóveis 96 2484526 / 96 4714707 / 96 8810939 ou para o email eclipsearte@gmail.com.

O Pé de Vento recebe a Eclipse Arte no Teatro da Vilarinha ao abrigo do programa de acolhimento estabelecido com a Câmara Municipal do Porto.



A VER! DE FORMA CRÍTICA E NÃO DIVERTIDA!

Cultura

Cinema: Documentário ambientalista com Al Gore estreia dia 14 de Setembro


Foto
d.r. Ver Fotos »
«Uma Verdade Inconveniente»

O documentário sobre a campanha do antigo vice-presidente norte-americano Al Gore acerca das mudanças climáticas, «Uma Verdade Inconveniente», estreia em Portugal dia 14 de Setembro, revelou hoje à Lusa fonte da distribuidora Lusomundo.

Dois dias antes, haverá uma ante-estreia em Lisboa, seguida de dabete, organizada em colaboração com a associação ambientalista Quercus.

A ante-estreia contará com intervenções do secretário de Estado do Ambiente Humberto Rosa, do dirigente da Quercus Francisco Ferreira, do especialista em alterações climáticas Filipe Duarte Santos e do ex-secretário de Estado do Ambiente Carlos Pimenta.

O filme, realizado por Davis Guggenheim, estreou-se na Primavera nos Estados Unidos, e até 13 de Agosto, as receitas de bilheteira já tinham atingido 22 milhões de dólares, o que, segundo os produtores, é um valor quase inédito para um documentário.

Quando perguntaram ao presidente norte-americano se tencionava ver o filme, George W. Bush respondeu: "Duvido".

No filme, de cerca de hora e meia, o candidato derrotado do Partido Democrático nas eleições presidenciais de 2000 alerta que o mundo enfrenta "um aprofundamento da crise climática global que nos obriga a agir ousada, rápida e sabiamente".

UM ESPAÇO PARA A POESIA...






Soneto LXVI

No te quiero sino porque te quiero
y de quererte a no quererte llego
y de esperarte cuando no te espero
pasa mi corazón del frío al fuego.
Te quiero sólo porque a ti te quiero,
te odio sin fin, y odiándote te ruego,
y la medida de mi amor viajero
es no verte y amarte como un ciego.
Tal vez consumirá la luz de Enero,
su rayo cruel, mi corazón entero,
robándome la llave del sosiego.
En esta historia sólo yo me muero
y moriré de amor porque te quiero,
porque te quiero, amor, a sangre y fuego.


Pablo Neruda

INTERVENÇÃO DOS LEITORES

cidadão comum deixou um novo comentário sobre a sua postagem "POR FALAR NISSO, ALGUÉM VIU O PS DA MAIA?":

bom blogue este.

segunda-feira, agosto 28

Legislação contra a discriminação de pessoas com deficiências





A lei contempla novos comportamentos considerados práticas discriminatórias, como “a recusa de venda, arrendamento ou subarrendamento de imóveis, bem como o acesso a créditos bancários para a compra de habitação”.

As limitações às novas tecnologias, recusa ou impedimento da linguagem gestual, limitação de acesso a edifícios, locais públicos ou abertos ao público, são outros actos discriminatórios previstos na nova legislação, bem como atitudes no âmbito do emprego, para além do estipulado no Código do Trabalho.

De acordo com o decreto publicado hoje, quem se sinta alvo de discriminação devido às suas limitações e recorra a tribunal, pode vir a receber uma indemnização, com as sentenças, após o julgamento terminado, a serem obrigatoriamente todas públicas.

Uma empresa julgada num caso de discriminação, se provada culpada, para além das coimas, pode ainda ser encerrada ou ver suspensas as suas autorizações, licenças e alvarás até durante dois anos.

POR FALAR NISSO, ALGUÉM VIU O PS DA MAIA?



SE TEM PRESIDENTE DA COMISSÃO POLÍTICA, ESQUECEU-SE QUE ESTA É CONVOCADA DE DOIS EM DOIS MESES!


SE NÃO TEM, ESTAMOS CONVERSADOS

SOBRE O VATICANO II - HOJE




Cidade do Vaticano, 21 ago (RV) - Quarenta anos depois da conclusão do Vaticano II a Igreja ainda procura colocar em prática, as orientações que foram apresentadas naquela reunião de cúpula eclesiástica. A Igreja hoje tem novas feições. Ela está cada vez mais, buscando responder às necessidades e às angústias do homem contemporâneo.

Pe. José Oscar Beozzo estuda, há pelo menos 12 anos, os documentos do Concílio Vaticano II. O sacerdote, que residia em Roma como estudante de Teologia na época do Concílio, afirma que pensou no assunto durante todos esses 40 anos, por isso decidiu aprofundar o tema. A primeira iniciativa foi escrever a todos os bispos e peritos do Brasil que estavam no evento. Ele recebeu coisas preciosas como, por exemplo, as cartas que Dom Hélder Câmara escreveu a cada dia: "Foram seis anos de diálogo com Dom Hélder para ele me entregar as 297 cartas" _ disse Pe. Beozzo.

Na avaliação de Pe. Beozzo, o Concílio Vaticano II foi o maior evento religioso do século XX, que reuniu, durante quatro anos, os bispos de todos os países do mundo. Todas as línguas, raças, as várias Igrejas orientais católicas, além de representantes e observadores das outras igrejas cristãs. "Nunca houve uma assembléia tão importante da cristandade como essa" _ enfatizou o sacerdote. (MZ)

NÃO É SÓ PROTEGER, É FAZER DA DEFESA DO AMBIENTE UMA CAUSA





BENTO XVI CHAMA FIÉIS PARA PROTEGER O MEIO-AMBIENTE

CIDADE DO VATICANO, 27 AGO (ANSA) - O papa Bento XVI convidou hoje a não depredar os recursos naturais da Terra, exortando a compartilhá-los de forma solidária, às vésperas do primeiro Dia para a Salvaguarda do Planeta, que a Igreja promove em 1º de setembro.
Joseph Ratzinger advertiu que "a degradação ambiental torna particularmente insustentável a existência dos pobres da Terra" e fez um forte apelo aos cristãos para que "se comprometam em cuidar da criação, sem desperdiçar os recursos e compartilhando-os de forma solidária".
"A natureza é o grande dom de Deus e está exposta a sérios riscos por opções de vida que podem degradá-la", advertiu Bento XVI.
A poluição, o efeito estufa, o buraco de ozônio, o desmatamento, a desertificação e a exploração indiscriminada são realidades de risco para o ecossistema, segundo os especialistas.
Diante dessa situação o Papa, com vistas à primeira Jornada para a Salvaguarda da Terra que a igreja italiana realizará em 1º de setembro, dedicou ao meio-ambiente parte de seu discurso depois do Angelus de hoje.
Estados Unidos, Japão, Europa, China e Índia exploram 75% da bio-capacidade do planeta, deixando 25% para o resto do mundo, segundo o último relatório "State of the World 2006" do Instituto Worldwatch.
Em 2005 a China sozinha consumiu 26% do aço mundial, 32% do arroz e 47% do cimento.
Nos últimos cinco anos os bosques perderam 36 milhões de hectares e também se calculou que 20% das barreiras de corais foram definitivamente destruídas.
A situação dramática do meio-ambiente e as ameaças sobre o seu equilíbrio já levaram o Papa em outras oportunidades a advertir os governos do possível colapso do ecossistema.
Em fins de julho dirigiu uma mensagem ao Patriarca de Constantinopla, Bartolomeu I, que estava comprometido no Brasil na promoção de um simpósio para a proteção da Amazônia.
"A missão de enfatizar uma catequese oportuna em relação à criação, para destacar o sentido e o significado religioso de sua salvaguarda, está vinculada intimamente ao nosso dever de pastores e pode ter um impacto importante na percepção do próprio valor da vida e em uma solução para os conseqüentes e inevitáveis problemas sociais", disse então Bento XVI.
O apelo mais explícito em defesa do meio-ambiente foi feito pelo Papa na praça de São Pedro em 3 de junho passado. "Não vivam como egoístas e não abusem da Terra", disse nesse dia.

domingo, agosto 27

VAMOS A CONTAS?





O relatório do Balanço Social da Câmara da Maia, respeitante a 2005, possui pontos incompreensiveis.

No respeitante aos trabalhadores estudantes o Quadro 1.17, refere 0 trabalhadores estudantes, enquanto o Quadro 1.19, afirma que foram 683 horas as usadas pelos trabalhadores estudantes.

Pode-se compreender isto?

Pode o Sr. Vereador do Pelouro dizer algo sobre isto?

Mas há mais! Iremos dando contas deste Balanço Social.

sábado, agosto 26

ARTIGO A PUBLICAR NO PRIMEIRO DE JANEIRO

Amanhã será publicado no Jornal O Primeiro de Janeiro, na coluna Água Viva, o artigo da autoria de Joaquim Armindo




OBRIGADO, SENHOR!







ARTIGO PUBLICADO NO PRIMEIRA MÃO

Artigo publicado no Jornal Primeira Mão, em 18/8/2006, da autoria de Joaquim Armindo.



ESTAMOS CONVERSADOS, SR.PRESIDENTE!

Tenho seguido com atenção o cinzento mandato do Sr. Presidente da Câmara da Maia, que nada de importante tem realizado, e mesmo o seu discurso político cheira a mofo, este não é aquele que as maiatas e os maiatos gostariam de ver ao leme do barco, se comparado com o mandato do anterior Presidente Vieira de Carvalho, não vejo “ponta por onde se lhe pegue”; tudo a condizer, até com a malograda oposição que já nem sequer fala, honra seja feita ao Bloco de Esquerda, dando um ar da sua graça. De resto, tudo na mesma, ou o silêncio do companheirismo balofo, ou os ditames de quem ainda vai falando, como do vereador do PS, em boa hora promovido a primeiro. Estas coisas aqui pela Maia vão sendo assim duma catástrofe, que nem as férias conseguem esconder. Vai daí, tenho tentado colocar à mesa algumas questões, que têm merecido desprezo, mas não é por isso que me vão calar, uns e outros, governantes e “opositores”, pois a minha consciência vale mais que tudo isso. Calaram-me nos areópagos públicos, mercê da raiva de saberem a verdade, mas podem estar cientes que continuarei a falar de outros modos. E teria muito para dizer, se duas questões não fossem urgentes referir nesta crónica.

A primeira, a resposta do Sr. Presidente da Câmara da Maia, a uma interpelação em Abril e Junho do corrente ano, na Assembleia Municipal, que fiz como munícipe, resposta essa desajeitada e incoerente na sua formulação, e no respeito que deveria ter para com centenas de habitantes de Moreira e Vila Nova da Telha. A questão é muito simples, o Sr. Presidente da Câmara da Maia comprometeu-se em plenário das populações das citadas freguesias, em Março, que num curto espaço de tempo viria novamente a uma reunião dar informações sobre a linha do Metro. Isto foi aprovado e aceite, por aquele autarca, ao jeito de querer “fugir” o mais rápido possível das pessoas, embora a sua coligação diga “Primeiro aos Pessoas”; aquela reunião de fregueses estava a tornar-se intolerável para quem não tolera a discussão, a análise com serenidade, e o que pretende é encobrir. Diz o Sr. Presidente da Câmara da Maia, na missiva que enviou “Quero informar que esses aspectos foram devidamente tratados com as Juntas de Freguesia de Moreira e V. N. da Telha, em especial com os seus Senhores Presidentes”, ora isto é ridículo, por isso afirmo que foge das pessoas, porque não era aos Srs. Presidentes das Juntas que era devida a informação, mas a nós munícipes, homens e mulheres confiantes na sua palavra e agora se sentem atordoados perante tão inaudita forma de respeitar a sua honra política e a dignidade das populações, que jura e jurou servir. Não podem os moreirenses e vilanovenses de bom senso aceitar esta atrofiada e medrosa forma de actuação; refugia-se nos Presidentes como um amedrontado político que vê na participação política de todos uma aleivosia democrática. Assim Sr. Presidente da Câmara da Maia, não se honra a si, nem àquele que nunca, mas mesmo nunca, se furtou ao contacto com o seu povo, e tenho provas, mesmo quando tudo estava contra a sua forma de solucionar as situações, mostrava ser homem de fibra e por isso merecia o respeito de todos nós, embora discordássemos tantas vezes dele, ao contrário do Sr. Presidente que se refugia no seu gabinete, saindo dele para inaugurar alguma coisa (e poucas são!). É que lhe falta ousadia, força de vencer, e isso não é bom para si, olhe Sr. Presidente que quem lhe diz isto assim cara a cara, não é seu inimigo, porque farto de pancadinhas nas costas estamos nós, de quem a seguir na próxima esquina aí está a trair-nos.

A segunda, sabíamos que o chamado “pulmão do Lidador” estava sujeito a fogos, e continua a estar, fizemos mesmo uma denúncia pública, com fotografias, e chamamos a atenção do Sr. Presidente da Câmara e dos Bombeiros, em 17 de Julho, para a inevitabilidade do que poderia acontecer. O que obtivemos: o silêncio, o deixar tudo na mesma, e os resultados, é que ardeu mesmo. Perante isto só podemos concluir por uma ineficácia da acção política, sem a sensatez de mandar verificar tecnicamente o que se estava a passar, a isto chama-se desmazelo político e incapacidade de gestão da coisa pública; perante uma denúncia, na democracia participativa, actua-se, na autocrática e neoliberal, chaga da nossa sociedade, quedam-se as vontades deixando acontecer, o que poderia ser evitado. Assim agiram os políticos da praça maiata, não com a agilidade de outros tempos, embora não concordando com muitas práticas, outras eram merecedoras de encómios perante situações desta natureza; quantas viagens ao domingo para ver “a sua Maia”, falando com o comum dos cidadãos (uma vez comigo, junto à minha residência, preocupava-se como o destino dum sobreiro), agora nada disto importa, porque as pessoas não estão primeiro, mas metem medo, por isso se temem as pessoas, dado elas não serem ingénuas, mas bem atinentes ao que se passa.

Espero, com sinceridade, para o bem de todos nós, que o poder maioritário na Maia assuma as suas funções gestoras, sustente o futuro, conservando no presente, e vozes, incómodas, como esta que agora se levanta sirvam para construir um futuro mais promissor para quem aqui nasceu, assim como para quem adoptou a Maia como sua terra.

Joaquim Armindo

Membro da Comissão Política do PS da Maia

sexta-feira, agosto 25

INTERVENÇÃO DOS LEITORES

Batuíra deixou um novo comentário sobre a sua postagem "A NOVA LEI DAS ARMAS PROMETE MAIS SEGURANÇA":

O Duelo

O homem do mundo, o homem venturoso, que por uma palavra chocante, uma coisa ligeira, joga a vida que lhe veio de Deus, joga a vida do seu semelhante, que só a Deus pertence, esse é cem vezes mais culpado do que o miserável que, impelido pela cupidez,
algumas vezes pela necessidade, se introduz numa habitação para roubar e matar os que se lhe
opõem aos desígnios. Trata-se quase sempre de uma criatura sem educação, com imperfeitas
noções do bem e do mal, ao passo que o duelista pertence, em regra, à classe mais culta. Um mata brutalmente, enquanto que o outro o faz com método e polidez, pelo que a sociedade o desculpa. Acrescentarei mesmo que o duelista é infinitamente mais culpado do que o desgraçado que, cedendo a um sentimento de vingança, mata num momento de exasperação.
O duelista não tem por escusa o arrebatamento da paixão, pois que, entre o insulto e a reparação, dispõe ele sempre de tempo para refletir. Age, portanto, friamente e com premeditado desígnio; estuda e calcula tudo, para com mais segurança matar o seu adversário. E certo que também expõe a vida e é isso o que reabilita o duelo aos olhos do mundo, que nele então só vê um acto de coragem e pouco caso da vida. Mas, haverá coragem da parte daquele que está seguro de si? O duelo, remanescente dos tempos de barbárie, em os quais o
direito do mais forte constituía a lei, desaparecerá por efeito de uma melhor apreciação do
verdadeiro ponto de honra e à medida que o homem for depositando fé mais viva na vida futura.

INTERVENÇÃO DOS LEITORES

Anonymous deixou um novo comentário sobre a sua postagem "INTERVENÇÃO DOS LEITORES":

uhagwfConcordo e acrescento que os "Contenentais" devem começar a pensar em promover a independencia daquele território

DESCOBERTA DE IMPORTÂNCIA HISTÓRICA - Pessoas vão viver mais e melhor





É uma das descobertas científicas mais marcantes da história da Humanidade. A produção de células estaminais embrionárias, sem a destruição do embrião, permitirá efectuar tratamentos a doenças até agora incuráveis, como a de Parkinson ou a leucemia.

O médico Daniel Serrão, membro do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida, rejubila com este “desenvolvimento técnico” e garante: “As pessoa vão durar muito mais tempo e com melhor qualidade de vida”.

Este método, desenvolvido por cientistas da empresa norte-americana Advanced Cell Technology Inc (ACT), consiste na recolha de uma única célula de embriões humanos com oito a dez células, produzindo duas linhagens de células estaminais embrionárias, sem provocar a morte dos embriões.

Esta era, até agora, a principal reserva levantada pelas comissões de ética internacionais, que condenavam investigações que implicassem a destruição do embrião.

“É frequente dizer-se que a ética é a principal inimiga da ciência, mas foi a ética que estimulou este desenvolvimento técnico, dizendo que não se pode fazer uma escolha entre duas vidas”.

Daniel Serrão diz, em jeito de brincadeira: “Ainda não é a imortalidade. Estamos longe disso ainda. Mas é a ficção científica tornada realidade”.

quinta-feira, agosto 24

A NÃO PERDER





FEIRA DE ARTESANATO DA FOZ DO DOURO / FESTA DE S. BARTOLOMEU


Começa hoje a XVI Feira de Artesanato da Foz do Douro. A decorrer até ao próximo dia 3 de Setembro, contará com a presença de mais de uma centena de artesãos nacionais, a actuação de diversos artistas da música popular portuguesa e com o já habitual cortejo de S. Bartolomeu. Este ano o tema deste emblemático desfile será o cinema, contando com a presença de Manoel de Oliveira.

Uma feira que contará com a presença de 130 artesãos e mais de 50 comerciais abrirá ao público pelas 16h. Com apenas uma participação internacional de Moçambique, a preferência na selecção dos artesãos foi para os nacionais, sendo apenas excepção os de origem dos PALOP e das comunidades portuguesas.

O destaque desta iniciativa vai para o cortejo de S. Bartolomeu, a realizar no Domingo, dia 27, pelas 10h30. O desfile, que percorrerá as ruas da freguesia da Foz, terá como tema o cinema e como convidado o realizador de cinema português Manoel de Oliveira. Terminará no mar, onde diversos fiéis, vestidos com papel, “vão a banhos” para afastar os males.

E para melhor celebrar o nosso S. Bartolomeu ainda poderemos participar na celebração eucaristica que se realizará na Igreja da Foz, ás 11 horas ou ás 19 horas de Domingo.

A feira apresentará, também, um espectáculo de fantoches e de contadores de histórias para os mais novos. Para além destas iniciativas, a programação passará também por actividades colectivas com um torneio de futebol, um de mini-golfe e uma corrida juvenil.

A cerimónia de encerramento será no dia 3 de Setembro, pelas 23h30, seguindo-se de um sessão de fogo de artifício às 00h00.

quarta-feira, agosto 23

A NOVA LEI DAS ARMAS PROMETE MAIS SEGURANÇA




Nos tempos que correm, parece ser cada vez mais fácil adquirir uma arma de fogo. No entanto, a maior parte das vezes elas não são utilizadas como “último meio de defesa” pessoal ou de património (isto se considerarmos que uma arma pode alguma vez ser um meio de defesa).
Cabe a cada cidadão, em consciência, avaliar da perigosidade que representa ter uma arma em sua casa.


Uma morte a cada minuto


De acordo com dados da Amnistia Internacional, morre uma pessoa por minuto no mundo vítima de armas, “essencialmente ilegais” e “muitas delas ligeiras”.
Já a Rede Internacional de Acção Contra as Armas Ligeiras garante que todos os dias morre em média um milhar de pessoas no mundo por disparos de armas ligeiras.

Em Portugal são apreendidas diariamente nove armas em situação ilegal.
No nosso país existe um número de armas ilegais que as autoridades desconhecem.
O Governo pretende que os seus detentores as entreguem ao Estado sem quaisquer consequências. Para o efeito, preparam o lançamento de uma campanha pública, em conjunto com a Comissão Nacional de Justiça e Paz e outras organizações não governamentais.

O novo regime jurídico das armas e munições, que entra hoje em vigor, publicado em Diário da República a 23 de Fevereiro passado, exige garantias de segurança e formação técnica para os detentores de armas, que ficam também obrigados a ter um seguro de responsabilidade civil. A nova lei visa consagrar uma nova classificação de armas de fogo, em resultado das disposições europeias e das recomendações da ONU.


CONTINUO A CONSIDERAR QUE É MAIS SEGURO VIVER SEM ARMAS.

Joao Couto Lopes deixou um novo comentário sobre a sua postagem "INTERVENÇÃO DOS LEITORES":

O que parece é que os nossos governantes têem medo do jardim, se assim não fosse já o tinham mandado á fava, e posto no lugar que ele marece, (abaixo de capacho).
Sendo a madeira do mal criado e mal formado joão jardim, reforço a ideia de que entreguem a madeira ao jardim, só temos a ganhar, tenho é pena dos madeirensses que nao se identificam com o joão jardim e irao sofrer no futuro.

terça-feira, agosto 22

NOSSA RÁDIO




Exmo. Sr. Provedor do Ouvinte da Rádio Pública,

Na sequência da reclamação que lhe apresentei sobre a vergonhosa situação da música portuguesa na playlist da Antena 1, achei que seria oportuno dar-lhe também conta da minha profunda insatisfação relativamente aos espaços musicais de Verão, actualmente no ar. Aproveitando o período de férias de alguns autores/realizadores, a direcção de programas resolveu preencher esses vazios com alargados espaços musicais destacando para os apresentar determinados locutores – os habituais e outros que não é costume assegurarem a emissão de continuidade. Até aqui tudo normal, embora eu pense que a programação de Verão deva ser algo mais do que apenas música. Mas o que me leva, uma vez mais, a recorrer ao Sr. Provedor, é a falta de ecletismo e a baixa qualidade da generalidade dos conteúdos musicais desses espaços. Eu preferia que houvesse espaços diferenciados para cada estilo ou área musical mas como a direcção optou por espaços generalistas, eu não posso deixar de me insurgir justamente contra o monolitismo medíocre que os caracteriza. Efectivamente, esses espaços supostamente generalistas, na verdade não o são porque deixam de fora várias áreas musicais que deviam ter presença garantida no serviço público, designadamente a música popular portuguesa, o fado e a música latina (fora da estética pop). Até a música anglo-americana (actual e passada) que é escolhida está longe de ser a melhor. Desconheço se a escolha da música desses alinhamentos está a cargo do chefe de playlist, Rui Santos (agora também ele apresentador), ou se são os locutores de cada espaço que seleccionam a música que apresentam, em obediência a bitolas e instruções ditadas pela direcção de programas. Em qualquer dos casos, a música que tem sido transmitida não difere muito da que vem sendo debitada pela playlist nos últimos tempos. É verdade que foram introduzidos mais temas, mas constata-se que o critério de escolha continua a ser o mesmo: a música pop de cariz mais comercial e estranhamente (ou talvez não) incidindo nos nomes do costume que são, inclusive, repetidos de espaço para espaço (foi o caso de Madonna ontem de manhã, por exemplo). Se no tocante aos artistas portugueses e lusófonos a situação de favorecimento de uns e marginalização/boicote de outros se mantém, a música anglo-americana que há meses registara uma ligeira melhoria voltou a piorar. Com efeito, a maior parte da música britânica e norte-americana que nos é dado ouvir é da mais banal e medíocre, o que não se compreende por haver tanta e boa música em língua inglesa (e também instrumental). A propósito, abro aqui um parêntesis para manifestar o meu descontentamento pelo facto da rádio pública (no conjunto das três antenas nacionais) estar a descurar a música instrumental que não se enquadra nos registos clássico/erudito, jazz ou étnico. Assinalo o programa "Argonauta", de Jorge Carnaxide, dedicado à música electrónica de ambientes ('música para relaxar a mente'), mas faz falta um espaço que contemplasse outras estéticas de música instrumental. Voltando aos espaços musicais de Verão da Antena 1, não vou ao ponto de dizer que toda a música pop seja de deitar fora, mas é indubitável que a maioria da que prolifera na Antena 1 se conta entre a pior que se podia escolher. Isto pode ser uma opinião pessoal, mas tenho a certeza de que há muita gente a partilhar o meu ponto de vista. Por exemplo, alguém me consegue explicar por que razão a Antena 1 despreza quase por completo a melhor música anglo-americana dos anos 60 e 70? Música que eu não tive oportunidade de ouvir no tempo em que foi feita (por incontornável desfasamento temporal) mas que tenho vindo a descobrir e que considero muito superior a muita que se produziu depois. Não cumpriria ao serviço público divulgar essa música (os hits e também os temas menos conhecidos), não só a pensar nos ouvintes cuja juventude coincidiu com a época em que tal música foi criada mas também para que os ouvintes mais novos tivessem oportunidade de a conhecer, alargando assim os seus horizontes além dos produtos hoje em voga? Por acaso, até existe um programa de autor chamado "Ondas Luisianas", agora também em edição vespertina ao sábado, que podia desempenhar um importante papel nesse propósito. Infelizmente, Luís Filipe Barros teima em passar quase exclusivamente o pop/rock mais comercial dos anos 80 e em dar pouca atenção aos anos 60 e 70, ignorando quase por completo o blues rock e o rock progressivo. Já me dei ao cuidado de lhe escrever sobre o assunto mas, lamentavelmente, fez ouvidos de mercador. Luís Filipe Barros já mostrou que é capaz de fazer muito melhor, pelo que ponho a hipótese de ele estar a cumprir ordens vindas de cima no sentido de privilegiar os anos 80. É pena!
Penso que época estival podia ser uma excelente altura para dar aos ouvintes coisas diferentes do corriqueiro pop mainstream e que lhes refrescassem a cabeça. A rádio não serve apenas para dar às pessoas o que elas já conhecem e de que eventualmente já estão fartas; serve também para abrir caminhos e possibilitar a descoberta, porque insistir sempre no mesmo e no mais batido além de ser empobrecedor representa mau serviço público. E, neste âmbito, volto a chamar a atenção para a total e criminosa ausência da música popular portuguesa nos espaços musicais do presente Verão. Será que quem escolhe a música, acha que essa área musical não é apropriada para se ouvir no tempo do calor? Parece que sim! Mas eu permito-me discordar em absoluto dessa opinião. A propósito, não seria totalmente lógico que os horários dos programas "Lugar ao Sul" e "Passeio Público" fossem preenchidos com música popular portuguesa (tradicional e de autor), de modo a corresponder ao gosto do auditório fiel desses programas? É uma sugestão que deixo para o próximo Verão, isto claro está, sem prejuízo de serem entretanto criados mais programas/espaços dedicados à música popular portuguesa e ao fado, não esquecendo a necessária e urgente correcção da situação de marginalização/boicote destas importantes áreas da nossa música na playlist. Os muitos ouvintes da Antena 1 que apreciam a música mais autêntica de Portugal ficam na expectativa de que as suas justas pretensões sejam atendidas.

Com os mais respeitosos cumprimentos,

Álvaro José Ferreira


P.S. : Se a direcção da Antena 1 quiser, eu estou disponível para enviar graciosamente uma lista de intérpretes/músicas, designadamente de música portuguesa e anglo-americana, como propostas para a playlist.

INTERVENÇÃO DOS LEITORES





Sr. Eng.º Joaquim Armindo
Se estiver de acordo, em ocupar algumas linhas no seu blog, envio-lhe um desabafo de indignação, que passo a escrever:



A MADEIRA é do JARDIM



Desde que me conheço sempre ouvi publicitar o arquipélago da Madeira, como A MADEIRA É UM JARDIM! Afinal o mais correcto será definir aquelas ilhas pelo título acima.

Perguntarão, porque num blog onde se fala de politica local (Concelho da Maia), vem um tipo qualquer falar da Madeira! Uma das razões até poderia ser a similitude entre as atitudes dos políticos dos dois pedaços de território nacional, com a devida proporcionalidade em sentido genérico…

Mas a principal, no que ao arquipélago diz respeito, é a de como cidadão Português me considerar frustrado por as entidades Nacionais, desde a Presidência da República, aos chamados representantes e pagos pelo Povo com assento no Palácio de S.Bento, o Governo, o Tribunal Constitucional e o Ministério Público, na pessoa do Procurador-Geral da República, no desempenho das suas competências, não terem uma firme e pública tomada de posição, ou de acção, contra os desmandos do senhor Alberto João Cardoso Gonçalves Jardim, Presidente eleito do Governo da Região Autónoma da Madeira, e que por inerência, não por mérito reconhecido, ter assento no Conselho de Estado.

Quer na sua qualidade de dirigente partidário máximo local, quer nas suas funções no governo regional, em que foi investido, profere permanentemente em público e nos meios de comunicação social, dislates e ameaças altamente ofensivos ao Povo Português, ao Governo do País, e a outras Instituições, às quais quer como cidadão, quer pelas suas funções oficiais, tem a obrigação de guardar digno respeito.

As suas acções são ciclicamente mais virulentas quando qualquer que seja partidariamente, o Governo do País, este inicia a preparação do Orçamento de Estado para o ano seguinte; uma forma de pressão de conseguir as receitas que suas bananas, turismo, paraíso fiscal, etc., são insuficientes.

É público ser do orçamento do “rectângulo”, como habitual e pejorativamente designa o Continente Português, e das quantias para o efeito atribuídas pela União Europeia, que saem as maiores verbas que lhe permitem não só as inegáveis obras de progresso da Região, como os arraiais e romarias, como que dono e senhor feudal distribui benesses (leia-se bons copos e merendas) aos seus aparentemente assim anestesiados e eleitores maioritários locais.

O domínio consentido de autoritarismo, arrogância com que se impõe directamente ou por via dos seus correligionários na Assembleia Regional, nos meios de comunicação local, e pasme-se até nos clubes ditos desportivos da Região, ditaria que quem de direito lhe impusesse cobro.

Não fora a Constituição Portuguesa actual, seria tempo de os tais representantes do Povo ultrajado por aquele cidadão, concederem àquela actual Região Autónoma, a Independência total, desvinculando-a assim do Estado Português, e libertando o Orçamento do Estado, das inerentes transferências de verbas, tão necessárias no restante País.

Pois que, como não somos surdos, e os nossos impostos dão ração a certos políticos, não podemos continuar a seguir o dito popular “os cães ladram e a caravana passa”.

O Moiro cómico



segunda-feira, agosto 21

SE FOR A COIMBRA NÃO PERCA





Embarcações do Mondego - Barca serrana de regresso


Por iniciativa da Águas de Coimbra, a tradicional barca serrana volta a navegar nas águas do Mondego. Os passeios são gratuitos e vão realizar-se até ao final de Agosto e ao longo do mês de Setembro, todos os sábados e domingos, entre as 15H00 e as 18H00. O cais de embarque situa-se no Parque Verde do Mondego, junto à zona de restauração. Conduzida por dois barqueiros experientes, um à proa e outro à ré, a barca é movida pela força dos braços, cravando as varas no fundo do rio e fazendo-a deslizar, como dita a tradição. Podem embarcar 12 pessoas por passeio, adultos e crianças, que terão obrigatoriamente de usar os coletes de segurança cedidos pela Águas de Coimbra. Depois, é só aproveitar um passeio tranquilo pelas águas do Mondego, a bordo da “velha” barca.

A GUERRA PARECE NÃO TER FIM...






O Irão testou dez mísseis terrestres de curto alcance que, segundo as autoridades iranianas, não são detectáveis pelos sistemas defensivos de potenciais inimigos.
Depois de se recusar a suspender o programa nuclear, o Irão aposta no desenvolvimento de novas armas.

O Irão tem levado a cabo exercícios para melhorar a sua habilidade em combate e para testar equipamentos como mísseis, tanques e outros veículos blindados originando novas tensões no Médio Oriente.

O Ocidente defende que o programa nuclear iraniano serve o fabrico de bombas, mas o Irão nega as acusações e responde que o programa é utilizado para a produção de electricidade.
Depois de o Irão ter recusado cumprir a resolução da ONU que exigia a suspensão total do programa de enriquecimento de urânio naquele país, o ministro voltou a frisar que o Irão está irredutível na decisão que tomou.

E parece que tudo isto não tem fim à vista.

domingo, agosto 20

ARTIGO PUBLICADO NO PRIMEIRO DE JANEIRO

Artigo publicado no Jornal O Primeiro de Janeiro, de 20/8/2006, da autoria de Joaquim Armindo


ÁGUA VIVA



UM DEUS PAI E MÃE


A revista Além – Mar, dos Missionários Combonianos, no seu número de Julho/Agosto, informa-nos da realização do V Encontro Continental de Teologia Índia, tema que como é natural nos nossos media passou completamente despercebido. Os representantes de quinze países, reunidos no Brasil, proclamaram ao mundo que a economia neoliberal é uma “praga” que impõe “divisões, perda de identidade, abandono das nossas terras, violência intrafamiliar”, e propõe “ a todas as nações e governos do mundo, a todas as Igrejas”, que “convocados pelo Criador das águas e das florestas, o Deus Grande Pai e Mãe”, a união “com imensa ternura, com palavras floridas e danças incentivadas por macarás, flautas, violões, com corações dispostos a partilhar esperanças e sonhos de um outro mundo possível, onde a força dos pequenos é alternativa de vida”.

Este manifesto dirigido também a nós cidadãs e cidadãos de Portugal, em que participaram seis Bispos, é um grito de alerta (a sentinela da cidade), dos mais pequenos, que nada possuindo, ainda conseguem proclamar que “a sua força está na dança e na festa, na espiritualidade que os vincula com Deus Pai e Mãe da vida”, porque sabem que os nossos “mitos, os nossos ritos e experiências históricas são, para nós, expressão do sagrado. As orações e as danças (…) são uma contínua purificação dos males e das pragas que o sistema neoliberal nos impôs”.

A nós que partimos para férias este manifesto não deixa de ser uma sadia provocação, e de constituir uma reflexão séria sobre o que andamos a fazer nesta sociedade para “multiplicar sonhos e utopias”, em defesa da vida, porque Deus que é Pai e Mãe, não está distante, mas é familiar, porque está dentro de cada mulher e homem, com quem nos cruzamos no quotidiano das nossas vidas, unindo as diferenças, dado afinal sermos todos criados à sua imagem e semelhança. A sua afirmação de que a Luz, dom do Espírito da Terra e da Água, já se encontra em todos os povos indígenas, em todas as culturas e religiões, deverá fazer-nos afirmar como eles que “longe de impormos uma ideologia, testemunhemos e anunciemos o Evangelho de Jesus”.

Joaquim Armindo
Mestrando em Saúde Ambiental e Licenciado em Ciências Religiosas

jarmindo@clix.pt

http://www.bemcomum.blogspot.com

Escreve no JANEIRO, quinzenalmente

BEM COMUM PRESTA HOMENAGEM AO IRMÃO ROGER





Irmão Roger, defensor da paz, foi assassinado há um ano, quando uma jovem agrediu o monge, de 90 anos, com uma arma branca no pescoço.

Pela sua vida e pela sua morte, o irmão Roger motivou o mundo a seguir o caminho da confiança em Deus vivo cujo amor e o perdão são sem limites.

Em 1940, o irmão Roger deixou a sua terra natal para ir viver em França e aí criar uma comunidade onde se concretizasse todos os dias a reconciliação entre cristãos. Entre outras coisas, em plena 2ª Guerra Mundial, na pequena aldeia de Taizé, na Borgonha, escondeu refugiados, principalmente judeus.

"O seu testemunho de fé cristã e diálogo ecuménico foi um ensinamento precioso para gerações inteiras de jovens" – lembrou o Papa Bento XVI.

Desde os finais dos anos 50, o número de jovens que foram a Taizé cresceu sensivelmente.
Aquela comunidade ecuménica junta hoje uma centena de irmãos, católicos e de diversas origens evangélicas, de mais de 25 países. É para os cristãos das diferentes igrejas e confissões um exemplo de reconciliação e de unidade.

INFORMAÇÃO





Desde ontem às 21 horas que os contadores dos blogues, não contabilizam as páginas que foram visitadas, daí que a contagem estar a zero não significa, de forma alguma, que os blogues não estejam a ser visitados.

sábado, agosto 19

RESPOSTA A FERNANDA MESTRINHO




Cara Senhora Fernanda Mestrinho,

Antes de mais quero agradecer-lhe a sua resposta. Dado que me acusa de falta de objectividade, aproveito para acrescentar algumas palavras, em complemento à minha exposição de 11 de Agosto corrente. Em primeiro lugar, gostava que ficasse bem claro que o que eu contesto não são propriamente os nomes que figuram na playlist da Antena 1. A razão da minha contestação é bem diferente. O que eu contesto é que alguns deles (Mesa, GNR, Clã, Pólo Norte, Pedro Abrunhosa, Paulo Gonzo, Beto, João Pedro Pais, Delfins, Filarmónica Gil, Xutos & Pontapés, David Fonseca, Gift, Hands on Aproach, ZZ Special) passem com uma frequência acima do razoável e, principalmente, que muitos outros – alguns deles figuras de referência da música portuguesa – sejam marginalizados ou, pura e simplesmente, excluídos. A maioria desses nomes consta na lista que elaborei com base na minha escuta atenta da Antena 1 e a que dei o sugestivo nome de Index da Música Portuguesa. Não será essa lista suficientemente objectiva? E levantará alguma espécie de dúvida a quem se der ao cuidado de ouvir com alguma atenção a emissão da Antena 1 que o género pop é flagrantemente hegemónico e que a música popular portuguesa (tradicional e de autor) e o fado são residuais? Será isto aceitável na rádio do Estado? Convém não esquecer que a rádio pública é financiada por todos os cidadãos e empresas de Portugal e não apenas pelos apreciadores do pop/rock. Por isso, espero que não me venham com o argumento falacioso e disparatado do target porque se algum público-alvo a Antena 1 deve ter é toda a população portuguesa dos 0 aos 100 anos, caso contrário uma parte significativa dos portugueses fica sem uma rádio para ouvir. Aliás, uma das lacunas na programação actual da Antena 1 é não ter um espaço destinado ao público infantil. Assim como também constitui uma lacuna grave não haver um programa dedicado à música popular do passado – portuguesa e latina –, um pouco à semelhança do que era feito nos programas "O Amigo da Música" e "Café Plaza". Se existe um programa – "Ondas Luisianas" – dedicado ao pop/rock dos anos 60, 70 e 80 não se compreende que não exista também um programa dedicado à música popular portuguesa e latina do mesmo espaço temporal onde se pudessem ouvir nomes como José Afonso, Adriano Correia de Oliveira, Fernando Machado Soares, Carlos Paredes, Luiz Piçarra, Amália Rodrigues, Alfredo Marceneiro, Lucília do Carmo, Maria Teresa de Noronha, entre tantos outros. Isto, claro está, sem prejuízo dessa música também constar na playlist, tanto mais pelo peso imenso que os alinhamentos de continuidade têm na grelha. A boa música não tem idade. Caso contrário, hoje já não se ouviriam compositores como Vivaldi, Bach, Mozart ou Beethoven e só ouviríamos Sockhausen, Boulez, Xenakis ou Nono, aliás também eles já ultrapassados e que nalguns casos nos legaram música mais velha que a dos mestres do passado. Velha é a música que não resiste à passagem do tempo. E mesmo no caso da música nova não erudita, será toda ela pop ou rock? Nem por sombras! Por exemplo, por que motivo não está representada na playlist da Antena 1 a música popular portuguesa da nova geração, designadamente da área folk/tradicional? Apresento alguns exemplos concretos: Pedro Jóia, Filipa Pais, Contrabando, Quadrilha, Frei Fado d´El-Rei, Realejo, Danças Ocultas, At-Tambur, Roldana Folk, Mandrágora, Mu, Dazkarieh, Chuchurumel, Popularis e Galandum Galundaina. Se os conteúdos musicais que vêm sendo privilegiados na playlist são, alegadamente, para rejuvenescer o auditório e torná-lo mais urbano, como se explica que fiquem de fora aqueles interessantes artistas/grupos (aliás, aclamados pela crítica) cujos fãs são na maioria jovens urbanos com idades na casa dos 20 e dos 30? Acrescento que o argumento do rejuvenescimento do auditório cai por terra quando nomes da anterior geração como Paulo de Carvalho, António Variações, Heróis do Mar, Sétima Legião, Jorge Palma, Rui Veloso, Sérgio Godinho ou Luís Represas passam com alguma frequência. Devo dizer que não tenho nada contra estes nomes pois até os aprecio genericamente, mas é inegável que eles estão a ser notoriamente favorecidos comparativamente a outros da mesma geração e de igual valia (ou superior) como Fausto Bordalo Dias, Vitorino, Pedro Barroso, José Mário Branco, Luís Cília, Manuel Freire, Luiz Goes, Janita Salomé, Paco Bandeira, Afonso Dias, João Afonso, Amélia Muge, Né Ladeiras, Pedro Caldeira Cabral, Júlio Pereira, Rão Kyao, Brigada Victor Jara, Ronda dos Quatro Caminhos, Vai de Roda, etc.

Com os melhores cumprimentos,

Álvaro José Ferreira

BOAS NOTICIAS





Camada de ozono está a recuperar


A camada de ozono está finalmente a recuperar, depois de décadas de redução, anunciaram ontem dois organismos das Nações Unidas.

A World Meteorological Organisation (WMO) e a UN Environmental Programme (UNEP) dizem, no entanto, que a camada protectora, que faz a filtragem das radiações solares, está a recuperar de uma forma mais lenta que o previsto.

Em algumas áreas da Europa, América do Norte e Ásia e ainda na Austrália, América Latina e África, essa camada protectora deverá voltar aos valores registados antes de 1980 apenas em 2049. Isto significa que será cinco anos depois da previsão feira pelos cientistas em 2002.

A informação avançada pelos dois organismos servirá de base para o debate, no próximo ano, sobre os efeitos do Protocolo de Montreal, de 1987, segundo o qual todos os países signatários iriam progressivamente abandonar o uso de produtos com efeitos negativos na camada de ozono.

Na zona da Antárctida, onde a camada de ozono se apresenta mais danificada, a sua recuperação está ainda mais atrasada, prevendo-se atingir valores aceitáveis apenas em 2065.

A INTENÇÃO É BOA...





UNIDADES DE SAÚDE FAMILIAR

O Governo conta resolver a falta de médico de família com a criação de cem unidades de saúde familiar. As primeiras abrirão em Setembro e as restantes até ao fim do ano. O ministro considera que com estas estruturas “regressará à pureza do conceito de medicina familiar”.

Actualmente, cerca de um milhão de portugueses não tem médico de família, um problema que a tutela acredita poder começar a resolver com as USF. De acordo com o despacho que criou o modelo, estas unidades devem estar assentes em equipas multiprofissionais – constituídas por especialistas em medicina geral e familiar, enfermeiros, administrativos e outros profissionais de saúde – e têm como objectivo “uma prestação de cuidados de saúde mais próxima dos cidadãos” e “a reconfiguração dos novos centros de saúde, como entidades enquadradoras dessas mesmas unidades”. As equipas que se candidatem a uma USF devem “agrupar-se com respeito pelas listas de utentes que estão atribuídas aos médicos integrantes da equipa”. Estas equipas terão de “comprometer-se à prestação de cuidados de saúde de forma personalizada, garantindo a acessibilidade, a continuidade e a globalidade dos mesmos à população inscrita nas listas de utentes dos médicos especialistas em medicina geral e familiar que integram a unidade de saúde familiar”.

sexta-feira, agosto 18

TURISMO DE NATUREZA






Para tirar quaisquer dúvidas sobre como investir em Turismo de Natureza, está disponível na Internet, desde o início desta semana, um manual informativo intitulado “Manual para o Investidor em Turismo de Natureza”.

Legislação aplicável, procedimentos para o licenciamento e animação turística em Turismo em Espaço Rural (TER), entre outras matérias, tudo está presente neste instrumento que se apresenta como um importante meio de trabalho e suporte para técnicos, formadores, agentes de desenvolvimento, empresários e potenciais empreendedores, que pretendam apostar no turismo como motor de desenvolvimento sustentável e de qualidade de vida.

Porque os possíveis futuros investidores neste segmento de mercado têm frequentemente de ultrapassar uma complexa teia de procedimentos e formalidades, os organismos envolvidos na elaboração do manual entenderam que o mesmo devia reunir e sistematizar “toda a informação legal e facilitadora da iniciativa de turismo de natureza, até à data dispersa”.

Promover a diversificação da oferta e melhorar a qualidade e competitividade de produtos e serviços turísticos, são alguns dos objectivos do manual.

No fundo é uma forma de tornar o manual ainda mais acessível e útil, potenciando a sua divulgação massificada e promovendo um conhecimento aprofundado sobre as condicionantes fundamentais para um turismo da natureza sustentável.

O manual está disponível nas páginas www.minhaterra.pt, www.antemare.org e www.icn.pt.

PARA DEFESA DOS CONSUMIDORES





Festival das Tapas em Vila Real de Santo António

Autoridades detectam falta de condições sanitárias e de higiene


Uma inspecção da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) levou ao levantamento de nove autos de contra-ordenação por falta de condições sanitárias e de asseio e higiene no Primeiro Festival de Tapas de Vila Real de Santo António.

O porta-voz da autoridade tutelada pelo Ministério da Economia explicou que "uns autos foram levantados por falta de condições sanitárias e outros por falta de asseio e higiene" e garantiu que a inspecção já estava programada, ao contrário do que foi sugerido por alguns.

O responsável da ASAE assegurou que a inspecção faz parte de "uma opção planeada para todas as festas de Verão - à semelhança do que aconteceu no recente festival de Paredes de Coura, no Sudoeste ou no Rock in Rio, entre outros – para garantir a segurança alimentar dos consumidores”.

O primeiro festival de tapas está a decorrer em Vila Real de Santo António desde quarta-feira e vai terminar no domingo, com restaurantes e bares a servir petiscos típicos de Portugal e de Espanha, numa iniciativa que conta ainda com espectáculos de animação e música ao vivo.

quinta-feira, agosto 17

ARTIGO A PUBLICAR NO PRIMEIRA MÃO

Amanhã no Jornal Primeira Mão, será publicado um artigo da autoria de Joaquim Armindo:



ESTAMOS CONVERSADOS, SR. PRESIDENTE!



em que se responde ao sr. Presidente da Câmara da Maia

Exmo. Sr. J. Armindo, vamos responsabilizar publicamente e sem rodeios os culpados pelo fim do Pulmão do Lidador.
E que a população seja informada do que é feito aos incendiários, e a quem os manda atear fogo.
----- Original Message -----
Sent: Wednesday, August 16, 2006 4:37 PM
Subject: proteger as florestas

João Couto Lopes
Rua A nº 33
Urbanização da Bouça Grande
4470-719 Vila Nova da Telha - Maia
B.I. -- 2997239
Fiscal - 119616483
Assunto: as nossas florestas
Maia 16/8/2006
Exmo. Sr. Ministro da Administração Interna, Dr. António Costa.
Como cidadão preocupado com as nossas florestas, em Agosto de 2005 alertei o Sr. Presidente da Câmara Municipal da Maia, Chefe máximo da protecção civil na Cidade, do perigo de incêndio no intitulado Pulmão do Lidador nesta Cidade. porque os serviços da câmara dias antes limparam a mata junto ás casas. mas deixaram o entulho (silvas e mato) seco junto à mesma, e assim pondo em perigo a floresta, pedi ao Sr. Presidente para que manda-se retirar todo o mato seco que era um autentico barril de pólvora enviei fotos, e como o Sr. Presidente nada fez no espaço de um ano, no dia 15 de Julho de 2006 ao ver que nada tinha sido feito para proteger o Pulmão do Lidador, e o perigo que existia de incêndio, alertei o Sr. Dr. António da Silva Lopes, Coordenador da Protecção Civil da Maia enviando-lhe fotos, de mato seco na floresta, mas também não mereceu a atenção devida, e o inevitável aconteceu, no dia 9 de Agosto de 2006 ficamos sem o Pulmão, ardeu todo, a desgraça não foi maior porque os bombeiros não deixaram, mesmo assim esteve habitações em perigo.
Os responsáveis por este crime ficam imunes ?.
O Sr. Ministro da Administração Interna tem poderes para responsabilizar os culpados, porque assim não sendo, para que estão a pagar a estes senhores que não querem proteger as florestas, pondo em perigo as populaçoês.
Não adianta pedir aos cidadãos para proteger as florestas porque os principais responsáveis pelas florestas não as protegem.
parece haver interesses imobiliários nesse terreno do Pulmão do Lidador.
junto envio copia de documentos enviados ao Sr. Presidente da Câmara Municipal da Maia, e ao Sr. Coordenador da Protecção Civil.
Sem mais de momento, os meus respeitosos cumprimentos.
João Couto Lopes


joao couto lopes deixou um novo comentário sobre a sua postagem "EM 17 DE JULHO, AQUI DIZIAMOS QUE PODIA ACONTECER, E ACONTECEU!":

Pulmão do Lidador
Á culpados sim senhor!
ontem dia 16/8/06 informei por e-mail o Sr. Ministro da Administração Interna Dr. Antonio Costa, no sentido de que os responsaveis por este crime não fiquem imunes, enviando-lhe todos os documentos que tenho.

FALECEU O PROFESSOR DOUTOR JOSÉ MANUEL PINA CABRAL

Antigo Professor da Faculdade de Medicina faleceu o Professor Doutor JoséManuel de Pina Cabral.


É com muita solidariedade cristã e profunda amargura que noticio este falecimento. Um dos meus grandes amigos e pai da minha querida amiga Helena Pina Cabral.

Aqui, deste blogue, as minhas mais profundas homenagens, a um Homem que deu tanto de si.


HÁ MAIS UM SANTO NO CÉU!

quarta-feira, agosto 16

DO BLOGUE A NOSSA RÁDIO

Audiências de rádio: o debate está lançado!

Positivo foi o esforço de relançar o debate acerca do modo anómalo como são efectuados os estudos de audiência do medium rádio. De diversos blogs vieram desafios e contributos. Clique nos links para perceber o âmbito e o alcance das diversas intervenções:

Vale a pena passar por um conjunto de textos acerca da mediação de audiências de rádio. Todos eles críticos face ao modelo ainda adoptado em Portugal e que, de facto, levanta algumas questões. - Rádio e Jornalismo

Mas poderão os indicadores apontados por este sistema estar longe da realidade? Muitos respondem “sim” a esta pergunta, porque, na era da mobilidade (telemóvel, Internet sem fios, etc.), a Marktest ainda faz os inquéritos através do telefone fixo. - A Rádio em Portugal

Mais uma vez insisto na ideia de que é precisa uma nova metodologia na análise das audiências de rádio, porque esta (a das entrevistas telefónicas feitas para casa dos hipotéticos ouvintes, com base na memória do dia anterior) já deu o que tinha a dar. - Blogouve-se

Há um ponto fundamental: as empresas de radiodifusão não têm dinheiro para pagar um modo mais moderno de medir audiências, alargando a amostra e fazendo a medição diária. - Indústrias Culturais

Enquanto as audiências de rádio (e de tudo o resto, diga-se de passagem...) não forem feitas por concurso público, aberto, para um período que pode ser até três anos, a vergonha continuará. Os monopólios têm destes problemas... - António Granado

Quando (nos finais dos anos 90) a Radiodifusão Portuguesa se desvinculou do estudo da Marktest, agiu de forma acertada e correcta. Seria uma farsa (para não dizer uma burla) pactuar com um arremedo de estudo estatístico que enferma de vício que deturpam totalmente os resultados. - A Nossa Rádio

Será que alguém vai aceitar o repto lançado pelo João Paulo Menezes:

Nas redacções não há ninguém disponível para fazer um trabalho sobre a questão das audiências analógicas feitas pela Marktest?

E A RESPOSTA.




Excelentíssimo Senhor Álvaro J. Ferreira, caro Ouvinte.

Os meus cumprimentos.

O Provedor do Ouvinte recebeu com interesse as preocupações que manifesta nos seus correios de 2 de Agosto e de hoje, acerca das escolhas musicais na Antena 1: elas revelam a atenção com que segue o trabalho dos Profissionais desta Estação do Serviço Público da Rádio portuguesa.

As questões que Vossa Excelência levanta, com todos os seus muito elaborados considerandos – e ainda que não prezando a objectividade que seria recomendável usar relativamente a matérias desta natureza – estão a merecer a aprofundada análise do senhor Provedor.

Desta forma, caso o caro Ouvinte tenha interesse em conhecer, no devido tempo, os desenvolvimentos próprios decorrentes do exame que o Provedor do Ouvinte efectuará aos dados que internamente vier a reunir a respeito das matérias que refere, não deixaremos de lhe dar conhecimento.

Nessa expectativa, aproveito para apresentar a Vossa Excelência, em nome do Provedor e no meu próprio, a renovada expressão dos nossos

melhores cumprimentos

Fernanda Mestrinho

Chefe de Gabinete




Exmo. Sr. Provedor do Ouvinte da Rádio Pública,

Segundo a legislação que enquadra o serviço público de radiodifusão é obrigação da rádio pública a defesa e promoção da língua e cultura portuguesas e dos valores que definem a identidade portuguesa. Ora acontece que a música portuguesa (cantada em português ou instrumental) é justamente uma das artes que melhor exprime os valores da portugalidade e um veículo privilegiado para a promoção e cultivo da língua lusa. A empresa pública de radiodifusão – RDP – tem três canais nacionais: um cultural – a Antena 2, reservado à música clássica, ao jazz e à cultura de pendor mais erudito; e dois canais generalistas – a Antena 3, dedicado aos jovens e que emite música anglo-americana e algum pop/rock de produção nacional; e a Antena 1, reservado à informação, ao futebol e à música não erudita em geral, devendo cumprir por imposição legal uma determinada quota de música portuguesa. Assim sendo, quando sintonizamos a Antena 1 seria expectável que ela nos desse a ouvir a melhor música (não erudita) que se faz (ou fez) em Portugal, abrangendo os vários estilos e contemplando um leque de artistas – cantores, músicos e grupos – tão amplo quanto possível, desde os nomes consagrados e de créditos firmados até aos mais novos e em início de carreira. Como sou um ouvinte atento, posso testemunhar com conhecimento de causa que não é isto o que tem vindo a acontecer na Antena 1, com as honrosas excepções da rubrica "Alma Lusa", de Edgar Canelas e de quatro programas de autor, todos eles de periodicidade semanal: "Lugar ao Sul", de Rafael Correia; "Vozes da Lusofonia" e "Passeio Público", de Edgar Canelas; e "Viva a Música", de Armando Carvalheda. Como o Sr. Provedor saberá certamente melhor do que eu, o grosso da música portuguesa que passa na Antena 1, embora apresentada pelos locutores de continuidade, não é escolhida por eles já que são obrigados a tocar os temas de uma lista pré-definida debitada por um sistema informático, vulgarmente conhecida por 'playlist'. Acontece que a maior parte da música portuguesa escolhida para figurar nessa 'playlist' não prima pela qualidade nem pela diversidade. Admito que a qualidade nem sempre seja fácil de averiguar porque, por um lado lado, depende dos critérios usados e, por outro, há sempre um apreciável grau de subjectividade na sua avaliação. Já mais fácil e objectiva de analisar é a falta de diversidade de estilos musicais representados na 'playlist', o notório desequilíbrio entre os artistas contemplados e a exclusão inconcebível de muitos outros. Embora com algumas dúvidas (que só uma monitorização externa e isenta poderá desfazer), não contesto que a Antena 1 esteja a cumprir a percentagem de música portuguesa legalmente estipulada, mas é inegável que o preenchimento de tal quota é feito de uma forma tendenciosa, enviesada, e com distorções aberrantes e intoleráveis. Senão vejamos: há um lote de artistas (todos da área da pop) que tem uma promoção desmesurada através da repetição massiva de um ou dois temas (todos os dias e mais do que uma vez), outros passam muito raramente enquanto que um extenso rol de nomes de reconhecida qualidade está a ser alvo de um escandaloso boicote (vide o Index da Música Portuguesa, em anexo). É caso para dizer: uns são filhos, alguns outros enteados e a grande maioria nem sequer enteados chegam a ser – foram pura e simplesmente expulsos de casa como se tivessem a peste. Em face disto, há uma pergunta que se impõe: se não é devido à falta qualidade, então como se explica que tantos artistas de mérito não tenham lugar (ou tenham uma presença residual) na 'playlist'? O quadrante ideológico desses cantores e músicos? Neste momento, já nem parece válida a hipótese de alguns estarem a ser ostracizados em virtude da sua ideologia política ou filiação partidária. De facto, terá de se reconhecer que a censura é já transversal a todo o espectro político. Ao dar-se uma vista de olhos pelo Index, verifica-se que ao lado de nomes declaradamente de esquerda constam também nomes do centro, de direita e inclusive figuras sem orientação ideológica bem definida ou publicamente declarada. Será então a discricionaridade do chefe de 'playlist' em razão do seu subjectivo gosto pessoal e da sua afeição ou simpatia por certos nomes? Bem sei que há, em cada um de nós, uma tendência natural para sobrevalorizarmos a música de que gostamos e desdenharmos aquela que não apreciamos. Isso é perfeitamente legítimo quando se trata de escolher a música para o nosso próprio consumo, mas já se torna abusivo fazer uso do lugar que se ocupa numa entidade pública para impingir aos outros as nossas preferências. E quando essas preferências revelam uma mundividência musical bastante limitada e afunilada da parte de quem as tenta impor, ainda mais abusivo e inaceitável se torna. A primeira impressão com que se fica ao ouvir os alinhamentos de continuidade da Antena 1 é que quem escolhe a música deve ser alguém cujas fontes de informação musical se restringem à MTV e ao "Blitz", o que convenhamos é muito pouco para quem tem a seu cargo mais de 90 % da música de um canal de serviço público. E como se isto não bastasse há outro problema ainda mais preocupante. De acordo com informações que me foram facultadas por fontes seguras e credíveis, algumas atitudes e procedimentos do chefe de 'playlist', dentro e fora da RDP, indiciam uma muito obscura ligação a determinados managers e editoras demasiado preponderantes e influentes na passagem dos seus artistas, ao passo que outros não conseguem qualquer tipo de penetração nesse reservado espaço radiofónico. A continuidade deste fenómeno denota uma prepotência e uma impunidade que assustam num país supostamente sem censura, de livre expressão, criação e acesso que, deste modo, vê, sem uma razão plausível, proliferarem manobras demasiado evidentes e atentatórias dos mais elementares princípios éticos e deontológicos para poderem ser ignoradas. O estado a que as coisas chegaram estava mesmo a pedir uma investigação/operação do tipo "playlist dourada"! Apenas um parêntesis para lembrar que nos liberalíssimos Estados Unidos da América já são vários os processos judiciais que as 'majors' discográficas têm às costas por controlo e corrupção activa nas rádios. Por cá, recusamo-nos a ver o que salta à vista e continuamos a fazer de conta que vivemos no melhor dos mundos. Pessoalmente, se quer que lhe diga, até nem me interessa muito saber se os conteúdos e o figurino da 'playlist' da Antena 1 são da inteira e exclusiva responsabilidade do chefe de 'playlist' (em total autonomia e com carta branca da direcção) ou se reflectem os ditames e orientações vindas de cima. Agora, uma coisa que eu não posso aceitar é que a 'playlist' – que não devia ser mais do que uma ferramenta de trabalho – esteja a ser usada como um instrumento de censura e de silenciamento de uma parte muito significativa do melhor da criação musical portuguesa (actual e passada) e, na prática, reduzida a mera extensão dos departamentos comerciais das editoras mais poderosas, em especial das multinacionais. Quem se der ao cuidado de ouvir com alguma atenção os alinhamentos musicais da Antena 1 (fora dos escassos programas de autor) não pode deixar de constatar que o canal de maior audiência da rádio do Estado foi transformado numa fábrica de sucessos por repetição, qual carrossel que não para de girar. Por outro lado, o tratamento desigual que a rádio pública dá aos artistas do nosso meio musical, ostracizando muitos de mérito incontestado e favorecendo outros de qualidade mais que duvidosa, tem ainda outro efeito perverso: como a radiodifusão de obras musicais está sujeita ao pagamento de direitos de autor, a RDP terá de entregar à SPA um determinado valor por cada passagem de uma determinada peça musical ou poético-musical e, como tal, os autores de uma determinada obra receberão tanto mais quanto maior o número de vezes que ela for radiodifundida. Tendencialmente serão vendidos muitos mais discos e mais pessoas afluirão aos concertos, mas mesmo que o auditório não seja muito receptivo às músicas insistentemente rodadas, os respectivos autores têm sempre garantida uma boa maquia relativa a direitos de reprodução radiofónica, dinheiro esse que teve origem na contribuição do audiovisual e nos impostos pagos pelos contribuintes. É muito triste e deveras revoltante constatar que o meu dinheiro e de demais cidadãos e empresas de Portugal vá parar aos bolsos de medíocres e não seja a justa compensação que os melhores artistas deveriam receber como reconhecimento do valor do seu trabalho e como estímulo para continuarem a criar obras que enriqueçam o nosso património musical. A repetição massiva de determinadas músicas de cariz mais comercial pode aceitar-se numa rádio privada (que até pode ter um contrato ou avença de promoção com o respectivo artista, editora ou agência de management) mas é totalmente absurda, descabida e inaceitável numa rádio cujo financiamento é assegurado por dinheiros públicos. Não haverá uma notória distorção do serviço público quando a esmagadora maioria da música que passa na Antena 1 é aquela que é ditada por uma 'playlist' formatada segundo os mesmos modelos das rádios que dependem do mercado publicitário? Isto assume ainda maior gravidade em virtude de quase não existirem espaços musicais de autor, que pudessem dar expressão à música de qualidade sonegada pela 'playlist' ou que nela tem uma presença residual (passagens esporádicas e em horários de menor audiência). Por exemplo, não se compreende que boa parte dos nomes (dos novos aos consagrados), não catalogáveis com o rótulo 'pop', que Armando Carvalheda e Edgar Canelas convidam – e muito bem – para apresentarem os seus trabalhos nos programas "Viva a Música" e "Vozes da Lusofonia", fiquem de fora da 'playlist' ou dela sejam rapidamente banidos ao fim de duas ou três semanas. Devo dizer-lhe, para que fique bem claro, que não tenho nada contra a música pop pois até gosto de alguns nomes. Defendo, inclusive, que a música pop tem o seu lugar na rádio pública, mas já não me parece razoável que lhe seja dado um destaque tão hegemónico que praticamente não deixa lugar para as outras vertentes e sensibilidades musicais autóctones. É completamente inaceitável que tanto o fado como a música popular portuguesa (tradicional e de autor) – os géneros que melhor definem a nossa identidade e no seio dos quais surgiram os valores maiores da nossa música (não erudita) – estejam a ser tratados de forma tão ignominiosa pela estação que, por acaso, até se auto-proclama de ser "a rádio que liga Portugal". E se considerarmos globalmente os três canais nacionais da RDP constatamos que até o jazz, o blues e a música étnica mundial têm mais tempo de antena que o fado e a música popular e tradicional portuguesa. É uma conta fácil de fazer: sete horas e meia por semana para o jazz, mais uma hora para o blues e mais cinco horas para a música étnica perfaz o total de treze horas e meia semanais, ou seja, o triplo do tempo que o fado e a música popular/tradicional/folk portuguesa ocupam em conjunto nas três grelhas. Será isto aceitável? Como cidadão, contribuinte e ouvinte, sinto-me no dever de pugnar para que os direitos, liberdades e garantias que a Constituição da República Portuguesa me outorga sejam respeitados. Formalmente deixou de haver censura, mas todos sabemos que continuam a existir práticas e atitudes que não sendo assumidas como censura, na verdade não são outra coisa. Utilizar a técnica da repetição de determinados nomes (sempre os mesmos!), sonegando muitos outros, não será uma forma encapotada de censura? Quando o principal canal da rádio pública portuguesa me impinge, com a repetição ad nauseam, as musiquinhas do género pop e se recusa a facultar-me a audição de temas e composições de outras áreas, não me estará a impor ostensivamente uma preconceituosa orientação estética, impedindo-me de ser eu a escolher? Com que legitimidade é que a rádio oficial de um país constitucionalmente democrático e pluralista pode tomar partido a favor uma dada linguagem musical – no caso a música pop – e ao mesmo tempo menosprezar as outras formas da música popular, designadamente as mais idiossincraticamente portuguesas? Não ficará seriamente posta em causa a liberdade de acesso do ouvinte de rádio à pluralidade da expressão musical dos criadores do seu país? Sendo a rádio o veículo entre o artista e o ouvinte, quando o elo é quebrado não se estará a coarctar o direito e a liberdade quer do artista em dar a conhecer a sua obra quer do ouvinte já não digo em frui-la em pleno, mas pelo menos em dela tomar conhecimento? Quantos artistas e trabalhos discográficos de qualidade não ficarão assim na sombra e ignorados ou despercebidos pelos sectores do público, seus potenciais apreciadores e consumidores? Neste âmbito, é pertinente perguntar: para que existe a rádio pública? É para satisfazer interesses privados e corporativos ignorando as suas obrigações de serviço público e fazendo tábua rasa dos direitos dos ouvintes que tem por missão servir? É para isto que os cidadãos e empresas de Portugal pagam uma taxa que lhes é cobrada coercivamente? Convém não esquecer que o pagamento da dita taxa pressupõe como contrapartida a prestação de um serviço específico, no caso concreto, a divulgação da produção musical nacional. Ora é bem evidente que esse serviço não está a corresponder às expectativas dos vastos segmentos do auditório que gostam de música portuguesa mas não se satisfazem (apenas) com a pop. Creio mesmo haver legitimidade – moral e jurídica – em objectar o pagamento da contribuição do audiovisual atendendo à notória infracção do princípio da reciprocidade.Em cumprimento de um dever de cidadania, vim expor ao Sr. Provedor a minha reclamação relativamente a uma situação flagrantemente lesiva dos meus direitos e liberdades de cidadão enquanto ouvinte da rádio pública, mas que extravasa esse âmbito uma vez que tem também graves repercussões culturais e económicas. Por conseguinte, apelo ao Sr. Provedor para que se digne apreciar este assunto e de emitir um parecer que propicie a necessária e urgente correcção do problema. A bem do serviço público de rádio!
Com os mais respeitosos cumprimentos,

Álvaro José Ferreira



Anexo: Index da Música Portuguesa